Prisão sem grade - Capítulo 1 (Segunda Temporada)

Um conto erótico de Allana Prado
Categoria: Homossexual
Contém 2380 palavras
Data: 01/05/2015 22:55:38
Última revisão: 01/05/2015 23:26:08

Para melhor entendimento, sugiro que leiam a primeira temporada do conto. É só clicar no meu nome e aparecerá.

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(Bernardo)

Observava meus colegas ali todos bem trajados, colegas no qual eu dividi quatro anos da minha vida. Estava tudo muito bonito, um salão amplo com mesas que possuíam bonitos arranjos. Ao longe se podia ver a pista de dança que logo seria terrivelmente ocupada. Agora vejo porque o comitê de formatura estava tão orgulhoso, tudo estava perfeito. Meus pais ocupavam uma mesa comigo, estavam muito felizes em ver o filho finalmente se formando na faculdade. Já eu, contava as horas para que aquilo tudo acabasse e eu pudesse ir pra casa. Foi quando eu o vi, trajava um terno preto que ficava muito bonito em seu corpo, a gravata azul contrastava com seus olhos verdes deixando aquela visão ainda mais bonita. Victor, meu ex-namorado, estava mais lindo ainda depois do término do nosso namoro. Grudada em seu braço estava á noiva dele, uma morena alta e muito bonita, acho que uma das mulheres mais bonitas daquele salão.

Tinha se passado seis meses desde o nosso rompimento e ele já estava seguindo sua vida em frente, enquanto eu mantinha o sentimento que nutria por ele ainda vivo. Simplesmente não conseguia esquecê-lo, por mais que tentasse alguma coisa sempre acabava me levando de volta a pensar nele. Nosso término não foi nada dramático ou traumático, talvez por isso o sentimento ainda continuasse vivo, apenas nos distanciamos. Ele estava cada vez mais envolvido com a nova promoção que recebeu no trabalho e ficamos sem tempo pra nós dois. Engraçado é que parecia que agora ele tinha tempo para um relacionamento, afinal, estava noivo. Os dois passaram por mim e foram se sentar em suas mesas. Eu voltei a prestar atenção na decoração da festa, tudo menos ter que ficar olhando o casalzinho vinte.

-Bernaaaardo!! – Por favor, Deus, que não seja ela, pensei. Olhei pra trás e tive a confirmação.

-Larissa!

Ela estava muito bonita, um vestido longo rosa com um decote super sexy. Ela era uma menina muito linda, seu corpo esbelto, os cabelos totalmente ondulados e os olhos verdes me faziam ter o pensamento que tinha a ex- cunhada mais bonita do mundo.

-Que saudades que eu estava de você, cunhado.

-Ex-cunhado...

-Sabe eu prefiro você, aquela nojentinha não merece meu irmão... Enfim vim aqui sob os protestos dele ter dar parabéns por ter se formado. E te dizer que independente do que tenha acontecido entre você e o Bocó, eu ainda te considero parte da família.

-Obrigado Lari... Sabe que eu gosto muito de você, né?

Falei isso com um nó que começava a se formar na minha garganta. Tudo estava voltando novamente, e eu não conseguia suportar. Ele estava ali, num mesmo ambiente que eu, se formando junto comigo, depois de anos juntos e felizes, mas com a noiva dele. Tudo tinha sido em vão, os beijos, as declarações, as promessas de ser pra sempre, tudo aquilo tinha virado pó. Eu não podia chorar ali, não sabendo que ele poderia estar olhando, eu não ia dar esse gostinho a ele. Seja forte e aguente Bernardo, não é isso que você vem fazendo a todo esse tempo?

-Eu ainda tenho esperanças... – A Lari falou segurando em meus braços em sinal de conforto.

-Ela é a ultima que morre.

-Não é possível que todo o amor que vocês diziam sentir tenha acabado assim. Só dê tempo ao tempo. No final tudo vai dar certo, se ainda não deu certo é porque não chegou ao final.

-Filosofia barata, Larissa? – Tentei rir da cara dela

-O que eu posso fazer!? Agora deixa eu ir, se eu ficar mais um minuto ele vem me buscar pelos cabelos. Beijo lindo – Falou me dando mais um abraço.

A Larissa é um amor de pessoa, aquele jeito doidinho de ser me conquistou durante os quase quatro anos que eu e seu irmão estivemos juntos. Ela tinha o costume de vir pra cidade passar quase todos os fins de semana com a gente, era uma festa, fico triste que isso também tenha acabado.

A cerimônia começou e foram chamados no palco todos os alunos para receber seus diplomas e aquela palhaçada toda de beijos e abraços, logo seria servido o jantar e eu poderia me ver livre de tudo isso. Fingir que estava tudo bem ás vezes me cansava. Queria poder ir pra casa e desabar. Dito e feito, acabei de largar o garfo e já estava em pé pra ir embora.

-Pra onde você vai, filho?

-Vou pra minha casa, mãe. Se quiserem podem ficar, não estou com saco pra isso.

-Sabemos bem o porque...

-Nem precisa começar que eu já nem estou mais aqui. – Falei já dando as costas.

