SEXO À BEIRA-MAR

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 1780 palavras
Data: 06/05/2015 07:46:52
Assuntos: Heterossexual, Anal, Oral

BRIGITE – NONA PARTE

Acordei deitado no sofá da sala, coberto com um lençol macio. Devo ser sonâmbulo, pois não costumo dormir encoberto. Muito menos, pegar um lençol novo, no guarda-roupa, e voltar para a sala. Mais fácil teria sido me atirar lá mesmo, na cama. Ainda estava totalmente nu e devo ter tido mais uma polução noturna, pois havia esperma ressecado agarrado nos meus pelos púbicos. Levei um susto, pois lembrei que minha faxineira reclamou de haver me encontrado nu na sala e ter ido embora, deixando de fazer minha faxina. Corri ao quarto, para ver a data no meu relógio digital de cabeceira, mas não era dia de ela vir trabalhar. Entrei no banheiro e tomei um demorado banho. Precisava relaxar e tocar minha vida.

A primeira coisa que fiz foi ir ao jornal. Enfrentei a ira do meu editor e até tentei explicar o motivo das minhas faltas. Ele não quis me ouvir. Deu-me um esculacho por causa da minha irresponsabilidade, em alto e bom som, me deixando envergonhado perante meus ex-colegas de trabalho. Minha amiga jornalista veio me defender e sobrou também para ela. O editor suspendeu-a por três dias, por tê-lo desacatado. Saímos da redação e fomos beber nossas mágoas no barzinho mais próximo. Lá, contei a ela o que estava acontecendo comigo. Ficou penalizada e prometeu me ajudar a encontrar o policial bigodudo, suspeito de ter cometido todos os crimes a que me referi. Infelizmente, não pude mostrar a ela as fotografias, pois deixara com a policial Tarsila. Fiquei de recuperá-las e tirar umas cópias para a minha amiga jornalista. Estivemos bebendo e conversando trivialidades, até que ela teve de me arrastar bêbado do bar. Assim que consegui entrar, com muito esforço, no seu carro, arriei na poltrona. Ela deu umas voltas a esmo, esperando eu me recompor da bebedeira, até que parou numa praia deserta, no litoral sul da cidade.

Quando acordei, era quase noite. O céu alaranjado estava lindo, recortando a silhueta da minha amiga, absorta em olhar os movimentos das ondas. Havia tirado a blusa e deixara os seios desnudos. Tinha um corpo enxuto, apesar de ser já bem coroa. Fiquei ruborizado quando ela me flagrou olhando para os seus pequeninos - porém bonitos - seios. Ela sorriu e puxou-me pela mão para que sentasse ao seu lado, na areia. Ficamos, por um tempão, calados e admirando o pôr-do-sol. Depois, encostou a cabeça em meu ombro. Abracei-a carinhosamente, e permanecemos mais um bom tempo olhando o mar e as estrelas. Éramos amigos desde a faculdade. Sempre achei que ela nutria algum sentimento por mim, além da amizade. Mas nunca conseguimos falar disso um para o outro. Ademais, eu não conseguia vê-la como mulher. E essa tinha sido a primeira vez que a vi nua. Tentei afastar os pensamentos safados da mente. Ela tentou, timidamente, acariciar meu pau por fora das calças. Depois, tomou coragem e abriu meu zíper...

“O ritmo abrandou...

Contemplei o teu rosto sorridente, ofegante e infantilmente tranquilo... Onda de ternura me invadiu. Seguiram-se mil carícias, mil beijos inacabados. Ora sonoros, ora sugados. Lambidos, mordidos, engolidos, devorados…

Achei graça quando em ti me reencontrei. Senti o teu cheiro impregnado nas minhas barbas, que agora faziam parte da minha aparência desleixada. O meu sabor estava misturado na tua saliva. Beijei-te o nariz, depois teus olhos semicerrados e os desejos na tua testa aflorados. Você deixou-se ondular suavemente em carinhosa cadência sobre o meu corpo suado e salpicado de areia. Começaste a mordiscar a crista das minhas ondas. Cada vez mais… e mais. Então, a gruta desfez-se. O mar agitou-se e o vento tornou-se vendaval. A tempestade havia recomeçado!!!....”

