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Boa leitura a todos.
***
O clima do lado de fora estava realmente bom. Eu selei ali minha promessa, e a manteria de pé. Por tempo indeterminado. Não sei o porquê, mas minha amizade com Neto tinha crescido tanto, parecíamos que eramos amigos de infância. E isso tudo em um só dia.
Estava eu, super distraído olhando pras estrelas, quando o vento passa e leva uma folha em chamas pro pé de minha orelha.
AI AI AI AI. CARALHO QUE ISSO?! - gritei enquanto saí correndo de onde eu estava.
Todos rira. de minha cara. Não achei a mínima graça, digo, só um pouquinho. Eu mesmo comecei a rir da minha situação, quem manda ser no mundo da lua? Vai que é defeito de fábrica.
- Ai primo, você é ilário... - disse Neto laçando os braços por cima dos meus ombros.
- Ai ai... Quase morri do coração. Eu achei que foi um de vocês que fez isso! Quase quase um de vocês sairia morto daqui, haha.
E foi motivo pra mais gargalhadas.
- Que tal a gente contar histórias de terror? - indagou Neto.
- Adorei a ideia.
- Não, eu não. Eu morro de medo dessas coisas. - disse Caio.
- Vai arregar? Você não tá com nada hein.
- Eu só quero ouvir se eu ficar do seu lado primo... - disse Oliver se aninhando debaixo do meu braço direito.
No momento, me deu uma vontade de falar: "Fica com seu outro priminho, não queria dar a bunda pra ele?". Mas me controlei.
- Não é isso... É que... Vocês colocam pressão demais... - disse Caio.
- Frouxo! - exclamou Neto.
Todos riram da cara dele, menos ele próprio, obviamente.
- Eaí, quem vai começar? - perguntou Neto.
- Eu não sei nenhuma. Só quero ouvir. - disse Oliver se agarrando mais ainda em mim.
- Okay, eu começo...
"Reza a lenda, que uma mulher atravessava tentou atravessar os trilhos antes do trem, e acabou sendo atropelada por ele...
Percebia a cara de horror deles, me controlei pra não rir.
...E essa mulher, foi partida ao meio! Como a alma dela não pode partir em paz, ela vaga por aí até hoje procurando sua outra metade...
Eles continuaram olhando pra mim sem nem piscar. Neto, tinha sacado que eu estava querendo os assustar e deu um sorriso de canto como indicação levando seu olhar até eles.
... Para conseguir se mover, ela usa duas barras de ferro, e sai por aí a noite, fazendo: 'tec tec tec tec'. Se vocês ouvirem esse barulho, é melhor saírem correndo!"
Nesse momento, assenti com a cabeça e Neto começou a bater uma barra de ferro em uma madeira reproduzindo o mesmo som que eu mencionara.
- AAAAAAAAAAAAAAAH! - gritaram Caio e Oliver e correram em direção a casa.
Eu e Neto nos entreolhamos, e caímos na gargalhada.
- Que idiota, eles acreditaram! HAHAHA.
- Duas mocinhas, será que se mijaram? HAHAHA!
- Ai cara, eu tou sem sono. Tá afim de madrugar?
- Pode ser. Vamos esperar todos dormir e ai a gente bate papo aqui fora de novo.
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Depois de susto recuperado, ânimos controlados, banhos tomados, fomos pro quarto "dormir". Imagina o desastre: quatro marmanjos dormindo na mesma cama.
- Eu não quero dormir do lado de Oliver - exclamou Caio.
- Nem eu. - disse Neto.
- Eu quero dormir no canto. - disse Oliver.
- Mas... Eu queria dormir no canto. - disse eu.
- Eu quero dormir do seu lado, primo. - disse Neto.
- Eu também quero! - disse Oliver.
- Eu quero dormir do lado de Neto. - disse Caio.
- Okay, okay. Vamos fazer assim: Oliver, vai pra parede, eu deito do lado de Oliver, Neto do meu lado, e Caio do lado de Neto. Pode ser? - sugeri.
- Pode... - responderam os três.
Nos ajeitamos na cama. Depois de vários empurrões, "sai de cima de minha coberta", "larga meu travesseiro", a paz reinou. Por enquanto.
- Você não esqueceu não né? - sussurrou Neto.
- Não... - respondi.
- Esqueceu o quê? - perguntou Oliver.
- Nada, vai dormir coisa! Escutando conversa alheia é? - disse eu.
