Finalmente havia chegado o primeiro dia de aula, eu queria ter aproveitado os dias que eu tinha de férias para sair com o Emanuel, mas o mesmo voltou para o interior de uma hora para outra, continuamos nos falando mesmo assim, ele disse que logo voltaria para o apartamento do irmão no Recife, havia me acordado as 6:00 da manha e e fui para o banho, como eu sempre fazia com meu pai, entrei no banheiro e deixei a porta aberta, a porta do box era de vidro transparente e quando eu estava no meio do banho minha mãe entra no banheiro e olha surpresa para mim...
L: NOSSSAAAA...
Eu: ai droga! (Tentei esconder meu amiguinho com as mãos)
Minha mãe saiu correndo e fechou a porta, nossa que vergonha eu fiquei, quando acabei meu banho olhe para o espelho ainda com vergonha e meu rosto ainda estava um pouco vermelho de vergonha. Sai do banheiro minha mãe estava na sala sentada no sofá arrumando a mochila do Guilherme, ela olhou para mim com vergonha...
Eu: finja que não viu nada.
L: AAAAAIIIII meu bebezinho esta crescidinho! (ela ficou emocionada, se levantou e veio me abraçar), quando você nasceu quase não tinha pintinho, era tão pequenininho, agora... pelo amor de deus, é um homem!
Eu: para mãe! Estou com vergonha!
L: melhora se eu disser que é igual o do seu pai?
Eu: não, so piora mais ainda a situação!
L: ta bom então, vai terminar de se arrumar para tomar o café da manhã, Guilherme vamos tomar banho agora!
G: to indo, to indooooo!
Me vesti no meu quarto rapidamente e corri para a cozinha, comi algumas toradas e suco de laranja, fiz minha higiene bucal e logo já estava pronto para a escola, alguns minutos depois o Guilherme já estava pronto, minha mãe nos colocou no carro e partiu, eu iria estudar na mesma escola que o Guilherme, isso seria bom, pelo menos eu poderia cuidar dele na escola.
A nossa escola não era muito longe de onde morávamos, minha mãe já havia me mostrado o local em um dia que passamos de carro pela frente da escola, se tratava de uma escola da rede particular e de muito boa referencia, gostei da estrutura da escola, quando chegamos logo avistamos muitos alunos na porta da escola, muitos se cumprimentando e sorrindo felizes por reencontrar os amigos depois das férias.
Entrei na escola e fui caminhando com o Guilherme ao meu lado (minha mãe queria entrar conosco, mas eu preferi entrar sozinho com o Guilherme, saberia me virar sozinho), quando chegou na frente da escola minha mãe começou a chorar sem parar, era a primeira vez que ele me levava para a escola depois de mais de 12 anos, ela só tinha me levado para a escolinha quando eu ainda era pequenininho, antes do meu pai ganhar minha guarda.
De imediato encontrei a sala do Guilherme que ficava no primeiro andar, dei um abraço nele e segui para procurar minha sala, quando cheguei no mural de avisos percebi que minha sala ficava no segundo andar vi que um garoto estava olhando o mesmo papel que eu...
Eu: você também é do 2° B?
-sou, você é novo na escola né?
Eu: sim sou, meu nome é Diego (estendi a mão para ele e ele fez o mesmo)
-Me chamo Nathan! Prazer em conhecê-lo (ele soltou um sorriso amarelo e vergonhoso), seu sotaque...
Eu: eu nasci aqui no Recife, mas morei minha vida toda no Rio de Janeiro.
N: HA legal, eu morava no Espírito Santo e estou aqui já fazem dois anos! Vamos para a sala? Posso te acompanhar?
Eu: claro que pode, vamos!
