O título deste conto já sugere inúmeras interpretações, isso é fato. Não preciso dispensar infinitas palavras para fazê-los entender que dois corações significam duas pessoas, dois seres humanos, rs.
Mas então, quem sou eu, o que faço e como eu sou? Essas perguntas são básicas para fazê-los imaginar as minhas características e o meu jeito de ser e encarar o mundo. Em outras palavras: são básicas porque fazem vocês darem vidas as palavras que se seguem.
Chamo-me Lucas, claro, se trata de um nome fictício. O foda, em minha opinião, é que aqui você pode ser quem você quiser, não revelando, portanto, a sua verdadeira identidade. Esse site cria outro mundo, o mundo dos pseudônimos, talvez este seja o maior mistério daqui: ler, pensar, viajar, imaginar e palpitar na vida alheia, embora não se tenha plena convicção de que os contos lidos se tratem de ficção ou realidade. Como diz um grande autor da área de sociologia: vivemos a sociedade do espetáculo. Mas enfim, filosofar não é meu objetivo aqui.
Como dito, me chamo Lucas, tenho 23 anos e sou mestrando em Engenharia de Petróleo por uma das diversas Universidades Federais que existem no Brasil, rs, tentem adivinhar! Malho e gosto de praticar qualquer esporte que seja, embora eu tenha certa paixão por Natação. Acho que nadar me faz pensar, pensar e pensar. Além de que não existe nada melhor que ter a sensação de que estamos voando. Acho que nadar promove essa sensação.
Vejo o esporte como um grande aliado do futuro, por isso tento, sempre, estar ligado às atividades físicas, além de garantir uma boa saúde no futuro, você fica com um corpo do caralho, e modéstia à parte, arranco grandes olhares nas festas que vou e quando decido sair de casa sem destino. Acho que o esporte promoveu meu crescimento, não só com relação ao corpo, mas também com relação a minha altura, pois tenhobem acima da média dos brasileiros. Meus cabelos são, deixa-me pensar como explicar, como o de Jesus – não Jesus da Bíblia – o qual tenho grande fé –, mas aquele Jesus, o modelo que pegou aquela cantora meio doida que canta músicas pornográficas. Acho que ele a pegou para guinar a sua fama. Certo ele, kkkk. Sim, sou branco.
Acho que pelo meio jeito caseiro de ser e pelas minhas características físicas, além de que não tenho jeito afeminado, nada contra quem gosta de quem tem jeito ou é, mas eu não curto, não porque a cultura implantou isso na minha mente ou porque tenho preconceito ou tantos outros pqs. Simplesmente não acho legal. Pra MIM, perde a essência da coisa, a masculinidade e tantas outras coisas que o homem deve ter. É a minha opinião, respeito à opinião de todos.
E, nesse mundo plural, existem pessoas de todos os tipos possíveis. Mas, vale apontar, que, a maioria curte essa parada sigilosa e máscula, a vê como uma parada misteriosa, fantástica e tantos outros adjetivos.
Vamos ao conto, isso é o que interessa aqui.
De vez em quando, a pedido dos meus pais, viajo para o interior para cuidar de coisas familiares, mas desta vez, já fazia uns 06 anos que eu não colocava os pés na cidade dos meus tios, durante esse tempo eram os meus pais que faziam os trabalhos deles.
Então, peguei o carro e segui viagem rumo a tal cidade. Chegando lá, fui logo abordado pela minha prima, doida como sempre, gritando para os quatros ventos: primo, como tu tá lindo. Que saudades. Você nos abandonou. E tantas outras coisas. Eu ficava meio envergonhando, só fazia abraçá-los. Na companhia da minha prima tinha um rapaz, muito bonito por sinal, eles, pelo que vi, pareciam estar juntos, mas essa era a minha conclusão, de nada eu sabia. A minha prima é bem extrovertida e muito gata, quando éramos novos, já nos beijamos várias vezes, e quase a comi – brincadeiras sacanas de crianças KKKKKKK.
A prima, como sempre, doida de jogar pedra, chamou o amigo dela com o objetivo de nos apresentar. Ele, todo machão, se sentindo o merda (o mais bonito de todos) do interior que fui, veio logo me cumprimentar, como se já fôssemos amigos há muito tempo.
- E aí cara, tudo bem? Sua prima fala muito de você, diz que você detona as novinhas da capital. Que é o desejado das mulheres. Disse ele.
- A prima fala demais. Sou nada. Pego um aqui e outra ali, mas nada tão exagerado assim. Falei sorrindo.
- Vai ter uma festa amanhã na cidade vizinha, tá a fim de ir? Disse ele.
- Sim, sim, pode ser. Completei. (Não tinha nada para fazer na cidade mesmo, além de resolver algumas coisas a pedido dos meus pais)
Depois dessa conversa, o amigo da minha prima seguiu para sua casa e eu e minha prima ficamos na casa de nossa tia, ela alisando meu cabelo e dizendo que eu tava lindo e tal. Essas coisas de prima que ama o primo e tal. Eu só fazia rir e dizia que ela não ficava para trás, que era lindona e que pegava todos os matutos do agreste. Ela ria e dava umas tapinhas de leve em mim, acompanhando de: paaaaara primo, ooooooxe.
Passamos à tarde lá e a minha prima não largava de meu pé, acho que porque nunca mais tinha me visto. A tarde toda foi acompanhada de várias perguntas. Algumas perguntas eram relacionadas ao amigo dela. Perguntas como: Primo, o que tu achaste do meu amigo? Tu achas que ele combina comigo? Ele é lindo, né? Não restaram dúvidas que ela estava a fim do cara, do amigo dela. Eu respondia as que eu podia. Algumas; como a do “ele é bonito, né?” eu retrucava: tá me estranhando prima, porra de bonito o quê! Depois de tantas perguntas sobre ele realizadas por ela, ela finalmente assumiu que tava a fim dele e que os dois estavam ficando. Eu, zoando com ela, disse que não ia mais a festa, não queria ficar de vela.
Bem, o dia da festa chegou, e eu, não tão com desejo assim de ir, fiquei sem expectativa alguma. Já minha prima e o amigo dela, que os segurassem, pareciam estar extremamente ansiosos para curtir a noite que estava por vir. Ficavam feito dois doidos, colados um no outro, se beijando, algumas vezes, dava até pra ver as línguas deles se entrelaçando. O engraçado foi que, em alguns desses beijos, minha prima de costas para mim e ele abraçado com ela, mas de frente para mim, foi que ele, enquanto a beijava agressivamente, ele abria os olhos em minha direção [um olhar meio sensual], como se quisesse me provocar ou algo do tipo.
A festa finalmente chegou. Sim, a festa era Junina, com muitas comidas típicas e fogueiras que mais pareciam montanhas. Eu fui caracterizado: com uma camisa xadrez, calça jeans e com um sapatênis marrom. Minha prima e minhas tias quando me viram: ai meu Deus que menino lindo, vai pegar todas as meninas da cidade, cuidado para não engravidá-las viu Lucas? Eu só fazia sorrir, como um sinal de agradecimento. O amigo da minha prima, que, agora, pareciam namorados, falou: porra cara, tu já é bonitão, agora vai pegar todas as meninas da cidade, cuidado viu, você é nosso, referindo-se a ele e a minha prima.
Minha prima também estava muito linda e o amigo dela mais ainda. Lá vamos nós para a festa, os dois de mãos dadas e eu lá, sozinho caminhado ao lado deles. Foi na festa que tudo mudou...
Devo continuar ou parar?