Viçosa 11

Um conto erótico de Matheus Azevedo
Categoria: Homossexual
Contém 1178 palavras
Data: 25/06/2015 22:01:05

Às vezes você se pega sorrindo sozinho, ao lembrar das boas recordações do passado. De um tempo distante em que, definitivamente, as coisas pareciam ser mais simples do que são hoje.

Mas afinal é dessa forma que deve ser, pequenos fragmentos de lembranças preenchendo todo a grande tela de nossas vidas. Assim como pequenas folhas compõem e vestem uma grande árvore formosa.

Todos os momentos agradáveis que tivemos, todas as canções de amor que cantamos, tão contentes, sempre sorrindo, nunca tristes, tempos tão bons, impossível não sorrir mesmo.

Quando estivermos velhos e nossos olhos opacos, e essas coisas não acontecerem mais conosco, em nossas lembranças nós ainda caminharemos pelas mesmas estradas rurais, cantaremos as mesmas velhas canções e escutaremos alguém chamar o nosso nome.

____

Me lembro particularmente de um dia em que Marcos apareceu de moto na porta da minha casa, me convidando para dar uma volta, disse que precisávamos conversar. Não nos víamos nem nos falávamos desde o fatídico dia em que o irmão mais novo dele, Fernando, quase nos flagrou juntos.

Obviamente, eu não disse nada à Marcos sobre o fato de Fernando ter demonstrado interesse em mim também e de ter me beijado alguns dias atrás. E eu ainda estava com raiva de Marcos por ele ter desaparecido todo aquele tempo, me deixado sem sequer uma palavra.

Mas eu resolvi dar uma chance para Marcos naquela manhã de domingo. Tomei o capacete da mão dele e montei na moto. Rodamos um pouco até sairmos da cidade, não em direção as rodovias que cortavam o município, mas sim pelas estradas rurais, de chão batido, que circundavam as serras e montanhas, atravessando as matas e cafezais.

Ele parou a moto em uma estradinha que conduzia à uma elevação nas montanhas, de onde podia se ter uma vista do vale profundo lá embaixo, ainda coberto por uma densa névoa, que brilhava branca sob a luz do sol.

Ali, sentindo o ar fresco e puro da natureza, escutando o vento sussurrando entre as árvores, Marcos chamou o meu nome.

- Senti a sua falta - disse ele.

- Sério? - perguntei, com uma certa incredulidade e ressentimento - Por que não me procurou então?

- Por que estava com vergonha - respondeu ele sincero, me olhando nos olhos - Não sabia o que fazer, estava tentando negar, esconder o que aconteceu entre nós, fiquei mal pra caralho, o que alguém poderia pensar, eu sou mais velho que você, só tem quinze anos, não sei o que deu na minha cabeça...

Ele falava de forma ininterrupta. Parecia estar tão ou mais confuso que eu. O nosso quase flagra, aquele constrangimento pelo qual passamos juntos, também havia sido um grande choque para ele, que também não sabia como lidar com a situação.

- Você acha que o Fernando percebeu algo? - embora eu soubesse, perguntei para saber até onde ele sabia.

- Não sei, ele não me disse nada. Também não conversamos desde então, nosso relacionamento não é lá dos melhores.

- Se você acha que é errado, porque veio me procurar então? - perguntei obstinado, o enfrentando.

- Por que não consigo tirar você da cabeça...

E aquilo me desarmou por inteiro.

Suas mãos correram ao redor dos meus ombros, me puxando contra o peito dele. Ele afundou a cabeça nos meus cabelos, tentando aspirar o meu cheiro. Eu não sabia bem o que fazer, então o envolvi com os meus braços, em um abraço profundo e redentor.

O sol brilhava radiante sobre nossos corpos, embora o caminho que estávamos percorrendo era como a escuridão da própria noite, mas a estrada, naquele momento, parecia ser tão certa, tão magnifica.