Subimos as escadas em silencio, o Nathan me parecia um garoto legal, olhos verde escuros, mas que ficavam bem evidentes na luz, cabelo um pouco enroladinho so que estava cortado bem curto e um corte bem simples e castanho escuro, pele branca muito branca mesmo, quando ele passou na luz eu quase fiquei cego, magrelo, quando eu o vi achei que ele era desnutrido, o menino parece uma vareta ambulante, eu não achei ele nem bonito nem feio mas com a maior cara de nerd, um garoto normal apenas e muito simples, ele não estava usando o uniforme da escola assim como todos os outros alunos, ele usava uma camisa polo branca, uma calça jeans preta e All Star preto. Já eu estava totalmente diferente, naquela manha eu estava usando minha camisa xadrez de manga comprida favorita (com os quadradinhos azul escuro e claro), aberta e por baixo uma camiseta branca, já que a camisa xadrez cobria meus braços eu só coloquei uma camiseta branca bem apertada que evidenciava meus músculos, calça jeans azul e nos pés estava usando um sapato Adidas de cano alto cinza com detalhes em branco e azul.
Entramos as sala e percebi que ele não falou com quase ninguém, só um “oi” básico para algumas pessoas, muitos me olhavam, analisando o novo personagem que faria parte daquela sala, como a sala já estava quase cheia, fomos obrigados a nos sentar quase no fundão, no canto esquerdo da sala, ele sentou e eu sentei na atrás dele na ultima cadeira, ele se virou para mim e perguntou quantos anos eu tinha...
Eu: 17
N: você reprovou um ano?
Eu: não, é que eu perdi um ano quando era criança por conta da minha mudança para o RJ quando meu pai ganhou minha causa, e você, quantos anos tem?
N: 15 (ele soltou um sorriso tímido) vou fazer 16 em outubro.
Eu: Legal! Você disse que era do ES?
N: isso mesmo, faz dois anos que meus pais se mudaram para cá por conta do trabalho do meu pai e desde então estamos aqui... (ele ficou branco quando olhou para a porta da sala), não acredito...
Quando de repente...
-Nathannnnnnn! BIXAAAAAAAAAA SAFADA! (aquele grito tomou conta da sala), Cheguei cadê os aplausos?
Todo mundo começou a aplaudir, gritar e os meninos a assobiar alto para comemorar a chegada daquele ser inusitado, fiquei com pena do Nathan, ele estava muito vermelho pela forma como aquele garoto tirou sarro com a cara dele, claro que foi tudo uma brincadeira, mas o garoto estava a ponto de morrer, acho que ele estava procurando um lugar para enfiar a cara.
-com licença que eu estou passado, Camila amorrr mio! Me da meu cheru bi! (ele e a garota se cumprimentaram). EIIII lote de puta, falam comigo mais não é? (ele acenou pra o grupo de meninos que estavam do outro lado da sala, eram 5 e todos eles responderam fazendo algazarra).
Ele foi se aproximando aos poucos de nos, esse garoto não tenho nem o que falar, visivelmente gay, aparentemente o único gay da classe e esse gosta de chamar a atenção (Ele é branco, o corte de cabelo dele é um Corte desconexo com volume e franja, parecido com o do Robert Pattinson, a raiz do cabelo é castanho escura e vai se transformando em loira, o fio é liso. Olhos verdes esmeralda. É magro e usava blazer azul, camisa branca com detalhes vermelhos, calça Jean preta e um sapatenis branco, embora muito comunicativo, ele demonstrava um ar de arrogância e superioridade em relação a todos. E pelo visto ele também não ligava para a opinião dos outros).
Quando ele chegou até nos ele olhou para mim, colocou suas coisas na cadeira ao lado da cadeira de Nathan e foi falar com o amigo...
-Olha que fofo, ele ficou todo sem graça!
N: não fala comigo Arthur! Seu idiota!
A: ai que mau humor, primeiro dia de aula é dia de felicidade (ele tirou o blazer e colocou em sua cadeira)
N: sem necessidade de fazer isso tudo, precisava de todo esse espetáculo Arthur?
A: precisava! Primeiro dia de aula tenho que chegar fechando!
N: não gostei!
A: amoor! Não gostou? Procura o PROCON pra ver se melhora!
Nathan ficou calado...
A: enfim, me diz... (me olhou de novo), quem é o novato, parece que vcs já fizeram amizade né?
N: Arthur esse é o Diego, Diego esse é o Arthur, motivo de toda a minha desgraça nessa escola. (ele falou com uma cara séria mas demonstrando ser uma brincadeira)
A: “Desgraça” é o cacete, eu sou o segredo do seu sucesso! Enfim é um prazer te conhecer Diego (estendendo a mão para mim)
Eu: o prazer é todo meu!
