Oi pessoal, quanto tempo, não? Faz tanto tempo que eu nem sei por onde começar... bem, eu sei sim... Eu não sumi à toa, nem o trabalho me prendeu, nem a falta de tempo ou qualquer coisa dessas do dia a dia que todo mundo vive. Na verdade eu me ausentei por pura E espontânea vontade. Aliás, falta de vontade de postar. Mas eu não exatamente abandonei a historia e nem vou. Só precisei de um tempo pra mim mesmo. O motivo? eu vou falar mais Pra baixo.
Eu comecei a escrever minha história aqui com Daniel para relembrar nossa trajetória desde o início até a época em que comecei a postar, pois foram épocas tão boas, se não as melhores da minha vida, que me perguntei como chegamos até tal ponto, e ao me recordar de cada fato, cada momento, cada detalhe, percebi que no final daquilo tudo existiam muitas lições que poderiam ser passadas pra pessoas na mesma situação que nós dois ou em situações semelhantes. e assim eu iria terminar a historia aqui no site. É claro que nossa vida não iria terminar, muito pelo contrario, mas meu intuito nunca foi fazer desse conto algo como um diário de relacionamento.
Nesse momento vocês devem estar se perguntando porque eu estou escrevendo isso em vez de escrever mais um capítulo da história. Bom, eu vou sim voltar a escrever. Antes era apenas um pedaço de minha vida onde eu queria entreter e talvez dar esperança para algumas pessoas. Agora eu sinto como se fosse a única coisa nesse momento que pode me manter com vontade de continuar vivendo. Mas por fim, vou parar de enrolar e dizer o que está acontecendo de verdade.
Uma das perguntas que sempre se repetiam nos comentários ao final de cada conto era se eu e Daniel ainda estávamos juntos. Eu sempre quis deixar o suspense para o final do conto, mas a resposta era que sim, estávamos juntos. Mas desde que comecei a escrever as primeiras palavras desta nota, ou atestado de óbito, que é o que sinto escrevendo nesse momento, já derramei incontáveis lágrimas e com elas e um pesar monstruoso no coração que informo que infelizmente isso é passado. Em 07 de fevereiro de 2015 eu tive o desprazer de fazer a maior idiotice que já fiz em minha vida e por conta disso não estamos mais juntos.
Se eu pudesse, arrancaria a pele do meu corpo nesse momento, pois ela me incomoda só por dizer que o motivo de nossa separação, foi uma traição da minha parte. Eu espero que me odeiem e ficaria mais triste ainda caso mostrassem compaixão, pois seria ridículo dizer que eu mereço alguma. Sei que depois de tudo que falei e escrevi aqui, preciso me desculpar com vocês leitores, pois pra mim é como se eu também os tivesse traído.
Enfim... Eu já nem sei mais o que escrever, os últimos meses tem sido os piores e mais angustiantes meses da minha vida, onde a cada minuto penso e repenso na burrada que cometi, perco as forças pra viver e me seguro inutilmente pra não desabar em lágrimas seja aonde eu estiver, e assim eu tenho sobrevivido, em qualquer ocasião, no automático, letárgico e sem força de vontade para qualquer coisa.
Para esse texto não passar em branco, vou fazer meu primeiro relato depois de vários meses, resumindo o que aconteceu. Não vou entrar em detalhes pois me dói só de relembrar e ainda mais escrever, por mais resumidamente que seja. Mas vamos aos fatos:
Assim que terminamos nossa faculdade, eu e Daniel já tínhamos um emprego garantido na empresa de publicidade em que o tio dele trabalha. Como ele conhece e é amigo dos donos da empresa, chamava eu e Daniel para conversar e conhecer os donos e o pessoal que trabalhava lá. A empresa tinha um clima bem legal, todos eram amigos ou no mínimo se conheciam. Não é uma empresa multimilionária, mas tem contrato com algumas empresas e redes bem conhecidas. Como já sabiam que nós dois tínhamos um relacionamento, decidiram nos deixar em áreas diferentes. Daniel foi pro financeiro, já que tinha certa experiência com os negócios da mãe, e eu seria designado pra área criativa.
Nós fomos convidados para as comemorações de final de ano, já que a partir de janeiro já seríamos funcionários em treinamento, apesar de não ser o mês em que eles começam a cuidar das contratações de novos funcionários, eles decidiram começar mais cedo pra nos introduzir logo.
