Às vezes fico pensando em uma frase da musica do Renato russo que diz assim: “quem inventou o amor, explica, por favor,”. E imagino que se eu um dia o conhecer apertaria a mão e pediria o manual de instrução porque ainda não sei como usar a meu favorA campainha esta tocando freneticamente, Dani levantou tonta e desejando ser uma coisa urgente de verdade.
E era a Eliane.
“nossa! Ela não tem vida? Por que “encasquetou” comigo?”.
A convidou pra entrar.
-o que foi que aconteceu para você ficar como uma doida tocando minha campainha?
-primeiro quero perguntar ate aonde vai sua compreensão?
-Você sabe que eu trabalhei a noite toda e cheguei faz 3 horas?
-na verdade sei me desculpa, mas tenho que te falar uma coisa.
-fala logo, sem rodeios.
-Alexandra esta doida pra te ver.
Dani precisou de um tempinho para assimilar isso.
-tipo esta afim de mim?
-é o que suspeitamos e o que ela nega, mas dá pra ver nos olhos dela a empolgação quando fala de você.
Eliane contou a historia da praia e a Dani ficando mais perplexa, e lembrando a sensação de ser observada.
-e oque quer que eu faça?
-sai com a gente, só isso. Mas para um lugar diferente.
Dani consentiu, mas não por curiosidade de conhecer a Alexandra, mas para encurtar a visita da Eliane e voltar pra cama.
Foi marcado para domingo e o lugar era tranquilo e a Alexandra sentou ao lado dela, estendeu a mão a convidando pra dançar e Dani disse.
-não sei dançar- seguido de um meigo e espontâneo sorriso sem graça, esse era um assunto que a deixava com vergonha.
“consigo fazer coisas inacreditáveis, e não tenho a mínima capacidade de dançar”.
Alexandra só balançou a cabeça e as meninas começaram a pedir que pelo menos tentasse, mas não surtiu efeito.
Dani ficou na mesa, e achando ridículo uma pessoa ir a um ligar que não tem cadeiras, mas sabia que se comentasse alguém ia falar que o intuito é que dá mais espaço para as pessoas dançarem, mas ela queria uma já que não dança.
Alexandra cortou a estranha linha de raciocínio da Dani.
-e ai? Tá gostando?
-queria fumar.
Alexandra puxa um maço do bolso e a oferece.
-você não tem cara que fuma.
-não fumo, sei que fuma e imaginei que ia querer, pois aqui não vende.
Rafaela deu um sorriso sínico pra irmã, Alexandra finge que não viu nada.
Como e um ambiente fechado Dani saiu um estante e Alexandra foi atrás, essa era a intenção dela, sabia que pra fumar ali tinha que sair.
Dani deu graças por ter um banco ali fora, e Alexandra sentou ao lado dela.
Na primeira tragada, Dani abaixou a cabeça e levantou de vagar.
-você tinha razão- falou como se estivesse em transe, matando a vontade de fumar.
-que?
-eu estava sim ouvindo vento no litoral.
-quem te falou?
-não importa.
Alexandra procurava um buraco pra se enterrar, a ideia de ir para um lugar mais calmo saiu pela culatra.
-eu nem sei oque falar.
-pode perguntar, eu sei que você tem perguntas pra mim.
Ela tinha mesmo, mas não sabia como fazer.
-eu queria saber o que você tinha, naquele dia?
-eu estava jogando minha tristeza no mar.
-triste por quê?
Podia ser a bebida, mas Dani sentiu confiança em se abrir. E contou a historia as separação e que a Eliane era a atual mulher do ex dela.
-nossa! E você aceitou assim numa boa?
-a separação sim, oque martiriza é o verdadeiro motivo.
-que foi?
-houve uma tal foto que ele recebeu me mostrado beijando um cara, e simplesmente não sei explicar isso, só sei que eu não fiz isso, mas vi a foto.
