MEU CORPO É MUITO PESADO!!! 1-13

Um conto erótico de Alan Bortolozzo
Categoria: Homossexual
Contém 2337 palavras
Data: 08/04/2015 15:54:32
Assuntos: Homossexual, Gay

Capítulo 13

O aniversário de 21 anos do Bortolozzo.

Ao contrário do que eu imaginava, os dias foram passando e Murilo mal aparecera para sair conosco. Deveria estar fazendo a linha “matar saudades”. Assim, passava maior tempo visitando parentes, amigos de infância e aproveitando as férias com os pais. Das raras vezes que ele aparecia, era só para dizer um “oi” e ou “tchau”. Quer dizer, menos para uma pessoa, o Burro. O Murilo não intenção alguma de tratá-lo bem. Quando ele resolvia “dar as caras” para a molecada, ele fazia questão de cumprimentar a todos, menos o Burro. Até o pessoal que conhecia o Murilo há anos ficava impactado com aquela cena. Ainda mais com o Burro. O cara que era considerado o Senhor Amizade do condomínio. Tinha também aquele lance de esbarrar propositalmente no garoto, o arremessando longe. E, ao invés de pedir desculpas, ele chamava atenção da galera para caçoá-lo.

“Como alguém que não conhece a outra, pode ter ódio dela?”

E conhecendo o Murilo como conheço (se é que ele tem aquela cabeça de seis anos atrás) tenho certeza que ele queria que o Biesso realmente se incomodasse a ponto de brigar com ele. Só que, o que o Murilo não sabia, era que o Burro era o cara mais sossegado do mundo. Eu nunca tinha o visto se alterar por nada e com ninguém. Muito menos alterar a voz com alguém.

“Como já falei para vocês lá atrás, às vezes, dava até raiva da calma dele”.

Então, se o Murilo quisesse brigar, com certeza não seria com o Burro. Na verdade, era até mais fácil o Murilo se irritar com a calma dele, do que esperar a tão “sonhada” provocação. Porém, quanto mais contato nós três tínhamos, mais “pesados” iam ficando os esbarrões e as provocações. Era nítido como o Burrão ficava triste com aquela situação e, se não fosse pela minha amizade, por eu ser o melhor amigo dele, ele jamais estaria enfrentando aquelas humilhações. Quando o Murilo estava por perto, o Burro mal abria a boca para falar algo. Talvez com medo de virar alvo de piadas.

“O engraçado do Burro leitores, era que, quanto mais ele virava saco de pancadas do Murilo, mais carente e pegajoso ele ficava. O horário de almoço sempre era muito tarde e, naquela semana em específico, ele fizera questão de me esperar para almoçarmos juntos e depois ele me levava de volta para o serviço. Quando eu chegava do serviço às 17 horas, lá estava ele na porta da empresa me esperando para me levar para casa. Tarefa que era habitualmente feita pelo Arthur. Ele queria ficar ao meu lado mesmo quando eu insistia, dizendo, estar cansado demais para ficarmos conversando. Acho que ele estava com medo de que eu não fosse ser mais amigo dele. Com medo que o Murilo me impressionasse mais que tudo. Só que para sorte do Burro, o Murilo não voltou agir como antes. Que ficava no meu pé 24 horas. Agora ele estava diferente, mais adulto, mais solto, com outros pensamentos, atitudes e ações. Não era mais aquele moleque que dependia de mim para rir, sair, praticar esportes, comer, dormir, etc. Agora, ele agia por conta própria”.

Os dias passaram e meu aniversário chegara.

“Vocês sabem como funciona festa em condomínio, né? Você convida uma meia dúzia de pessoas, mas no final aparece todo mundo e mais um pouco”.

Era um sábado, fazia um sol de rachar e todos os meus amigos comparecera para a festa. Para as meninas, nós alugamos um Videokê. Já para os homens, uma bola e um baralho já era o suficiente para se divertir. Sem que aquele calor lembrava PISCINA. De todos os meus amigos da turma antiga – aquela que eu e o Murilo reinávamos – quem mais modificara o corpo, de muito longe fora o Murilo. Ele sempre fora um garoto forte para o padrão, mas dessa vez, ele voltou quase três vezes maior. Aposto que o motivo daquela mudança foi devido aos treinos que ele tem na academia militar. Ele não crescera apenas de peso, crescera também de altura. Quando eu o vi pela última vez, estava um palmo abaixo que eu. Já hoje, estava praticamente um palmo maior que eu.

“Do que eu ouvir dizer, o que o estirão de crescimento, varia dos 13 aos 16 anos para os homens e, que em raras exceções, essa taxa ampliava tanto para mais quanto para menos. Como ele já tinha 18 anos quando ele foi embora, achei que não cresceria mais. Foi aí que eu me enganei.”

Sem falar no peso. Ele aparentava estar uns 20 kilos a mais que a sua altura. O que deveria beirar seus 110 kilos.

“Não eram quaisquer 100 kilos. Eram 110 kilos de pura massa muscular.”

