Fui interrompido pro alguém batendo na porta. Mais um segundo e eu soltaria, sem perceber. Ainda não era o momento.
-Tem alguém ai dentro? - perguntou um homem.
- Um minutinho. Meu irmão está com dor de barriga. - respondi.
- Tudo bem, me desculpe.
Era só o que me faltava.
- Aja naturalmente. Pelo menos não faz mais outra burrada. Não agora. Entendeu?
Ele fez que sim com com a cabeça.
Saímos do banheiro e não notei cara de espanto do rapaz. Deve ter acreditado. Pelo menos nossa "semelhança" nos livrou de uma enrascada.
Voltamos aos nossos lugares. Nossas mães estavam tão entretidas na palestra que nem deram conta que nossa presença.
- Que horas vocês voltaram? Nem tinha percebido! - disse minha mãe.
- Voltamos faz quase meia hora. Vocês que não perceberam. Isso é reflexo da terceira idade se aproximando. - menti descaradamente.
- Tá ficando gagá é tia? Haha. - desdenhou Oliver.
- Nem sai dos 18 anos ainda... - disse minha mãe.
- 18 em cada pé! Hahaha.
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O resto do dia seguiu normalmente. Para o bem da nação. Felizmente, o congresso havia terminado, e já estávamos no ônibus de volta pra casa.
Eu fui me sentar nas ultimas poltronas. Estava afim de descansar um pouco. O dia foi bem cansativo.
Sabe quando você tem a sensação estar sendo observado? Abri os olhos vagarosamente para ver quem estava ali.
- CARACA MENINO, QUER ME MATAR?NÃO FAZ ISSO MAIS NÃO!
- Levou um susto. Haha!
- Como você apareceu aqui do nada?
- Eu tava atrás de você o tempo todo, ué.
- Agora me deixa um pouco? Também preciso de oxigênio pra viver.
- Você ainda tá chateado comigo? - perguntou ele meio tristonho.
- Claro que não! Só estou cansado, entende? - suspirei.
- Cansou de mim? Eu sabia que não devia abusar se você... Por favor me desculpa primo!
- Calma. Quem disse que eu me cansei de você? Eu estou cansado desses dias. Entende?
Quem mandou passar na fila da lerdeza?
- Me abraça?
- Dois reais. - respondi.
Ele não entendeu a ironia. Burrinho? Até demais.
Puxei-o para um abraço bem apertado.
- Só promete que não vai fazer uma coisa dessas de novo, tudo bem?
Ele não disse mais nada, apenas me abraçou. Foi um abraço longo, bem apertado. Eu nunca tinha visto seus pais demonstrarem afeto e carinho por ele. Será que ele gostava de mim só por eu oferecer isso a ele? Não sei, mas se for, eu sempre estarei aqui, esperando por ele.
Ficamos abraçadinhos até que ele adormeceu. Eu que estava cansado e ele pega no sono... Bem, essa era minha realidade.
***
UM MÊS DEPOIS.
Oliver como sempre, estava andando grudadinho em mim. Um grude chato, por sinal. Quando estávamos chegando perto da praça, ele sai de perto de mim e diz:
- Sai pra lá cara! Dois machos andando agarrados no meio da rua, que coisa estranha.
- Como é? Esqueceu que foi você que tava grudado em mim desde que a gente saiu de casa?
Ele não respondeu. Caiu na própria cilada. Mas era a verdade, o que eu poderia fazer?
Mas eu não fiquei magoado. Era estranho mesmo, e ainda mais porque ele conhecia todo o povoado. Até os boatos serem desmentidos, o pior já teria acontecido.
- Vou ficar na casa de Rubinho, vocês podem ficar aqui pela praça. Mas você não Olivia, pode passar aqui. - disse a mãe apontando pra casa de meu amigo.
- Vem, vamos dar uma volta.
Saímos em direção a praça, ele falou com diversos conhecidos, me apresentou a maioria deles. Mas eu não estava no clima. Eu odeio lugares muito movimentados e com música muito alta.
Ele praticamente esqueceu minha existência, muita gente ali já dava a devida atenção que ele queria.
- Primo. Vou ir pra casa de Rubinho. Pode ficar aí se quiser. Não estou muito afim de ficar aqui. - disse eu.
Ele não me respondeu. Estava entretido demais conversando com uma guria.
Enquanto eu andava, percebi alguém correndo atrás de mim. Eu olhei pra trás, e percebi que era ele.
