AnahiParte 2

Um conto erótico de Anahi
Categoria: Homossexual
Contém 1599 palavras
Data: 30/06/2015 10:19:58

PARTE 2

2. (Anahí narrando)

Se passavam de uma da manha e eu já estava alegre. Fazia muito tempo que eu não saía assim, apenas para me divertir. Estavam todos tão felizes, e se divertindo tanto. Dulce estava sentada ao meu lado. De todos ali, ela era a única que eu nunca imaginei voltar a ter um contato de verdade. Era estranho demais estar assim ao lado dela novamente e também era inevitável não lembrar as coisas do passado com ela ali tão próxima a mim. Em muitas vezes eu quis cair, bater a cabeça e perder a memória, assim tudo na minha vida seria mais fácil, assim eu nunca lembraria do mal que Dulce me fez quando jovem. É incrível como algo que já aconteceu há tantos anos ainda pode nos machucar, não que eu ainda a ame, porque isso é impossível de acontecer, mas eu sempre me lembro da dor que eu senti quando tudo aconteceu, e sempre que me lembro, eu sinto como se estivesse naquele momento, sentindo a mesma dor.

Christopher: Lembra Anahí? - Ele me cutucou me despertando dos meus pensamentos.

Anahí: Oi?

Dulce: No mundo da lua como sempre! – Riu.

Anahí: Não serio, fala de novo!

Maite: Lembra daquela festa que a gente foi na mansão dos gêmeos, de que a gente perdeu você e no final te achamos dormindo em baixo da pia?

Anahí: Aii, não acredito que vocês ainda lembram disso! – Eu ri alto.

Poncho: É claro que lembramos, chegamos a pensar em chamar a policia cara!

Dulce: Mas graças a mim te achamos! – Ela me olhou sorrindo.

Christian: Convencida! – Rindo.

E foi assim que passamos a noite, lembrando de todas as aventuras e coisas idiotas que fizemos na época de rbd. Algumas lembranças me fizeram ficar constrangida, mas consegui levar numa boa. Tirando as partes em que eu viajava nas lembranças obscuras do meu passado… Já eram mais que três da manhã e mesmo não trabalhando amanhã, eu tinha que ir para casa, já não era mais uma menininha que consegue virar a noite depois de um dia inteiro de trabalho.

Anahí: Gente, a noite foi uma das melhores que tive em muitos anos, mas acho que esta na hora de irmos não é?! – Eu estava um pouco alterada pelo álcool.

Maite: É sim, já está tarde e acho que já bebi de mais! – Ela riu ao terminar de falar.

Christopher: Eu tenho certeza disso!

Christian: E eu ainda tenho que pegar minha filha na sua casa!

Dulce: Que isso Christian, amanha de manha você pega, assim como Maite, Anahí, Ucker e Poncho. Peguem seus filhos amanha. – Ela fez uma pequena pausa. – Ou melhor, amanha na hora do almoço venham todos a minha casa, vou pedir para empregada fazer um baita almoço para todo mundo!

Maite: Ta louca Dulce Maria? Já não chega ter deixado nossos filhos em sua casa ainda quer dar café da manha e almoço para eles e para gente?

Dulce: Não seja por isso, cada um leve alguma coisa lá para casa então!

Poncho: Ai já esta melhorando!

Dulce: Então, deixem de ser chatos, eu to feliz com essa nossa volta e quero muito uma reaproximação total!

Anahí: Total? – Não acredito que perguntei isso.

Dulce: É, em partes que eu quis dizer! – Acho que ela ficou vermelha.

Christopher: Olha para mim tudo bem, amanhã pela manhã eu apareço na sua casa e já fico para o almoço! – Ele falou contente.

Poncho: É, eu vou também.

Maite: Olha, eu vou, mas vou para ajudar ok?!

Dulce: Ok, eu deixo você fazer tudo. – Ela rui. – Claro que não, pago empregada para isso né?!

Anahí: Não sei se vou! – Lembranças horríveis vinham em minha mente, me fazendo recuar.

Dulce: E porque não?

Anahí: Não sei. – O álcool estava tomando conta das minhas emoções

Dulce: Anahí – Ela olhou em meus olhos e disse só para mim - Sem ressentimentos, o que passou passou!

Anahí: Tudo bem! – Odeio quando ela me olha assim. Incrível né?! Anos se passam e os olhares dela ainda são os mesmo.

Dulce: E você Christian, vai né?!

Christian: Se vai ser um programa assim em família, é claro que vou, não perco isso por nada!

Conversamos mais um pouco de como seria na casa de Dulce amanhã. Parecia que tínhamos vinte anos de novo e que era a primeira festinha que iríamos fazer na casa de um de nós. Pagamos a conta do barzinho e ficamos na porta do bar esperando alguns taxis surgirem na madrugada. Maite e seu marido caladão foram os primeiros a pegarem o taxi, juro que tinha até esquecido que ele estava lá. Logo em seguida Christopher e Poncho pegaram o mesmo taxi. Christian pegou outro logo atrás deles e eu e Dulce ficamos esperando um para gente.