Alexandra achou melhor não levar essa historia mais a fundo, pois viu uma lagrima se formando em seu rosto.
-nossa! Estamos aqui todo esse tempo, e a festa tá pra acabar.
-verdade, desculpa por isso.
-que nada, eu queria te perguntar se você nunca tentou aprender a....
-dançar?
-sim.
-varias vezes, mas não surtiu efeito.
-se quiser eu posso te ensinar, sou boa nisso, na verdade eu ensino – encheu os pulmões de orgulho- e todos que já ensinei não deixaram a desejar.
Dani sorriu para o chão.
-vou pensar no caso.
Uma pessoa apoia a mão no ombro das duas, se abaixou, era Rafaela.
-ei! Vocês perderam a festa, acabou.
-já?
-vamos pra praia, vocês vem.
Dani estava já com sono.
-desculpa, mas vou pra casa.
-e você mana?
-eu vou, vamos Dani?
Eliane se aproximou e insistiu que Dani fosse.
E Dani aceitou.
Na praia Dani estava maravilhada de ver tantos bares abertos em plena madrugada.
Sentou em uma mesa juntos com as garotas se sentiu bem mais leve nessa noite.
Não demoraram muito, e Dani levou as Alexandra no seu carro e no outro foram Eliane Rafaela e dandara, foi a pedido dela própria, pois poderia ser mais simples se a Eliane fosse com ela já que moram na mesma rua e as três moram na mesma casa, mas ela quis assim, e todas aceitaram felizes.
No caminho ela não falaram nenhuma palavra, e ao parar na frente da casa dela Rafaela colocou o carro na garagem e as meninas correram para a varanda procurando um bom lugar para ver alguma coisa.
Alexandra virou pra Dani e em fim disse algo.
-é.... Foi muito legal né.
-é.
-você me parece ser uma pessoa bacana, e esta bem melhor que naquele dia lá na praia.
-verdade.
-se eu fosse você viraria de vez a pagina e não ficaria se “remoendo” com isso.
-eu só quero um dia saber quem foi que fez isso.
-nunca é assim, você deve saber, pois no fundo você quer mais.
-me perdoa, mas isso é da minha conta.
-você tem razão, mas eu só posso te dizer que quando a gente procura muito encontramos o que não queremos.
-pode ser, mas arrisco.
Dani sorriu.
Alexandra ficou sem palavras com tudo isso que ela falou.
Dani segurou seu queixo e conduziu seu rosto para mais perto lentamente e a beijou e ficou mais intenso e Alexandra recuou
-que foi, achei quenão é isso, eu... eu ..eu tenho que entrar.
Dani pegou no seu braço tentando a deter.
-não vai, por favor.
-outro dia agente se fala, eu tenho que ir achei que eu estaria pronta, mas não estou.
-pronta pra que? Para um beijo?
-para que vem depois do beijo.
-a despedida?
Ela relaxou, e tentou se acalmar, Dani continuou o beijo.
Na varanda as três faziam festa.
-essa é minha irmã.
-tomara que dê certo.
Alexandra se despediu de Dani, que ficou ali esperando a Eliane para irem embora.
-posso te ver de novo?
-claro!
-amanha.
-é serio isso?
-é logico, ou não quer?
Ela saiu do carro e falou da janela.
-quero muito. - e deu uma piscada pra ela
Eliane entra no carro em seguida
-e ai? Que aconteceu?
-ate parece que não vi vocês feito gaviões de olho na presa.
-rsrsr, você é inacreditável, não conhecia esse teu lado.
- nem eu, mas foi bom.
-vai ver ela de novo?
-vou.
Dentro da casa Rafaela estava com uma garrafa de cidra na mão, e na entrada da irmã a garrafa foi aberta assustando a garota.
-tá doida?
- temos que comemorar, pois você jurou que nunca iria mais amar, e agora beijou a “menina das pedras”.
-é... E foi perfeito.
-vocês vão se ver novamente?
-vamoscontinua