Sem Título - Parte I

Um conto erótico de AndH
Categoria: Homossexual
Contém 482 palavras
Data: 19/04/2015 20:31:02
Assuntos: Homossexual, Gay

Sem título – Parte I

Enquanto ele estava no chuveiro eu aproveitei para organizar um pouco o quarto. Olhando em volta, era claro o estrago feito, lençóis pelo chão, um abajur derrubado e as cortinas rasgadas... Meu Deus, estava morrendo de vergonha de sair e olhar pra cara da empregada... O que ela pensaria de mim depois de ter ouvido tudo o que fizemos? As paredes não ajudaram muito com o eco.

O quarto no estilo colonial, com a varanda para o mar, era um sonho de consumo, mas não era algo que o destino tivesse reservado para mim, digamos assim, nunca me acostumaria com isso, minha criação metropolitana acostumou-me com a poluição das fábricas e toda aquela pureza no ar já estava me dando tontura.

O ouvi desligar o chuveiro e instantes depois ele adentrava o quarto. – Bom dia! – disse abrindo o sorriso de comercial da Colgate. Olhando para suas coxas e nudez exposta, flashes da noite me vieram rapidamente e num desses movimentos inconscientes mordi o lábio inferior. – Gostou da vista? – ele disse com o conhecido sorriso sacana, me tirando do transe, mas o jogo era pra dois – Você sabe que eu não gosto de ver sem pegar – quebrei a pequena distância que havia entre nossos corpos, e enquanto o beijava, minha mão trabalhava em seu membro semiduro.

Toc Toc. Uma batida na porta e um balde de água fria derramado em nossa fogueira. Ele perguntou quem era, com jeito de poucos amigos, e a empregada avisou que seu táxi já havia chegado. A lembrança de que ele estava para viajar me tirou todo o entusiasmo. Agradeceu a mulher e foi sentar-se à cama me puxando pela mão. – Qual é, amor, não acredito que ainda está assim por causa dessa viajem – não, não era por causa da viajem, mas por causa do tempo que ela duraria. Duas semanas em um congresso de medicina nos EUA era muito tempo e muita distância e como eu tinha meu trabalho também, não poderia acompanha-lo. – Só me prometa uma coisa, volte inteiro pra mim o mais rápido que puder – o sorriso brotou em seu rosto e acabei recebendo um beijo sufocante – Eu te amo – ele disse olhando em meus olhos. – Certo, agora corra pra não perder seu avião.

Deixei Marcos se arrumando no quarto e desci para tomar um copo de água e enfrentar o olhar da empregada que trazia um tom acusador recatado, que não deixava de ter um pouco de graça mesmo assim. – Amor, estou indo. Te amo. – vinha ele arrastando a mala ao seu lado e pela primeira vez me beijou na frente da velha mulher. Que por eu mesmo estar surpreso, não sei qual foi sua reação. – Certo, também te amo – foi o que consegui dizer. Ele riu, mais uma vez iluminando toda a cozinha e saiu pela porta sendo seguido do taxista, me deixando à sua espera com a mulher.

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