"Sofra com a verdade, mas não se iluda com a mentira."
Fiquei uma semana em casa, no quarto, ouvindo musicas, respondendo as milhões de mensagens e ligações dos meus amigos e da minha namorada. Todos queriam saber o porquê de eu ficar recluso, e sempre dizia que esta bem e que só estava resolvendo uma parada que precisava ficar só.
Não queria receber visitas, não queria ninguém vindo me encher o saco, eu precisava colocar minha cabeça e meu coração no lugar.
-haaa coração, logo agora você resolve me colocar entre a faca e a espada.
Disse olhando a paisagem da sacada do meu quarto.
Octavio- filho? Você esta bem? [meu pai disse entrando no quarto e ficando do meu lado na sacada]. –não saiu mais, vive aqui olhando as arvores, os carros, os prédios. O que esta acontecendo?
-você não entenderia pai, é complicado.
Octavio- tudo tem como deixar de ser complicado, se quiser me explicar eu estarei aqui para lhe ouvir e lhe aconselhar.
-é meio difícil pai.
Octavio- então deixe eu lhe ajudar.
Respirei fundo e fiquei olhando os carros passarem la embaixo, as pessoas brincando na praça em frente a minha casa.
-eu estou, eu acho que estou apaixonado pai.
Octavio- pela Grazi, isso eu já sei filho.
-não pai, não é ela. [vi ele ficar mais serio com o que disse e resolvi continuar]. –eu estou apaixonado pai, mas é por um menino, eu acho que estou, há sei la.
Octavio- por isso aquele assunto que você veio me pergunta sobre como conheci sua mãe ne?
-sim, não sei mais o que fazer.
Octavio- eu sei. [ele fez eu olhar para ele]. – segue seu coração filho, lute por esse amor ai que você esta sentindo, não minta para a Grazi, não negue este amor, pois no futuro isso pode virar uma dor no peito sem cura. Siga o que o coração diz, mas cuidado, pode ser que você saia ferido.
-eu sei pai, mas acho que já esta tarde para esse amor.
Octavio- por que diz isso?
-eu machuquei muito a pessoa, eu disse coisas que agora me arrependo de ter dito, eu acho que ele nunca mais vai querer olhar na minha cara.
Octavio- se ele te ama, é só você demonstrar o que sente pra ele. Simples assim. Só que eu lhe peco filho, não faça a Grazi sofrer.
-tudo bem pai. Eu vou terminar com ela, só não sei como.
Octavio- você vai achar um jeito, sei disso.
Meu pai saiu e me deixou ali pensando no que me disse. Ele estava certo, eu teria que terminar com a Grazi e arrumar um jeito de demonstrar o meu amor para o Ariel. Depois do dia que eu briguei com ele, eu não consegui dormir, só pensava nele, no beijo dele, no sorriso dele na chuva, na voz e no jeito dele comigo. Ele me pegou pelo coração. Acendeu uma chama no meu peito que doía quando eu não conseguia ver ele e doía mais quando eu negava o que sentia.
-chega disso Aroldo, lute por esse amor.
Sai do quarto e peguei o carro do meu pai, eu iria ao shopping comprar um presente para o Ariel, e iria aproveitar e passar na casa dele na volta iria ver ele ou a Grazi.
-o que comprar para um cara que nem conheço direito.
Fui ao shopping e passei nas livrarias, percebi que o quarto dele tinha muitos livros então eu comprei o Box das crônicas de gelo e fogo. Passei em uma loja de perfumes e comprei um kit do melhor perfume masculino. E por fim fui ate uma loja de óculos de sol e comprei dois, um para mim e outro para ele. Saiu um pouco salgado o preço de tudo, meu pai agüentava o rombo hahaha.
Sai de la as pressas, queria ver o Ariel. Meu coração não batia devagar e sim acelerado na ansiedade de ver ele. Chegando ao prédio da Grazi eu avisei a ela que estava subindo e ela me disse que deixaria a porta aberta. Chegando no apartamento eu entrei já vendo ela vir correndo ao longe e me abraçando.
Grazi- saudades amor.
-também estava minha linda. [não estava gostando nada daquela situação, teria que dar um fim naquilo.] –eu queria falar uma coisa com você. É algo meio complicado.