Nos últimos dias de 2014 nós fomos à empresa conhecer nossas áreas e ter idéia do que faríamos nelas, e de cada área pediram alguem da equipe a se voluntariar para apresentar a empresa. Na área criativa, um cara chamado matheus (vou chama-lo assim, apesar de não ser seu nome real) se dispôs a me apresentar o lugar. E ali começou a minha ruína.
Matheus era bonito, mas nada de especial. pra mim, não chegava nem aos pés do Daniel. ele era loiro não muito claro, branco com pouca cor de sol, devia ter entre 1,79 a 1,81 de altura, olhos verdes e um corpo de quem malha um pouco. Mas não tinha aquele olhar enigmático do Daniel, nem a sedução natural, nem o charme nem nenhuma das coisas que fazem o Daniel tão atrativo, além da beleza que ele também tem. Enfim, o tipo de pessoa que (eu, pelo menos) só penso "é, essa pessoa até que é bonita" e nada mais.
Nesse primeiro dia ele se mostrou bem solicito e simpatico, respondia minhas dúvidas e era legal. fiquei feliz, pois achei que já ia entrar ali fazendo amizade, o que ia tirar meu nervosismo de trabalhar pela primeira vez sem ser estágio, num emprego Com carga horária normal. Logo nesse primeiro dia fizemos amizade, ele pediu meu número pra nos falarmos pelo whatsapp, me botou no grupo da área de criação da empresa e começamos a conversar, mas nada demais.
Com o tempo fui vendo que ele dizia certas coisas pra mim com outros olhos. Eram bem sutis, mas dava pra perceber que não eram tão inocentes e ele queria algo a mais que amizade. Eu falei pra ele que namorava há 3 anos o Daniel. Ele não se importou e continuou a demonstrar que tinha interesse por mim, mas eu não tava a fim de começar meu primeiro emprego dando fora nos outros e ele também não fazia mais que falar uma coisa ou outra, então eu só ignorava.
No fatídico 7 de fevereiro, sábado uma semana antes do carnaval, o pessoal da criação resolveu sair pra beber num bar. Eu não cheguei a ficar exatamente bêbado, porém mais um pouco de cerveja e eu já não ficaria nada bem. Matheus vendo meu estado resolveu me levar pra casa, pois ele estramanhente não tinha consumido nada alcoólico, mas no estado em que me encontrava, eu não poderia dizer nem fazer muita coisa mesmo que achasse suspeito. E assim seguimos pra nossa casa. Sim, eu e Daniel estávamos morando juntos, que aliás foi um dos motivos que me fez ficar afastado daqui no ano passado. Mais uma das surpresas que eu gostaria de contar aqui com felicidade que agora são só memórias De algo que eu joguei fora.
Chegando em casa, minha cabeça girava, doia, e eu só queria meu sofá e o Daniel, mas ele tinha saído pra comprar alguma coisa. Eu pedia ao matheus pra que ele ligasse pro Daniel, mas ele dizia que não precisava pois ele estava ali e que iria cuidar de mim, passou a dizer que me achou gostoso desde o primeiro dia em que me viu, que apostava que o Daniel "não me tratava como eu deveria ser tratado". Eu tentava contestar, porém mal conseguia terminar um raciocínio com completo no estado em que me encontrava. Matheus foi se aproximando de mim cada vez mais, me agarrando e sussurrando em meu ouvido coisas obscenas. Eu por um lado tinha raiva dele por estar fazendo aquilo comigo dentro da minha casa onde eu vivia com o Daniel, mas com o álcool controlando meus instintos, era impossível não ficar excitado com aquilo.
Ele se aproximava cada vez mais do meu rosto e da minha boca, sussurrava no meu ouvido, eu tentava me esquivar mas já não tinha mais metade do controle de meu corpo, me deixando à sua mercê. Após pouco tempo de investidas, ele puxa meu rosto de encontro ao seu e me rouba um beijo. Vazio, sem paixão, sem amor, sem química nem nada, mas um contato desse tipo para a consciência torpe de uma pessoa embreagada é o suficiente para atiçar os instintos mais primitivos e faze-los querer continuar.
Não faço a mínima idéia do tempo que o beijo durou. Segundos, minutos? Não importa. Tudo desmoronou quando Daniel entrou pela porta da sala e largou a maçaneta de modo desleixado, como quem desiste da vida. Minha única ação foi a de empurrar matheus bruscamente para o outro lado do sofá, mas foi inútil, Daniel já havia visto, e nos ficamos ali, um olhando para o outro sem ter o que dizer. Eu paralisado de medo e arrependimento e ele incrédulo e estático. "Acho que vocês tem o que conversar. Até segunda feira pros dois" disse matheus com um maldito e debochado sorriso no rosto e saiu porta afora, deixando em cacos 3 anos de uma paixão que todos pensavam ser inatingível.
