A Voz do Coração - Parte 06

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1535 palavras
Data: 19/05/2015 20:41:19

E suas mulheres, suas famílias? Como ficaria todo esse labirinto? Gustavo saiu do banheiro, e viu apenas um papel escrito: “Esta foi a última vez”. Ele rasgou o papel com raiva, e xingou uma dúzia de palavrões, socando a parede. Ele não queria está naquela situação, afinal, sabia que existia complicações caso levasse esta história adiante; mas o seu coração não queria está longe do Paulo. Ele o fazia bem de alguma forma.

************

Passaram exatos dois meses, e os dois não se viram mais. De alguma forma, ambos adotaram a lei do esquecimento e resolveram por fim aquela que eles chamaram de “experiência maluca”. Mas será que foi tão fácil assim jogar tudo para trás?

Paulo seguiu concentrado em seu escritório, e mais focado do que nunca nos preparativos de seu casamento com a Júlia. Depois desses meses, ele fez uma breve viagem, de apenas uma semana, para curtir a noiva; na verdade o que ele fez foi arranjar um modo de esquecer o Gustavo, que perturbava a sua mente. Bem, ao menos até agora, ele não tocava mais no nome do outro, nem sequer pensava nele. Talvez a distância contribuísse para isso.

Já o Gustavo fazia o mesmo. Curtia a sua família, sua esposa... A Amanda era linda e sensual, e sabia satisfazê-lo na cama. Mais ainda assim, um vazio pairava sobre ele.

- Amor, já fez a prova do terno? O casamento do Luiz é semana que vem. Você é um dos padrinhos, esqueceu? – Amanda tomava um suco enquanto falava com ele.

- Mãe, eu não sei o que usar. Aquele vestido que eu comprei na Europa ficou horrível!

- Como assim minha filha? Você me infernizou por causa do vestido e agora me diz que ele ficou horrível? Mocinha, você acha que dinheiro nasce em árvore?

- Mãe, ele ta folgado, sei lá! Eu só sei que eu não vou usá-lo. Vou ficar parecendo uma louca.

- Menos drama filha. – disse o Gustavo. – Sua mãe está certa. Se toda vez que nós viajarmos para fora do Brasil e você se encantar por tudo que vê, iremos a falência. Não é porque temos condições financeiras, que iremos esbanjar por aí. Pense naqueles que precisam de nós.

- Mais gente, vocês não entendem! – ela fez birra e cruzou os braços, se jogando no sofá.

- Meu bem, você tem vários vestidos! Inclusive alguns que você ainda não usou. Ou usa o que tem, ou fica em casa. Ok? E fim de papo. – Amanda era uma mulher firme em todos os sentidos, e o Gustavo a admirava por isso.

- Bom, vamos comer, porque eu estou com muita fome. – Gustavo sentou-se a mesa e riu da cara feia de sua filha. O sorriso dele era tão encantador, que irradiava o ambiente. Sua vida sempre foi difícil e se hoje ele é o que é, deve isso aos ensinamentos do seu falecido pai, que o ensinou a valorizar as coisas, mas sem ser esnobe e egoísta. Ele era um grande homem!

Acreditam em destino? Será que tudo na vida não passa de uma mera coincidência? Bem, destino ou não, a vida mais uma vez pregaria uma peça em ambos. Sim, o Paulo também era amigo do Luiz, o primo da mulher do Gustavo, e também iria ao tal casamento. Como seria depois de dois meses sem se verem? Como reagiriam com o encontro inusitado?...

UMA SEMANA DEPOIS...

- Meu amor, você está lindo! Um gato. – Julia cobriu o noivo de beijos.

- E você está linda! Mais bonita do que a noiva. – ele retribuiu o beijo.

- Seu bobo... Vamos? Já estamos em cima da hora.

- Sim. Vamos.

Eles entraram no carro e seguiram para a igreja. Julia trajava um longo vermelho que destacava sua silhueta perfeita. Ela era linda e sua pele não tinha uma macha. Paulo estava de terno, e dispensava elogios. Moreno, alto, forte, cabelos cacheados que combinavam com o seu rosto expressivo... Enfim, um casal perfeito. Meia hora depois e eles finalmente chegaram a igreja.

****

- Calma Luiz, você sabe que toda noiva demora. – no altar, Gustavo junto com a mulher acalmavam o noivo.

- Mas já são meia hora de atraso. – disse o noivo.

- Hã! E meia hora você acha um absurdo? NO dia em que me casei com o Gustavo, eu me atrasei uma hora e meia. Ele já estava prestes a desistir de mim.- Amanda riu, e o Gustavo diante do altar, se depara com a cena mais impactante da noite. Paulo entrava elegante de braços dados com a Julia. Eles chamaram a atenção dos convidados. Paulo só observou o Gustavo, quando se sentou um pouco mais a frente. Eles se entreolharam, com um frio imenso na barriga.

- O que houve? Você está passando mal? – perguntou a Julia.

- Não meu anjo. Foi só uma vertigem. – ele se acomodou e respirou fundo. Olhava para os lados mais nunca para frente. Já o Gustavo estava em posição superior, o altar, num degrau a mais, e observava o casal a todo o momento.

