Cap.5
- Peça desculpa a ele mamãe ! - falei, segurando o braço dele.
- Deixa ela Marco, sua mãe não me deve desculpas. Eu que sou louco de ter entrado numa casa de estranhos - falou, indo em direção ao quarto de hóspedes.
- Bruno... - segui ele até o quarto. Entramos quase juntos. Assim que ele entrou, se jogou sobre a cama
- Por quê me seguiu ?
- Não fica assim, eu não quero que você vá !- falei, sentando na beirada da cama - o apartamento é meu, e você é meu convidado aqui.
- Mas sua mãe não quer que eu fique.
- Tenha calma OK, é porquê ela não te conhece.
- Não quero ser um incomodo pra ninguém - falou, sentando ao meu lado - posso estar sem memória mas ainda sei reconhecer quando não sou bem vindo em algum lugar.
- Eu disse que você é um incômodo ? Se fosse eu não tinha o deixado ficar. Volte lá pra cozinha e tire essa ideia da cabeça, se você for embora nunca iremos achar sua família.
- Mas, e sua mãe...
- Eu converso com ela...
MINUTOS DEPOIS
- Você só pode estar louco Marco, hospedar alguém que você nem conhece.
- Mamãe, o garoto não lembra nem do nome completo ! A senhora acha mesmo que ele é um ladrão ?
- Como você tem certeza disso ?
- O médico da área me confirmou. Eu vi os exames. Ele bateu com a cabeça em algum lugar e sofreu uma lesão que tirou a memória dele por alguns dias. Ele não está mentindo. Por favor mamãe, não seja leviana. Se eu não o ajudar, quem o ajudará ? - ela fez uma cara de "tô de olho"
- Ainda não confio nesse garoto !- falou, cruzando os braços.
- Vá por mim mamãe, eu tenho certeza do que falo.
- Tudo bem, a casa é sua mesmo. Vim apenas pegar algumas roupas do Tiago. Ele já melhorou, mas ainda esta doente.
- OK, amanhã vou visita-lo.
- Vá mesmo, ele passou o dia falando que queria te ver.
- Oh meu deus - sorri - já tô sentindo falta do meu pequeno...
Ela pegou algumas roupas e logo saiu. Mamãe tinha seu próprio carro, eu mesmo o havia comprado, pois assim ela podia se locomover pra onde quisesse.
- E você, o quê faz ai ?- perguntei, entrando na cozinha e sentindo um cheiro de comida bem gostoso.
- Carne Moída.
- Como você soube que eu gosto ?
- Bem, estava na geladeira então imaginei que você gostasse.
- Pelo jeito você é fã mesmo da cozinha ein ?
- Acho que sim. Diversas vezes passam flashes na minha cabeça, numa cozinha, cozinhando diversas comidas.
- Mas tão novinho ?
- Sera mesmo que eu sou tão novo ? - perguntou, olhando pra faca como se quisesse se ver.
- Acho que sim, você parece ser novo.
- Quantos anos você acha que eu tenho ?
- Uns 15,Não tem como a gente saber a idade por exame ?
- Não. Curiosamente não existe nenhum teste que dê certeza.
- Entendo. Então teremos que esperar eu me lembrar de tudo para poder dizer minha idade.
- Creio que sim - coloquei meus cotovelos sobre o balcão e fiquei observando ele cozinhar. Ele ficava tão fofinho quando estava empenhado. Não era possível, eu estava me atraindo por um adolescente desmemoriado ! Pra alguem de 30 anos, isso era algo impensável. Mas o que eu podia fazer ? Ele era um adolescente muito atraente e fofo !
TEMPO DEPOIS
- Que bom - falei, provando a carne moída que ele tinha feito - você já pode casar !- ele sorriu, ouvindo eu elogiar a comida dele.
- Que bom que você gostou. Eu estava morrendo de medo de errar o sal, mas pelo jeito está bom.
- Está ótimo, você cozinha muito bem !
- Você acha ?
- Acho... - ficamos em silêncio por alguns minutos enquanto comiamos o que ele havia feito.
- Marco, aonde fica a praia da Ponta Negra ?
- Um pouco depois do Aeroporto, porquê ?
- Você me leva lá ?
- Tá mas... Porquê ?
- Sei lá, de repente veio uma lembrança de eu, deitado na praia, ouvindo minha mãe falar "estamos aqui na Ponta Negra". Parece ser um lugar legal, eu queria ver como é.
- Tudo bem, a gente pode ir lá domingo a tarde, se não estiver chovendo.
- Que ótimo - o silêncio reinou mais uma vez - Marco, posso te perguntar mais uma coisa ?
- Aonde mais você quer ir ?
- Em lugar nenhum. Só queria saber uma coisa.
- Pois não, o que é ?
- Você namora alguém ?
Continua
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