A praia estava deserta, então pudemos tomar um banho de mar pouco depois de termos saciado nossa fome de sexo. Foi algo tão natural que não víamos motivo para falar sobre isso. Percebi que ela estava feliz. Muito feliz. Ficou o tempo todo brincando, jogando água sobre mim. Depois, vestimos nossas roupas e ela me deixou na frente do prédio onde eu moro. Convidei-a para subir comigo, mas ela disse estar já satisfeita de Felipe Marques. Despediu-se de mim chamando-me de meu Eros...

Quando cheguei à portaria, entregaram-me um envelope. Reconheci como o que continha as fotos que emprestei para a policial Tarsila. Ela estava evitando encontrar-se comigo, talvez ainda chateada de eu a ter rejeitado, quando quisera transar comigo no apartamento onde acharam agonizante a policial Simone. Desconfio que ela agora esteja de caso com o meu amigo Angelo Tomasini. Não sinto ciúmes. Nunca estive apaixonado por ela. Era apenas sexo. Até porque eu ainda estava apaixonado por Brigite e sua linda “patinha de camelo”. Por suas mãos de veludo. Por seu jeito único de me masturbar, sempre evitando que eu a tocasse. Isso me deixava louco de tesão. Só de pensar nela, fiquei excitado. Subi ao meu apartamento e tomei um banho demorado. Para tirar o sal do corpo e saciar a vontade de me masturbar...

Quando terminei de me enxugar, deu-me vontade de tomar uma dose. Fui ver se sobrara algum resto nas garrafas que comprara no dia anterior e, para a minha surpresa, as garrafas não estavam mais largadas na sala, ao lado do sofá, como sempre ficavam. Alguém as tinha colocado no lixo. Teria sido eu mesmo, sonâmbulo? Lembrei que, ao sair de casa hoje, a porta do meu apartamento estava apenas encostada. Se bem que tenho o hábito de deixá-la assim de vez em quando. Mas fiquei preocupado. Não devia marcar tanta bobeira. O assassino ainda estava à solta...

Ainda era cedo. Com sorte, conseguiria fazer uma visita à sargento Simone, lá no hospital onde estava internada. Vesti uma roupa esportiva, chamei um táxi e fui até lá. Havia um bando de policiais vigiando seu quarto, a enfermaria 306. Depois de uma série de perguntas, e de eu ter me identificado como jornalista Felipe Marques, me deixaram entrar para vê-la. Ela pareceu não me reconhecer. Estava lá deitada, com o olhar perdido no nada. Tinha a cabeça enfaixada e um olho roxo. Havia pequenos e grandes hematomas escuros espalhados por todo o seu corpo. Observei melhor e percebi que a pancada da sua cabeça havia sido bem ao lado da orelha direita, por trás dela. Provavelmente, o agressor é canhoto. Uma médica veio examiná-la e perguntei sobre o quadro clínico da policial. Ela disse que achava estranho a policial estar catatônica. A pancada não tinha sido tão forte para que ela ficasse em coma. Mas iam fazer um novo encefalograma, pela manhã, para detectar alguma lasca de osso no cérebro...

Quando saí da enfermaria, encontrei a prostituta atriz-pornô. Abraçou-se a mim efusivamente, contente por me ver. Carregava uma sacola. Disse que continha uns livros, que trouxera pretendendo ler para a policial, enquanto ela estivesse naquele estado. Uma médica havia pedido que fizesse isso, sempre que fosse visitá-la. Desse modo, poder-se-ia notar alguma reação dela a qualquer parte da leitura. Achei uma boa idéia e fiquei sensibilizado pela solidariedade da prostituta. Mas quando perguntei pelo policial bigodudo, que estava com ela no dia em que a conheci no inferninho, notei que ficou sobressaltada. Desconversou e pediu licença para ir visitar a policial. Ainda tentei insistir no assunto, mas ela não me deu ouvidos, entrando na enfermaria depois de se identificar para os policiais de guarda. Resolvi ir embora.

