- Que bom que você aceitou meu convite para almoçar, Estela. Estava mesmo precisando conversar com alguém. Você leu meu relatório sobre o último programa, com o Marcos? - perguntou Helena, sentada em uma mesa de restaurante com Estela. - Li sim. E foi por isso também que aceitei vir almoçar com você. Me preocupei um pouco com ele ter te dado aquele dinheiro por fora e por você não ter usado camisinha. Isso é perigoso, Helena, e você sabe que a Isabela proíbe - disse Estela. - Eu sei, mas não consegui me controlar, Estela. Na verdade, eu agora mal me reconheço quando estou na cama com alguém. É como se a Ananda assumisse o controle e a personalidade dela passasse a ser dominante sobre a da Helena. A sensação é que minha libido, minha sexualidade, estava presa dentro de mim por anos de casamento infeliz e sexo inexistente. Depois que comecei a fazer programa, a libido se libertou e foi como se abrissem as comportas de uma represa. Não controla a força, eu me entrego ao momento e só penso em ter prazer e em gozar. Com o Neco foi assim e com o Marcos também - falou Helena com visível constrangimento e preocupação. - Eu entendo tudo isso, Lena. Já vi várias meninas passarem por esse momento. Você está em um período de ajustes, de busca do equilíbrio entre a Helena e a Ananda. Você irá encontrar esse equilíbrio, mas até lá tenha mais cuidado. Receber dinheiro por fora e ficar refém do orgasmo são duas coisas de que você precisa fugir. Mantenha-se sempre no controle das relações, não entregue esse controle ao cliente, jamais - aconselhou Estela. O almoço continuou em uma grande sessão de terapia e aconselhamento.
Quase no final da refeição, Isabela telefonou para Helena e lhe pediu que fosse à mansão conversar sobre uma cliente que havia telefonado naquela manhã. Na mansão, Isabela explicou que a cliente se chamava Julia Bandeira, era uma médica, casada e amiga de uma outra cliente que a própria Isabela havia atendida meses atrás. Ela mesma poderia atender Julia, porém gostaria de saber se Helena a aceitaria. Helena aceitou. - A maioria das clientes gosta de ser seduzida. Há tempos, elas não sabem o que é isso de seus maridos. Muitas têm amantes ou contratam rapazes para passar a noite, mas eles também não a seduzem, é só sexo e pronto. A mulher sabe seduzir, sabe olhar nos seus olhos de forma profunda, firme, como se olhassem na sua alma. A mulher também gosta de conversar, fazer programa com mulheres é quase como fazer terapia. Você precisa ter paciência para ouvir seus reclames, sua insatisfação com o marido, os filhos, o emprego. Pelo que captei dessa Julia, você irá mais conversar do que outra coisa. Mas, conversar também é uma forma de seduzir. Lembre-se sempre de tocar nela, suas mãos, seus cabelos, seu rosto. Sempre com carinho, com delicadeza. Olhe nos seus olhos, o tempo todo, hipnotize-a, leia sua alma, controle a cliente com seu olhar. Quando você sentir que o momento é propício, abrace-a docemente, fale baixinho, beije seu pescoço, seu rosto e, se houver aprovação, seus lábios. Não force nada. Se você sentir que ela está entregue, como é a primeira vez dela, a cliente pode ter um momento de hesitação e tentar dizer algo. Coloque seu dedo em seus lábios, sorria e balance a cabeça negativamente. Permaneça no controle. Acaricie-a, beije-a e teste sua reação. Se ela fechar os olhos, é porque está dominada e excitada.