Dulce: Foi uma ótima noite né?! – Parecia aquele casal de primeiro encontro tentando puxar assunto.

Anahí: Sim. – Eu mirei o céu tentando fugir do seu olhar que estava preso em mim. - A melhor em muitos anos.

Dulce: Tenho certeza que virão outras ainda melhores por ai. – Eu senti um tom de maldade em sua voz e tive que olhar nos seus olhos.

Anahí: Como tem tanta certeza?

Dulce: Sei lá, apenas tenho um bom pressentimento sobre essa nossa nova faze de vida! – Ela me encarava quase sem piscar.

Anahí: Espero que dessa vez você esteja certa! – Não resisti e coloquei um tom de ironia em minha voz.

Dulce: E vou estar.

A conversa infelizmente ou felizmente acabou ali quando nosso taxi chegou. Íamos no mesmo taxi assim, como Christopher e Poncho foram. Não tem porque irmos em taxis separados se nossos casas são próximas uma da outra… Dentro dele não abrimos a boca para nada. Eu fiquei olhando pela janela e sorrindo. Lembranças muito boas e gostosas passavam em minha mente como um filme bom, como já disse, nunca imaginei que fosse voltar a ter a vida que tanto amei um dia. Não que não esteja sendo tão boa quanto, ainda mais que hoje ainda é o primeiro dia de muitos pela frente. E também não posso esquecer que essa felicidade é em partes como disse Dulce, mas mesmo assim já me sinto feliz. Fiquei ali olhando pela janela do carro e lembrando-me das coisas maravilhosas de minha antiga vida, de como era gostoso namorar escondido, de como era magnífico ter que fugir de casa para poder ir a uma festa à noite, de como era deliciosa a adrenalina que passava em meu corpo quando eu quase era pega aos beijos num camarim qualquer. Eu era incrivelmente feliz e não sabia, até o dia em que a própria Dulce quebrou meu coração em pedaços tão pequenos que até hoje está faltando partes. Mas eu também não posso ficar reclamando, tenho dois filhos maravilhosos, tive um marido perfeito, tenho uma situação financeira ótima, trabalho com que gosto, tenho saúde, assim como meus filhos também tem…

Dulce: Chegamos! – Fui despertada bruscamente dos meus pensamentos.

Anahí: Nossa, acho que viajei agora, nem percebi o tempo passar! – Mexi rapidamente em minha bolsa tirando dinheiro de dentro dela e dando para Dulce. – Toma!

Dulce: De jeito nenhum! – Sorriu para mim. – Você me paga uma cerveja depois.

Anahí: Ok então! – Eu queria me despedir, mas não sabia como. – Então eu vou… Tchau….

Me aproximei dela para lhe dar um beijo no rosto e ela se aproximou junto a mim. Foi muito rápido e espontâneo, eu nem vi como, só sei que trocamos um curto beijo na boca, que deixou meu coração acelerado, minha garganta seca e uma vontade enorme de tê-la ali naquele momento… Eu encarava seus lábios com tanta vontade que meus olhos conseguiriam despi-la por inteiro, minha imaginação estava indo tão além do que deveria, que minha respiração já estava começando a ficar alterada de tanta vontade que eu estava de levá-la para minha cama e amá-la até o sol nascer… Minha boca precisava urgentemente daqueles lábios quentes e macios novamente, minha pela necessitava da sua, minhas mãos precisavam de seus seios e minha boca do seu sexo…

Anahí: Vem comigo – Eu disse quase num sussurro.

Ela mordeu o lábio e sorriu de canto, meu coração estava na boca e eu estava me sentindo uma adolescente. Dulce me beijou novamente, um beijo muito calmo com gosto de despedida e ao mesmo tempo de vontade de ficar. Nos separamos do beijo e ela me encarou em seguida respirando fundo.

Dulce: Não posso. – Fechou os olhos e os abriu bem devagar. – Você sabe que não posso.

Anahí: Desculpa, não deveria ter dito isso. – Já estava arrependida. – Esquece o que eu disse, desculpa. – Eu já estava abrindo a porta do carro quando ela segurou em meu braço.

Dulce: Você vai amanha né?! – Me segurando e olhando fixamente para meus olhos.

Anahí: Não sei, eu ligo para Liz pela manhã e falo para ela te avisar.

Dulce: Por favor – Seus olhos me imploravam por um sim.

Anahí: Não faça isso comigo, por favor!

Dulce: Desculpa, desculpa! – Ela se virou para frente. – Até mais Anahí.

Eu desci do taxi e fiquei parada olhando ele sumir no fim da rua. Eu estava ao mesmo tempo me sentindo a pior pessoa do mundo e a mais feliz também. Aquele beijo significou muito mais do que relembrar os velhos tempos. Ele significou algo que não poderia ter morrido como morreu há muitos anos, significou que nem mesmo tudo está perdido ou simplesmente estamos loucas e querendo acabar com nossas vidas mais uma vez. Subi para meu apartamento e deitei em minha cama com um sorriso de canto e uma lagrima nos olhos, apaguei do jeitinho que estava.

CONTINUA?

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