A: gostei de você, você não parece o tipo de cara que é preconceituoso com gays não.
Eu: claro que não cara, até pq eu também sou gay.
A: WHAT!!!!!! MENTIRAAAA!
Nathan olhou para mim com os olhos esbugalhados e o queixo caído...
Eu: é, eu sou gay também, assumido para a minha família e tal.
A: não acredito, obrigado meu Deus por ouvir minhas preces, um gato desses e ainda por cima gay era tudo o que eu precisava!
Eu: vai tirando o cavalinho da chuva, não quero ninguém agora, to muito bem só!
N: toma seu assanhado, levou um toco agora! Hahahahahahahaha
A: fica quieto seu sem graça (ele se sentou na sua cadeira e ficamos conversando, cada um contou da sua vida).
Em alguns minutos o professor chegou na sala, todos o cumprimentaram e ele pediu para que todos fosses para o auditório para as boas vindas da escola. Era imenso o auditório daquele lugar, pelo visto estava toda a escola (como será que estava o Guilherme?), sentamos juntos eu, o Arthur e o Nathan, o Arthur não parava de querer saber de mim, era evidente que ele estava dando encima de mim, mas eu nem dei bola e o Nathan estava todo tímido e com vergonha.
No auditório não aconteceu nada de mais, só boas vindas, apresentação de professores e alguns informes, depois todos voltamos para a sala de aula, já era segunda aula e era aula de história, o professor se apresentou e pediu que todos se apresentassem, principalmente os novatos (foram cinco novatos, eu, um garoto e 3 garotas)...
Eu: (em pé e com todos me olhando), me chamo Diego tenho 17 anos e eu vim do Rio de Janeiro, nasci aqui no Recife e com 4 anos de idade fui morar lá com meu pai e agora estou de volta.
O Arthur deu uma de curioso...
A: e por que resolveu voltar agora?
Eu: por um motivo muito particular que realmente não quero falar.
N: (falando baixo para o Arthur) Tomaaaaa! Não podia ficar sem essa!
A: fica na tua idiota!
N: vadia de viaduto!
A: idiota
Eu comecei a rir com a pequena discussão dos dois, quando todos tinham se apresentado o professor começou a conversar como seria o ano letivo e etc. A mesma coisa aconteceu com todos os outros professores e logo o dia na escola já estava chegando ao fim, no toque da ultima aula eu sai da sala acompanhado do Nathan e do Arthur fomos caminhando e o Guilherme estava me esperando na frente da sala dele como eu pedi que ele fizesse...
A: quem é essa criaturinha linda?
Eu: é meu irmão!
A: ele é lindo!
Guilherme estava tomando seu iogurte e fingindo que não estava ouvindo a conversa.
N: já quer pegar o moleque seu pedófilo safado?
A: eu não, nunca, eu só achei o menino lindo, algum dia vai fazer o maior sucesso!
Eu: concordo com você.
Segundo o que me foi dito o Arthur iria fazer 18 anos naquele ano e ele perdeu dois anos de estudos por conta de muitos problemas que a família dele sofreu com seu pai quando ele era criança. E pelo o que o Nathan me contou, o Arthur trabalha num salão de beleza desde os 16 anos, depois que o pai morreu por conta da bebida foi que a família veio a melhorar um pouco, mesmo assim começou a trabalhar, ajudando a mãe a cuidar da casa e dos dois irmãos mais novos e ainda estudando naquela escola porque com o seu esforço ganhou bolsa para estudar lá, na hora da saída eu olhei para aquele garoto e pensei “por tanta dificuldade que essa criatura passou e talvez ainda passa, por todo sofrimento que já passou e ainda esta ai, batalhando e sorrindo sempre, isso não é fingir que não aconteceu, isso é mostrar que por mais que a gente sofra, a vida vai sorrir para nos e temos que sorrir para ela”
Chegando na entrada da escola...
N: meu pai já esta ali me esperando, vou indo nessa! Até amanha!
Eu: até, foi um prazer te conhecer!