Pessoal, vou parar por aqui porque já não aguento mais relembrar esse momento. A dor que eu tenho no coração é tanta que já é física e meu rosto já tá inchado por conta do choro. Quem sabe algum dia eu crie coragem pra escrever esse relato com detalhes, mas infelizmente, não é hoje. O que se seguiu disso, obviamente, é que após brigarmos feio, Daniel arrumou o básico de suas roupas e itens pessoas e saiu de casa num estado deploravel e me deixou chorando em desespero. Mas antes de sair, suas últimas exatas palavras foram as seguintes: "Eu ainda vou voltar aqui. Eu juro que não sei se eu vou voltar pra te perdoar ou se vai ser pra pegar minhas coisas de uma vez e ir embora pra sempre, mais uma vez depois de tudo que já aconteceu na minha vida. Mas de uma coisa você pode ter certeza. Se eu voltar pra te perdoar, foi fraqueza minha, porque a essa altura da nossa relação você fazer uma coisa dessas, eu devia sumir da sua vida pra sempre". E assim nosso namoro, futuramente união estável, que eu pensava ser sólida como rocha, derreteu por minhas mãos como uma pedra de gelo num deserto. Depois de um tempo Andressa, Clara e Bruno apareceram em casa pra tentar me consolar, mas Clara e Andressa começaram a chorar também e eu continuei bêbado, sujo de vômito por conta da bebida, chorando desesperadamente e destruido debaixo do chuveiro sendo "consolado" pelos 3. Após os dias infernais que se seguiram depois disso, dos quais eu não me atrevo nem a pensar, eu entrei numa depressão profunda, que apesar de ser clinicamente cedo de mais pra afirmar ser depressão, de acordo com o psiquiatra, já era óbvio.
durante esses últimos meses eu não me alimentei direito, mal saia de casa pro necessario além de trabalhar, e com um péssimo desempenho, consequentemente. não queria ver pessoas, quando não estava dormindo estava chorando, como uma criança que se perde de seus pais num supermercado, pelos cantos da casa, casa essa que agora era vazia e fria, por mais que tivesse a insistente e irritante visita constante de meus familiares e amigos, quando eu queria apenas morrer sozinho de um mau súbito.
essa situação durou até quarta a noite da semana passada quando Daniel simplesmente entrou pela porta do quarto, depois de quase 3 meses sem nenhuma noticia, pelo menos não pra mim. Por um momento meu coração se encheu ao mesmo tempo de medo e felicidade, pois ou ele teria voltado pra mim, ou teria voltado pra ir e nunca mais retornar. Eu levantei da cama mais rápido que pensei poder fazer naquele meu estado deploravel, mas fui me aproximando dele como quem se aproxima do espaço de um animal selvagem na floresta. eu repetia seu nome, e fui respondido com silêncio sendo ainda presenciado com a maldita angustia, pois ele passou por mim com o desprezo que eu merecia, pegou roupas de dormir, travesseiros, lençol e cobertores e se dirigiu à sala, deixando bem claro à mim que apenas sua presença física estava ali, sem me esclarecer se a pessoa que eu amava estava de volta ou apenas de passagem. voltei mais uma vez abatido pra cama, e até dormir de exaustão, chorei de soluçar. E as perguntas continuam até hoje com a mesma resposta, o frio e cortante silêncio de nenhuma palavra à mim proferida.
São com tais palavras que me despeço desse capítulo estranho tanto no conto quanto em minha vida. Daqui um tempo quando eu conseguir escrever de modo a não transpassar toda essa minha melancolia insuportável, eu continuo de onde parei no capítulo 17, mesmo que após esse tempo todo não haja mais ninguém pra ler, e se alguma coisa importante acontecer, eu atualizo vocês. Desculpem caso haja algum erro ortográfico, além do meu psicológico estar horrível para reparar em certos erros, eu escrevi esse texto o tempo todo com os olhos cheios de lágrimas, então mal da pra enxergar o que tô escrevendo.
... Bom, é isso. Mais uma vez me desculpem e caso haja alguma dúvida ou comentário, responderei se puder. Obrigado a todos que leram e acompanharam minha história até agora. Isso não é um adeus, eu espero.