- ANTOOOOOOOOOOOOIIIINEEEEEEEE!!! – Ele gritava ao entrar na festa.
O Dudu pegou ele pelo braço e tento tirá-lo dali, a Jujuba tentava conversar com ele, mas ninguém conseguia nem tirá-lo da festa e nem conversar. Ele conseguiu se soltar do Dudu e veio meio que correndo, meio que cambaleando em minha direção. O Bruno se colocou ao meu lado e passou a mão pela minha cintura.
- ANTOOOOINEEE, EU TE AMOOOOO!! – Ele vinha gritando. – FICA COMIGOOOOO!!! NÃO CASA, POR FAVOR! EU TE AMO, SEMPRE VOU TE AMAR!
Ele se aproximou de mim e caiu na minha frente, ele estava fendendo a bebida. Eu me abaixei e o juntei do chão.
- Vem, Thiago, vem comigo! – Eu o levantei
- Não é Thiago, tu não me chamavas assim! – Ele estava bem exaltado
- Tá bom, vem Thi, vem aqui! – Eu peguei ele pelo braço e o Dudu me ajudou.
- Vamos levar ele lá para o quarto, Dudu!
- Antoine, qu’est-ce que se passe ? (O que está acontecendo ?)– Perguntou Jean
- Jean, aide-nous ! On va emmener Thi à ma chambre. (Jean, nos ajude! A gente vai levar o Thi ao meu quarto)
- D’accord !
Os convidados estavam todos nos observando, tia Joana veio correndo assim que percebeu o que estava acontecendo.
- Eu te amo! Eu te amo! – Ele ficava falando a todo instante.
- Meu filho, o que tu foste fazer? – Tia Joana vinha chorando.
Confesso que vê-lo naquele estado me cortou o coração. Eu jamais desejaria vê-lo naquele estado. Nós o levamos para o quarto, Jean e Dudu foram dar um banho gelado nele e eu fiquei no quarto com o Bruno e a tia Joana.
- Meu amor, desculpa, eu não sei mais o que fazer com esse menino... – Ela falava chorando.
- Calma, tia!
- Eu já fiz de tudo, já conversei, já até procurei ajuda de um profissional da área da psicologia, mas nada dá resultado, me desculpa falar isso, mas ele não consegue te esquecer. – Ela chorava bastante.
- Calma, tia! – Eu tentava acalmá-la
- Brunoooooooooooo!!! – Dudu gritou do banheiro.
Bruno foi correndo para lá. Eu só vi eles trazerem o Thiago carregado e desacordado do banheiro.
- O que foi que aconteceu? – Minha tia perguntou assustada.
- Ele caiu, tia! – Disse o Dudu.
- Esperem, deixa eu examiná-lo.
A toalha estava com uma mancha de sangue, o que fez com que minha tia e eu ficássemos ainda mais preocupados. O Bruno começou a examiná-lo.
- Antoine, pega algum material para fazer um curativo.
Eu saí em disparada para o quarto de maman, ela sempre guardava gaze, água oxigenada e essas coisas que são sempre uteis nessas emergências. Eu voltei para o meu quarto e entreguei o que eu peguei para o Bruno.
- O que foi que aconteceu, Bruno? – Perguntou minha tia.
- Ele só se feriu aqui na cabeça, aparentemente, nada grave. Eu vou fazer um curativo, mas é bom tu levares ele para fazer um mapeamento para ver se não teve nenhuma fratura interna.
- Tira a mão de mim! – Thiago disse ao acordar.
- Calma, Thiago, eu só estou fazendo um curativo em ti.
- Eu não quero porra nenhuma de curativo, sai daqui! – Ele estava totalmente agressivo. – Sai todo mundo daqui! Antoine? Cadê o Antoine?
- Eu estou aqui, Thiago!
- Eu já disse que não é Thiago! – Ele bateu as mãos na cama. – Sai todo mundo!
Todos nós fomos saindo.
- Antoine, fica! – Ele disse.
- Isso não é uma boa ideia, meu filho! – Disse tia Joana.
- Sai todo mundo!
Eu olhei para o Bruno e ele deu um sinal positivo para mim.
Todos saíram do quarto e nós ficamos a sós. Ele estava deitado na cama e eu me sentei em uma cadeira um pouco distante de onde ele estava.