N: o prazer foi todo meu! Tchau azedo!
A: Vai logo embora que já estou ficando cego so de te olhar! TCHAU!
Eu: você vai para casa de que?
A: de busão é claro, lindo e divo como sempre!
Eu: vc mora onde?
A: perto do aeroporto.
Eu: quer uma carona?
A: não é todo dia que se consegue uma carona né? Cadê seu fusca?
Eu: esta chegando agora, olha ali!
A: WHAT! Isso é um Kia Sportage? Eu sou apaixonado por esse carro meu Jesus!
Eu: é da minha mãe!
L: vamos meus bebês
Eu: mãe esse é o Arthur, podemos dar carona para ele hj?
L: claro, onde ele mora?
Eu: perto do aeroporto.
L: entra ai minino, te deixo em casa!
Ele entrou correndo no carro e partimos, a todo momento ele ficou falando com minha mãe, ele disse onde trabalhava e qual era o salão e minha mãe foi logo marcando horário com ele para “dar uma bofetada no cabelo” como ela falava, deixamos ele em casa e fomos para nossa casa, no meio do caminho meu celular começou a tocar...
Eu: não conheço esse numero... Alô!
-Diego!
Fiquei branco, sem voz e com vontade de jogar o celular no inferno... Era o idiota do Iago...
gatinhoo2gatinho02@hotmail.com
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS: GOSTARIA A AGRDESCER ESPECIALMENTE A DOIS ESCRITORES AQUI DA CASA DOS CONTOS, DUAS PESSOAS QUE CONTRIBUIRAM PARA ESSE CAPITULO E DE FORMA BASTANTE AMISTOSA DERAM OPNIÃO INDIVIDUALMENTE COMIGO E APÓS ACATAR AS IDEIAS DE CADA UM PUDE COLOCAR NO CONTO O “ARTHUR” E O “NATHAN”.
NATHAN: CRIAÇÃO DO ESCRITOR DO CONTO “SUPERANDO-SE” QUE ESCREVE TAMBÉM COM O PSEUDONIMO “NATHAN” (POR ISSO ESCOLHEMOS ESSE O NOME DO PERSONAGEM), ENFIM MUITO OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO MEU AMIGO.
ARTHUR: CRIAÇÃO DO ESCRITOR DO CONTO “ESTRANHA VIDA DE UM ESTRANHO” (QUE POR ACASO AINDA ESTA NO CAPITULO 1), MAS ENFIM, ELE ESCREVE COM O PSEUDONIMO “ARTHUR DIEGO”, FOI DAI QUE VEIO O NOME DO PERSONAGEM, MUITO OBRIGADO MEU AMIGO, AJUDOU BASTANTE.
ENFIM, DEIXO AQUI MEU AGRADECIMENTO A ESSES DOIS AMIGOS MUITO QUERIDOS E QUE SEI QUE SEMPRE POSSO CONTAR, E PRICIPALMENTE GOSTARIA DE AGRADECER TODOS OS QUE LEEN MEU CONTO E GOSTARIA DE DIZER QUE SE TIVER ALGUMA CRITICA, ALGUMA SUGESTÃO, SE QUISER QUE EU COLOQUE ALGUMA COISA NO CONTO É SÓ MANDAR UM EMAIL PARA MIM, O “ARTHUR DIEGO” EU CONHECI ELE PORQUE ELE ME PEDIU ANO PASSADO PARA INTRODUZIR UM PERSONAGEM DELE EM NO ATUAL CONTO QUE EU ESTAVA ESCREVENDO NA ÉPOCA E SEM PROBLEMA NENHUM EU O ATENDI E COLOQUEI O PERSONAGEM DELE EM MEU CONTO E HOJE A HISTÓRIA SE REPETE SO QUE ALEM DELE CONTEI COM A AJUDA DE OUTRO ESCRITOR. ENTÃO É ISSO PESSOAL SE QUISEREM ACRESCENTAR ALGO, É SO ENTRAR EM CONTATO QUE EU DOU UM JEITINHO E FAÇO OS DEVIDOS AGRADECIMENTOS AQUI! BJS E ATÉ A PROXIMA!