Com as costas bem largas e um par de bíceps que era de dar inveja a qualquer um, ele fazia questão de usar camisetas “M” ou “P” só para ficar colado ao corpo dele. Mais tarde, quando o calor ficara insuportável, todos nós homens tiramos a camisetas, mas quando o Murilo parou para tirar a sua camiseta, o churrasco inteiro parou o que estava fazendo e ficaram olhando para ele e. Inclusive os pais dos meus amigos que lá estavam e as pessoas que na rua passavam.

“Sabe leitores, quando tu pega um lápis e desenha alguém com traços perfeitos? Era o que aparentava”.

E eu sabia que ele estava curtindo toda aquela fama de “gostosão”. Logo de cara, as gurias do prédio esqueceram os “mortais” que lá viviam e ficaram o rodeando como se fosse uma celebridade. Eu não tinha palavras para o quão aquele garoto incomodava as pessoas. Ele simplesmente deixou todos com a “cara no chão”. Pior foi quando ele começou a falar de suas façanhas da academia militar. Dos prêmios que ele recebera. Dos campeonatos de judô e natação que ele ganhara. E de como ele fora modelo dentro do ITA. Ele disse que ganhara por três anos consecutivos, um título - que eu não me lembro bem – como destaque do ano.

E como no churrasco estava cheio de pais, todos nos olhavam para seus filhos com cara de “Viu bem seus preguiçoso!”

“Sem contar leitores, que o assunto Murilo fora tema de conversas familiares durante um ano. Todas as broncas que minha mãe me da ou dava ao Arthur, ela colocava Murilo no meio”.

No meu aniversário ele fizera questão de andar todo o tempo comigo e com o Burro, ou seja, a atenção da festa estava voltada todo para nós. Gentil e simpático com todos, ele passara despercebido aos olhos das pessoas. Parecia que ele tinha até dupla personalidade. Aquele simpático e contagiante garoto que todos admiravam e aquele ogro que machucava as pessoas.

Mas eu estava hipnotizado por aquele garoto que reaparecera em minha vida, na verdade, acho que todos perceberam isso aquele dia. Ainda mais porque eu só queria fazer o que o King queria fazer. Sempre que alguém vinha me chamar para jogar futebol, vôlei, truco ou ir nadar, eu perguntava para o Muriloo que ele queria fazer. Até o Burro que eu sempre o ouvia, deixei de lado.

- Alan, acabei de ir buscar a bola. Vamos lá com a galera jogar? – Perguntou-o rindo como sempre.

- Tá louco moleque? Da uma olhada nesse sol - eu respondi fazendo uma cara de deboche.

- Então poderíamos jogar baralho, que tu acha? – ele me perguntou sorrindo de novo.

- Nem rola agora. Estamos conversando aqui. – eu disse virando as costas.

- Mas jogar truco também podemos conversar – disse o Burro.

- Pera aí! - disse virando em direção ao Murilo – Murilo, tá afim de jogar truco? - eu perguntei já sabendo a resposta.

- Agora nem estou afim Alan. Queria comer algo primeiro – ele disse passando a mão na barriga.

- Agora nem rola Burro – eu disse virando as costas para ele que fez uma cara de reprovação.

- Nossa Alan, tu sempre curte jogar baralho – eu o ouvi falando por traz.

- Nossa Biesso! Ou você senta aqui conosco para conversar ou vaza e deixa nós sossegado! Aliás, tem um monte de gurias aqui. Por que você não tenta ficar com uma delas, já que você está na “seca” faz tempo? – eu disse fazendo a galera toda rir.

- Oh, que bonitinho! O Biesso, ta carentinho? – Perguntou o Murilo apertando as bochechas do Burro.

- Só queria jogar baralho Alan – ele disse com voz trêmula e baixa e sentou-se ao meu lado.

Ele estava vermelho. Só não sabia se era de vergonha ou raiva. Ficou sentado por um tempo, mexendo nos cadarços dele, como ele sempre fazia quando não queria ouvir ninguém. Mas o Murilo estava decidido a fazê-lo passar vergonha.

- Hei Biesso, por que essa cara de bobo? – perguntou o Murilo e o pessoal caia na risada - Você tem que ir atrás de mulher guri, não tá vendo que aqui tá cheio delas? – falava e apontava para as meninas que estavam no outro canto da festa – A não ser que o Biesso seja um veadinho, aí a coisa já muda, né galera? – ele dizia e ria, fazendo até os amigos mais próximos do Léo rir também.

Não aguentando a humilhação, o Burro se levantou e foi para perto dos pais dele. Pelo menos lá não tinha pessoas para rir dele.

Dava-me um aperto no coração ao vê-lo sentado e abraçado com a mãe, enquanto todos estavam ali se divertindo. Quando eu me levantei para ir ao banheiro, vi que ele vinha ao meu encontro.

- E ai Alan, o sol já baixou um pouco, não quer ir jogar futebol? – perguntou ele com a voz baixa e serena.

“Parecia até aquelas crianças pedindo algum favor aos pais, pós ter feito alguma bagunça”.

- Vamos lá conversar com o pessoal para ver se eles estão afim de jogar? – perguntei a ele, fazendo-o sorrir.