- Tu lembras dessa cama? – Ele disse mais calmo. – Quando a gente era adolescente, a gente cansou de deitar aqui e sonhar com o futuro. Eu sonhava com um futuro ao teu lado, eu queria estar no lugar dele, eu queria estar casando contigo agora. Tu lembras de quando tu estavas doente? Lembras de como a gente ficava deitado aqui? Eu lembro até hoje do medo que eu tinha em te perder, mas não foi a doença que fez eu te perder – Ele começou a chorar – eu abri mão da nossa felicidade, eu te perdi, eu deixei tu partires. A culpa é toda minha! Eu desejo com todas as minhas forças estar no lugar desse doutorzinho, eu queria poder te amar como eu amava.
Nós ficamos em silêncio.
- Por que tem que ser assim, Antoine? – Ele me olhou nos olhos.
- Não sei, Thi!
- Por que tem que doer tanto?
- Uma hora essa dor passa, a minha passou!
- Não passa! Eu não sei mais o que fazer! Eu quero ficar feliz por ti, mas eu não consigo. Eu queria te ter comigo, te ter pra mim.
- Isso já não é mais possível, Thi. Nossa história acabou, entende isso!
- Não, ela não acabou! Tu ainda podes voltar pra mim!
- Thi, dentro de duas semanas eu vou casar, vou ter uma vida com o Bruno, nós já temos uma casa. Nós vamos passar oito meses em Paris, vamos morar na casa da minha tia Pauline. Eu não estou te falando essas coisas por maldade, eu só estou falando que eu tenho uma vida agora, entende? Eu mudei, eu amadureci, eu construí uma relação sólida com o Bruno. Eu não quero trocar isso por nada. Nós não vamos voltar, nós não seremos mais um casal. Eu queria muito ser teu amigo novamente, mas isso ainda não é possível, eu entendo. Eu só queria que tu entendesses que nós não temos mais volta.
- Antoine, o mundo dá muitas voltas, e em uma dessas voltas nós vamos nos unir novamente.
- Não, Thi! Tira isso da tua cabeça, acabou, entende? Acabou mesmo! Não tem mais volta, eu não quero que tenha volta! Eu estou feliz com o Bruno.
- Mas EU NÃO ESTOU FELIZ!
- A felicidade a gente conquista, Thi. Se tu ficares pensando que a gente vai voltar, tu nunca vais conseguir ser feliz. Tu precisas aprender a viver sem mim, a viver sem as nossas lembranças. Elas são lindas, eu sei, mas não passam de lembranças. A vida continua e ela não vai te esperar por muito mais tempo. Tu precisas te reerguer, encontrar tua felicidade.
- Eu não quero encontrar a minha felicidade longe de ti.
- Não precisa ser longe de mim, mas também não vai ser ficando preso aos momentos felizes que nós vivemos juntos que tu vais encontrá-la. Como eu disse, eu quero ser teu amigo, quero ser o amigo que nós nunca devíamos ter deixado de ser.
- Tu te arrependes de ter namorado comigo?
- Não! Nem um pouco sequer! Mas hoje, sem o véu da paixão colado aos meus olhos, eu percebo que tudo poderia ter sido diferente. Mas ao mesmo tempo, nós tínhamos que viver o que vivemos. Tu és muito importante para mim, Thi, mas não te iludes mais pensando que nós vamos voltar, por favor.
- Je t’aime, Antoine, je ne vais jamais t’oublier! (Eu te amo, Antoine, eu não vou te esquecer nunca!)
- Il faut que tu m’oublies ! Je vais suivre ma vie à côté d’une autre personne, et tu as besoin de faire la même chose. (É preciso que tu me esqueças ! Eu vou seguir minha vida ao lado de outra pessoa, e tu precisas fazer a mesma coisa)
Ele abaixou a cabeça e começou a chorar, mas a chorar mesmo.
- Je sais ! Excuse-moi pour avoir détruire ta fête. (Eu sei ! Me desculpa por ter destuido tua festa)
- Pas de souci ! (Sem problemas!)
Nós ficamos em silêncio.
- Je m’en vais ! Tu restes ici, ok ? (Eu já vou ! Tu continuas aqui, ok?)
- Ok ! Merci ! (Ok ! Obrigado !)
- Je t’en prie ! Au revoir ! ( De nada ! Tchau !)
- Au revoir !
Eu me levantei e o deixei ali, chorando. Eu estava triste ao vê-lo daquele jeito, mas eu acho que ele tinha, enfim, entendido o que eu falava há bastante tempo para ele.
