A verdade dói! -7
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Dormi muito bem com a companhia e proteção do Breno, acordei cedo e ele estava abraçado em mim, tirei de leve seu corpo de cima do meu, e fui tomar meu banho, fiz minha higiene matinal e sai do banheiro, Breno ainda estava dormindo, resolvi acordá-lo para nós não chegar atrasado.
- ei, Breno, acorda, já tá quase na hora da gente ir pra escola.
- deixa eu dormir mais um pouco.
- não! A gente vai se atrasar, levanta logo.
Ele abriu seus lindos olhos e me deu uma encarada, já estava pronto e só faltava ele, em um impulso sem total reação o Breno me puxou pra cima dele e beijou, um beijo calmo, doce, mas ao mesmo tempo arrebatador, meu corpo estava quase pegando fogo, meu estomago estava se revirando, parecia como se tivesse milhares de borboletas querendo sair e voar livres, não foi o melhor que ganhei dele, mas chegou perto., nos separamos com selinhos e os dois ficamos ofegantes pois o beijo tirou todo o ar que tínhamos.
- bom dia.
- bom dia pra você também, que que foi isso?
- um beijo! Não gostou?
- claro que eu gostei, só me pegou desprevenido.
Ficamos conversando um pouco, mas logo me lembrei da escola e desci tomar café enquanto Breno foi se arrumar no quarto dele (lembrando que ele só dorme no meu quarto, ele tem o dele com roupas e outras coisas), depois nos encontramos no carro do meu pai que nos deixou na escola.
Todo mundo ficou nos encarando, deveriam ter ficado sabendo da briga de ontem, o bando de gente fofoqueira, entramos e por incrível que pareça o Breno estava do meu lado, entrei na sala e ele tipo me mandou um recado visual como “SE CUIDA E QUALQUER COISA ME CHAMA”, nossa que careta da parte dele, posso ser fraco, baixinho, mas sei me cuidar um pouco e não costumo arrumar encrenca por causa disso.
Sentei em meu lugar e logo chegaram meus amigos, Lucas e Débora.
- e ae cara, tudo no esquema?
- na medida do possível sim, e você?
- na mesma, não tenho a sorte de ter duas gatas brigando por mim ainda, mas tá tranquilo!
- ai que idiota, até parece que estávamos brigando por ele, eu já tinha que ter quebrado aquela idiota antes, se ela te encostar de novo eu parto pra cima com tudo.
- calma ae, ela não vai fazer nada.
- iiiiii como é que tu sabe que ela não vai fazer nada, virou adivinha agora?
- não, é que ela me ameaçou de novo e me batei e ai meu pai viu e ele disse que se ela encostasse de novo em mim ele ia acabar coma raça dela.
- sério? Não quero topar com o seu pai por aí nunca, vai que ele me mata só de te olhar.
- deixa de ser bobo Lucas, ele só falou porque ela estava me machucando, eu sei me defender muito bem mas ele é tipo pai super protetor e tal, ainda mais depois que... a nada, esquece.
- agora fala, somos seus amigos, pode confiar na gente.
Então resolvi que seria a hora de contar tudo a ele, mas não ali na sala e muito menos na escola que está cheio de pessoas fofoqueiras, não que seja algo pessoal ou que irá render muita fofoca, mas é coisa minha e eu não desejaria que isso fosse espalhado aos quatro ventos.
- tá e conto, vocês podem passa na minha casa depois da aula pra gente conversar, aqui não.
- parece muito cério pra não poder ser aqui.
- não é seio mas é coisa minha.
Conversamos sobre um monte de coisas, até que o professor chegou na sala, as aulas foram passando muito rápido, estava já na hora do intervalo, fomos comprar lanche pra gente. Estávamos voltando quando um garoto do 3º ano chamou a Débora, tipo, ele pegou ela pelo braço e tirou de perto da gente e ainda disse que tinha que conversar com ela, nossa aí tem rolo. Eu e Lucas fomos nos sentar no nosso lugar de sempre, na sombra em baixo da árvore.
Estávamos conversando quando percebo que o Breno estava discutindo com um suposto amigo dele, um daqueles idiotas que ele sempre estava junto, deu um bolo, todo mundo foi ver, eles saíram no soco e nós ali, só assistindo de camarote “odeio brigas, só vou atrapalhar se me intrometer”.
Narrado por Breno.
Estava com meus amigos no intervalo e sempre ficava cuidando onde o Anderson estava, ainda mais que tinha um tal de Lucas sentado junto com ele, aí aparece um manézão que quer se achar o tal pegador da escola, mentira gente ele é meu amigo e tals, mas tipo ele ficou querendo tirar sarro da minha cara porque o Anderson estava com o Luas, claro que eu senti um pouco de ciúmes, mas eles são amigos e eu não ia demonstrar uma crise em plena escola por causa deles estarem perto.
