PRÓLOGO
Eu estava lá, mesmo não sabendo o porquê fui. Não conhecia quase ninguém lá, apenas tinha amizade com Larissa, naquele lugar. Era a festa de Samuel, que ele promoveu pra comemorar a formatura na escola. Ele sempre dizia na sala que tínhamos que comemorar a libertação do inferno, e até certo ponto concordava com ele.
Mesmo sendo do terceiro ano, e minha turma toda estava lá, ainda me sentia sozinho.
Fui interrompido em meus pensamentos por alguém que me chamou.
— Não vai tomar nada não? — Era Miguel, ou o “Porto—riquenho”, como era chamado por todos na classe, devido suas origens espanholas.
— Valeu, mas não. — Ele me olhou com uma expressão de quem diz “Que diabos faz aqui então?” — Obrigado, mas tô sem clima pra beber qualquer coisa. — Completei para não ser grosseiro.
Avistei Larissa vindo, estava abraçada com Marcos um garoto do segundo ano, e que eu odiava, mas não podia fazer nada contra.
— Feh! Levanta e vem dançar! — Disse ela enquanto largou de Marcos e me puxou para me levantar do meu canto do conforto e da depressão. — Vamos, levanta! Você veio hoje pra ficar no cão chorando!? — Eu resisti, e ela percebeu que era sério. — Marcos me dá um tempo aqui. — disse enquanto se agachava, e ficava mais próxima de mim. — Busca algo pra mim lá fora na mesa, tá!?
Marcos entendeu o que ela disse, deu de ombros e saiu casa a fora.
— Olha, eu sei que não tá sendo fácil pra você, mas você tem que sair da bed. — Enquanto falava, alisou meus cabelos com a mão e levantando minha franja, que eu usava pra esconder aquela cicatriz terrível que eu ganhei de presente, disse. — Olha não adianta ficar aí nesse chão imundo, não vai mudar nada. Você quem sabe.
Ela se levantou, saiu pela porta, deve ter ido atrás de Marcos.
Fiquei martelando na minha cabeça o que ela disse, ela provavelmente tinha razão. Eu deveria socializar, deveria participar, fazia quanto tempo já? Nove meses, 10? Talvez até mais, mas eu ainda insistia naquilo, foi aí que parei pra perceber, eu nem mesmo sabia que mês era este, acho que acordei pra vida, finalmente percebi que não deveria parar a vida, que por mais doloroso que fosse, eu deveria conviver com isso.
Hey Guys, Esse é meu primeiro conto aqui, é uma ideia que tinha a muito tempo e hoje passei de leitor para escritor. Espero que gostem. ^^