- Como ele está? – A Jujuba me perguntou assim que eu saí do quarto.
Ella, o Dudu, o Bruno, o Jean e a tia Joana estavam me esperando do lado de fora do quarto.
- Tá tudo bem, amor?
- Tá sim! Jujuba, ele tá lá dentro, acho que ele tá precisando de ti.
- Eu vou lá com ele!
- Et Thi, Antoine? Il va bien? (E o Thi, Antoine ? Tá tudo bem?)
- Je ne sais pas, Jean. Il est là-dedans. (Eu não sei, Jean. Ele está lá dentro)
- Je peux y aller ? (Posso ir lá ?)
- Oui ! (Sim!)
Ele entrou junto com a Jujuba no quarto. Ele também era muito amigo do Thi, nós vivíamos juntos, para cima e para baixo quando nós moramos em Guyane. Nunca perdemos o contato, mesmo eu morando em Macapá.
Eu fui até o Bruno e o abracei.
- Tá tudo bem?
- Não sei!
- Quer conversar?
- Quero!
- Vem cá, então!
Nós entramos no quarto de Anne. Eu sentei na cama e ele puxou a cadeira do computador e sentou na minha frente.
- Vocês conversaram?
- Sim!
- E aí?
- Eu falei para ele que não teria mais volta, e eu acho que ele entendeu.
- E por que tu estás com essa carinha?
- É que é difícil vê-lo assim, amor. Eu sei que pode parecer estranho, mas eu gosto muito dele, nós sempre estivemos juntos, e agora estamos distantes. Eu queria meu amigo de volta. Eu não consigo vê-lo nesse estado, o jeito que ele caiu na minha frente lá no meio da festa... – Eu comecei a chorar.
- Calma, meu amor! – Ele arrastou a cadeira para mais perto de mim e me abraçou. – Tu não falaste que ele entendeu?
- Unrum.
- Então, quem sabe a partir de agora ele não melhore?
- Espero que isso aconteça mesmo.
- Vai acontecer, sim! Não fica mais tristinho, lembra que nós temos vários amigos lá embaixo, eles vieram aqui por causa da nossa felicidade, então, coloca um sorriso nesse rosto lindo e vamos descer.
Nós ficamos um pouquinho abraçados e eu consegui me acalmar um pouco. Eu fui ao banheiro, lavei meu rosto e nós descemos para a festa que estava animadíssima. O Dj estava tocando muito bem e os convidados estavam se divertindo na pista de dança. As meninas tinham organizado uma festa sensacional, disso eu não tinha dúvidas.
Nós voltamos para a festa e o Bruno me fez esquecer o que o Thi tinha aprontado. Ele me puxou para a pista de dança e começou a dançar, eu me diverti demais. Ele era muito fofo dançando, ele não tinha muito jeito para dança, portanto, ele tinha umas dancinhas bem engraçadinhas.
- Cadê a Jujuba? – Doug me perguntou enquanto dançávamos.
- Ela tá lá em cima com um amigo nosso.
- Amigo? Como assim amigo?
- Aquele que chegou aqui dando vexame.
Ele morria de ciúmes da Jujuba.
- Atah!
- Vai lá com ela se tu quiseres.
- Onde é que ela tá?
- Lá em cima, já falei!
- Eu não conheço a tua casa, Antoine! – Ele disse sorrindo.
- Ah, verdade! Bom tu vais subir as escadas e vai pegar o corredor da direita, o quarto é o segundo do lado esquerdo.
- Tá! Vou lá com ela!
Nós bebemos, dançamos, nos divertimos, tiramos muitas fotos. Nós éramos o centro das atenções, nossos amigos se divertiram bastante também. As meninas tinham comprado várias coisinhas para festa como óculos, apito, aqueles colares feitos de penas (não sei o nome!), e várias outras coisinhas. Todo mundo dançava e tirava fotos engraçadas com os “apetrechos” que as meninas compraram.
Depois de muito tempo, a Jujuba e o Dudu desceram e se acabaram na pista de dança com seus pares. Eles se juntaram a nós e aquele foi um momento único com meus amigos, todos eles, os de Macapá, os de Guyane, todos estavam felizes.
A festa foi até o amanhecer, no meio da noite nós tivemos um probleminha, pois um vizinho chato ligou para a polícia, mas quem foi lá, foi um amigo de Papa e conversou tranquilamente conosco, depois de um tempo a festa voltou ao normal com o som um pouco mais baixo, mas mesmo assim todos se divertiram muito.