Fui até o estacionamento do salão de eventos, peguei meu carro e sai dali. Cheguei no meu apartamento e já fui tirando meu terno ficando apenas de cueca. Não estava mais morando com meus pais, resolvi criar asas e voar, ser mais independente, ser dono do meu nariz e não ter que dar satisfação da minha vida pra ninguém. Minha mãe ainda não gostava da minha orientação, então resolvi me mudar quando meu relacionamento chegou ao fim, não iria a suportar falando que tinha avisado que não ia dar certo, era demais par mim. O choque de realidade dói mais que a própria realidade.

Me joguei no sofá e ali permaneci por um tempo que me pareceu ser uma eternidade. Devo ter cochilado, pois em minha cabeça veio cenas que consciente eu geralmente tentava evitar. Cenas de um passado não tão distante, mas que era quase impossível acreditar que aconteceu.

“-Faz quanto tempo que a gente não fica junto mais?

-Bernardo eu não tô com cabeça pra isso...

-É claro que não... Ultimamente você não tem cabeça mais pra nada. Anda me deixando de lado, faz quanto tempo que a gente trocou o último beijo de verdade? Me sinto um lixo de estar cobrando isso de você, eu sei que esse é um momento corrido na sua vida, você foi promovido e precisa se mostrar eficiente e tal, mas do jeito que esta não dá pra ficar.Eu sinto sua falta.

-E você acha que eu não sinto?

-Mas então como vai ser? Nós dois juntos, mas sentindo falta um do outro. Eu não quero mais fica assim... Assim não dá mais.”

Voltei a realidade com o som da campainha tocando. Não estava esperando ninguém, alias, ultimamente nem testemunha de Jeová batia em minha porta. Chacoalhei a cabeça pra tirar qualquer resquício daquele sonho dali e fui abrir a porta.

Dei de cara com ele parado com as mãos no bolso, me parecia meio inseguro e avaliava minha reação. Chacoalhei minha cabeça mais uma vez pra ter certeza de que aquilo ainda não era um sonho. Ele ainda estava com o terno da formatura e ali, sem o efeito das luzes, pude olhá-lo melhor, estava ainda mais bonito. Seus cabelos estavam maiores do que o corte quase raspado que ele usava e quando ele mexia com a cabeça seus cachos também balançavam. A barba, desde a época em que estávamos juntos, ele tinha deixado crescer e ganhar vida, o deixando com um jeito meio selvagem. Ele me olhou da cabeça aos pés e sorriu com algo que viu. Não entendi e resolvi me checar, foi quando me vi ainda só de cueca.

-Saiba que era eu e quis me agradar? – Ele me perguntou entrando sem esperar por um convite.

-O que você quer Victor?Como você descobriu meu endereço?

-Olha, você estava lindo de terno na formatura, mas prefiro esse seu traje.

Falou ignorando minha pergunta e olhando na direção logo abaixo da minha cintura. Senti-me nu sob o olhar dele e tinha certeza que ele próprio estava me imaginando nu. Essa era a vantagem de ter um ex-namorado, ele já tinha visto cada pedacinho do meu corpo, não havia o porque de me esconder.

-Mas uma vez, o que você faz aqui?

-Vim ter dar os parabéns por uma etapa concluída em sua vida. Você se formou e isso é motivo de orgulho, não posso te parabenizar?

Falou se aproximando de mim, passou os braços em minha cintura e me envolveu neles. Seu rosto foi até meu pescoço onde ele me deu um cheiro que me fez arrepiar inteiro. Sentia meu corpo esquentar e sabia que se ele não me soltasse, meu pau não tardaria a ficar duro. Finalmente ele me deu um beijo no rosto e me soltou com um sorriso satisfeito por ver que tinha mexido de tal forma comigo. Ah aquele sorriso!

-Victor, por favor, vai embora. Volta lá pra sua noiva. – Apesar de tentar, não consegui disfarçar minha voz enciumada.

-Como você sabe que ela é minha noiva? Podia ser uma simples namorada.

Era vergonhoso demais falar que eu havia descoberto isso fuçando em sua rede social, todos os dias eu entrava, olhava e por fim chorava por ser tão trouxa em continuar visitando aquele local.

-Não interessa. Não é muito legal deixar uma mulher sozinha.

-Ah! Já a deixei na casa dos pais dela.

-Vem cá, como que você tem coragem de vir aqui depois de tudo que aconteceu... Depois de tudo que você fez?

-Como é que é? Depois de tudo que eu fiz? Me fala o que eu fiz... Acho que você está se esquecendo de como realmente aconteceu. Vou te lembrar: você de uma hora pra outra desistiu de nós. Eu estava numa fase complicada, corrida da minha vida, ao invés de você me apoiar, você foi embora. Me diz, não foi isso que aconteceu? Cheguei de mais um dia cansativo de trabalho e você já não estava mais lá... Suas coisas já tinham sumido. Vive falando pros nossos amigos que foi uma separação sem brigas, claro, você as evitou fugindo.

-Eu tentei fazer co...

