A vida seguiu normalmente. Eu voltei pra minha casa, minha rotina como estava de volta como antes. Já faziam algumas semanas que eu não via meu primo.
Depois da morte de meu tio, a mãe de Oliver, por ser muito apegada ao pai, ficou em depressão por algum tempo, não saia de casa, não trabalhava, não ia a igreja.
Com essa distanciação, ficamos sem nos vermos por um período de tempo. Praticamente um mês. Mas, para mim, foi como se fossem um ano.
Eu contava os dias, as horas, os segundos para poder vê-lo. A distância estava me matando.
Agora eu entendo todos os lados do amor. Você ficar mal por não estar perto da pessoa amada é algo insuportável.
Como eu queria ver ele, abraçar ele, estar do lado dele. Tudo isso era muito difícil. Será que ele sentia saudades de mim?
***
Eu estava na área externa da igreja. Avistei a van que vinha do povoado do meu primo chegar. Mas, não queria criar esperanças.
Tentava me distrair o máximo possível. Talvez se eu ocupasse minha mente, as lembranças dele não me causariam tanta dor.
Já estava acostumando-me aos poucos. Isso seria apenas um período de tempo, só que minha angústia falava mais alto. Eu não suportaria mais, ficar sem meu pequeno me matava.
Perdi as contas de quantas vezes chorei, sim, chorei. Quantas noites em claro eu passei. Porque amar é tão bom e tão ruim assim?
- Primo? - ouvi uma voz atrás de mim.
Era ele. Eu reconheceria sua voz mesmo que estivesse surdo. Quase não acreditei. Eu o abracei ali mesmo. Um abraço longo e bem apertado.
O quartel das feias encalhadas estava do lado de fora. Elas ficaram nos observando. Ainda cochicharam algo. Mas, quem se importa? Santas do pau oco.
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Nos sentamos juntos como de costume. Ele ficou praticamente amontoado em cima de mim o tempo todo.
Incomodava? Sim. Mas a saudade era tamanha que eu nem me importava.
No fim de semana seguinte, passaríamos dois dias inteirinho juntos. Haveria um congresso em outra cidade, e, pra nossa sorte, ficamos no mesmo ônibus.
***
Finalmente, o fim de semana chegou. Eu estava tão ansioso, poderíamos passar os dois dias juntinhos. Sem mais nada com o que se preocupar.
- Tia, troca de lugar comigo pra eu ir com meu primo? - perguntou Oliver.
- Deixa eu pensar... Pode sentar, mas sem bagunça! Não quero ouvir reclamações hoje.
- Até parece que tem alguma criança aqui. - respondi ironicamente olhando pra Oliver.
Ele me fez uma tromba tão grande que eu não consegui conter o riso. Comecei a dar risada da cara dele, logo ele começou a rir também. Costumeiramente, a gente sempre brigava e voltava a se falar na mesma hora.
Fomos batendo papo até a metade do caminho quando ele capotou em cima de mim. Se eu cobrasse por poda vez que eu virava o travesseiro particular dele, eu estaria rico. Assim como todas as vezes, eu fazia cafuné em sua orelha, ele amava aquilo.
Nossas mãos se encontraram. Eu fiquei na dúvida se ele estava dormindo ou não. Ele apertava minha mão como se não fosse soltar mais, e eu retribui o gesto.
Depois de um tempo, ele começa a enroscar seus dedos no meu dedo no meio, similar a uma penetração.
QUE SAFADO!
Entendido o recado, eu mesmo comecei a fazer a "penetração". Deslizava e puxava meu dedo, e ele apertava cada vez mais.
Percebi que a outra mão dele estava indo em direção de seu pau, será que ele estava excitado?
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O dia passou rapidamente, nós íamos juntos até pro banheiro, ele parecia um carrapato atrás de mim. Assim como a maioria, todos que nos viam juntos pensavam que eramos irmãos, portanto, ninguém desconfiava que nós eramos primos, só que nossa relação era um pouco mais que isso.
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Na volta eu acabei adormecendo, mas, no melhor do meu sono, meu primo reinicia a nossa brincadeira feita pela manhã.
Depois de um tempinho, ele chega bem perto do meu ouvido e começa a gemer baixinho. Que garoto descarado!
Se não fosse algumas pessoas perto da gente eu o agarraria ali mesmo. Queria dar um trato nele, colocar aquele safadinho nos eixos.
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No dia seguinte, sentamos juntos novamente.
Ele tinha ido ao banheiro e eu acabei colocando a mão na sua poltrona. Nem tinha percebido isso, só percebi de fato quando ele se sentou em cima de minha mão.
- Tá querendo enfiar o dedo no meu cú é? - sussurrou ele enquanto as bandas da bunda dele eram roçadas pela minha mão.
- Quê? Você que sentou em cima de minha mão.
- Aham, sei.
Fomos o caminho todo praticamente calados. Mas esse silencio foi quebrado por sua pergunta.
- Primo, vamos ser viados? - perguntou ele.
Não sabia se gritava, chorava ou ria daquela pergunta. Mas o que eu realmente fiz foi uma enorme cara de bunda. Eu estava perplexo com aquilo. Será que seria sério? Ou tipo um pedido de namoro? Não. Claro que não era.
- Ahn?
Nos fitamos por algum tempo, bastante tempo. Eu não consegui responder sua pergunta. Por quê ele sempre me pega de surpresa?