- PORQUE VOCÊ ME LARGOU LÁ SOZINHO? - disse ele exaltado.
- Eu avisei que vinha pra casa de Rubinho, você que estava ocupado demais. Aliás você nunca presta atenção em mim.
- Ah, mas... é que...
- Me poupe! Não quero saber de você. Volta lá pros seus amiguinhos, esquece que eu existo uma vez na vida. - arfei com raiva.
Ele não disse nada, mas partiu pra cima de mim. Eu não entendi o porquê, não tinha dito nada demais, só fui um pouco arrogante, mas não justificava.
Ele me deu vários tapas nos braços, nem estava doendo. Eu estava até rindo da situação, achando que era uma brincadeira. Mas quando ele alcançou meu rosto... aí sim eu virei uma fera.
- NEM MINHA MÃE ENCOSTA UM DEDO EM MIM, NÃO VAI SER VOCÊ QUE VAI BATER EM MINHA CARA! - disse enquanto apertava o pescoço dele contra a parede.
- Tá... d.... d... desculpa...
Minha intenção não era machucar, eu queria apenas dar um susto nele. Funcionou, pelo menos.
De repente, me bateu uma vontade de chorar. Correr. Gritar. Mas eu não conhecia nada, nem ninguém ali. Eu queria voltar pra casa, pra meu quarto, esconder minhas aflições debaixo das minhas cobertas. Eu deveria ter aceitado o convite dos meus amigos pra ir na festa de Halloween, mas não, eu vim com minha cara de bunda pra casa de meu primo, e me fodi.
Engoli seco. Sequei a lágrima que sonhava se formar no meu rosto. Não seria dessa vez que eu derramaria uma lágrima por ele.
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Depois, voltamos pra casa dele sem conversar muito. Ele foi trocar de roupa, e eu aproveitei a situação pra ir pra parte elevada da casa pensar um pouco.
- Posso ficar com você? - perguntou ele me encarando no escuro.
Dei de ombros. Ele poderia fazer o que quisesse, a casa era dele.
Ele sentou-se na minha frente, como eu estava com as pernas entreabertas ele se encaixou ali mesmo. Naquela posição, eu sentia seu perfume, o cheirinho de seu cabelo, o toque de sua pele ao se encontrar com a minha...
Abracei-o com força. Odiava brigar com ele. Mas a gente se entendia, nós éramos assim, nada podia mudar nossa natureza. O típico relacionamento "entre tapas e beijos".
ALGUNS MESES DEPOIS.
Minha relação com Oliver esta no que poderíamos dizer, "instável". O pedido de namoro nunca foi feito. Nós mantínhamos o que poderíamos chamar de "amizade colorida".
Meus sentimentos por ele se tornavam mais fortes a cada dia. Quem sabe mais pra frente, quanto fossemos mais maduros, poderíamos assumir pra todos, que nós nos amávamos, poderíamos até morar juntos.
Mas, a vida da gente é uma caixinha de surpresas. Em um dia, podemos ser contemplados com um fato proveitoso, outro, vemos toda nossa vida ir pro ralo.
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ULTIMO DIA DE AULA
- Gente, eu irei sentir tanta falta de vocês... - disse eu meio cabisbaixo.
- Eu também. Nem acredito. Vencemos essa parte, agora vem mais pela frente. - disse Lucas.
- Ja estou com saudades de vocês todos. Todos esses anos juntos... Nem dá pra acreditar que a gente vai se separar. - disse Brendha.
- Verdade. Desde quando a gente estuda juntas? - perguntou Diana.
- Acho que desde a primeira série... Bastante tempo mesmo. - respondeu Brendha.
- Gente? Eu estou aqui. As vezes eu me sinto um intruso sabia? - me defendi.
- Oh deus... Que dengo! É claro que esse ano foi um dos melhores. - disse Brendha.
- Acho bom. Esse ano foi o que eu mais curti, o que eu mais fiz amigos, o ano que eu... esquece.
- Huuum, vou querer tirar a limpo essa historia depois viu? - disse Brendha.
- Ahn? Oi? É comigo mesmo? Haha! - desdenhei.
Eu realmente iria sentir falta do colégio. Me formei cedo demais, o que me deixava na posição de "caçulinha" da turma. Eu teria saudades, até daqueles que eu não conversava, do pessoal da secretaria, as tias da faxina...
Todos, exatamente todos tinham um pedacinho do meu coração. Mas, a partir de hoje, cada um seguiria com sua vida.