- Ai, não sinto meus pés! – Bruno disse caindo sentado em uma cadeira.
- Eu também não sinto os meus! – Disse Jujuba tirando os sapatos.
- Foi uma noite mágica!
- Foi mesmo! – Bruno concordou comigo.
- Muito obrigado, gente, eu fiquei muito emocionado com aquela recepção.
- De nada, amigo! – Disse a Loh.
- E tu, mocinha? Que voz era aquela? Que performance! Loh, tu sempre me surpreendes!
- Eu passei mais de duas semanas ensaiando aquela música! – Ela disse sem graça.
- Mas ficou perfeita! Linda, linda, linda!
- Foi linda mesmo, Loh! Muito obrigado, de coração! – Disse o Bruno.
- E tu, seu sacana, como tu decoraste aquele poema todo? Logo Drummund?
- A gente sabia que tu amas Drummond, e aquele poema caiu como uma luva, foi difícil pra porra decorar aquilo tudo, pelo menos pra isso aquelas aulas de francês serviram, né?
Em algumas disciplinas de francês, na universidade, a gente tinha que memorizar vários diálogos e apresenta-los, era um saco!
- Muito obrigado mesmo, gente! Agora me digam uma coisa, quem foi que fez o Gui falar em público? O que vocês fizeram com ele?
- Nada! Ele que disse que queria participar! – Disse a Jujuba.
Que lindo! Meu irmão morria de vergonha de falar em púbico e ele só falou por minha causa.
Nós ainda ficamos conversando um tempão, eles me contaram que a empresa da Iolanda auxiliou na ornamentação da festa, os móveis tinham sido levados para a minha casa nova. Com certeza, aquilo deve ter dado um trabalho dos infernos.
Todo mundo dormiu lá em casa, meus amigos ficaram em um quarto. Eles tinham pensado em tudo! Gui dormiu no quarto de Anne e o quarto dele ficou livre para um casal e o outro casal dormiu no quarto de hospedes. Bruno e eu tivemos que dormir em um quarto de hospedes também, pois o Thiago tinha apagado no meu quarto.
Na manhã seguinte, ou melhor, na tarde seguinte, todo mundo acordou esfomeado, e a primeira coisa que nós fizemos foi atacar a comida que sobrou da festa.
- Boa tarde!! – Thiago disse assim que nós aparecemos.
- Boa tarde! – Bruno e eu respondemos.
Nós nos servimos e sentamos em uma mesa junto com o Dudu e a Loh.
- Ele tá melhor, né?
- Acho que sim, Loh! Acho que depois da conversa de ontem, ele entendeu o que está acontecendo.
- Fico feliz por ele ter compreendido.
- E eu? Tomara que ele tenha compreendido mesmo.
Ele comeu lá com a gente, Papa e Maman tentaram animá-lo, e até conseguiram um pouco. Se meus pais tinham adotado o Bruno, com o Thiago a coisa era diferente, eles não adoraram, ele era tão filho deles como eu era da minha tia. Nós crescemos juntos, e nós acabamos tendo dois pais e duas mães. Meus pais estavam muito preocupados com ele, todos nós estávamos.
***
- Vamos por esse sofá mais pra cá, Dudu! – Eu disse
- Antoine, eu não aguento mais, essa já é a décima vez que tu mudas esse sofá de lugar.
- Deixa de fazer corpo mole!
Nós estávamos quase enlouquecendo com o casamento e com a casa nova. Jujuba, Loh, Dudu e Cacilda estavam nos ajudando a arrumar nossa casa. Maman sugeriu contratar alguém para fazer isso, mas eu sempre fui muito chato com as minhas coisas, então eu preferi eu mesmo arrumar tudo.
- Aqui! Acho que agora tá bom!
Nós estávamos só na parte de baixo da casa, ainda faltavam os quartos, o escritório e a sala interativa.
- Ai, eu não aguento mais! Meu Deus! Quem mandou vocês comprarem uma casa tão grande? Quem mandou terem tanto bagulho?
- Primeiro: minha casa é linda. Segundo: não é bagulho. Terceiro: eu ganhei tudo. Quarto: foi graças a ti que eu ganhei tudo.
