Quando nós chegamos no restaurante, meus olhinhos brilharam quando eu encontrei com a Loh.
- Loh?
- Antoine?
Nós sorriamos que nem dois bobos.
- Quanto tempo! – Ela correu e me abraçou.
- Não, espera aí, o que tu fizeste com a Lohana, mocinha? Caramba, como tu estás diferente, tu estás linda!!!
Ela já não parecia aquela baranga, agora ela estava mais para patricinha, ela estava toda arrumadinha, maquiada, tinha mudado o cabelo, já não usava os óculos fundo de garrafa. Ela estava simplesmente muito bonita!
- Pois é, tirei os óculos, agora uso lentes, mudei um pouquinho o visual e aqui estou.
- Nossa, muito linda, muito linda mesmo!
- Oi, doutor Bruno!
- Oi, Lohana!
- Vocês ficaram amigos depois daquela fase?
- Bom, na verdade nós somos um pouquinho mais que amigos. – Eu disse mostrando minha aliança de namoro.
- MENTIRA? QUE BABADOOOOOO!!! – Ela disse pegando minha mão e analisando minha aliança. – Tu esqueceste de mim, né sacana?
- Eu não, tu que esqueceste de mim! Eu pensava até que tu eras mais amiga do Thiago do que minha.
- Claro que não, seu bobo! Nem sei por que nos afastamos...
- Eu ainda tentei falar contigo, te mandei mensagens, te liguei, mas tu nunca me respondias.
- Eu troquei de número, amigo! Roubaram meu celular e eu tive que trocar de número.
- E não podia somente recuperar o número?
- Pois é, eu não tive essa brilhante ideia.
- Mas qual é teu número? Me passa logo, não vamos mais perder contato!
- Não mesmo! Anota aí!
- Anota o meu também!
- Fala aí!
Nós trocamos de número e ela resolveu deixar umas amigas dela de lado e veio se sentar conosco a meu convite.
- Tu estás diferente, Antoine! Tá mais fortinho, tá mais bonito!
- Olha quem fala, não?
- Mas também está diferente no teu jeito, tá mais pra cima, sei lá.
- Culpa dele, Loh! Tudo culpa do Bruno!
- É, dá para perceber isso por que os dois ficam se olhando com um monstro sorriso bobo. Vocês estão juntos há quanto tempo?
- Desde o início do ano! Vamos fazer seis meses em agosto.
- Posso ser um pouquinho indiscreta?
- Pode! Acho que eu já sei o que tu vais perguntar...
- O Thiago, como está a relação de vocês?
- Não está! Simples assim! Nós conversamos e resolvemos ficar afastados por um tempo, mas ainda nos falamos um “oi” um “bom dia”, mas nada mais que isso.
- Eu entendo! Mas o importante é que tu estás feliz, ele vai encontrar a felicidade dele também.
- Eu acredito nisso também, Loh! Eu torço pra isso, sabe? Eu espero que ele encontre um cara ou uma menina que faça ele muito feliz.
- Mas me contem, como foi que vocês começaram a namorar?
- Ah, isso é uma longa história, Loh, mas eu vou tentar resumir. Bom, o Bruno era casado e eu namorava o Thiago, nós nos separamos praticamente ao mesmo tempo, e nós demos força um para o outro. Nós sempre estávamos juntos, sempre procurávamos estar juntos. A coisa toda foi bem inocente, nós fomos nos conhecendo e fomos nos encantando um pelo o outro e quando nós vimos, nós já estávamos apaixonados.
- Ai, que lindo! Eu desejo toda a felicidade do mundo pra vocês!
- Obrigado, Lohana!
- Pode me chamar de Loh, Bruno. Se tu és namorado do Antoine, tu és meu amigo também.
- Obrigado, Loh! – Disse o Bruno.
- Meninos, a conversa está boa, mas minhas amigas estão me chamando para nós irmos embora. – Ela disse se levantando – Antoine, nós não vamos mais perder contato, viu?
- Não mesmo! – Eu disse a abraçando.
- Eu te ligo! – Ela disse quando nos separamos.
- Tchau, Bruno! Não preciso nem te pedir isso, mas faz meu amigo feliz!
- Pode deixar, Loh! Esse é meu principal objetivo!
- Tchau, meninos!
- Tchau, Loh!
- Caramba, eu estava morrendo de saudades dela!
- Eu nunca mais tinha ouvido tu falares dela...
