— Anda amor, levanta logo dessa cama. — Eu tentava tirar Artur da cama para sairmos, mas tava difícil.
— Deixa eu dormir um pouco mais. — Ele reclamava.
— Tu pode dormir depois de morto, agora levanta.
— É mas depois de morto pode não ser tão bom quanto é agora.
— Não vai levantar??
— Na na ni na não.
— Então ta, eu avisei.
— Nossa que medo. — Ironizou ele.
— Espera só pra ver. — Sai do quarto direto para a cozinha, enchi uma jarra de água bem gelada e voltei para o quarto.
— Senhor Artur André Quintino, você tem certeza de que não vai sair dessa cama??
— Absoluta Senhor Higor Gonçalves. — Era tudo que eu precisava ouvir.
Segurei a jarra firme enquanto ele se virava para voltar a dormir, me aproximei da cama e fiquei bem ao lado dele.
— Sua última chance de levantar. — Eu ainda estava sendo bonzinho.
— Desiste. — Ele respondeu ainda de olhos fechados.
— Foi você quem pediu amor.
Levei a jarra bem em cima do rosto dele e lentamente fui virando aquela gélida água sobre o rosto dele. Artur saiu correndo da cama e ficou correndo pelo quarto, devia estar fazendo uns 10 graus nessa manha, ele me olhou com aquele olhar de fuzilamento, com o rosto todo molhado.
— MAS SERÁ QUE VOCÊ ENLOUQUECEU?? — Ele berrou.
— Que bom que consegui te Fazer levantar, agora se arruma que a gente vai sair. — Respondi como quem não quer nada.
— Você acabou de me molhar com água gelada, até a cama tu molhou. — Ele estava indignado.
— Ah os dois vão secar amor, não esquenta. — Respondi.
— Nem no meu próprio aniversário posso dormir até mais tarde.
— Tu pode dormir outros dias amor, hoje temos que aproveitar, é o seu primeiro aniversário comigo.
— Tem razão, aonde vamos??
— Surpresa hehe.
— Ta bom então, vou me trocar.
Voltei a cozinha e deixei tudo pronto para o café da manhã de aniversário do Artur, estava tudo exatamente do jeito que eu queria, esse dia seria inesquecível para ambos. Artur chegou a sala e viu a mesa preparada para ele.
— Oh meu amor, que lindo. — Uma lágrima escorreu de seu lindo olho verde.
— Parabéns meu grandão, você merece, te amo demais cara. — Falei sorrindo para ele.
— Eu te amo cara, serio, eu agradeço a Deus todos os dias por te encontrar. — Agora quem tava chorando de emoção era eu.
— Eu é que agradeço. — O abracei e lhe dei um beijo gostoso.
— Vamos tomar café, comprei tudo que tu gosta.
— Querendo me engordar, ve se pode.
— Ah cuidado, vai precisar de muitos cafés da manhã como esse pra derrotar esse tanquinho gostoso que tu tem amor.
— Verdade né, por hoje eu posso haha.
Tomamos café e conversamos, eu amava conversar com o Artur, era a melhor hora do meu dia, tínhamos uma química impressionante, entendíamos um ao outro sem maiores dificuldades. Terminamos o café e saímos, deixei para limpar tudo na volta, sem pressa. Deixamos a garagem do prédio, e pegamos a estrada, minha idéia era levar o Artur a um famoso parque aqui da região, e passar o dia lá, matando tempo para que o pessoal arrumasse tudo para a festa, enquanto isso minha função era manter meu namorado ocupado e sem suspeitar de absolutamente nada.
O parque ficava a umas duas horas da nossa cidade, porém valia a pena cada segundo de viagem. Como levantamos bem cedo, chegamos ao parque era umas 10hrs, o estacionamento estava bem cheio, porém no verão era pior, no inverno dava de se aproveitar bastante, agora no verão era quase impossível, tamanho era o numero de pessoas que vinham para cá. A entrada do parque era linda, um enorme castelo todo colorido, e o nome " BETO CARREIRO" estampado a entrada. O castelo na realidade era um hotel para aqueles que quisessem passar a noite. Paguei minha entrada e Artur não precisou por ser aniversariante, era uma cortesia do Parque aos visitantes. Logo no começo você já consegue ver a beleza e o tamanho do lugar, era gigantesco, a junção de natureza e tecnologia era simplesmente perfeita.
Descemos a rampa e começamos a conhecer melhor o parque, eu já havia estado aqui, mas já fazia um bom tempo. Para o Artur era tudo novidade, e a maravilhosa beleza do lugar encantava qualquer um, dos lugares mais altos podia-se ver a tamanha beleza da paisagem, a reserva florestal era uma das mais lindas aqui do Sul, para onde se olhava se via o lindo verde da natureza. Não perdemos tempo e corremos para brincar nos brinquedos, tinha tantos que ficava difícil decidir, só de mutanha russa, haviam quatro diferentes, e como eu amo montanha russa, tratei de brincar em todas haha. De todos os brinquedos, a Big Tower certamente era o mais assustador de todos, nela, você é arremessado de mais de duzentos metros de altura, parece que sua alma continua no alto quando se chega ao solo.