Nos beijamos ardentemente ali, no meio do nada, completamente isolados e esquecidos no cumezinho daquela montanha. Fomos nos despindo, retirando nossas jaquetas e camisas, beijando os ombros, peitos, braços, umbigos e mamilos um do outro.

Eu me deitei sobre o corpo longo, magro e branco de Marcos, debaixo de uma árvore, e ali começamos a nos amar, do nosso jeito: urgente e sôfrego. Retiramos nossas calças e só de cueca começamos a nos esfregar um no outro, eu sentado em seu colo, as mãos dele explorando o meu corpo, enquanto eu lhe sorvia os lábios em beijos desesperados.

Marcos me virou e me deitou na vegetação rala que crescia no solo abaixo de nossos corpos, me deixou de todo nu, puxando a cueca pelas minhas pernas. Afagou meu pênis em riste, meu saco, minhas bolas, e então me pôs de bruços. Beijou minhas costas, minhas coxas, minha bunda. Abriu minhas nádegas e pôs-se a acariciar meu cu com o seu dedo, causando-me arrepios.

Com uma grande surpresa, senti sua língua tocar meu orifício, lamber-me lascivamente as minhas preguinhas, mordiscar meu bumbum. Gemi alto com o toque selvagem de sua barba rala em meu traseiro, estava descontrolado por inteiro.

Depois de um tempo naquela posição, temi que Marcos fosse querer me penetrar. Ainda não estava preparado para isso, embora, com todo o prazer e convulsão que estava sentindo, teria sido difícil dizer não. Mas ele me respeitou e não tentou forçar nada que eu não quisesse no momento.

Me levantou e me beijou, me fazendo sentir o meu próprio gosto intenso na sua boca. Suas mãos deslizando por minhas costas. De olhos fechados, nu e abraçado a um homem 25 centímetros mais alto que eu, eu imaginava se, com tantos amores dando errado no mundo, o nosso (ousaria dizer?) amor, poderia ser forte o suficiente e durar para sempre?

- Quero te levar em um lugar - disse Marcos de repente.

- Mas estamos pelados! - respondi rindo.

- Ora, vamos lá, não é tão longe! - disse ele, praticamente me arrastando.

Só tive tempo de vestir a calça sobre a minha virilha nua e sair correndo descalço atrás dele, descendo o barranco coberto de mato, até uma parte mais baixa, onde havia uma nascente fria, de água límpida, que corria fazendo um sulco na terra.

Ele me explicou muita coisa sobre a natureza daquela região, que ele parecia conhecer tão bem, pois o pai, quando vivo, o havia levado para passear muitas vezes por ali. Disse muito sobre ele e eu, sentados os dois juntos nos braços um do outros.

- Você tem coragem de contar sobre isso para os seus amigos? - Marcos perguntou.

Eu não respondi. Senti aquela sensação de distanciamento das pessoas que eu tinha com frequência. Não me abria com ninguém, não conseguia falar de mim mesmo, nem com Marcos àquela hora. Depois de um breve silêncio, ele sorriu para mim, seus olhos azuis cinzentos fixos em mim.

- Você é uma excelente companhia... Vamos lá, agora, deixe-me dizer o que você está perdendo, erguendo esses muros de tijolos à sua volta...

- Não sei definir o que temos, mas de uma coisa eu tenho certeza, sei que é uma amizade tão pura - Marcos continuou dizendo.

Ele se levantou, e deslizou seu calção para baixo, expondo-me o seu pau, que ele me ofereceu para chupar. Me ajoelhei diante dele e passei a sugar aquele cacete para mim, lambendo-lhe as bolas, mordendo a parte interna das coxas, afagando-lhe a barriga.

- Você é o melhor menino que eu já conheci, tão carinhoso...

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Comentários

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Muito bom. Fernando vai reaparecer?

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Foi ótimo esse capítulo! Espero q o Fernando tenha chance!

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