- Pois é, com todas as mudanças que eu tive na minha vida e com esse último semestre maluco, eu nem lembrei mesmo. Logo no início eu ainda liguei, mandei mensagem, mas ela também sumiu, aí eu acabei me dedicando a universidade e nem lembrei de procura-la.
- Mas que bom que vocês se reencontraram, então.
- Verdade!
- Amor?
- Oi?
- Tu já pensaste sobre o intercâmbio?
- Ainda não!
- Tu já falaste para a tua mãe?
- Não, ainda não!
- Liga pra ela e conta...
- Vou fazer isso, mas depois.
- Depois tu vais esquecer! Quando sairmos daqui nós podemos passar lá na casa dela, aí tu conversas com ela.
- Pode ser!
Nós terminamos de almoçar e fomos para a minha casa.
- Oi, maman! – Eu disse entrando na cozinha e a encontrando dando algumas orientações para a Jojo.
- Antoine? Oi, meu filho!
- Maman, eu queria conversar com a senhora...
- O que foi que aconteceu?
- Calma, não é nada ruim, é um noticia boa.
- Ai, que bom! Vamos lá para a sala. Jojo, tu entendeste o que é para fazer?
- Sim, senhora!
- Jojo, tu estás cada dia mais linda! – Eu disse dando um beijo no rosto dela.
- Mas esse menino não perde essa mania de te babar, Jojo!
- Não liga, Jojo, isso é ciúme!
Nós fomos para a sala e maman encontrou o Bruno sentadinho no sofá.
- Não me digam que é sobre o casamento?
- Não, maman!
- Ah, que pena!
- Sente aqui!
- Se é noticia boa, por que vocês estão tão sérios?
- Tu já vais entender, Ange!
- Maman, é o seguinte: há alguns meses eu me inscrevi para um intercâmbio e eu acabei sendo aprovado.
- Mas isso é maravilhoso, chéri! Para onde tu vais?
- Para Paris, vou passar seis meses lá.
- Mas isso é muito bom! Tu vais poder visitar tua tia em Toulouse.
- Maman, mas eu não sei se eu vou!
- Por que, mon amour?
- Por que as únicas pessoas que passaram nesse intercambio fomos Thiago e eu, e no edital do programa está bem claro que os professores que forem enviados para lá, terão que dividir un studio (studio, em francês, é um apartamento, mas bem pequenino).
- E só por isso tu não vais?
- Isso!
- Então, é só tu ficares em outro lugar.
- Mas que lugar, maman? A senhora sabe que os alugueis em Paris são muito caros. Nós não teríamos como pagar seis meses de aluguel!
- E quem falou em aluguel?
- Se não é aluguel, é o que?
- Lembra quando nós fomos para lá? Lembra onde nós ficamos?
- Maman, a senhora é uma gênia!
Quando eu tinha 17 anos, nós fomos para Paris e ficamos um mês no apartamento do marido da minha tia que morava em Toulouse, como eles moravam nessa outra cidade, o apartamento de Paris ficava sempre vazio.
- Eu vou ligar pra Pauline, ela vai amar saber que tu vais pra lá. Quando tu vais?
- Só no início do ano que vem.
- Tão longe assim?
- É! É que esse intercambio é diferente, eles querem professores, então eu primeiro tenho que concluir meu curso.
- Ah, entendi, esperem aí, eu vou ligar para ma soeur.
- Tá vendo? Vai dar tudo certo! Tu vais para a França! – Ele disse todo feliz.
- Ainda não me decidi, amor! Como que eu vou te deixar durante seis meses aqui?
- Quanto a isso, não te preocupas, eu já estou tendo uma ideia aqui.
- Como assim? Que ideia?
- Na hora certa tu vais saber!
- Olha lá o que tu vais aprontar, Bruno!
- Tu confias em mim?
- Plenamente!
- Então, aguardas que tu vais gostar do que eu estou pensando.
- Ai, ai, ai!
- Oui, c’est vrai, Pauline! Il va l’année prochaine, il peut rester chez toi ? (Verdade, Pauline ! Ele vai no próximo ano ! Ele pode ficar na tua casa ?) – Maman falava no celular.
- Non, chérie, il va travailler à Paris, alors, j’ai pensé qu’il pourrait habiter ton appartement du 5ème arrondissement. (Não, querida, ele vai trabalhar em Paris, então, eu pensei que ele poderia ficar no teu apartamento do 5º arrondissement)
Paris é organizada de formar espiralar e em vários arrondissement, que são quase como bairros. Quanto mais distante do centro, mais perigoso fica.