Passados alguns minutos, eu já estava quase dormindo, quando sinto Neto me cutucar. Eu estava quase de conchinha com Oliver, estava tão gostoso... Não queria sair dali. Naquele momento eu tinha esquecido tudo, realmente tudo.
- Vem na cozinha comigo?
- Ok, já vou, já vou.
Me levante meio zonzo, estava quase adormecendo. Já Neto, estava a todo gás. Na cozinha, comeu feito um condenado.
- Tá passando fome? A gente comeu antes de ir deitar. Pra onde vai a comida do povo dessa família?
- Sabe pra onde vai? - disse ele levantando e passando a mão na barriga, mas já na direção da barra de sua cueca.
- Pouco me importa. Vamos ficar lá pro varandado.
A noite estava mais fria do que o normal ali, eu estava congelando, e olha que eu estava com casaco viu?
- Nossa que frio... - disse Neto se aproximando de mim.
- Verdade. - respondi esfregando as mãos.
- Minha mão tá gelada. Sente só. - disse ele colocando as mãos dele na minha.
Senti um choque com aquele toque, aquela mão macia, delicada... Ficamos com as mãos dadas algum tempo enquanto conversávamos.
- Acho que já tá bem tarde não é? - perguntei.
- Será? - vê as horas aí.
- 3h? Nossa! Imagina se alguém acorda e nos vê? Vamos pra cama! Agora! - retruquei.
Voltamos pra cama, Oliver e Caio estavam lá, no mesmo lugar, duros feito pedras. Para o nosso bem, não queria ter de responder á perguntas deles, nem onde estávamos e o que fazíamos.
Neto tinha deitado com os pés na direção da minha cabeça. Já estava quase adormecendo, quando sinto alguns leves chutes no meu braço. Era Neto.
Coloquei minha mão sobre sua perna para que ele parasse, ele voltou a chutar de leve. Subi a mão mais um pouco, ele continuou os chutes.
Saquei o joguinho dele. Subi minha mão mais um pouco. Ele voltou a balançar a perna. Subi até sua coxa, ele voltou a sinalizar. Cheguei a pouco de sua cueca, ele sinalizou novamente.
Apalpei aquela bundinha carnuda. Era mais durinha que a de Oliver, maior, mais redondinha. Aquilo fez meu pau despertar na hora.
Ele começou a massagear meu pau por cima da minha cueca. Nesse momento, nem sabia onde meu short estava mais. Prossegui meu dedo para seu reguinho. A outra mão foi em direção ao seu pau.
Trocávamos uma punheta de leve. Ousei um pouco ao passar o dedo pelo seu anelzinho, que piscava loucamente enquanto seu pau pulsava. O safadinho estava gostando.
Enfiei a ponta do dedo. O cu dele piscou, estava húmido e quente, queria lamber aquele cuzinho, mas nos denunciaríamos demais na cama.
Trocamos uma punheta de leve, uma ótima mão amiga. Queria avançar mais um pouco, mas tinha medo. Ficamos apenas na punheta, um frenesi maravilhoso, o vai e vem, a cabeça de nossos paus roçando uma na outra, até que gozamos, gozei até não querer mais.
A segunda vez que aquela cama foi palco de uma bela putaria. Será que aconteceram outras vezes aqui? Será que acontecerão mais pra frente? Perguntei a mim mesmo.
Adormeci. O dia tinha rendido, a noite anterior foi foda. Eu tenho certeza que minhas olheiras estariam enorme na manhã seguinte, ah se tinha.
Acordei sozinho na cama.
- Ué, cadê eles? Oliver acordou primeiro que eu?
Me levantei parecendo uma múmia. Fui a cozinha, onde aparentemente todos se encontravam. Percebi que Neto e os pais já tinham saído. Um misto de sentimentos bateu em mim. Por um lado eu estava "meio" arrependido da noite anterior, por outro eu tinha amado, Neto era tão bonito, safado na medida, ficou me dando bola o tempo todo, eu já estava com saudades dele. Não tinha ideia de quando o veria novamente. Isso sim me deixou realmente triste. Já Oliver, era um caso a parte, ele não saberia de nada. Assim como eu não me importo com as pessoas que ele "interage", espero que ele não se importe com as minhas.
O clima estava bem animado ali, por sinal.
- Você e Oliver estavam dormindo agarradinhos hoje de manhã...
- AHN? - a interrompi.
- Estavam tão fofinhos, pareciam dois anjinhos juntos...
QUÊ? ESSA FOI POR POUCO.
Bastava alguém ver aquela cena com outros outros para a cobra fumar pro nosso lado. Por ser mais velho, eu me foderia mais ainda.
