Gente, antes de começar no último conto que eu escrevi, Amnésia , uma leitora(ou leitor, perdoe se for homem) disse que ando diminuindo o tamanho dos contos. Só gostaria de dar um motivo pra isso. Vocês mesmos sabem que eu procuro postar um dos três diariamente, porquê amo ler os comentários e é a primeira coisa que faço no dia. Gosto de escrever de madrugada, não é por necessidade, é gosto mesmo, as minhas idéias afloram nas altas horas da noite. O problema (não é tão problema assim) é que meu namorado só para pela madrugada, e é o horário em que conversamos. Então eu fico intercalando entre escrever e falar com ele. As horas vão passando e o cansaço vai batendo. Penso em deixar pra escrever no outro dia, mas gosto de ler comentários então acabo postando, mesmo curtinho. Sei que alguns vão dizer que devo respeitar o leitor e sempre publicar o melhor que posso, mas não consigo deixar de escrever a noite, nem que seja só um pouquinho. Agora vamos lá.
Cap.8
Peguei em um sono profundo em pouco tempo e logo me vi sonhando. Esse sonho era tão estranho. Eu andava pela escola sem rumo, procurando a todos mas parecia que todos haviam sumido.
- Ken ? Keisuke- San ? Suzuki ? - nada nem ninguém era encontrado. Até eu chegar no corredor principal. Do nada os três apareciam, muito bem vestidos, sombrios, parecendo vampiros sugadores de sangue.
- Eu não te quero Saki-San, eu quero Suzuki...- ouvia a voz de Ken que sorria sadicamente falando isso.
- Ken...
- Não ligue pra ele Saki-san. Estou aqui pra te fazer feliz - agora Keisuke falava, e imediatamente vinha em minha direção.
- Não faca isso Saki-San, você sabe que Keisuke é meu !- Suzuki agora falava, aos prantos na minha frente. Os três repetiam as frases ao mesmo tempo, me deixando confuso, enraivecido e quase maluco.
- Parem ! Parem ! - quando vi o Sol estava batendo no meu rosto novamente. Acordei aos poucos, e do nada vi o rosto de Ken na minha frente.
- Saki-San, você está bem ?- imediatamente a visão sombria que se formou dele no sonho voltou a minha mente.
- Acho que sim - logo me sentei na cama - porque ?
- Estava gritando, achei que estivesse sentindo alguma coisa.
- Não... Está tudo bem aqui comigo !
- OK. Ande, vamos nos atrasar - e lá ia ele vestir a sua roupa. Como fazia todas as manhãs, ficava de cueca no quarto enquanto se trocava e quase me enlouquecia diariamente. Eu tinha que dar um jeito de esquecer esse garoto, algo me diz que ele iria me fazer sofrer.
NARRADO POR KEISUKE
Entrar em Ibaraki foi uma das decisões mais difíceis da minha vida ainda curta, mas eu decidi fazê-lo, pois era um desejo de meu avô, que sempre deixou isso claro, inclusive antes de morrer.
"-Você não vai me deixar vovô, não !
- Cumpra meu ultimo pedido filho. Tente estudar em Ibaraki, é o melhor pra você - respirei fundo e fiquei olhando pra ele.
- Sim vovô, eu vou !"
E então acabei vindo. Estou aqui a mais de um ano. Agora faço o segundo ano. E neste meio tempo que estou aqui, descobri diversas coisas da vida. Descobri como se apaixonar é fácil. Descobri como ser desprezado é fácil. E principalmente, descobri que ler é muito bom. Por isso, para esquecer meus amores passo horas e horas na biblioteca. No meu primeiro ano, eu era louco pelo Hiroshi Ken, o galã da escola. Tão inteligente, tão bonito, tão interessante, nem o mais prevenido gay se livraria dessa paixão iminente. Fazia tudo o que ele queria, buscava estar perto a dele a cada momento, estava começando a parecer as seguidoras dele, que o seguem pra cima e pra baixo diariamente. Mas ai ele destruiu tudo com apenas algumas frases.
"-Meu, como você pode ser tão tapado ? Eu gosto de você, não deu pra perceber ? - ele me olhou no fundo dos olhos, num olhar que não podia ser descrito. Eu não conseguia entender o que estava lançado neles.
- Eu não gosto de você Keisuke. Somos apenas amigos, nada mais que isso ! -falou, me deixando sozinho no quarto"
Foi a primeira vez que eu enfrentei o sofrimento do amor não correspondido. Jurei a mim mesmo que me faria de difícil, que não me deixaria apaixonar novamente, por ninguém, não importa quem seja. Meu nome é Nagatomo Keisuke. Tenho 17 anos. Tenho cabelos pretos, olhos bem castanhos, um corpo normal, não muito malhado. Não sou baixo, mas também não sou alto. Este sou eu. O que acontece é que a jura que eu fiz não adiantou de nada. Estou me apaixonando, o coração me trai mais uma vez. Dessa vez, novamente por um garoto do primeiro ano. Novato, assim como Ken. Bonito, assim como Ken. Seu nome é Akaike Saki(ou Takeshi.Jr, vocês decidem kkk). É lindo. Imaginem olhos puxados azuis, um rosto bem afilado, e cabelos bem lisos. Um corpo ligeiramente definido, uma personalidade tímida, fofa e frágil. Como não se apaixonar ? Não teve jeito, quando bati o olho naquele garoto não consegui mais desgrudar. O conheci na minha companheira inseparável de estudos, a biblioteca.