Eu estava formado no ensino médio. Agora, era o momento de dar um pontapé inicial em minha nova etapa.
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Já estávamos no ultimo mês do ano. Passou rápido, bem rápido mesmo. Cada dia que se passava eu me surpreendia com Oliver, nós brigávamos, discutíamos, saíamos nos tapas, mas na mesma hora já estávamos nos amando novamente. Não conseguíamos ficar muito tempo sem se falar, a saudade falava mais alto que tudo.
- Quando tu vai passar um dia lá em casa? - disse Rubinho me desligando dos meus pensamentos.
- Estou esperando o convite prévio.
- Domingo. Vai lá pra casa... de lá a gente passa na igreja lá no povoado mesmo, segunda-feira de manhã você volta.
- Não sei não... Vou pensar. Mas é provável que eu vá.
Meus interesses naquele lugar só tinham um nome: Oliver. Ele estava passando uns dias com minha prima Milena, enquanto minha tia estava em na casa do um dos filhos dela na capital.
Mas, eu tinha de manter uma "faixada", o limite do desconfiômetro das pessoas estava apurado nos últimos tempos. Qualquer deslize, eu e meu primo dançaríamos.
Estava resolvido. Eu iria. O que iria me custar, passar um dia fora. Era bem provável que Oliver já tivesse voltado pra casa, e eu poderia ir visitá-lo.
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No domingo, acordei mais tarde que o horário previsto. Me arrumei ás pressas, peguei minhas coisas e fui pra rodoviária.
Chegando lá, eu descobri que só teriam passagens pro meu destino a partir das 8h. O dia já tinha começado ótimo. Eu teria de ficar 1h de relógio esperando um transporte, maravilha. Será que meu dia não teria como piorar? A resposta era sim.
O dia foi monótono. Fiquei o dia todo na casa de meu amigo, jogando conversa fora. Mas não via prazer nenhum em estar ali.
A noite fui pra igreja. Oliver não estava. Minha prima não fez uma cara muito agradável quando me viu. Eu não entendi de cara o motivo, achei que seria apenas mais um dia irritante. Mas era comigo.
- Prima? Depois eu vou dar uma passada lá. Amanhã eu vou embora. Oliver ainda tá na casa de Tia Lenir?
- Ele está sim. Daqui a pouco eu vou passar na casa de Rubinho e a gente conversa, tá bem?
- Se você preferir assim, tudo bem.
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- Olha... Eu não quero fazer arrodeios, meu marido bebeu hoje, e Oliver ainda tá em Milena. Então é capaz dele falar alguma coisa que te deixe magoado.
- Eu entendo. Não tem problema nenhum. Eu só iria dar uma passada lá, não estava nos meus planos me hospedar em sua casa. - retruquei sem economizar nas palavras.
- Da próxima vez que você vier, venha com mais tempo, ai você fica lá em casa...
- Vou ver. Não quero te atrapalhar, já está tarde. Seu marido pode ficar preocupado com você e com Olivia.
- Então eu já vou indo, até mais primo.
Essa foi a gota d'água. Eu nem deveria ter colocado os pés aqui. Foi a pior ideia de minha vida ter vindo. Apesar de ter sido convidado por meu amigo, não tinha nada haver uma coisa com a outra.
Claro, eu tinha mais do que certeza. O pai de Oliver nunca se deu muito bem comigo. Motivo? Eu não bebo, não fumo, não sou uma má influencia. Resumindo, não sou da laia dele, e é perceptível que o incomoda.
Um mau pressentimento me rondava. Eu estava tão envergonhado. Eu me sentia sujo.
Desde a hora que eu acordei no dia anterior minha intuição me disse pra mim não prosseguir, mas eu fui teimoso. Esse seria o preço a pagar. Eu temia pelo que viesse futuramente.
Antes de dar adeus aquele lugar eu jurei pra mim mesmo que nunca mais voltaria aquele lugar.
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Eu fui pro sítio, com certeza a maioria dos meus parentes estariam comemorando o fim do ano lá.
- Oi prima! - disse entrando em casa.
- Oi primo, tudo bom? - disse Milena.
- Ué, porquê a casa tá vazia? Não vem ninguém esse ano?
- Não... Mas você pode ficar se quiser. Oliver tá aqui comigo esses dias.
- É mesmo? - fiz cara de surpreso.
- Aham. E sua mãe? Por que ela não veio?
- Ela tá na capital, creio que ela volte antes da virada. Então eu vim pra cá, não queria ficar sozinho. Fiz mal?