De tanto que ele me encheu o saco e me chamou de corno pra baixo, claro, na brincadeira porque o único que sabia que eu gosto do Anderson é o Pedro e ele não é desses que fica fazendo fofocas por aí, nós somos amigos de infância e não acredito que isso vá ocorrer.
Só não dei uma surra completa no Leonardo porque nós estávamos na escola e ele posso dizer que é meu parsa, mas não amigo porque eu acredito que amigos não fazem os outros passar mico na frente de um monte de gente, sendo eles colegas e outros amigos ou parceiros de bagunça.
Fomos apartados e eu fui levado pra minha sala enquanto ele ficou lá rindo do meu showzinho de ciúmes, é foi isso mesmo que ele falou, pobre coitado, acho que nunca amou ninguém na vida. Bom vou esclarecer uma coisa: amo o Anderson embora eu queria negar a mim mesmo isso e só vou desistir dele o dia que ele mesmo tiver coragem de me falar na minha cara que não quer nada comigo, aí sim eu vou sumir da vida dele (como namorado, porque eu não saio mais de perto dele nem por decreto), sou muito ciumento mas ele não deu motivos para isso, acho que o meu maior defeito é as crises exageradas de ciúmes, por isso todos os meus relacionamentos duraram pouco, embora não amei nem um(uma) dos(as) meus(minhas) ex-namorados(as), eu gostei, me apeguei, sei lá, com o Anderson é tudo diferente, ele me passa confiança e eu tenho certeza que nunca seria capaz de me trair.
- cara você está com os quatro pneus arriados pelo Anderson, eu acho que está na hora de você fazer alguma coisa.
- eu não sei, tenho medo de levar um fora.
- se fosse o primeiro que você fosse levar, não vai ser o primeiro e nem o último entendeu?
- sim eu sei mas....
- mas nada, quem não arrisca não petisca meu chapa.
- tá vou ver o que eu faço, mas antes eu preciso sair hoje á tarde pra fazer umas coisas.
- que coisas que se tanto faz depois da aula que eu nunca posso saber?
- coisas pessoais que não são da sua conta.
- nossa que moral, magoou agora, a gente nunca teve segredos, isso é rolo?
- não eu já disse que é pessoal.
- você tá traindo o Anderson antes de pedir pra namorar com ele é isso°
- não viaja Pedro, nem em sonho eu vou trair ele.
- então me fala o que você tanto faz depois das aulas, uns dias você vai lá pra casa. Segundas, quartas e sextas eu sei que não porque ou você está na minha casa ou na sua.
- ué, que isso, andou investigando minha rotina.
- não é difícil né Breno, você só não vai lá pra casa nas terças e quintas e nem em casa você não fica porque eu já liguei pedindo de você pra lá e sua mãe me disse que você não tinha chegado, é algo rotineiro, aí tem!
- tem nada, depois eu abro o jogo contigo, mas só depois lá na tua casa de preferência.
- tá, mas hoje você vai lá de qualquer jeito né, fazer o que!?
- a gente conversa depois que eu vou dar um pulo na sala do 9º ano.
- sei, você vai conferir se o seu Anderson está inteiro.
- se liga meu, vai cuidar da sua vida, tá muito folgado.
Fui em direção as salas e por incrível que pareça ele estava no banheiro onde eu entrei pra me olhar no espelho, lindo como sempre, mas inha aquele Lucas a tira colo, posso até sentir ciúmes dele, ele é bonito, mas não chega aos pés do Anderson e não vale a pena arriscar perde-lo por causa de um passa tempo.
- oi, você está bem? – fui surpreendido com a pergunta.
- estou e você?
- eu sim né e o que foi aquela briga lá? Achei que eram seus amigos.
- mas são, foi apenas uma brincadeira.
- espero que você não venha pra cima de mim com esse tipo de brincadeira porque eu vi como ficou o olho do seu amigo.
- foi sem querer, não era pra você ver, me desculpe.
- não! Você não tem nada que pedir desculpas pra mim, que eu tenho há ver com isso?
- a esquece, você está mesmo bem?
- sim, porque tanta preocupação?
- porque se você não sabe é o meu trabalho e me espera pra irmos junto pra casa, temos que conversar.
- tá – ele saiu e aquele Lucas o segui como um cãozinho, um guri alto, forte, segundo o meu baixinho indefeso como se fosse seu cachorro guia. I não gostei nada do meu raciocínio besta.
Saí de lá e fui pra sala mais aliviado por ele estar bem, nunca se sabe quando aquela cobra vai voltar a atacar, tenho que tomar muito cuidado pra não deixar que ela chegue perto dele, se não irá faltar jararaca pra ser pisadaGente eu peço mil desculpas pela demora, o conto se esclarecera mais adiante e vocês irão saber o que o Breno tanto faz.