" Lá estava ele, entrando na biblioteca. Era a primeira vez que eu podia vê-lo tão perto. Disfarcei quando ele olhou pra mim, mais assim que ele subiu na escada eu o olhei. Que garoto lindo ! Até de costas era lindo. Não fazia o tipo galã. Fazia o tipo fofo. Tão fofo, que dava vontade de abraçar e nunca mais soltar. A preocupação me veio quando percebi que ele ia cair. Ali, já sabia o nome dele, já tinha visto na lista. Corri e o segurei.
- Tenha cuidado, novato parceiro de quarto do Ken.
- Summimasen - aquele olhar nervoso, preocupado, tímido era enlouquecedor.
- Ei, não se desculpe por cair - falei, segurando o seu queixo. Minha vontade era de beija-lo.
- Hai !"
Desde lá tento sempre estar perto dele, fazê-lo sorrir e suprir a falta que sei que Ken faz a ele. Será se mais uma vez me decepcionarei com o amor ?
NARRADO POR SUZUKI
Procura ou não procura ? Procura ou não procura. Kami-sama, me ajude a tomar esta decisão. Se eu for, o que direi a ele. E se ele achar meus gostos "livrísticos" estranhos ? Meu Deus, um japonês que não tem gostos normais por livros. O que ? Só por gostar de terror e ficção científica não sou normal ? E se eu ficar sem assunto ? E se eu me perder em seu olhar ? E se eu tropeçar, já imaginou a vergonha. Sei que quando estou nervoso chamo desastres. Ai Suzuki, seja homem uma vez na vida !
- Suzuki-San, está ai ? - ouvia a voz de Saki bem longe, mas que se aproximou rapidamente.
- Ah, hai !
- Preste atenção, este trabalho vale nota !
- Hai, hai ! - Keisuke, você está embaralhando meus pensamentos !
TEMPO DEPOIS
- Vai almoçar Suzuki-San ?
- Pode almoçar na biblioteca ?
- Pode, só não esquece de devolver a bandeja - ele ficou em silêncio e sorriu - vai atrás de Keisuke ?
- Saki- San !
- O quê foi ?
- Ele me convidou !
- Sério ? Vou te dar uma dica, converse com ele sobre ficção científica, ele ama.
- Sério ?
- Hai !
- Obrigado pela dica Saki-San !
- Não é nada - peguei minha bandeja e fui para a biblioteca. Me olhei no espelho, estava aceitável. O que será que aconteceria ali ? Kami-Sama, não me abandone agora !
TEMPO DEPOIS
Ao entrar naquele lugar, notei que só tinha uma pessoa. Ele. Estava lá, com um livro na mão, entretido. Mas deixou de ler quando me viu. Também almoçava.
- Suzuki-San. Então você veio.
- Hai ! Posso me sentar aqui ?- perguntei olhando para a cadeira em frente a sua.
- Hai ! - percebi que ele comia o mesmo almoço que eu, o prato vegetariano.
- E então, gosta de que tipo de livros ?
- Ah, sou eclético. Mas leio mais os de Ficção e de Terror.
- Ficção ? Sério ? - então ele se levantou, pegou a escada e subiu. Era algo incrível poder ver os músculos dele se estenderem. Como ele era bonito !- Leia esse ! - e então ele me entregou um livro.
- Uchuu Sensoo (A Guerra dos Mundos) . Parece ser bem legal, vou ler - olhei pra cima, e ele me olhava - arigato, Keisuke-San.
- Alguém mexeu com você ?
- Não, de forma alguma.
- Me avise Suzuki-San, se algo ocorrer. Você agora é meu amigo e tenho o dever de lhe proteger - só amigo ?
- Hai. Direi se algo acontecer... - fiquei o observando comer.
- Gosta mesmo de terror ?
- Sim, são bem fascinantes.
- Gosto mais de ficção e romance. Ainda mais quando se misturam - romances...
- Quantos anos você tem Keisuke ?
- 17. Porquê ?
- Curiosidade...
- Oh... Namora alguém Suzuki ? - senti minha pele corar quando ele perguntou isso. Apenas acenei com a cabeça. - que milagre. Tenho certeza que Ken quer ficar com você.
- Ken ?
- Hai. Ele não para de falar de você - fiquei em silêncio. Ele não demostrava nenhum tipo de sentimento em relação a mim que não fosse amizade. Talvez estivesse criando expectativas demais.
- Preciso ir Keisuke-San. Obrigado pelo livro, vou lê-lo - fiquei imediatamente nervoso ao ouvir aquilo.
- Ei, não vá embora - ele me segurou, mas por alguma desgraça do destino eu acabei tropeçando e caindo no chão, e ele acabou caindo também. Quase desmaiei quando vi seu rosto próximo ao meu.
Continua
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