Passamos o dia todo no parque, para finalizar, tinha o passeio do trem, onde se conhece as redondezas do parque, e toda sua beleza, assim como um guia explicando sobre a história do grande e famoso parque. As cachoeiras e os lagos eram de uma perfeição sem descrição, os animais eram lindos demais, a natureza é tão maravilhosamente perfeita, que não sei como alguém consegue não cuidar e preserva-la. Enquanto o trem andava, Artur segurou minha mão.
— Eu não tenho palavras para descrever o quanto esse aniversário foi maravilhoso. — Àquele sorriso acabava comigo.
— Você merece, poder estar aqui com você é tudo que eu precisava. — Respondi, mal sabia ele que tinha mais surpresas pela frente.
— E dizer que já faz quatro meses que estamos juntos. — Ele falava mais baixo, para ninguém ouvir.
— Os melhores da minha vida. — Respondi.
— Da minha também.
— Foi tudo tão rápido, que eu tinha medo de não dar certo. — Comentei.
— É verdade, a gente se apegou de uma forma impressionante, e hoje estamos aqui. — Artur apertou minha mão mais forte.
— E não é, quem diria que aquele estranho que veio me perguntar onde ficava o setor de medicina a quase seis meses atrás se tornaria tudo pra mim. — Olhei em seus olhos.
— Na verdade eu já sabia onde ficava, só queria puxar papo. — Ele riu.
— Seu espertinho, aposto que tava de olho na Nat naquela época. — Dei uma risada.
— Pior que foi, a minha intenção era falar com ela, mas como ela ficou muda, você acabou entrando na minha vida, e espero que nunca mais saia.
— Sou obrigado a rir lembrando daquele dia, ela te achou tão lindo que não conseguia nem falar contigo.
— Ainda bem né, se eu tivesse me aproximado dela e não de ti, hoje as coisas poderiam ser bem diferentes né.
— Verdade, mas daí você entrou na mesma faculdade que eu, na mesma academia, até mesmo na mesma rua, acho que era pra você entrar mesmo na minha vida. — Eu o encarei, e seus olhos brilharam.
— Parece que o destino queria mesmo unir a gente. — Ele respondeu.
— Foi a melhor coisa que ele fez.
Meu celular tocou mensagem no Whatsapp, era da Natália, estava tudo indo perfeitamente bem, e disse que era bom eu já pegar a estrada, pra não chegar muito tarde, respondi ela, e guardei o celular.
— Amor, é melhor a gente ir embora, hoje é seu aniversário, seus pais com certeza vão querer te ver, e já te roubei deles o dia todo.
— Ta bom, foi maravilhoso, obrigado por tudo. — Mal sabia ele que tinha mais coisa vindo ai.
Fizemos todo o percurso de volta para irmos embora, era uma caminhada grande, devido ao tamanho do lugar. Compramos algumas lembranças e pegamos a estrada. Por sorte não tinha muito movimento, e a viagem prosseguiu sem problemas. Chegamos de volta em nossa cidade já passava das oito da noite, Nat mandou outra mensagem dizendo que já estava tudo pronto, e eu respondi que não demoravamos a chegar.
— Amor, a Nat pediu pra gente pegar ela lá Na Ipika ( Ipika era o salão de festas da cidade, tudo que era evento de grande porte era feito lá) , por que ela tava numa festa e não se sentiu bem, já que é caminho pra gente, podemos pegar ela?? — Não foi minha melhor desculpa, mas ele caiu direitinho.
— Sem problemas, diz pra ela que em 15 minutos a gente chega lá. — Artur respondeu tranquilamente.
— Ta bom, valeu.
Chegamos em frente ao salão, estava cheio de carros, ainda bem que ele achou que tinha uma festa aqui, e não desconfiou de nada. Convenci Artur a entrar comigo e procurar por Natália, ele concordou. Entramos e foi só fechar a porta e as luzes se acenderam e todos gritaram SURPRESA. Artur tomou um baita susto e depois começou a rir. Toda a família dele estava aqui, seus pais convidaram a todos, e impressionantemente todos sabiam de mim, e me tratavam tão bem. Era mais que óbvio que Artur veio de uma família totalmente diferente, não eram só os pais dele e o irmão que aceitavam, mas todo mundo, até os avós dele aceitavam e nos tratavam na maior simpatia, além de sua família, todos os nossos amigos estavam aqui, e a festa só estava começando.
Já passava da uma da manhã, e a festa estava muito animada, todos riam e brincavam demais, os primos do Artur eram totalmente pirados das idéias, e só falavam besteira, Artur conversava animadamente com alguns tios dele, enquanto eu e Natália e Lucas estávamos tendo orgasmos de tanto rir com seus primos, Gustavo chegou até mim e pediu para conversarmos, eu o acompanhei até um lugar mais calmo.
— Então cunhado, aconteceu alguma coisa? — Perguntei meio ansioso.
— Eu só queria te dar os parabéns. — Ele respondeu sorridente.
— Parabéns?? Mas o niver era do teu irmão. — Comecei a rir.
— Eu sei cara, mas lembra quando eu te perguntei se você realmente amava meu irmão?