-Tentou Bernardo, mas não conseguiu. Me deixou sozinho na fase mais estressante da minha vida, me deixou sem você. Foi embora sem nem ao menos falar tchau. Você tem ideia do que eu passei por conta disso, das noites que eu passei em claro?

Ele gritou as ultimas palavras pra mim, percebi que ele estava alterado e que tinha raiva de mim por ter feito aquilo. Mas eu simplesmente não conseguiria continuar do jeito que estava.

-Veio aqui só pra me jogar na cara isso?

-Não... Vim falar que apesar de tudo eu continuo apaixonado por você. Quão idiota e estúpido eu sou? Precisava te ver de novo, te tocar, sentir seu cheiro outra vez. Essa vontade se tornou ainda mais real quando te vi hoje, tão lindo, e era só meu. Fazia tanto tempo que a gente não se via...

Novamente ele estava se aproximando de mim, eu não podia deixar que isso acontecesse.

-Victor, você esta noivo agora. NOIVO. Você não pode simplesmente jogar toda a responsabilidade de não estamos mais juntos em mim. Vai embora.

-É verdade, estou noivo e devo apostar todas as minhas fichas nesse relacionamento. Apostar tudo, acreditar que vai dar certo assim como fiz no nosso... A única diferença é que ela não vai me abandonar. Ela é diferente de você.

-Vai embora, por favor. – Pedi já abrindo a porta pra ele.

-Eu vou, não se preocupe... Mas antes vou fazer o que estou querendo desde que eu cheguei...

Ao passar por mim ele voltou a me agarrar e pressionou meu corpo junto ao seu. Sem dar tempo pra que eu pudesse reagir e me afastar, ele colou sua boca na minha. Mil sensações surgiram de uma vez só, eu estava beijando de novo a boca que um dia eu agredi a Deus por ter conhecido. Seus lábios deslizavam pelos meus com uma rapidez de tirar o fôlego. Suas mãos foram até as minhas nádegas e as apertaram por cima da cueca. Nossas línguas sem encontravam com tanta vontade e desejo que chegava a doer. Envolvi meus braços em seu pescoço e rezei pra que aquele momento jamais acabasse, poderia facilmente viver só beijando o Victor. Fomos parando o beijo ardente com leves selinhos.

-Pelos velhos tempos... Ainda é como eu imaginava.

Falou e foi embora me deixando sem ar, sem fôlego e com a cabeça girando.

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Oi... Voltei \o/ como vcs estão? Tenho que começar pedindo desculpas aos que esperaram (NINGUÉM) que eu voltasse rápido depois do último cap. da primeira temporada. Não fazia parte dos meus planos demorar tanto, mas muita coisa aconteceu durante esse tempo e realmente não deu. Bom, não vou encher vcs com assuntos pessoais, então só vou falar dos problemas do conto. Deus, nunca pensei que seria tão difícil dar continuidade em algumas partes, e como eu tinha a pretensão em acabar tudo antes de começar a postar, tudo ficou ainda mais difícil. Mas finalmente eu consegui, também passei por dilemas sobre fazer algo pra surpreender os leitores, ou algo que eu realmente queria fazer e que não ia me doer muito. Me apeguei a esses personagens de tal forma que se tornava praticamente impossível me imaginar escrevendo certas coisas, no final acabei escrevendo os dois, e optei por apenas um. Mais pra frente eu conto.

Não sei se vcs repararam, mas tem um “Bernardo” no começo do texto. É tudo porque o lado Victor gritou aqui dentro e resolveu contar um pouquinho da história também, achei justo, até porque os dois não estão mais juntos pra um saber o que o outro faz... Então, os capítulos serão alternados, mas sem ordem alguma, entre um e outro. Acredito que vcs irão entender ao longo da história.

Na minha humilde e nada modesta opinião, essa segunda parte ficou bem melhor que a primeira. Hoje percebo que eu fui bastante cru e não tive a esperteza de aproveitar e brincar entre as nuances do conto. Não que eu tenha virado A Escritora, mas com certeza esse está mais trabalhado que o outro.

Bom, no mais é só isso mesmo. Se eu esqueci de falar alguma coisa, eu falo nos próximos encontros, irão ter vários, pois “Victor e Bernardo” exageraram e falaram pra caramba!!! Qualquer duvida sobre o conto, talvez algo não fique claro de imediato, perguntem que eu responderei ou tentarei explicar o que eles quiseram dizer. pradoallana@hotmail.com. Beijos!!

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Comentários

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Amei. Essa temporada estar demais belo começo. bjos Pri :)

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Essa temporada ja começou melhor que a anterior.

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Menina parece mentira,mai na quinta feira estava relendo esse conto..quando foi na sexta vi que você tinha voltado com a segunda temporada,incríveil!! . Vamos vê como será a vida dois dois nesse fase de suas vidas..É uma pena que eles tenham se separado eram tão fofo juntos...

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Uau...eu lia a primeira temporada, mas essa segunda promete... parabéns pela forma como escreve e como desenvolve o conto é muito interessante e dá vontade de continuar lendo, aguardo ansiosamente o desenrolar, bjs

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Não conheço a outra temporada, mas estou adorando esta!

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