No dia seguinte eu estava só, Marta não havia ido, Gabi estava no trabalho e meu pai também.
Coloquei Ariel no andajá e liguei a TV, estava em um daqueles programas sensacionalistas policiais que só passa desgraça, eu ia mudando de canal mas a noticia me chamou atenção: A policia local invadiu uma favela em missão de acabar com uma quadrilha de traficantes, houve uma batalha com muitos feridos e mortos, policiais e traficantes ninguém sabe ainda identificar os corpos.
Meu mundo girou, minha visão ficou escura, me segurei na mesinha...
Meu pai ia entrando na hora e percebeu, correu para me acudir, me sentou no sofá...
Ele: O que foi?
Eu: O Olli, o Olli...
Eu apontava para a televisão.
Ele: Você soube? Vim te contar.
A jornalista falou o nome do hospital onde estavam levando os feridos.
Eu: Vou lá.
Levantei de repente.
Ele: Você não vai a lugar algum!
Eu: Vou sim!
Ele: Desse jeito você não vai mesmo. Não vou deixar!
Ariel começou a chorar com os nossos gritos.
Eu: Pega ele, pega ele porque eu não estou aguentando!
Coloquei as mãos nos ouvidos e fiquei andando de um lado para o outro...
Só queria ter a certeza que ele estava bem, eu estava desesperado, meu coração parecia que iria sair pela boca a qualquer momento, minha cabeça dava agulhadas, meu estômago doía.
Marta apareceu, eu corri para abraçá-la.
Ela: Vim assim que soube!
Eu: Estou achando que vou morrer de tanta angustia!
Sentamos, fiquei um pouco lá, ficava batendo o pé, mexendo a perna... - Sinto muito pai, mas eu vou, não vou aguentar ficar aqui!
Levantei...
Marta: Também vou!
Ele: Ok, se Marta vai junto fico mais tranquilo.
Dirigi como um louco, chegamos ao hospital e estava uma loucura, a imprensa estava lá e pessoas chorando...
Saí do carro e passei por aquela loucura que estava na frente daquele hospital, tentei mas não consegui falar com a atendente, eram muitas pessoas querendo atenção, exigindo ver...
Marta: E agora?
Eu: Marta, não estou me sentindo muito bem!
Ela: O quê? Me ajudem aqui, ele está passando mal!
Os enfermeiros apareceram no meio daquele tumulto de gente pedindo informações e eu fui logo desmaiando. Acordei em um quarto.
Enfermeira: Você está bem? Houve uma queda de pressão.
Eu: Estou, é que estou preocupado, um familiar meu é policial. - Se falasse que não era familiar não me deixariam vê-lo.
Ela: Me fale o nome.
Dei o nome completo do Olliver.
Ela: Vou ver.
Eu: Obrigado.
Ela saiu...
Logo Marta entrou. - Meu Deus que pesadelo, viemos ver se Olliver está vivo e você passa mal desse jeito, meu coração é fraco, não aguenta muita coisa não!
Eu: Não passei mal de verdade, só fingi para entrar aqui, saberia que iriam se preocupar e me dar explicações. Acharam que houve uma queda súbita de pressão e que agora estou bem.
Ela começou a me esbofetear: Quase me mata do coração!
A enfermeira entrou: Ele está aqui.
Na hora senti um alívio, significa que está vivo.
Continua: Tem um ferimento de bala na perna, nada grave. Quer vê-lo?
Eu: Sim.
Levantei, Marta não podia entrar pois falou a verdade que não era da familia, naquela correria que estava naquele hospital, nem checaram ser verdade minha ser da familia ou não.
Ela apontou o quarto, abri a porta e ela saiu. Entrei devagar, ele estava com a coxa enfaixada e com aquelas roupas de hospital, virou o rosto para mim. Naquela hora me deu um alivio, uma alegria, comecei a chorar, parecia que estava flutuando de alivio!
Me aproximei...
Ele: Vic.
Eu: Que susto você me deu.
Ele: Não foi minha intensão.
Eu: Achei que tinha te perdido.
O abracei, passei a mão na sua cabeça raspada, ele me puxou pela cintura e o beijei, nosso beijo foi esquentando, ele me apertava pela cintura...
Nos soltamos, fiquei puxando o ar...
Ele: Então, estou perdoado?
Eu: Sim, sim, sim...
O abracei novamente.
Ele: Desculpa!
Eu: Xiu. Esquece tudo ok. Se tivesse te perdido de verdade, não saberia o que fazer, morreria, você é tudo para mim Olli, você é minha vida! - Comecei a chorar.
Ele: Mas eu estou aqui. Calma!
Ele fastou e deitei com ele alí, ficamos um tempo abraçados em silêncio.
Passei o dia lá com ele, chegando a noite havia saído a lista das pessoas que estavam alí e as mortas, lá já estava vasio...
Liguei para meu pai para avisar do Olli, saí para pegar um café para mim quando dou de cara com ele e o Ariel.
Eu: O que estão fazendo aqui? - Peguei Ariel.
Ele: Viemos vê-lo.
Estava no horário das visitas noturnas...
Eu: Venham.
Fomos até o quarto, abri e entrei com Ariel...
Ele: Que surpresa maravilhosa!
Pai: O Ariel veio ver o pai.
Olhei sorrindo para o meu pai.
Entreguei Ariel a ele que o pegou...
Olli o abraçou e beijou sua cabecinha.
Aquela cena me emocionou, ele poderia estar morto! Me aproximei deles e os abracei, beijei a bochecha de Ariel e dei um selinho no amor da minha vida.
Marta também entrou...
Ele: Martinha!
Marta: Vocês ainda vão me matar do coração!
Nós rimos.
Estava certo que apatir de agora não vou mais perder tempo, a vida é curta e quero vive-la ao lado do homem que amo, juntos cuidando do nosso filho. A vida que eu sempre sonhei.
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Foi tenso, mas tudo acabou bem.
Beijokas.