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No intervalo do almoço, sai para dar uma volta no local, que era bem bonito por sinal. Enquanto estava andando pelo estacionamento, avisto Oliver, Matheus e outros meninos eu não os encarei bem.
- Primo? Você vai ficar por ai com esses meninos? - perguntei me aproximando do grupo.
- Aham, vou sim! - respondeu Oliver.
- Você não quer vir comigo? Esses meninos tem cara de que vão aprontar alguma... - sussurrei em seu ouvido.
- Me solta cara, deixa eu ir. Eu quero ir com eles. - respondeu ele grosseiramente.
- Quer saber? Faz o que você quiser. Depois não venha me procurar. Aproveita e fica o dia todo com eles, e me esquece. Infeliz. - retruquei.
Nem esperei uma resposta dele. Queria mais que ele se explodisse. Quando não tem ninguém pra distraí-lo eu sirvo? Eu só sou um capacho que ele usa e abusa quando ninguém dá ibope pra ele? Se ele acha que é assim, ele caiu do cavalo. Nem meus pais me dizem o que fazer e ele quer montar em cima de mim? Acho que ele não me conheceu o suficiente ainda.
Voltei ao meu lugar, o programa recomeçaria em alguns minutos. Esses minutos se passaram e já faziam mais ou menos uma hora, e nada de Oliver.
- Primo? Oliver sumiu. Você andou com ele hoje por ai? - perguntou a mãe dele.
- Não sei prima... Ele deve ter comido demais e deve estar com dor de barriga. - menti.
Mesmo com raiva dele iria acobertá-lo. Que idiota eu sou. Se aquele pirralho acha que eu vou estar na cola dele pra defender todas as suas burradas, ele está totalmente enganado.
Alguns minutos depois ele aparece. Eu o vi chegando pelo canto do olho, mas nem dei atenção a ele.
- Primo?
- "Quié"?
- Parece que eu tava chorando?
Não. Parecia que ele tinha tomado um soco em cada olho.
- Quem fez isso? Me explica, agora.
- Calma... Se minha mãe ouvir ela vai me bater quando a gente chegar em casa.
E eu com isso. Pouco me importa. Ainda assim seria pouco.
- Então conta o que houve. Des-em-bucha! - sibilei.
- Sabe aqueles meninos que estavam com o primo Matheus? Então, eles deram ideia da gente pegar aquelas paradinhas dos pneus dos carros no estacionamento...
- Mas Oliver! Isso é roubo. - suspirei - Continua...
- Teve uma hora que todo mundo sumiu, e eu fiquei sozinho. Então não achei má a ideia de pegar alguns daqueles pininhos pra mim... - disse ele cabisbaixo.
- E porquê você tava chorando? - fui curto e grosso.
- É que um cara me viu tentando pegar um daqueles e brigou comigo. E ele começou a me xingar e disse que ia falar com minha mãe. Ele ainda quase me bateu.
Percebi uma lagrima escorrendo pelo canto de seu olho. Será que foi verdade? Bem se foi ou não, foi pouco. Eu o avisei, quem não quis ouvir?
- Vem comigo. - exclamei.
- Pra onde?
- Não te interessa. Anda logo. Vem.
Ele se levantou e me seguiu, levei-o a um banheiro pouco utilizado por ser mais afastado.
- Lava esse rosto.
Ele não se manifestou, apenas obedeceu. Depois de lavar o rosto ele parou e ficou me olhando.
- Nunca me viu?
- Me desculpa?
- Pelo quê? Você não me fez nada!
- Eu sou burro demais, eu só faço besteira! Eu devia ter te ouvido quando você tinha me avisado.
- Verdade... Mad agora já está feito.
- Me desculpa... por favor? - ele agarrou meu braço enquanto eu iria sair do banheiro.
Ele estava chorando novamente. Eu o confortei nos meus braços. Me parria o coração vê-lo assim.
- Me promete que não vai fazer merda de novo?
- Sim... - disse ele em meio as lágrimas.
Caralho! Eu só quero seu bem. Nao percebes isso? Para de chorar.
- Só se você me desculpar!
- Tá bem. Tá desculpado.
- Você vai ficar chateado comigo não é? Não vai ser mais meu amigo?
- De onde você tirou essa ideia maluca?
- Você sempre me defende e eu sempre faço merda! É sempre assim...
- Não, claro que não.
- Me desculpa mesmo?
- Já está desculpado. Tudo bem pra você?
Ele não respondeu, apenas balançou a cabeça positivamente.
- Porque você sempre tá do meu lado? Porque você sempre me protege?
- Bobinho, nunca percebeu não é? É porquê eu t...
***
Eu comecei a escrever uma nova história (fictícia). Vou começar a postá-la quando encerrar essa, e não falta muito. Infelizmente...
Essa nova história vai contar a história de um "japinha", ele foi muito humilhado no passado, até a própria pessoa que o amava teve participação no ato. Um tempo depois, ele retorna. Bonito, diferente, mas com algo incomum: sede de vingança. E ele irá fazer todos pagarem com a mesma moeda.
Creio que seja apenas uma temporada. Gosto de escrever, mas a criatividade não é tamanha. Poderiam sugerir alguns nomes pra essa historia?
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Obrigado a todos os leitores.
Um obrigado maior ainda pra você, @kaahh_sz que comenta todos os capítulos dessa minha "vida louca".
Por favor, votem e comentem <3