Eu tinha ganhado tanta coisa, mas tanta coisa que eu não sabia nem como ia arrumar tudo. Maman e Tia Joana, no período do chá de casa nova, montaram uma lista de coisas que nós iriamos precisar e deixaram em uma das maiores lojas de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e material para casa de forma geral. Nossos convidados, todos, foram nessa loja e trouxeram tudo o que tinha na lista. Graças a Deus!
- Eu vou lá para o meu quarto, tô ansioso para arrumar tudo lá.
- Por que será? Será que é por que lá que vai ser o ninho de amor?
- Isso mesmo, Jujuba! Amor, vamos deixar aquilo do jeito que a gente merece! – Bruno disse.
Nós fomos para o nosso quarto e começamos a arrumar tudo. A cama ainda estava toda envolvida em plástico, afinal nós ainda não estávamos morando lá, né? As caixas com roupa de cama também estavam todas por lá. Nós fomos limpando, abrindo as caixas, arrumando tudo no imenso guarda roupa que tinha ali. Tudo tinha que ficar do jeitinho que nós queríamos. Quando terminamos o quarto, já estava quase escurecendo, mas nós ainda fomos para o escritório. Tanto ele quanto eu tínhamos muitos livros. Então, deu um trabalho imenso colocar todos os livros nas prateleiras. Nós dividimos as prateleiras em quatro. Em uma parte ficavam os livros de trabalho dele, na outra ficavam os meus livros de trabalho. Em uma terceira parte ficavam meus livros literários e na outra os dele. Eu sempre pegava os livros dele e ele os meus, mas nós mantínhamos nossas estantes sempre muito bem divididas.
No escritório tinham duas mesas, uma minha, afinal um professor sempre está corrigindo ou planejando alguma coisa, e outra dele, um médico está sempre estudando. Então, se fosse somente uma mesa, nós teríamos sérios problemas.
Quando nós terminamos de arrumar o escritório, nós descemos e encontramos meus amigos e a dona Cacilda largados no chão. Eles estavam exaustos.
- Galera, o que vocês pensam de pizza?
Eles estavam tão cansados que não falaram nada.
- Acho que eles morreram, amor...
- Beleza, então eu não vou mais pagar pizza para ninguém.
- Tu não serias louco de fazer isso! – Jujuba levantou toda dura, que nem a menina do “Exorcista”.
- Creio em Deus Pai!
- Aaah, tu já levantas?
- Como vocês conseguem ficar em pé depois de hoje? Eu estou toda doida! Meu Doug vai ficar na mão, literalmente, hoje!
- Maluca! Deixa ele ouvir isso!
- Cadê ele, Ju? – Eu perguntei.
- Tá de plantão, hoje. Ele não é chique que nem o teu bonitão aí, ele ainda é peão lá no hospital.
- Do que ela tá falando, Bruno? – Eu perguntei.
- É que o Doug ainda está digamos que em estado probatório, lá no hospital. Ele ainda não tem um ano, aí para que o médico novato se acostume com a rotina do hospital e para que ele ganhe mais experiência, ele tira muitos plantões. E ele também é cardiologista, então, ele sempre vai tirar muitos plantões.
- E por que tu não tiras? – Jujuba perguntou
- Primeiro: eu já tirei muitos plantões naquele hospital. Segundo: eu sou chefe de estágio agora, não há necessidade para eu tirar muitos plantões. Terceiro: eu estou de férias, pateta!
- Precisava xingar?
- Sim! – Ele disse com um sorriso amarelo no rosto.
Graças a Deus eles se tornaram amigos. Foi só a Jujuba dar espaço que o Bruno conseguiu conquista-la.
- A porra da pizza vai rolar ou não? – Perguntou o Dudu.
- Vai, Duduzinho! – Disse o Bruno.
- Então, será que dava para pedir logo?
- É pra já!
Bruno pegou telefone de casa, sim, já tínhamos instalado televisão, telefone e internet, e ligou para a pizzaria. Eu não entendi muito bem o motivo dele querer pizza, ele não gostava muito.
- Vocês vão querer de quê? – Ele perguntou para meus amigos
- Mussarela! – Disse o Dudu.
- Portuguesa! – Disse a Jujuba.
- Loh?
- Tanto faz! Tô com tanta fome que comeria até pedra temperada.
- Eu heim!
- Pronto, já pedi. Em 40min chega.
- Tudo isso? – Dudu levantou num só pulo. – Até lá já morri de fome.