Ela ficou seria e eu acho que ela já pensava no que se tratava aquele assunto pois estava com um semblante calmo.
Grazi- claro, vamos para o quarto.
-vai na frente eu preciso ir ao banheiro.
Fui ao banheiro, lavei o rosto e segui para o quarto. Mas antes eu parei na porta do quarto do Ariel e o vi deitado na cama de olhos fechados ouvindo musica e cantando baixinho.
Ariel - Ainda sou o mesmo bobo apaixonado se eu estou errado não quero nem saber eu só sei que a vida é mais colorida Com você...
Comecei a sorrir vendo ele ali sem camisa com a barriga tanquinho, com a tatuagem tribal cobrindo um pedaço do peito. Não tive medo e sim vontade, queria provar o beijo dele mais uma vez.
Aproveitei que ele estava de olhos fechado e eu fui chegando cada vez mais perto dos seus lábios, seu hálito de morango, e aquela voz rouca e calma que ele tinha me abalou profundamente.
“é agora ou nunca Aroldo”
Me aproximei os lábios do dele que se assustou de primeira e quando me afastou e olhou assustado pra mim foi logo abrindo um grande sorriso. Não consegui olhar muito para aqueles olhos dourados e já cai por cima dele o beijando muito, era como se eu precisasse urgente do gosto da boca dele, da língua dele junto da minha, dos seus lábios colados ao meu.
Ariel- o que faz aqui? E que beijo foi esse?
- eu estou aqui para resolver um assunto com sua irmã. E esse beijo foi para demonstrar ao cara que conseguiu prender o meu coração, o cara que faz os meus dias ser alegres. O cara que eu machuquei com minhas palavras, o cara que eu conheço a pouco tempo e já posso dizer sem vergonha nenhuma que
Cheguei perto dele e olhei fundo nos seus olhos que estavam marejados e para o seu sorriso que estava radiando o quarto com sua felicidade.
-dizer que eu estou completamente apaixonado. Você me mostrou o que é estar cego de paixão Ariel.
Ele deixou uma lagrima cair e sorriu, sorriu muito.
Ariel- agora sabe o que eu sinto por ti. Meu colosso.
-agora me deixa resolver uma coisa que eu acho que vai nos causar um grande problema.
Ariel- como assim?
-você vai descobrir. Tenho certeza.
Dei um selinho rápido e fui para o quarto da Grazi. Quando entrei encontrei ela sentada na poltrona que tinha no seu quarto com um livro nas mãos.
Grazi- acho que já sei do que se trata. [ela disse colocando o livro no colo e olhando pra mim]. – mas quero ouvir de você.
-eu não sou homem de ficar dando rodeios, você sabe disso. [sentei na cama de frente para ela]. – só que esta semana foi um inferno para mim, para os meus sentimentos. Eu estou aqui para dizer que esta tudo terminado entre a gente Grazi. Eu não sei se o que sentia mesmo por você era aquela paixão para toda a vida. E eu tive a prova que não era eu estou ficando apaixonado por outra pessoa. Não quero fazer você sofrer com um homem que não lhe ama de verdade. Por isso estou terminando nosso namoro.
Grazi- pelo menos você foi homem de vir me dizer isso Aroldo, pois bem. [ela ficou em minha frente.] –obrigado por abrir o jogo.
Vou sofrer, eu sei que vou, mas acho que vai ser melhor assim. só quero lhe perguntas uma coisa. E quero que você me responda com sinceridade.
-pode perguntar, garanto que não vou negar nada.
Grazi- é o meu irmão não é Aroldo. Você esta apaixonado pelo Ariel?
Havia chegado a hora de contar toda a verdade. Não conseguia olhar nos olhos dela, tinha vergonha, medo e receio dela começar a gritar e tudo mais.
Eu sei que sentia algo muito grande pelo Ariel. Poderia ser amor? Sim, poderia. Era um sentimento forte, que me fazia esquecer os problemas quando pensava nele. Ele era o meu primeiro pensamento quando acordava e era o meu ultimo quando iria dormir.
“vai fundo Aroldo. É agora ou nunca, seja o que deus quiser.”
