{Conto verídico, nomes e locais alterados para manter a descrição.}
Há alguns anos atrás, trabalhei numa holding com empresas na região Nordeste, Centro Oeste e Sudeste e, devido ao meu cargo, às vezes precisava viajar e passar, em média, uma semana fora.
Como sou solteira, não tenho filhos nem nenhum laço certo, tinha total liberdade de horários e datas. Marcaram, então, uma viagem pra uma segunda-feira, pós dia dos Pais. Aproveitei e pedi para me mandarem domingo no primeiro vôo, para que eu pudesse aproveitar as praias de Maceió. Já tinha até um colega de trabalho, com quem eu tinha dado umas “brincadinhas” na minha última viagem pra lá e, no fundo, eu estava pensando também em completar o serviço.
Cheguei cedo ao aeroporto e aproveitei pra atualizar minha caixa de emails. Como mulher é o cão, é um olho no quadro e outro no óleo. E o meu óleo era um cara com mais de 1,90m de altura, branco, de cabelos negros, cara de rico e musculoso. Ela trajava bermuda cáqui e camisa branca. Posteriormente descobri que aquela “parede” de músculos era trabalhada no pólo aquático semanalmente. Ái, delícia! Nossa, eu estava há semanas sem pica e já doidinha pra dar, ainda mais pr’aquela delícia de pele alva... Uhn... Já me imaginava mordendo aqueles braços musculosos e marcando aquela pele todinha com meu batom vermelho sangue.
Fiquei secando ele horas a fio, porque nosso avião demorou de decolar por um problema mecânico. Quando finalmente entramos para decolar, dei um jeito de sentar na poltrona na frente da dele. Mexia no celular, ligava pra um e pra outro fazendo a voz mais sensual possível... Tudo pra chamar a atenção daquele pedaço de homem. De onde estava, senti o perfume dele, que posteriormente descobri ser francês, empurrado pelo ar condicionado para me provocar.
O destino deu aquele empurrãozinho, fazendo surgir uma pane no avião ainda em terra. Descemos todos e, pela demora, a companhia aérea pagou um hotel pra gente até conseguirem outro voo.
Fomos pro guichê da companhia e ele estava na minha frente, falando com a moça do balcão. Conseguia agora reparar em cada pedaço daquele homem de perto. A bunda grande, as costas largas e definidas, os braços apertados nas mangas da camisa, as pernas depiladas, o cabelo bem cortado... Fiz questão de colocar meu monte de malas bem atrás dele, impedindo a passagem. Falei com a moça e ela providenciou o táxi para nos levar até o hotel.
- Se importaria de dividir o táxi comigo? – disse Rômulo. O nome de macho combinava perfeitamente com aquele pedaço de homem.
- Claro que não, já que iremos pro mesmo lugar. – respondi, fitando-o, com meio sorriso nos lábios.
Ele me ajudou com as malas e fomos juntos no fundo do carro, proseando. Perguntei se ele era advogado, ele confirmou e ficamos nos olhando, aquele clima já no ar, aquela tensão sexual palpável. Ao chegar, o rapaz do hotel perguntou:
- Um quarto ou dois?
- Um! –ele. - Dois! – eu. Respondemos ao mesmo tempo.
Rimos e o rapaz deu uma chave pra cada. Ele me ajudou com as malas, e deu o primeiro passo, perguntando se poderia usar meu notbook para ver uns e-mails depois. Ah, filhinho... Já estava querendo *Risos*. Confirmei com a cabeça, sorri sensualmente e entrei no meu quarto.
Tomei uma banho bem gostoso, já me preparando para o abate. A presa, é claro, seria ele. Coloquei uma sainha folgada e uma camiseta, CLARO, muito mal intencionada. Escolhi um dos meus conjuntos da Victoria’s Secret azul turquesa para acompanhar. Imaginava todas as posições possíveis com aquele 1,90m de mal caminho, com aquela cara de homem bem tratado.
Liguei pro restaurante do hotel e fiz meu pedido. Ao desligar, meu telefone toca.
- Oi, moça, é seu vizinho de quarto. *Risos*. Bem, estou ligando pra saber se você me daria a honra de almoçar comigo. – aquele sotaque carregado acompanhado de uma dicção incrível me arrepiava.
- Oi, vizinho de quarto! Já pedi meu almoço.
- Então eu posso pedir para levarem o meu almoço ai, daí aproveitamos para almoçarmos juntos?
- Pode sim.
Hahaha, eu nem estava querendo... Borrifei um pouco do meu perfume na cama e me preparei pro que viria.
Ele bate na porta, abro e vejo aquele homem lindo na minha frente. Não tinha reparado quão lindo ele era, nossa... Sorri e dei espaço pra que entrasse.
Sentou-se na cama, começou a puxar papo. Falou que era separado, que morava com os pais e estava indo para Maceió passar o dia dos pais com o único filho, Pedrinho. Comentou que estava se especializando em crimes virtuais, que estava na minha cidade porque passou aquele fim de semana em um campeonato de pólo aquático e que o time dele tinha ganhado... Eu ficava embasbacada, abobada, encantada com cada palavra e a doçura com que ele falava das coisas dele, do filho, do trabalho. Ele estava começando a me ganhar.
Preciso confessar que, por mais que o tesão estivesse tomando conta de mim, eu estava receosa. Assisto muito filme policial de suspense e, delícia daquele jeito, fiquei com medo daquilo tudo ser um serial killer. Rsrs, não me perguntem porquê, mas era bom demais para ser verdade. Deu aquele frio na barriga quando ele perguntou se podia tirar a camisa. Sorri e consenti.
Nosso almoço chegou. Comemos, conversamos um pouco mais, ele se recostou mais na cama. Me olhava daquele jeitinho, cheio de maldade e ternura ao mesmo tempo.
- Quer sobremesa? – perguntou.
- Quero. – sorria enquanto observava ele se levantar.
Simplesmente saiu do quarto sem me dizer nada, deixando a porta aberta.
CONTINUA.