Cap.3
- Bruno... - sorri
- O quê foi ?
- Este era o nome que eu queria colocar em meu filho antes dele nascer. Mas ai, acabou ficando mesmo a vontade dela, ficou Thiago - falei, cortando a pizza que estava na minha frente.
- Você parece ama- lo demais.
- Eu amo. Ele e minha mãe são as coisas com que mais me importo na vida.
- Entendo. Sinto não poder falar nada sobre minha família, é tão estranho. Eu tento lembrar, mas não vem nada.
- Tudo bem, eu compreendo.
- Mas então, sua esposa vai concordar com minha estadia aqui ?
- Esposa ?- RI, enquanto pegava dois copos e colocava o refrigerante neles - eu sou gay garoto, não se assuste !- falei, vendo ele arregalar os olhos.
- Gay ?... Mas... E como você teve filho ?
- Bem, isso foi uma aventura. Eu estava todo confuso, querendo saber se era ou não, eu sabia que ela gostava de mim, então decidi ir pra cama com ela. No dia, detestei - ele riu da cara que eu fiz - mas por um milagre eu cheguei no ápice, também, não parava de pensar num homem. Naquele bendito dia, camisinha estourou. E ai, ela engravidou. 9 meses depois, ele nasceu kkkk
- Mas então, cadê a mãe dele ?
- Só Deus sabe. Um dia, ela deixou ele comigo, e disse que iria embora com um novo marido. Sumiu, até hoje não sei aonde foi.
- Sério ?
- Humrum. Dai eu criei ele ate hoje - falei, comendo mais um pedaço da pizza - deve tá sendo chato pra caramba alguém da sua idade estar ouvindo o que eu estou falando né ?
- Não, eu gosto de ouvir você - falou, sorrindo. Baguncei aqueles cabelos pretos, fazendo ele ficar meio enraivecido - ei...
- Você é legal Bruno, mesmo não lembrando de nada. Ah, já sei o que a gente pode fazer pra passar o tempo.
- O quê ?
- Jogar vídeo game.
- Tá bom, se eu lembrar com jogar - gente, vocês não sabem o quanto eu estava num dilema. A cada segundo vinha uma pergunta que precisaria da memória dele, e eu me tocava que não podia fazer porquê ele não ia lembrar. Era esquisito.
TEMPO DEPOIS
- Pronto - falei, ligando o cabo da TV no video game - vamos jogar - era um XBOX One, iriamos jogar Need for Speed. Durante a iniciação do jogo, eu fiquei olhando pra ele. A cara que ele fazia era de completo desconhecimento. Olhava para os controles, pra TV, e parecia não saber aonde tinha se metido. Coloquei o jogo, e quando ia começar, parei pra ensina - lo.
- Não, pode ir... Algo me diz que eu já joguei esse jogo.
- Tem certeza ?
- Acho que sim. Vamos ver !!- falou, enquanto eu recomeçava o jogo. E não é que ele realmente lembrava do jogo. Ficamos jogando por diversas vezes, e ele me ganhava várias vezes, parecia que ele era viciado no video game na vida normal. Tinha maestria e rapidez com os dedos. Fomos jogando e nem percebemos a noite passando. Acabou que dormimos ali mesmo.
TEMPO DEPOIS
Acordei no meio da madrugada, todo doído por causa do chão duro. A chuva havia aumentado da hora que eu havia ido dormir até o momento. Percebi que ele dormir bem acima da minha cabeça, todo torto também. Me sentei, esfreguei os olhos, e percebi que não devia deixar ele ali. Gente, ele tava dormindo tão bonitinho, deu até pena acordar. Resolvi fazer que nem fazia com meu filho, o peguei no colo. O puxei e ele não era tão pesado. Não acordou. Trouxe ele até o quarto aonde ele iria ficar, e o coloquei na cama. Ajeitei o lençol e liguei a central. Fiquei olhando pra ele enquanto o quarto gelava. Será se ele era de uma boa família ? Se tinha uma relação boa com os pais ? Se era sozinho ? Será se eu me enganei e ele era apenas um garoto de rua que havia sofrido alguma agressão e perdido a memória. Não sabia. Mas que ele era um garoto muito bonitinho, parecido com os que eu imaginava na adolescência, ele era. Era incrível como o que eu imaginava ser meu sonho de consumo era parecido com ele. Mas eu não podia ficar pensando nisso. Ele era novo demais, devia ter no maximo uns 17 anos e eu estava pensando algumas besteiras com ele. Não era legal. Sai do quarto lentamente e fui pra minha cama.
- É, vou dormir com o telefone nas mãos. Qualquer coisa, chamo a companhia de seguros.
NO DIA SEGUINTE
Acordei, eram umas 9 horas. Meu plantão só começaria as 15hrs, então eu não estava preocupado. Meu quarto estava bem gelado, entao eu tratei de desligar a central. E ai ? Será se tava tudo normal ? Escovei os dentes, vesti o short e uma camisa e sai do quarto. Senti um forte cheiro de café. Quando me aproximei, vi que era ele quem estava cozinhando. Permanecia com aquela camisa que deixava toda a sua perna a mostra. Ainda meio sonolento, perguntei
- O que está fazendo ?
- Não sei... Deu vontade de fazer, espero que não fique incomodado.
- Não, não se preocupe. Mas você sabe cozinhar Bruno ?
- Pelo jeito sei- falou, com o prato e uma colher na mão.
Continua
E ai ??? Gostaram ??? Espero q sim. Beijos