Mas quando chegamos lá, os meninos estavam empolgados com uma história que o Murilo estava contando sobre a aeronáutica. Não me lembro qual era a história, mas deveria estar bem engraçada, já que todos não paravam de rir. Sentamos numa mesa separada e ficamos conversando somente eu e o Burro. Do nada, algumas meninas resolveram sentar com nós e, quando vi, todas as meninas da festa estavam nos rodeando. Não era nada demais, apenas estávamos zoando entre si. Uma das gurias veio me perguntar sobre o Murilo. Estava interessada em saber se tinha namorada, se ele estava afim de alguém, se ele morava sozinho, se ele tinha dinheiro, etc. Coisas básicas para uma adolescente. Expliquei também que ele tinha acabado de completar 25 anos e que gostava de mulheres mais velhas. Ela ficou bem desapontada, já que tinha 16 anos.

“Além do que, eu não estava muito afim de dividir a atenção dele com ninguém. Muito menos um adolescente chata.”

O Burro que antes era todo sorriso, agora mudara sua expressão. Era como se tivesse jogado um balde de água fria nele.

- Que houve? – perguntei passando a mão nos cabelos arrepiados.

- Ele – disse o encarando debaixo para cima.

Ao fundo, o Murilo encarava o Burro e fazia gestos obscenos para ele. Como nossa roda estava chamando atenção da festa toda, não tardou muito para os meninos que estavam na mesa do Murilo viesse se juntar a nossa.

“Afinal, nós estamos com as mulheres da festa.”

O Murilosempre fora um cara legal, mas não sei por que ele estava pegando tanto no pé do Burro. Mal chegara na roda e começou a bombardeá-lo com brincadeiras nada legais.

- Até que enfim, heim frangão? Agora sim tô gostando de ver. Rodeado de garotas – disse o Murilo com a voz alta, sentando ao lado do Burro e abraçando pelos ombros – mas me fale aí, você tá afim de “pegar” elas ou pedir dicas de beleza? – ele disse fazendo todos gargalharem.

O Burro com paciência soltou dos braços dele, levantou e veio falar comigo.

- Vou pra lá com o pessoal – disse o Burro quase sem voz e abaixando a cabeça e sem olhar no meu olho.

- Hei veadinho, busca um “refri” pra mim – todos riram e o Burrão saiu de perto.

Quando o Burro passou perto da mesa dos seus pais, sua mãe se levantou e o agarrou pelo braço e começaram a dar um bronca nele. Não dava para entender nada, mas de uma coisa eu tinha certeza, era algo sério, pois estavam com a cara fechada, o fazendo ficar mais desanimado.

Nós ficamos com as meninas e, ao longe, eu observava o tomando refrigerante e comendo salgadinhos. Voltei a conversar com o pessoal que falavam do Murilo.

“Confesso a vocês leitores, que até eu estava enjoando daquele Super-Homem”.

Quando o Burro voltou à mesa, trazia com ele dois copos de refrigerante.

“Não pode ser!” – pensei ao ver o Burrão se aproximando do Murilo.

Mas era verdade. Um dos copos ele entregou para o Murilo que observava pasmo e o outro copo, que eu pensei que seria para o ele mesmo, ele entregara para mim.

”Como pode? – perguntei a mim mesmo, atônito com aquele ato -Como pode alguém se humilhar tanto? Agora fiquei super constrangido com a situação.”

Depois de feito aquele ato que deixou até o Murilo boquiaberto, o Burro se sentou ao meu lado e piscou um dos olhos, dando um “Ok”. E de fato aquela atitude surpreendeu tanto o Murilo que ele não zoou mais o Burro. O Murilo fez questão de parar o papo que ele estava tendo com uma garota e foi conversar com o Burrão sobre futebol e sobre seu teste.

“Não é que tinha dado certo à boa ação?”

E o Burro, até ria das coisas que o Murilo dizia. Não sei se era uma risada falsa, mas o que importava, era que eles tinham dado uma trégua. Tudo o que eu precisava para ficar feliz, era ter os dois melhores amigos unidos.

__________________________________________________________________________

Valeu pessoal pelo carinho! Agradeço a todos que doam o tempo para ler a história. Fico feliz com os feedbacks, tanto os bons quanto os ruins. Quero pedir que comentem e curtam, se sentir necessário. Seria bom esse reconhecimento. Valeuuuuuu.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Alan Bortolozzo a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

o riso do "Burro" não é falso não. Ele é um garoto simples e puro de sentimentos. O Alan é que muda o comportamento quando está diante de alguem diferente e desaponta Um amigo tão legal como o "Burro ". O Murilo se transformou Num cara chato e pegajoso, cheio de piadinhas e brincadeiras sem graça e ainda por cima se acha demais. Tô torcendo para o "Burro" encontrar alguem legal, porque ele merece. Curtindo pacas a historia aqui.

0 0
Foto de perfil genérica

Murilo é um idiota, você é mais por praticamente esquecer o que ele fez quando foi embora, ainda mais ignorar o Biesso e deixar a montanha humilhar ele assim, decepcionado viu! Quero só ver!

0 0