As aventuras de um advogado – Parte 1
Cheguei no meu escritório de manhã bem cedo. A minha secretaria já estava lá. Uma boa moça, de apenas 20 anos. Mas estudiosa, sensata, com grandes sonhos e planos. Queria se casar, ter uma família, filhos. E era a base do meu escritório. Era ela quem mantinha tudo funcionando:
- Bom dia, Mariana. Como você vai?
- Bom dia, Doutor Arthur. Eu estou bem.
- Que ótimo. Algum caso pra hoje?
- Sim, doutor. Eu encaminhei os autos do processo do Marcelo. Aquele rapaz que está sendo acusado de duplo homicídio.
- Tudo bem, eu vou dar uma olhada no caso dele agora.
- Ahhh, doutor. Uma senhora veio te procurar. Ela parecia bem abalada. Não quis deixar recado, mas disse que ia voltar mais tarde.
- Certo. Quando ela chegar, peça pra entrar na minha sala.
Entrei na minha sala, com o sorriso da minha secretaria na cabeça. Era uma mulher bonita, com seios que escondia bem com a roupa social, mas que dava pra ver que eram grandes. Eu já tinha visto fotos dela em redes sociais, e dava pra se notar que cuidava do corpo. O único problema dela era o noivo. Ela ia se casar, e não ia estragar seu casamento.
Tirei a secretaria da minha cabeça, e enfiei a mente no processo do rapaz. Um rapaz, de apenas 19 anos, com um pai ausente e uma mãe que precisava trabalhar o dia todo, acabou seguindo o caminho errado. Esses eram os casos mais comuns que tinha, e quase todos com a mesma história e geralmente o mesmo desfecho. Anos apodrecendo na cadeia ou o fim da vida em um cemitério.
Foi pra tentar evitar esse fim que entrei na carreira penal. Pra tentar salvar famílias, salvar vidas. Pra quem sabe fazer a diferença. E o dinheiro é bom. Muito bom. Com apenas 25 anos já tinha meu próprio escritório, casa e carro.
Pensava no melhor jeito de defender o Marcelo, quando minha secretaria bateu na porta:
- Doutor, a senhora que veio mais cedo deseja falar com o senhor. Posso mandar entrar?
- Claro, Mariana.
De repente entrou na porta uma pessoa totalmente diferente de como eu imaginava. Era uma garota. Com rosto de 18 anos, olhos vermelhos de tanto chorar. Seus cabelos cacheados estavam bagunçados, mas ainda assim eram bonitos. Sua pele era negra como carvão, mas quando eu sorri pra ela e pedi pra ela sentar, ela me brindou com um sorriso tímido com dentes tão brancos quanto era possível.
- Doutor, eu preciso muito da sua ajuda.
A menina já começou a chorar, e eu levantei da minha cadeira pra oferecer um copo de agua pra ela, e tentei acalma-la com palavras suaves.
Depois da agua, ela já estava mais calma, ofereci o lenço do paletó pra ela secar o rosto, e ele me devolveu com um obrigado e outro de seus sorrisos tímidos.
- Doutor, meu irmão foi preso. Acusado injustamente. Ele é inocente. Os policiais só prenderam ele por que é negro. Não tem nem motivo pra prisão. Eu preciso muito da sua ajuda. Por favor, doutor.
A moça já estava quase chorando de novo.
- Calma, nós vamos tirar seu irmão de lá. Primeiro me diz seu nome.
Ela sorriu, com vergonha:
- Que falta de educação a minha. Desculpa, doutor. Me chamo Ana. E meu irmão se chama João Da Silva Peixoto.
- Tudo bem, Ana. E pode me chamar de Arthur. O doutor me faz sentir velho.
- Tá bom, doutor... Desculpa, Arthur.
Rimos juntos, e nossos olhares se encontraram. Senti algumas faíscas. Ela sorriu de um jeito tão doce e ajeitou o cabelo, sem tirar os olhos dos meus olhos. Não desviei o olhar, e dei o meu sorriso mais sedutor, conhecido no fóruns e cartórios por deixar desarmadas desde jovens estagiarias até juízas com vários anos de experiência.
Fiz alguns telefonemas, por sorte um amigo meu da faculdade era delegado na mesma delegacia em que o rapaz estava preso. Disse não saber do fato, e soltar o João na mesma hora. Quando a Ana ligou pro irmão, ele já estava numa viatura a caminho de casa.
No mesmo instante ela mudou, como se todo o medo estivesse escondendo a beleza radiante que ela era. Fiquei subitamente encantado.
- Arthur, nem sei como te agradecer.
- Ora, só fiz o meu trabalho.
- Quanto eu te devo?
- Por uma ligação? Voce não deve nada.
O olhar que ele me deu disse que ela faria questão.
- Arthur, tenho que te pagar, de alguma maneira.
- Já que você insiste, almoça comigo hoje. Tem um ótimo restaurante aqui perto. Seu irmão já está seguro em casa.
- Tudo bem, eu aceito. Mas a sobremesa é por minha conta.
Sorri, pensando no tipo de sobremesa que eu ia receber.
CONTINUA...
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Bom pessoal, é isso. Espero que gostem da história, comentem, votem, opinem. Isso é muito importante para um jovem autor. Desde já agradeço. Divirtam-se. Ah, fiquem a vontade pra espalharem, só não esqueçam de dar os devidos créditos.