- Como assim? Você sabe que aqui a casa é sua também. Você sempre será bem-vindo.
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- O que você tá fazendo aqui? - perguntou Oliver ao me ver.
- Vim te ver. - disse dando uma piscadinha pra ele.
- Ah, mentira. Conta outra né cara.
- Eu hein, achou mesmo que eu ia perder meu tempo olhando pra essa sua cara feia?
- Hahaha. Vamos lá pra sala?
- Vamos, não tem nada pra fazer aqui mesmo...
Assim que eu sentei no sofá, ele já veio pulando em cima de mim. Ficamos abraçados, ele estava sentado de pernas abertas em cima do meu colo. Em outra ocasião eu já estaria de pau duro.
Dessa vez eu também estava. Mas, um mau pressentimento me rondava. Eu olhava pra ele, não conseguia parar de olhar para ele, eu queria guardar cada traço daquele rostinho lindo em minha memória, como se a gente não fosse se ver mais.
- Vamos pro quarto? - ele sussurrou em meu ouvido.
Assenti afirmativamente com a cabeça. Eu estava angustiado. Se eu falasse, ele perceberia pelo tom de minha voz.
Chegando no quarto, ele deitou na cama. Entendido o recado, eu parti pra cima dele. Comecei a beijar cada canto daquele corpinho.
A sensação de perigo era constante. Imagina se minha prima aparece em casa? Estaríamos fritos. Mas é o perigo que acaba nos dando mais tesão ainda, pra nossa infelicidade.
Arranquei as roupas de baixo do meu primo, deixando-o apenas de camisa. Fui passando minha mão por toda aquela coxa carnuda e apertando. Enquanto fazia isso, ele colocava a cabeça pra trás e urrava baixinho.
Subi em cima dele, fui em direção a seu pescoço. Chupei, mas com cuidado pra não deixar nenhuma marca.
Fui descendo. Bati uma punheta no pau dele, cada vez que a gente se encontrava ele crescia um pouco. Também haviam alguns pelinhos, mas bem ralinhos ainda, reflexos do inicio da puberdade.
Chupei seu pau, colocava todo na boca. Não era muito grande, então facilitava. Enquanto o chupava, eu passava a mão por todo seu corpo.
Criei um pouco de coragem e comecei a massagear seu cuzinho, que ainda era virgem. Ele correspondia rebolando no meu dedo, fazendo ele entrar cada vez mais. Arreganhei bem as pernas dele, beijei seus ovos, e fui descendo pro seu cuzinho. Lambi toda aquela circunferência sincronicamente, ele piscava o cú loucamente. Por sua vez, eu o lambia cada vez mais. Enfiava a língua cada vez mais fundo.
Cuspi no seu cuzinho. Lubrifiquei bastante. Ele se virou, deitou com a barriga pra baixo, deixando aquela bundinha bem empinadinha em minha direção. Aquela visão me deixou louco. Abri as bandas de sua bunda e pincelei meu pau. Ele soltava gemidos baixinhos, pelo visto, estava amando a situação.
- Pode vir, eu aguento... - disse ele em meio aos gemidos.
Não. Não poderia fazer isso com ele. Eu tinha medo, medo do que pudesse acontecer conosco. E se eu o comesse e nossas vidas fossem pra lados opostos? Ele acharia que eu só o usei e o abandonei. Isso eu realmente não desejaria nem para meu pior inimigo.
Virei-o para frente, o deixa do de barriga pra cima. Comecei a "roçar" o meu pau no dele, em movimentos sincronizados.
Eu olhava dentro de seus olhos, e ele olhava nos meus. Eu tinha tanto medo... Eu sabia que algo iria acontecer em breve. Então, eu teria de aproveitar o máximo esse momento.
Sem forças, eu acabei o beijando. Não foi um beijo "desentupidor de pia", grosseiro. Foi um beijo calmo, tranquilo. Nossas bocas dançavam entre si, nossas línguas se compreendiam.
Nada mais me importava naquele momento, era só eu e ele.
Ficamos na cama até que ele pegou no sono. Tão lindo, tão perfeito. Me doía no coração imaginar o que nos aguardava no futuro.
- Eu te amo... E como amo... - sussurrei em seu ouvido enquanto ele dormia. - Nada de mal te acontecerá, meu baixinho...
***
Não sei se vou conseguir transparecer o quão emocionante foi pra mim viver o que eu descreverei nesses últimos capítulos.
Enfim, é a vida.
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