Sol de Verão - Capítulo 10 - Parte 01

Um conto erótico de Yego
Categoria: Homossexual
Contém 1634 palavras
Data: 08/05/2015 01:43:08

09 de Fevereiro de 2013

PRIMEIRO DIA

Era Sábado e eu estava no carro do meu pai a caminho da casa de praia que nós iríamos passar os quatro dias de carnaval, eu preferia ter acordado cedo para cair no frevo lá no Galo da Madrugada* do que está trancado dentro de um carro a caminho da casa de praia que ficava no litoral SUL de Pernambuco, então era uma certa distância e não é nada perto.

* Galo da Madrugada é um bloco carnavalesco tradicional de Pernambuco, é considerado o maior do planeta pelo Guinness BOOK, o livro dos recordes.

Yago e seus amigos estavam vindo no carro dele logo atrás, eu me pergunto, esses amigos do meu irmão gêmeos não tem vida? Não tem família? Pra onde meu irmão vai, eles vão como carrapato atrás e dessa vez não iria apenas o Rodrigo e o Felipe, mais três amigos da faculdade estavam com eles, não conhecia nenhum dos três, nem o nome eu sei direito, só sei que eles são bem bonitinhos, um deles, o Maurício, eu acho, é muito simpático, ou melhor, os três são bem mais domesticados que os carrapatos oficiais do Yago, mas o Maurício me chamou atenção por ser o mais bonito do trio, claro, e por ser bem extrovertido, ele conversou bastante comigo, ele estudava pela manhã na faculdade, mas conhece o Rodrigo a um tempo e logo conheceu os outros carrapatos pela vida de bares, baladas e derivados.

Mocinho! Mês que vem você não escapa, a Auto Escola lhe aguarda. — Meu pai chamou atenção.

É mesmo Yego, já está na hora de você tirar essa carta, já tá com 21 anos. — Minha mãe concordou.

Como? Eu tenho faculdade a noite. — Balbuciei

E só tem aulas a noite nas Auto Escolas? Que eu saiba, aulas teóricas tem pela manhã e pela noite — Meu pai rebateu.

Mas tem as aulas práticas pai, eu não se é obrigado a ter aulas práticas a noite, eu vou fazer essas aulas em Junho, logo quando eu entrar de férias para não ter o risco de pegar meus horários da faculdade. — Eu disse.

Era para você ter feito essa Auto Escola nas férias em Dezembro e em Janeiro. — Disse minha mãe.

É, mas uma coisa e outra, acabei deixando para depois e a senhora sabe que a Faculdade começou mais cedo este ano, final de Janeiro, devido o carnaval. — Falei me deitando no banco atrás.

Isso é desculpa, você sempre deixa para lá, sempre enrolando. — Meu pai disse.

Pai, prometo que de Junho não passa. — Prometi.

Só quero ver! — Meu pai desafiou.

Mas ele estava certo, eu tinha um certo medo de direção, até sonhei algumas vezes batendo em carros alheios, acho que em minha vida passada eu devo ter sofrido algum acidente pra ter tanto medo assim nos dias de hoje.

♬ TRILHA: Super Bass - Nicki Minaj

Eu adoro essa música, acho a batida bem legal, estou ouvindo a Nicki quando um posto de combustível se aproxima e eu queria usar o banheiro do mesmo, eu detestava fazer qualquer tipo de necessidade fisiológica que seja para urinar e entre outras coisas em lugares que não seja no meu apartamento, eu tinha até um certo bloqueio com isso, ficava vários dias sem ir ao banheiro em casa de parentes, amigos e etc. Mas aquele dia eu não estava aguentando e queria muito tirar a água do joelho, e claro, também queria comprar quilos de barras de chocolate na loja de conveniência, sim, eu sou chocólatra e não me julguem!

Assim que saí do carro, vi o carro do meu irmão logo atrás, quando eu estava indo em direção a loja, o carro começava a buzinar e MERDA, eles queriam alguma coisa. Como eu ainda estava com raiva do meu irmão, pensei em fingir que não ouvir e dizer que pensava que era outro carro, mas como eu sou besta.

Estava aproximando do Golf prata 2012 do meu irmão, quando vejo uma mão branca saindo pela janela do passageiro, era o idiota do Rodrigo e ele estava ME chamando com o dedo como se eu fosse uma prostituta.

Tá me achando com cara de Bruna Surfistinha? — Perguntei.

Sim! Agora vai ter que dar para cinco pessoas — Apontou para todos — de uma só vez, ah, incluindo seu irmão aqui — Falou dando tapinhas no ombro do Yago.

Todos gritaram!

Tá bom, estou chorando de rir, o que querem? — Perguntei sem esboçar nenhum sorriso.

Compra três caixinhas, daquela que vem com quatro latas de Red Bull — Disse me dando uma nota de R$ 100.

Fazer o quê não é? Manda quem pode e obedece quem tem juízo. — Debochei.

Yago finalmente abre a boca, mas é para falar merda.