— Lembro.
— Você me mostrou que sim, e você ta fazendo ele muito feliz, parabéns por isso. — Ele me entendeu a mão para um comprimento.
— Valeu cara, eu amo teu irmão e agora parabéns pra você. — O comprimentei.
— Pelo o que?? — Ele riu.
— Por ter uma família tão maravilhosa, adorei todos.
— Valeu cara, eu queria te pedir uma coisa, posso?? — Gus pareceu meio ansioso.
— Claro cara, o que você quiser.
— É que eu to saindo com uma mulher, já faz algumas semanas e queria apresentar ela pra mano, e queria saber se podemos marcar algo sabe, tipo um jantar.
— Claro vamos sim, quem é ela??? — Perguntei curioso.
— Gabriela, ela é daqui. — Ele disse todo contente.
— Não conheço não, mas deve ser uma mulher maravilhosa pra você gostar dela. — Ele ficou todo bobo.
— Ah cunhado ela é sim, a gente ta saindo a algumas semanas e ta sendo tudo tão bom, eu amo estar com ela, tenho certeza que o mano vai adorar ela.
— Vai sim, e obrigado por ajudar hoje, a organizar tudo.
— A de nada cara, quando precisar é só falar, melhor cunhado do mundo. — Ele respondeu.
— A eu sei que sou. — Comecei a rir.
— A esqueci que você é a humildade em pessoa cunhado. — Ele riu.
— Só sou realista. — Demos boas gargalhadas.
Voltei ao salão e combinamos de sair essa semana, no sábado seria o ideal, então ficou marcado para sábado. Voltei para onde estavam Nat, Pedro e agora Artur, e seus primos, todos riam de alguma piada que Leandro, primo mais velho de Artur estava fazendo. Quando cheguei todos me olhavam.
— Onde você tava?? — Perguntou Nat.
— Falando com o Gustavo, falando nisso, amor preciso te dizer uma coisa.
Falei para Artur sobre o jantar e ele concordou perfeitamente, Lucas começou a fazer drama, que me fez rir muito.
— NÃO, AQUELE DEUS VAI NAMORAR, MEU DEUS, ESSA VIDA NÃO É JUSTA, EU VOU ME MATAR. — Berrava ele, ninguém se aguentava de tanto rir.
— Vocês tão rindo por que não é com vocês. — Continuou ele.
— Para de drama Lucas.— Respondi.
— Não é drama, é sinceridade.
— Ah guri, tu é uma comédia. — Artur falou.
A festa foi até tarde, cheguei em casa era umas oito da manhã, até me despedir de todo mundo e tals. O sono me consumia e quando cai na cama peguei no sono fácil. Acordei passava das 16hrs, sabe aquela dor de cabeça que a gente sente quando dorme demais, eu estava assim. Quando fico com dor de cabeça, fico com muito mal humor, e coitado do ser humano que ficar na minha frente. Fiz um café e enquanto esperava ficar pronto, fui arrumando meu material para a faculdade, hoje a aula seria puxada, mas eu amava tanto o que fazia, que isso pra mim seria bom. A campanhia tocou e pensando que fosse o Artur, corri para atender. Cheguei a porta, lembrei que o Artur tinha minha chave, então não tocaria a campanhia, então quem subiria sem o porteiro me avisar, pensei que poderia ser meus pais, já que eram amigos do porteiro, mas para minha surpresa não eram eles.
— Só pode ta de brincadeira comigo. — Falei irritado ao ver Thiago a minha frente.
— Desculpa vir sem avisar, mas preciso falar contigo. — Ele respondeu.
— Eu não sei como o porteiro te deixou subir, mas cai fora. — Respondi sério.
— Ele deixou por que já me conhece, e... — Eu nem deixei ele terminar.
— Olha cara, não me interessa o que você tem a dizer, sério, eu to sem paciência hoje então cai fora antes que eu passe pra grosseria.
— Ta beleza, eu sei que mereço isso, tchau. — Ele respondeu.
— Adeus. — Respondi seco ao fechar a porta.
Eu estava sem paciência pra começar uma briga agora. Tomei meu café e me arrumei para a faculdade. Saiu tudo normal naquela noite, nem comentei nada com Artur sobre o Thiago, para não deixar ele preocupado, naquela noite Artur dormiu lá em casa. Na manhã terça feira, levantei antes de Artur, e fui preparar o café da manhã, fui na padaria e comprei algumas coisas para comer, enquanto estava na Cozinha, novamente a campanhia tocou, não acredito que meu porteiro deixou aquele porre do Thiago subir de novo, abri a porta todo irritado quando de repente entrei em choque.
— Filhão que saudade. — Meu pai me abraçou forte.
— Pai????? — Ferrou, Artur não poderia sair daquele quarto agora, ou eu to morto.
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Então pessoal, tudo certinho com vocês???? Desculpa pela demora, como já expliquei, tempo é complicado, to atrasadíssimo pra faculdade, no próximo capítulo eu respondo todo mundo, porque hoje não da tempo, mas comentem o que acharam e uma boa semana para todos. Abração.
H.g20@Outlook. Com