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Percebi que Oliver estava meio acuado, mal me dirigiu a palavra boa parte do dia. Caio também tinha ido embora mais cedo, graças a Deus.
- Prima, o que Oliver tem? - perguntei a mãe dele.
- Ele ficou com ciúmes de você e Neto ontem. Não lembra que eu falei que ele era assim?
- Aham, tudo bem. Daqui a pouco passa.
Olivia tirou o dia pra tagarelar, ela cantarolava aqui, saia desenhando, assistia um DVD infantil com Calebe. Bem doidinha.
Não sabia onde procurá-lo. Não conhecia nada daquele lugar. Mas lembro que ele ama cavalos, então fui em direção ao estábulo.
Lá estava ele. Com os pés dentro da contenção de água observando os peixes.
Coloquei os pés na água, e fiquei ali de seu lado. Estávamos bem próximos por sinal. Um peixinho beliscou meu pé e eu dei um pulo pra fora dali.
O infeliz se acabou fazendo graça com minha cara. Isso não iria ficar barato. Mas, só de ver aquele rostinho iluminado novamente, eu ganhei meu dia.
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- Vamos ver um filme? - perguntou ele.
- Pode ser...
- Qual a gente vai ver?
- Você escolhe. Ok?
- Escolhe ai vai!
Depois de muita discussão acabei pegando um filme qualquer. Apenas queria deitar no sofá e descansar, ainda não tinha me recuperado das noites anteriores.
Oliver pôs o filme e veio em minha direção. Se jogou em cima de mim, e ali mesmo ficou.
- Não consegue me amar menos? - resmunguei.
Ele não disse nada, apenas ficou no mesmo lugar que eu, juntos. O filme? Nem lembro. Oliver estava com a cabeça na frente me atrapalhando. Mas quem disse que eu ligo? Aquele cabelinho lisinho, o cheirinho bom dele, o peso do seu corpo contra o meu... Se o paraíso existisse, uma parte do meu já estaria comigo.
- Vocês não desgrudam mesmo né? - perguntou Milena. Mas sem maldade.
- Achei um carrapato pra colar em mim, haha. - respondi.
- Já que é assim, então eu saio. - disse ele, meio triste.
O infeliz sabe me gamar, merda!
- Não precisa... - sussurrei.
- Vocês parecem até que são irmãos, assim juntinhos parecem mesmo! - disse ela em entusiasmo.
- Nada a ver, nem um pingo. - respindo
- Tá ficando doida é tia? - disse ele.
- Oliver! - disse lhe dando um beliscão dele leve.
Garoto indiscreto! Sinceridade: Algo que eu tive de aprender a lidar depois que eu conheço essa outra parte da minha família.
- Os mesmos olhos, as covinhas, a cor da pele, o cabelo... São super parecidos, vocês que não vêem.
- Ué, se você está dizendo...
- Enfim, vou ali. Meu bebezinho já deve estar com fome.
Já era bem tarde quando o filme acabou. Pouco me importava. Nem estava ligando mesmo... Fui pro quarto que eu dormi nas duas noites anteriores.
As lembranças vieram como um filme em minha cabeça, o primeiro dia com Oliver, depois com Neto... E hoje? Com ninguém, porquê o sono já me pegou de jeito.
Deitei, nem me importei se iria acordar com o pescoço torto, se sentiria frio mais tarde. Só queria dormir. A única coisa que eu me lembro a mais daquela noite foi sentir lábios macios se encontrando aos meus. Será que era ele? Bem, eu queria que fosse, porquê eu realmente não lembrava.
***
ALGUNS MESES DEPOIS.
Eu levava a vida de um adolescente qualquer. Ia pra escola de segunda a sexta, o novato da turma. Aos sábados eu ia pro curso de inglês, tinha começado bem depois do meu pedido de aniversário, porquê as turmas já estavam formadas e eu teria de esperar pro próximo semestre.
Já estávamos em Agosto. O ano passara bem rápido. Todas as quintas e domingos eu e Oliver nos encontrávamos, basicamente, a gente não sabia mais se desgrudar. Até pro banheiro íamos juntos, mas um de cada vez, pra não pensarem besteira a nosso respeito em público.