- Tu es sûre ? (Sério?)
- Ah, mais c’est super ! Il va être trop heureux ! (Ai, que legal ! Ele vai ficar super feliz !)
- Merci, ma belle ! Oui, je vais te rendre visite, mais tu pourrais faire la même chose… quand est-ce que tu viens au Brésil ? (Obrigado ! Si, eu vou te visitar, mas tu poderias fazer a mesma coisa… quando tu vens ao Brasil ? – Ela foi para a cozinha e eu não pude mais ouvir a conversa dela.
- Amor, acho que minha tia deixou eu morar lá.
- Sério? - Ele disse todo sorridente.
- Unrum!
- Ebaaaa, tu vais para a França! Isso é muito legal!!!
Ele estava mais feliz do que eu. Eu queria ir, mas eu não queria ficar seis meses longe dele.
- Amor, eu não quero ficar seis meses longe de ti.
- Eu já te falei que eu vou dar um jeito. Confia em mim!
- Tu estás falando isso só para me convencer em fazer esse intercambio.
- Claro que não! Tu achas que eu quero ficar seis meses longe de ti?
- É que tu estás todo feliz aí com a minha viagem, mas ela só vai nos separar.
- Amor, eu já te falei, calma, eu vou dar um jeito nisso.
- Prometes? Prometes que tu não estás falando isso só para eu ir pra lá?
- Prometo! Eu vou dar um jeito, tu vais ver!
- Antoine! Antoine! – Maman vinha toda eufórica da cozinha.
- O que foi, maman?
- Ela aceitou! Ela disse que o apartamento está vazio e que quando tu chegares lá, tu vais poder ficar lá.
- Que bom! – Eu disse sem muita animação.
- O que foi? Não gostou?
- Eu gostei, maman! Eu só não sei se eu quero fazer essa viagem.
- Mas por que, meu filho?
- Eu não quero ficar seis meses longe do Bruno.
- Meu filho, o Bruno vai entender que isso e fundamental para a tua carreira. Não vai Bruno?
- Sim! Eu já disse que é para ele ir, Ange, mas ele fica assim toda vez que a gente fala dessa viagem.
- Antoine, se o Bruno quer que tu vás, por que não ir?
- A senhora não entenderia, maman!
- Meu filho, tu não podes perder essa oportunidade.
- Eu vou pensar, maman! Eu só tenho que dar a resposta em agosto.
- Ele vai sim, Ange! Pode deixar comigo!
- Que bom que tu apoias ele a ir, Bruno! Bom, mas vocês já almoçaram?
- Já, sim! Antoine, eu preciso voltar para o hospital, tu vais ficar aqui com a tua mãe ou vai pra casa?
- Eu vou pra casa!
- Então, vamos, eu te deixo lá antes de voltar para o trabalho.
- Tá! – Eu disse me levantando do sofá – Maman, eu já vou, tá?
- Mas tu só vens aqui rapidinho, Antoine! Nem parece que tem família!
- Agora que eu estou de férias eu venho mais vezes, a senhora sabe como estava minha vida naquela universidade, né?
- Ah, meu bebe, tu podias vir dormir um dia aqui.
- Ah, maman, a senhora sabe que eu tenho minha casa...
- Mas eu não estou pedindo pra te mudares pra cá, eu só estou pedindo pra vires dormir um dia aqui.
- Se for um dia, eu venho sim!
- Aaah, que bom! – Ela ficou toda feliz
- Estamos indo, maman! Depois nós vemos quando eu venho dormir aqui. – Eu disse lhe abraçando.
- Ah, meu bebe, eu sinto tua falta aqui em casa.
- Hum... nós precisamos ir, amor! – Bruno falou.
- Já vamos! Tchau, maman!
- Tchau, chéri! Tchau, Bruno! – Ela deu um abraço em mim e outro no meu namorado.
- Tchau, Ange!
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Oi, meus amores! Tudo bem? Hoje eu não comentarei, tá? Hoje foi enforcado em quase todos os lugares, aqui em Macapá, menos nas minhas escolas, tô só o pó! Também troquei de treino na academia e estou todo dolorido, mas faz parte, né? Amanhã eu comento, tá? Beijo em todos!
Até amanhã!