Isabela estava sentada em sua mesa com Helena do outro lado. Os conselhos dela foram dados de forma bem sensual e excitante. Isabela seduzia Helena com suas palavras e seu tom de voz doce e baixinho, sua narração lenta e pausada, dando ênfase às principais palavras. Ambas ficaram muito molhadas. Se não houvesse aquela mesa, certamente teriam se jogado nos braços uma da outra. O programa foi marcado para uma quarta-feira, uma semana depois. Novamente, Isabela convidou Angélica para dormir na mansão, pois não queria que Helena se preocupasse com horário. Pontualmente, às 20 horas, Helena bateu à porta da suíte e uma mulher loira, muito bonita, cabelos longos abaixo dos ombros, abriu. Julia tinha 43 anos, vestia uma calça social preta e uma blusa de seda azul marinho, era muito elegante e alta. - Boa noite, sou Ananda, Isabela me enviou. Você deve ser Julia, presumo - se apresentou Helena. - Isso mesmo, Julia. Mas, eu pensei que seria Isabela. Minha amiga me falou que foi ela quem a atendeu - respondeu Julia, nitidamente nervosa. Ananda entrou e fechou a porta. - Isabela me disse que havia atendido sua amiga, mas, infelizmente, ela estava indisponível desta vez. Você não gostou de mim? - perguntou Ananda. - Não, não é isso, não quis ofendê-la, me desculpe. É que você é... tão jovem, tão menina. Por favor, entenda, é a primeira vez que faço esse tipo de coisa e me sentiria mais à vontade com alguém mais madura. Você tem idade de ser minha filha, deve ter uns 20 anos - Ananda sorriu de leve. - Há tempos não dizem que pareço ter vinte anos, obrigada. Mas, tenho 27. E não precisamos fazer nada se você não se sentir à vontade. Porém, como estou aqui e você também, por que não nos sentamos e conversamos um pouco? Sem compromisso, sem promessas, apenas conversarmos - disse Ananda, tentando acalmar Julia, que aceitou.
Ananda usava um vestido vermelho curto e levemente decotado com um blazer branco por cima, que ela ainda não havia tirado. Se aproximou de uma mesa e abriu uma garrafa de champanhe que estava no gelo. Serviu duas taças, entregou a Julia e se sentou ao seu lado no sofá. - Isabela me disse que você é médica. Qual sua especialidade? - perguntou, tentando amenizar o clima. - Sou clínica geral, pneumologista. Tenho um consultório e atendo em um hospital infantil também. Meu marido também é médico, cirurgião. Nos conhecemos na faculdade, ele foi meu professor. Tenho dois filhos de 8 e 10 anos, dois garotos e... ai, desculpa, você me fez uma pergunta e eu estou metralhando você de informação - Julia falava sem parar quando ficava nervosa e nem percebia o que dizia. Ananda sorriu para ela, dizendo que estava tudo bem e acariciou seus cabelos, colocando-os por trás da orelha. Julia reagiu ao toque dela, afastando-se um pouco. - Desculpe, só queria afastar um pouco seu cabelo para ver melhor seu rosto. Você é uma mulher linda, Julia. Seus olhos, sua pele, seus lábios. Seu marido é um homem de muita sorte - disse. - Acho difícil que ele concorde com tanta beleza. Ele não me olha há muito tempo. Já fiz dieta, academia, até coloquei silicone e nada. A única coisa que interessa a ele é a medicina. Ele perdeu totalmente o interesse em mim. Nem me lembro mais da última vez que ele me tocou de verdade ou que tive um orgasmo. Mas, como disse, você é muito nova, não entende isso. Garota linda, jovem, não deve ter esses problemas - falou. - Você não sabe da missa um terço, Julia. Eu sou casada também, tenho uma filhinha de três anos e, se dependesse do meu marido, já tinha riscado a palavra orgasmo do meu dicionário. Ele viaja a semana toda a trabalho e, nos finais de semana, só quer saber de cerveja e futebol. Na cama, é feijão com arroz e pronto. Quando tento colocar uma pimentinha, ele diz que é coisa de puta. Por isso, comecei a trabalhar como garota de programa. Finalmente, posso dizer que sou uma mulher realizada sexualmente. Eu entendo você perfeitamente. E quero ajudar você. Me deixa te mostrar o lado bom da vida, mostrar que você pode ser feliz sem precisar dele.