- O que será que este cretino está fazendo aqui? – pensou ele. – Será que conhece a noiva? Esse filho da puta! – Gustavo dizia para si mesmo, com raiva no olhar.

Os dois se observavam com muito desconforto. Finalmente a noiva entre na igreja e a cerimônia começa. O padre faz seu discurso de praxe, num ritual de mais de uma hora, até os noivos serem abençoados por Deus. Na saída da igreja, onde os convidados se encaminhariam para a recepção da festa, num luxuoso salão, o Paulo hesitava em ir, para evitar a presença constante com o Gustavo.

- Já viemos ao casamento. Vamos embora Julia! Amanhã acordo cedo.

- Para de velhice amor. O melhor da festa é agora! Todos os convidados se reúnem para prestigiar os noivos. Eu hein! Que chatice essa tua, de querer sair assim do nada. Pois vamos ficar até o final! Você me prometeu que teria mais tempo para nós dois, então esqueça o trabalho e vãos nos divertir.

Não conseguindo convencer a noiva, ele junto aos outros foram para o local da festa. Paulo estava nervoso, em ter que dividir o mesmo ambiente com ele, mesmo que fosse por poucas horas...

- Parabéns ao casal. A festa está linda. Vocês merecem toda a felicidade do mundo. – Julia cumprimentou os noivos ao lado do namorado.

- Quero que conheçam minha prima e o Gustavo, o marido dela. – o Luiz praticamente puxou os dois para junto dos outros. Paulo tremia por dentro; suava frio... Ele desejava do fundo do coração, não está ali. Pela primeira vez conheceria a esposa do cara com quem ele já viu pelado e que comeu e também deixou ser comido.

- Prima, estes daqui são meus amigos queridos, Paulo e a sua noiva Julia.

- Prazer. Como vão. – Amanda lançou um sorriso elegante para os dois.

- Este é o Gustavo, marido da minha prima, e o cara que sabe fazer dinheiro. – piadas a parte, ao estender a mão para ele, Paulo sentiu seu coração pulsar. Seus olhos fixaram um no outro, e mesmo com a distância de dois meses, parecia que nada havia mudado.

- Prazer. – disse o Gustavo sem graça.

Cumprimentos feitos, para piorar ainda mais a situação, Amanda e Julia começaram a se interagir sobre viagens e moda, para o desespero dos dois. O que nunca podia ter acontecido era as suas mulheres se tornarem amigas.

O Luiz puxou os dois homens para mais um grupo de rapazes lindos e sorridentes, deixando as mulheres à vontade. Paulo e Gustavo, Gustavo e Paulo... O silêncio entre eles era absoluto, até que não suportando mais, o Paulo tomou a iniciativa.

- Boa noite. Quanto tempo hein? Como você está?

- Boa noite. Estou bem. Ou melhor, estou ótimo! E você. – Gustavo falava em certo tom agressivo.

- Bem também. Olha só, eu queria... Sobre aquele...

- Cara, não sei do que você está falando. Não me recordo de absolutamente nada. É algo que lhe devo? Porque se for, me cobra depois, em outra oportunidade. – Gustavo estava mesmo muito frio, afinal, sentiu-se usado por ele, depois do último encontro de ambos.

- Não precisa fingir que não sabe de nada. Eu sei que fui grosso contigo. Eu só queria que você...

- Por favor, me poupa do seu discurso. Vai curtir sua linda noiva, afinal, você é completamente apaixonado por ela. Não pega bem ficar conversando com o idiota aqui.

Paulo sentiu doer às palavras dele. Não sabia explicar aquela sensação, apenas uma tristeza o invadiu.

- Você me julga como se tudo fosse tão simples... Não se põe no meu lugar.

- Não, eu não te julgo, apenas repudio aquele que esnoba os sentimentos alheios, como se eu fosse um lixo, um copo descartável. Você estava no seu direito de rejeitar qualquer coisa que eu dissesse, mas jamais humilhar o que eu sinto, ou melhor, sentia, porque de você eu só quero distância. – Gustavo foi seco e ríspido nas palavras, sem menor compaixão.

- Desculpa. Eu não quis magoar você... É que eu fiquei atordoado. Minha cabeça ta um nó. Não consigo mais raciocinar direito. Não sei mais o que sinto, o que faço, qual caminho seguir...

- Simples meu caro, escolha o caminho da felicidade. Vá atrás da sua noiva e seja feliz. Agora se me der licença. – ele saiu dali, deixando o Paulo no vago, totalmente perdido.

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Comentários

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... Sugiro que nas TAGS ponha que o conto é BISSEXUAL ou HETERO porque se gay não tem nada então não pode ser homossexual

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Paulo que se lasque! Quanto a você, volte o mais rápido que puder, please!

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Nossa concordo plenamente com vc Martines...Paulo que sofra as consequencias...bjs

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Muito bom esse Cap é nota 1000.

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Nossa isso ai, assim que se faz, concordo com o Gustavo, Paulo que sofra as consequências, e nossa pfv continua hoje

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