Olha Yego, ninguém aqui está te mandando fazer nada, só estamos te pedindo o favor já que você iria na direção da loja de conveniência, se você for lá comprar com má vontade, eu mesmo prefiro ir comprar do que — Pausa — você mesmo ir comprar e depois a gente morrer engasgado ou envenenado. — Falou desse jeito mesmo, sem dó nem piedade.

Eu ainda estava absorvendo tudo que ele havia dito, aquilo nem parecia meu irmão, parecia um amigo qualquer, ou melhor, uma pessoa que não gostava de mim. Cerrei meus punhos com uma vontade imensa de dá a volta no carro e arrebentar aquela cara de idiota dele, mas respirei fundo e falei tudo que estava no meu coração.

Yago, eu preferia você calado, mas você resolveu abrir essa foça que você tem para falar este monte de merda, PRIMEIRO, se eu estivesse com má vontade como você me disse agora, nem aqui eu viria, simplesmente eu fingia que não tinha ouvido a buzina de vocês me chamando, mas você NÃO me conhece o suficiente, você é meu irmão gêmeo, mas parece que não conviveu comigo por esses anos todos, você parece um ESTRANHO para mim, eu vim de boa vontade, acredite ou não, pouco me importa, se eu estou aqui é porque eu sou um imbecil de um prestativo que você deveria saber, seu inútil — Apontei pra ele — eu fazendo ou não esse favor, não agrega nada para mim e não se preocupe, eu vou comprar essa porra de Red Bull e nenhum de vocês vão morrer engasgado ou envenenado. — Terminei, dei meia volta e fui no banheiro ouvindo o silêncio deles.

Puta que pariu, a pessoa vai até de boa vontade, mesmo brigado com o Yago, mas eu fui de boa e ele me agradece sendo grosseiro e ainda dizendo que iria morrer por causa da minha má vontade? Ah, mas vai tomar no cu! Eu não sou obrigado a prestar favor nenhum a ele e esses carrapatos. Até parece sou obrigado a sorrir de orelha a orelha e cantarolar por aí porque recebi ordens deles, era só o que me faltava. Nem um OBRIGADO eu recebi! O que surgiu de pensamentos na minha cabeça para voltar e esfregar aquele dinheiro na cara do Rodrigo e fazer compra-los, não foi brincadeira, vontade não me faltou.

Que isso Yego, vai lá, compre direitinho e esfregue na cara deles que você comprou, mostre que você tem classe e não está nem aí para eles. — Falei para mim mesmo.

Tirei a água do joelho e meu pai me chamou para comprar uma água para minha mãe e disse para eu não demorar, realmente, eu tinha perdido tempo com aqueles idiotas. Entrei na loja e dei de cara com o Diogo que estava saindo cheio de cervejas, gente, acho que o pessoal vai escovar os dentes com cerveja, só pode.

E aí Yego, que surpresa cara! — Disse me abraçando fortemente, adoro.

Pois é, beleza? — Retribui, como ele estava cheiroso.

Nem imaginava que você estavam ainda por aqui, pensei que já estavam a léguas. — Falou sorrindo.

Diogo aquele dia estava com uma camisa leve branca que destacavam seus músculos, uma bermuda cinza puxando para preta e um tênis da Nike preto que ele sempre usa quando vai a academia, até isso eu sabia.

O que foi cara? Estou achando você meio cabisbaixo, aconteceu alguma coisa? — Percebeu

Nada demais, apenas estou um pouco tedioso com a viagem e também estou morrendo de sono — Menti sorrindo.

Notei um cara estranho dentro da loja, usava uma camiseta de uma torcida organizada de Pernambuco, uma corrente de prata enorme no pescoço e uma calça jeans surrada, não parecia ser coisa boa e segui o olhar dele para um cara parado em cima de uma moto do lado de fora da loja.

Só você mesmo, o pessoal tá lá fora? — Perguntou.

Sim, sim, estão me esperando lá fora, vou só pegar umas caixas de Red Bull e umas barras de chocolate. — Falei.

Não precisa, eu comprei um monte — Disse me mostrando a sacola — Isso aqui dá e sobra, só não vale comer de uma vez. — Sorriu

Chocólatra — Gargalhei.

Olha para quem fala. — Defendeu-se.

Dito isso, Diogo saiu e foi em direção ao carro do meu pai, enquanto isso foi até a prateleira pegar as caixinhas de Red Bull e em seguida foi até o caixa, sempre observando o cara estranho.

Foi tudo rápido, de repente vejo um carro da polícia chegando de repente sem barulho algum de sirene, abordou o suspeito da moto, quando eu vou olhar para o cara estranho que estava dentro da loja, o mesmo estava atrás de mim e desesperado encostou o cano do revólver na minha cabeça e estava me fazendo de refém, olho para o lado de fora e vejo os olhares assustados dos amigos do meu irmão saindo do carro bem rápido, e também vi os olhares de desespero do Yago, meus pais e do Diogo.

Continuo?

...

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