Julia olhou para Ananda e algumas lágrimas desceram de seus olhos. Ananda se aproximou mais e a abraçou ternamente, acariciando seus cabelos e seu rosto. Ficaram assim por uns quinze minutos. - Vamos fazer uma coisa, uma brincadeira. Meu nome real não é Ananda, esse é o nome da personagem que eu criei. Vamos criar uma para você também e esse quarto será nosso palco. Vamos deixar a Julia para o consultório e aqui, você será... Selene, minha deusa grega da lua, que dirige sua carruagem à noite, iluminando o céu dos amantes, ou pode ser Perséfone, a deusa das flores e dos perfumes. Você escolhe - disse Ananda. Julia sorriu e respondeu: - prefiro Selene, a deusa da lua - Ananda também sorriu e beijou seu rosto. - Muito bem, então. Venha comigo, minha Selene - e a pegou pela mão, levando-a até a cama. A deitou carinhosamente, pôs uma música, diminuiu a luz, colocou o balde de gelo na mesinha ao lado junto com sua bolsa e se deitou com ela. Acariciou seu rosto e, quando foi beijá-la, Selene pôs a mão na frente. - Por favor, sem beijo. Eu acho beijo muito íntimo e não estou pronta pra isso ainda -. - Tudo bem, meu anjo, como você quiser -. Ananda acariciou seus cabelos e pediu que relaxasse. Abriu a bolsa e tirou uma venda de couro preta e colocou em seus olhos. - Quero que você sinta meus toques e se concentre. Confie em mim - sussurrou baixinho. Selene não via nada, inclusive que Ananda havia tirado seu blazer e vestido, ficando só de lingerie. Ela apenas sentia seus dedos abrindo sua blusa bem devagar, deixando aparecer seus seios siliconados protegidos por um belo sutiã de renda preto. Ananda os acariciou com as costas dos dedos e passou a língua bem suave no meio deles. Selene se arrepiou e teve um leve tremelique. Ananda pegou uma pedra de gelo e passou nos lábios de Selena e depois deixou pingar algumas gotas no vão dos seios, provocando mais arrepios.
Passou sua língua pela barriga de Selene, molhou seu umbigo e enxugou com a língua, tudo bem devagar, sem pressa. Abriu o botão da calça e a desceu. Pegou a mesma pedra de gelo e passou na boceta, por cima da calcinha. A tremida de Selene foi maior desta vez. O gelo, então, acariciou a parte interna das coxas e a virilha. Os pelinhos das pernas dela já estavam completamente eriçados e suas coxas tinham pequenos tremores. Selene não falava nada, apenas gemia baixinho e mordia seu lábio inferior. Ananda pegou a mão dela, deu uma chupada no dedo médio e a inseriu na calcinha. Foi até seu ouvido e sussurrou: - brinca com sua xaninha, faz carinho nela -. - Eu não sei como - disse. - Eu te ensino - e pegou a mão de Selene e a conduziu para se masturbar. Enquanto isso, tirou um seio da garota do sutiã e começou a mamar. Selene gemia baixinho e rapidamente pegou o jeito, se masturbando sozinha. Ficaram nessa brincadeira longos minutos e Ananda explorou vários pontos erógenos do corpo de Selene. Depois, voltou para entre as pernas dela. Tirou sua calcinha e encontrou sua boceta ensopada. Pegou um gel da bolsa e iniciou uma massagem na sua virilha, inserindo dois dedos na xana melados com o gel. Ele provocava sensações deliciosas, esquentando e vibrando na boceta. Ananda encontrou o Ponto G e passou a estimulá-lo. Selene começou a tremer, pular e, quando Ananda envolveu seu clitóris com os lábios, chegou a um orgasmo maravilhoso, o primeiro em anos. O corpo da doutora parecia que estava sendo eletrocutado. Ananda e Selene ficaram juntas no hotel até mais da meia noite, conversando, se acariciando e Selene ainda teve outro orgasmo. A única coisa que não fizeram foi se beijar.