Eu tinha me aproximado um pouco de outro primo que também frequentava nossa igreja. Matheus. O temido Matheus. Bem, não por mim, mas pelos idiotas que "babavam o ovo" dele. O pior de tudo, era ver que Oliver sempre buscava a amizade dele, mas ele sempre se aproveita a do coitado, depois fazia alguma brincadeira de mau gosto com ele na frente dos amigos, o que o deixava super envergonhado. Mas isso acabou quando minha relação e a de Oliver começou a surgir, ele já não dava bola pra Matheus, e ele se borrava de raiva. O menino era tão egocêntrico que queria todos ao seu redor. Ele tentou ser meu amigo, realmente, tentou, mas eu não dei a mínima pra ele. Ele gostava de humilhar algumas pessoas, principalmente Oliver. E isso não me agrada, não pelo meu baixinho, mas por todas as pessoas que ele fazia brincadeiras de mau gosto por ai.
O mais engraçado, era que, diante dos pais, ele se borrava todo, só faltava "se mijar" de tanto medo. Todas as vezes que eu presenciei essas cenas eu me controlei pra não rir da cara dele. Mas o melhor ainda viria: Para a paz humanitária, os pais de Matheus e ele foram pra igreja de outra cidade, e raramente apareciam na nossa. Nunca vou esquecer disso, como foi bom não ver a cara daquele mala toda a semana.
***
UM MÊS DEPOIS.
O avô de meu primo se encontrava bem doente. Câncer, para ser mais exato. O estágio era bem avançado. A família do meu tio cultivava fumo, o que levara uma boa parcela dos familiares deles serem fumantes. Como todos já sabem, o fumo não faz bem, pode ser até bom, ele é silencioso. Quando ele avisa que está surtindo efeitos, já é tarde demais.
A notícia pegou a todos de surpresa, porém, todos estavam conscientes de que ele faleceria a qualquer momento. Minha mãe abandonou seus compromissos e se prontificou a ajudar. A casa, que a uns meses atrás tivera sido o palco dos dias mais felizes de minha vida, estava com um clima tenso, pesado, sombrio. A morte beirava a porta de entrada, esperando o momento certo.
Um vento gelado passou por mim. Me dando um arrepio. Eu fiquei assustado, achei que seria uma brisa qualquer, mas não era. Meu tio havia falecido. Era isso.
- MEU DEUS, PAI MORREU! - gritou a mãe de Oliver.
- NÃO, NÃO, NÃO DEUS... MEU AVÔ NÃO! - Ene entrou em desespero.
- AI DEUS, PAI PAI PAI, POR FAVOR PAI... - exclamou o pai de Caio.
- NÃO PAI, PORQUÊ PAI? VOLTA PAI POR FAVOR! - gritou Milene.
- MÃE, PAI MORREU! - disse o pai de Caio para minha tia.
- NÃO... NÃO... EU NÃO ACREDITO. ELE DISSE QUE SÓ PARTIRIA DEPOIS DE MIM... PORQUÊ ISSO, PORQUÊ? - minha tia também entrou em prantos.
O clima ali era esse: Tristeza. Todos estavam tristes. Até eu, que não era muito próximo dele, estava me sentindo mal. Um show de lembranças surgiram, todas as risadas que demos, os momentos felizes, as festas, nenhum momento triste me veio na memória. Agora, aquele lugar, que emanava tanta vida estava simplesmente desfalecido.
Uma preocupação me bateu. Oliver, onde ele estaria? Depois me lembrei que ele teria aula de manhã. Seu pai o traria pra o sítio após a notícia. Minha mãe fazia o possível pra ajudar. Ela providenciou água, café e chá pra acalmar os ânimos de alguns ali. A família estava tão desolada, que se não tivesse ninguém ali pra segurar as pontas, a situação iria de mal a pior.
Avistei um carro vindo na estrada, era o carro do pai de Oliver. Eu estava naquele lugar que me aconchegava. Algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Aquilo tudo era demais. O carro se aproximava mais. Meu coração palpitava.
Oliver desceu do carro. Estava indo em direção a casa, mas, ele virou-se para mim, achei que ele não iria ligar pra mim no momento. Foi ai que ele saiu correndo em disparada ao meu encontro, estava chorando muito. A cada passo que ele dava, parecia que estávamos em câmera lenta, meu coração parecia que pularia pra fora.
Seu corpo se choca ao encontro do meu. Ele me abraça com todas as suas forças, e eu simplesmente retribuo. Como eu queria protegê-lo, não deixar que nada de ruim acontecesse a ele, isso tudo me deixava de coração partido. Não queria que ele passasse por isso, mas eu estaria ali, bastava ele chamar o meu nome.
- PRIMO...? POR... QUÊ.. MEU... MEU... AV... VÔ... Ô?
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