- Meu filho, tu achas que pizza é miojo? Não fica pronta em 3min, não! – Disse a Jujuba.
- Não tem nada aí na geladeira, não?
- Querido amiguinho, a gente instalou a geladeira hoje, então ponha sua cabecinha oca para funcionar e me responde: tu viste alguma comida lá dentro?
- Mas tu és uma cavala, Jujuba!
- Dudu, eu acho que o correto seria égua!
- Não, a Jujuba é uma cavala mesmo! Ô mulher grossa!
- Ah, não, vocês não vão começar a brigar agora! Eduardo! – A Loh sempre colocava ordem no galinheiro.
- Isso, fica caladinho! Nem um piu! E depois ainda falam que as mulheres não mandam na relação...
- E tu também, Jujuba! Quietinha! – eu disse
- Mas o que é que eu tô falando? – Ela fez a cara mais sínica do mundo.
Eu também estava morto de cansaço, então, eu me deitei e coloquei a cabeça nas pernas da Jujuba.
- Deixa o Doug ver isso! – Disse o Dudu.
- O Doug que vá pra caixa prego, antes dele eu já estava aqui. E não sei por qual motivo ele tem ciúmes de mim. – Eu disse.
- E eu ligo para o ciúme besta dele? Jamais! Eu até gosto!
- Isso que é ser doida!
- Menino, adoro quando ele está chateado e a gente vai transar, ele me joga na cama, me joga na parede, me pega, me abusa, me...
- Nem completa! Nem completa! – Eu disse rindo.
- Enfim, é uma loucuuuuuuuuuuuuuuuuuraaaaaa!!!
- Vocês dois são loucos, isso sim!
Nós ficamos falando sobre sexo, e até a dona Cacilda entrou na roda, até a pizza chegar. Quando ela chegou, Bruno foi lá recebê-la e nós fomos para a cozinha, seria a primeira refeição que faríamos na minha casa.
Nós arrumamos rapidamente a mesa, e quando o Bruno chegou, ele largou a pizza em cima da mesa e o pessoal atacou. Ele tinha pedido dois espaguetes à bolonhesa para nós, foi só por isso que ele tinha pensado em pizza. Ele fez o pedido em uma cantina italiana e não em uma pizzaria qualquer. Sacana! Os meninos só depois de terem comido o primeiro pedaço de pizza que foram perceber que nós não estávamos comendo pizza.
- Que palhaçada é essa? – Dudu perguntou.
- O quê? – Bruno perguntou.
- Por que tu pediste espaguete só para vocês?
- Por que eu não gosto muito de pizza...
- E não podia ter pedido pra gente também?
- Dudu, não reclama come tua pizza por que as meninas estão atacando e tu vais ficar sem.
- Misericórdia! – Ele disse quando viu as meninas pegarem mais dois pedaços de pizza cada uma.
Nós comemos tranquilos, e depois ficamos conversando mais um pouco. Mas nós não dormimos lá, nós só dormiríamos lá depois da cerimônia. Nós fomos embora já era bem tarde da noite, Dudu levou a Jujuba e a Loh, nós ainda fomos deixar dona Cacilda na casinha dela e depois fomos para a nossa casa. Os próximos dois dias seriam nossos últimos dias naquela casa onde eu vivi muita coisa, ela era cheia de recordações, seria difícil sair dali.
****
- Amor, amor, amor – ele me chacoalhava – acorda! É hoje! É hoje! É hoje! – Ele pulava na cama que nem criança
- Deixa eu dormir, Bruno!
- Não, não, não!! Acorda!! – Ele me chacoalhava na cama.
- Amor, que horas são?
- São 10h!
- O QUÊ? E PORQUE TU NÃO ME ACORDASTE ANTES?
- Calma, a cerimônia vai ser só às 17h! – Ele disse tentando me acalmar.
AGRADECIMENTOS
Boa noite!
SafadinhoGostoso: Seja bem-vindo, cara! Mas espera aí, de onde tu tiraste essa história de traição??? Kkkkk Abraço!
Tau: Oi, minha coisinha maldosa! Tudo bem? Essa questão de traição é bem complicada, mas, sinceramente, não sei de onde vocês tiraram essa ideia? Eu só disse que o Bruno tinha os dias ruins dele, como todo mundo. Kkkk Tá tudo bem? Te senti meio sei lá no último comentário.... Beijoooooooooo!!!!