Antes de chegar em casa, resolvi passar por uma vídeolocadora. Sabia que não ia conseguir dormir, por isso pensei em alocar alguns filmes para assistir, tomando umas doses de Campari. Escolhi um de ação e outro de ficção científica, além de dois desenhos animados. Adoro-os. Já estava me encaminhando para o caixa, quando notei a ala dos pornôs. Um filme destacava-se dos demais, por conta da propaganda afixada em uma das prateleiras. Era super-lançamento. Na capa, estava sorridente a atriz pornô que eu acabara de encontrar no hospital. Peguei um exemplar e anexei aos que estava alocando...

Cismei de assistir primeiro o pornô. Lembrei do DVD demo que achei na bolsa da prostituta, dias atrás, e quis ver se era o mesmo filme. Não era. Dessa vez, ela transava com outra mulher. Aí, notei o lençol que forrava a cama onde estavam fazendo sacanagens. Era igual ao da fotografia onde se via a sargento com um tiro na testa. Corri ao telefone e tentei ligar para a policial Tarsila. Tocou, tocou e ela não atendeu. Voltei a insistir, várias vezes, sem êxito. Então, liguei para a delegacia e procurei falar com o delgado Vargas. Quando contei da coincidência dos lençóis na fita e na foto, ele pediu-me para aguardar na linha. Ia pedir que os policiais do hospital reforçassem a guarda. Quase dez minutos depois, voltou a falar comigo. Disse-me que a sargento havia desaparecido do seu leito. Não haviam encontrado nem sinal dela no hospital. Gelei. Concluí que a sargento Simone havia sido seqüestrada pela prostituta, a mando do policial bigodudo. Disse isso para o delegado Vargas. Disse também que tinha como achar a atriz pornô, pois ainda possuía o cartão dado pelo motorista de táxi que a levara em casa, dias atrás. O delegado pediu-me que eu aguardasse, pois ele estava mandando uma viatura, sob o comando da policial Tarsila, para me apanhar em minha residência. Em menos de dez minutos, a viatura chegou ao meu prédio. Eu já aguardava na portaria. Tarsila tratou-me como se não me conhecesse. Não dei grande importância, e mostrei o cartão ao delegado, que veio junto. Rumamos para a empresa de táxi à qual pertencia o motorista. Ele chegou, depois de um chamado pelo rádio. Reconheceu-me imediatamente e prontificou-se a nos levar ao endereço onde havia deixado a prostituta.

Quando chegamos lá, era o mesmo apartamento onde havia sido encontrada agonizante a sargento Simone. Mostrei a capa do filme pornô e os vizinhos reconheceram a prostituta. Disseram que ela morava sozinha ali havia alguns anos, mas que, nos últimos dias, notaram um movimento de pessoas entrando e saindo do seu apartamento. Quando ouviram o barulho dos tiros dentro do apartamento, chamaram a polícia, pensando que era algum cliente dela fazendo balbúrdia. Só depois perceberam que ela não estava em casa. Aparecera no outro dia e se assustara com a bagunça e o sangue em seu apartamento. Depois, não souberam mais do seu paradeiro. O delegado Vargas e os policiais continuaram fazendo perguntas aos moradores do condomínio e Tarsila aproveitou para vir falar comigo. Confessou-me estar saindo com meu amigo Angelo Tomasini. Dei de ombros e desejei-lhe, sinceramente, toda a felicidade no romance. Ela agradeceu minha compreensão e prometeu encontrar a sargento Simone a qualquer custo. Acreditava que eu fosse apaixonado pela policial. Coitada, não sabia do meu amor por Brigite...

FIM DA NONA PARTE

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