Passei um dos piores finais de semana da vida. A mente embaralhada, sentimentos conflitantes... O que estava acontecendo? Quem era aquele homem? Ou melhor, aquele Homem? O que eu estava sentindo?
Claro, eu não era gay. Nunca tive inclinação a gostar de homens. Não me via como preconceituoso, mas tampouco eu me importava muito com gays: sempre achei que eles o eram por opção. Mas o que eu sentia, então? Por que aquele homem, cujo nome eu nem sabia, tanto me atraía?
Minha namorada veio à minha casa no sábado à noite e ficou até domingo de manhã, quando foi embora irritada comigo. Eu não respondi a suas milhares de perguntas sobre o que havia de estranho comigo, e confesso que provavelmente estive insensível e desligado do mundo real naquela noite. O que me lembro é de que, quando ela tirou a roupa e me pediu dentro dela, eu senti que estava fazendo a coisa errada ao tentar assumir um papel de homem... como assim eu estava penetrando alguém? Eu me achava homem para isso? A masculinidade do Homem misterioso da academia vinha à minha mente e me deixava envergonhado por achar que eu poderia representar uma figura masculina.
Na segunda-feira, fui à academia no horário de sempre. Eu poderia ter mudado. Resolveria meu maior problema, o medo do que sentiria ao reencontrar aquele Homem, mas, por algum motivo que desconheço, não o fiz. Fui no horário normal. E é claro que ele veio ao meu lado na esteira. Vê-lo fez todo o meu corpo tremer.
- Oi – disse ele, baixinho.
- Oi – respondi.
- Pensou naquilo?
- Em que? – desconversei.
- Você sabe em que – devolveu ele. – Na atração que você sente por mim. No que ela significa.
Por algum motivo, intui que deveria confiar nele.
- Não sei o que ela significa. Não sou gay, eu já disse.
- Não? – disse ele.
- Não – confirmei.
- Já experimentou um homem alguma vez? Sabe como é? Nunca pensou em ter um homem em seus braços, tocar o corpo nu masculino?
- Não – disse eu, a voz saindo aguda.
- Você sabe que eu posso te dar tudo isso. Sabe que, perto de mim, você não é homem.
As palavras me atingiram com força.
- Hoje, quando formos embora, você vai me dar outra carona – disse ele, e compreendi que era uma ordem.
Fiz um péssimo treino. Meu olhar se dirigia a ele, embora eu não quisesse... aquela força gravitacional à sua volta atraía meus olhos como ímãs. Ele devolvia o olhar, puxando mais peso, me olhando como se fosse um Macho-Alfa querendo impressionar uma fêmea com sua força.
Na hora de sairmos, não fui comprar água. Fiquei ao lado do carro, esperando-o, minha cabeça com vozes me dizendo coisas diferentes... eu não entendia porque, mas eu o obedecia...
Ele chegou.
- Eu dirijo – ele disse, e eu não protestei.
Ele foi até sua casa, e fui também em silêncio.
Quando estávamos quase chegando, ele disse:
- Você não admite, mas vejo que já tomou sua decisão.
- Como assim? – perguntei, com medo.
- Olhe para sua calça.
Olhei e me xinguei mentalmente pela ereção aparente.
Meu coração acelerou. Estava com medo dos próximos minutos. Sabia que algo importante estava por acontecer.
Ele parou o carro, puxou o freio de mão e me beijou. Que beijo incrível! Que boca quente, máscula, apaixonante... sua boca dominava a minha, quase a engolindo, com desejo, e a minha respondia à altura, empolgada, pedindo por mais... minha mente não compreendia, nada tinha lógica, mas o corpo obedecia ao mais primitivo dos instintos.
Ele me soltou, olhou em meus olhos e disse:
- Segura meu pau.
Antes que minha mente entendesse o que ele queria dizer, minha mão já estava sobre sua calça, segurando uma rola que parecia grossa. Não esperei ele pedir – ou melhor, ordenar – mais nada, mas tirei a calça dele e decidi que era a primeira vez na vida que eu chuparia um pau.
Quando minha língua tocou a cabeça do pau dele, senti minha masculinidade me deixando. Ele era o Homem. Eu? Sei lá o que eu era. Fosse homem, fosse mulher, fosse gay, bissexual, viado ou qualquer outro termo, eu era alguém que deveria servir e agradar o macho-alfa. Isso era a única coisa clara na minha mente: estou aqui para servi-lo.
Minha boca rodeou seu pau gigante, grosso. Tive que abri-la bem para abrigar o cacete em minha boca. Instintitivamente, coloquei tudo o que podia dentro da boca e tirei aos poucos, me acostumando ao cheiro e ao gosto de macho, uma sensação em que eu senti que ficaria perdidamente viciado...
O gosto de seu pré-gozo começou a encher minha boca. Eu chupava, chupava e chupava, me esforçando na tarefa, e seus gemidos eram para mim uma enorme recompensa. Ele colocou a mão enorme sobre minha cabeça e eu percebi que era dele, e que estava submetido à sua vontade e assim seria enquanto ele assim quisesse. Ele era meu Macho, eu era seu servo.
Com um grito, meu macho encheu minha boca de porra. Deixei-a um pouco na boca, me acostumando ao sabor forte, mas delicioso. Engoli.
Ele saiu do carro. Como naquela sexta-feira, não disse nada. Simplesmente saiu. Talvez, também sentisse coisas confusas...
- Ei – chamei.
Ele olhou para trás.
- Pelo menos me diga seu nome.
Ele sorriu, entrou em casa e fechou a porta com força.