Cintiacenteno: Não, não, minha linda, ainda não era o casamento! Kkkk Mas amanhã sai o capitulo do casamento. Beijuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!
DoceMenino: Oi, minha fofura! Que bom que tu já estás comentando novamente... Era o Thi, isso já estava bem claro, né? Menino, para de criar motim, aqui! Kkkk Até o Ale.blm entrou na onda! Kkkkk Beijooooooooooooooooooo!!!!
Ale.blm: Genteeeeeeeeeeeeeeeeee, de onde surgiu essa ideia de traição? Kkkkk Sim, vai rolar algumas coisinhas em Paris... Até tu, Ale? Até tu tá entrando no motim do Doce Menino??? Kkkkk Beijuuu, meu lindo!
Jamesblack: Ai que legal que conseguiu sentir tudinho, esse é meu objetivo para o próximo capítulo, nele sim, eu desejo que vocês sintam tudo o que eu senti naquele dia. Beijooooo!!
Jeff08: COMO ASSIM NÃO IA COMENTAR, JEFF?????????????????? Chateei, agora! :( :( :( Pois é, o Ale ainda fica incentivando! Kkkk Maratona peladão? Gente!!!! Kkkk Beijoooooooooo!!! PS: Não quero mais saber dessa história de não comentar! RUUUUUM!!!
Irish: Teve barraco! Kkkk Com certeza teria! Kkkk Beijoooo!!!
Ninha M: Verdade! Nós sempre desejamos uma pitada de arte na vida, a música e a poesia estão sempre presentes na minha vida. É incrível, nos momentos mais marcantes da minha vida sempre tem uma música, minha trilha sonora é enooooorme! Kkkk Eu AMO música! AMO demais, talvez por isso ela esteja sempre presente. Nossa, o casamento foi muito mágico, amanhã vocês poderão conferir. Beijooooo, minha linda! PS: E as férias? Como foram? Tô curioso! Kkk
Dream$: Não sou cruel, não! Kkkk Foi, foi muito emocionante! Essa parte da minha vida foi muito emocionante, foi uma alegria atrás da outra! Eu chorei litros, litros! Kkk Tô de olho em ti, Dream$, tô de olho em ti! Kkkk Beijooooo!!!
B Vic Victorini: Isso mesmo! Não existe ninguém 100% e 100% mau. Os lados negativos e positivos se enlaçam e nos fazem ter várias lições de vida, essa que é a verdade. Era ele, sim! E pense num cara pra fazer burrada é ele, viu? Kkk Beijooo!!!
Plutão: Essa questão de imitar o casamento heterossexual eu nem ligo muito, sabias? Eu acho que a gente tem que fazer aquilo que a gente gosta, aquilo que nos faz bem. Meu casamento foi um pouquinho parecido com o casamento hetero, mas o que eu vivi naquele dia está marcado até hoje na minha memória. Foi um dia inesquecível! Então, se é casamento parecido com o hetero ou não, o que importa no fim é a felicidade do casal, não é? Beijooo, Plutão!
Ruth M.: Ai, não fala assim, não! Depressivo? Credo! Não vamos perder a fé nas pessoas, né? Procura direitinho que tu vais encontrar alguém legal. Às vezes a gente tá dedicado a procurar alguém super especial que a gente não percebe quem está ao nosso lado. Espicha mais esse olho, menina! Kkk Mas em algo eu tenho que concordar contigo, a futilidade, de homens e mulheres, também me irrita. E como tem gente fútil nesse mundo, minha gente? Credo! Não, o nome da bala não é diferente, não! Aqui a gente também chama de Jujuba. Kkkk Ela tem ÓDIO dessa analogia que as pessoas fazem com a bala. Kkkk Uma vez, um amigo nosso deu uma caixa de jujubas para ela dizendo que era a cara dela, ela simplesmente deu com a caixa na cara dele. Kkkkk Bom, se ela é gostosa ou não, eu não sei (sexualmente falando), mas ela é muito gostosa enquanto pessoa, uma das pessoas mais gostosas que eu conheço! Beijoooo!!!
PS: Amanhã sai o capítulo do casamento, eu já aviso que ele será bem diferente, então desde já eu peço a compreensão de vocês. Peço também que façam uma leitura com a cabeça bem aberta.
PS2: Amanhã eu não comentarei, deixarei para comentar no capítulo 82.
É isso!
Beijo em todos!
Até amanhã!