AS ASAS DO SANTO

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2721 palavras
Data: 08/06/2015 04:40:44
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

AS AVENTURAS DO SANTO – PARTE FINAL

A madre superiora não conseguira dormir ainda, esperando notícias do padre Lázaro. Apaixonara-se por ele desde a primeira vez que o vira acompanhando a médica Maria Bauer, quando esta veio lhe pedir dinheiro para manter um laboratório de experiências genéticas. É que o seu acompanhante, um ex-combatente da II Guerra mundial, não tirava os olhos da serva de Deus. Na época, aparentava menos idade que ela, que já beirava os sessenta anos. Lembra que naquele momento queria ter uns vinte anos a menos para merecer os olhares libidinosos do companheiro da médica. Até caçoara, dizendo que só acreditaria na ciência genética quando esta conseguisse lhe deixar ao menos uns vinte anos mais jovem. Falara isso olhando diretamente nos olhos do ex-soldado, insinuando-se para ele. O que ela não esperava era que a médica voltasse ao convento, meses mais tarde, pedindo que lhe doasse apenas um pouco de sangue numa seringa. Mesmo achando estranho, cedeu o líquido à doutora. Esta voltou alguns meses depois trazendo consigo uma senhora de uns quarenta anos, resultado de sua primeira clonagem, numa época que não se ouvia falar da ovelha Dolly, muito menos se cogitava replicar um ser humano. A senhora quarentona era a cópia fiel da madre, vinte anos mais nova. Porém, era um espécime defeituoso. Incapaz de desenvolver as faculdades mentais, parecia um zumbi.

A proeza da médica, no entanto, garantiu para sempre os recursos para desenvolver as suas pesquisas. Quis destruir seu protótipo, mas a madre fez questão de mantê-lo com ela. Escondeu sua cópia mais jovem em um quarto secreto conjugado ao seu e cuidou dela dali por diante, dando-lhe banho, botando comida na boca e limpando depois das necessidades fisiológicas. Sabia que um dia aquele protótipo teria alguma utilidade. Quando já pensava que aquele seria o maior feito da médica, que jamais conseguira um clone perfeito dela, esta aparece com o líquido esverdeado milagroso. Teve o o soro injetado no corpo e rejuvenesceu uns quinze anos. Precisou ficar enclausurada, para que as freiras não percebessem sua mudança. Mas na medida que ficara mais jovem, seu clone envelhecia rapidamente. Foi quando teve a ideia de fazê-lo adoecer, matá-lo e assumir o seu lugar na direção do convento. Escreveu e assinou uma carta passando seu cargo para alguém mais jovem. Ou seja: para si mesma, alguns anos mais jovem por causa do soro verde. Expulsou as freiras mais exaltadas contra a sucessão irregular da Ordem das Irmãs de Maria Madalena e assumiu o convento, como se fosse outra pessoa. Aí deu aquela vontade danada de se alimentar de esperma. Ainda bem que o ex-combatente foi tão solícito. Ele largou a médica e passou a viver com ela, escondido no convento. Até que o monsenhor Cardozo contratou o ex-soldado para assassinar o bispo Maximiliano e tomou o seu lugar.

Passaram a chantagear o novo bispo até que a madre teve a ideia de fazer um clone do religioso, matá-lo e colocar a cópia em seu lugar, cópia esta manipulada por ela e o amante, que se tornara padre apenas para se aproximar do antigo clérigo e assassiná-lo envenenado. Cardozo, mais precavido, ingeria diariamente uma poção, receita secreta da Igreja, que o protegia de envenenamento. Percebeu o gosto estranho na comida e preparou uma armadilha para seu envenenador. Esperou-o escondido e, quando este adentrou sorrateiramente seu quarto na calada da noite, engalfinhou-se numa luta corporal com ele.

Encapuzado, o padre Lázaro levou desvantagem com seu oponente mais novo e forte. Fugiu, sem se deixar reconhecer. Temeroso de que o bispo iria desconfiar dele, tramou, junto com a amante, incriminar seu velho rival e o filho Santo. Principalmente depois que pai e filho quase matam a médica-monstro, no episódio que a deixou prostrada e hospitalizada. Em troca de que a madre enviasse Santo até ela, comprometeu-se a fazer uma nova cópia acéfala da religiosa, de modo que ela pudesse usar como Plano B, caso as coisas não dessem certo.

Aí a noviça delatora liga para ela, dizendo que Santo havia capturado o padre. A princípio, pensou em mandar a jovem facilitar a fuga do amado. Mas sabia que tudo o que planejara estava perdido. Antônio e o filho estavam se mostrando uns perfeitos estraga-prazeres. Então, pediu à cúmplice que telefonasse para Tereza e fingisse ter sido raptada. Depois, achasse uma maneira de dizer ao amante, o padre assassino, que estava na hora da mudança de planos. Ele saberia do que se tratava. Tinha certeza que Tereza a procuraria. Conhecia-a muito bem e sabia que ela iria até o convento em busca do paradeiro da nova amiga. Dito e feito.

Espiava da janela do seu quarto, às escuras, quando o táxi estacionou perto do convento e viu Tereza descer dele e se esconder nas sombras. Arrastou o velho confessionário que camuflava uma passagem secreta para um quarto conjugado ao seu. Trouxe de lá a cópia acéfala de si mesma. Vestiu-a com suas próprias roupas de dormir e colocou uma pistola em sua mão, que retirara do armário de armas do ex-soldado hóspede do mesmo quarto que a clone acéfala, e atirou em seu peito. Mas não deu um tiro mortal. Queria que o clone fosse socorrido e agonizasse no hospital sem, no entanto, perder a vida. Era o tempo que necessitava para fugir com o amado. Ficaria um período desaparecida, enquanto todos pensariam que estava hospitalizada. Depois engendrariam um plano para ela voltar ao convento. Livre de qualquer suspeita, devido ao seu estado de saúde.

Depois do disparo, escondeu-se atrás da porta. Viu a noviça Tereza entrar e enfiou-lhe no pescoço uma seringa contendo uma substância paralisante. A jovem ficou em pé, tesa, com a arma na mão. Então entrou novamente no quarto secreto, arrastando rapidamente o velho confessionário e fechando a passagem. Ouviu a chegada das outras freiras e deitou-se na cama, aguardando os próximos acontecimentos...

A noviça delatora esperou todos no chalé dormirem, para se aproximar furtivamente do padre Lázaro. Santo decidira esperar por Antônio para interrogarem juntos o assassino. Depois de recuperar o Vectra do rapaz, com os cadáveres das gêmeas, ficaram de enterrá-las no outro dia bem cedo, ali mesmo, perto do chalé escondido numa mata. O padre estava algemado por uma das mãos a um móvel muito pesado. Mas ela não precisava soltá-lo, apenas dar o recado da madre. Estava acordado e pediu que ela se aproximasse sem barulho. Cochichou em seu ouvido que ela recuperasse seu bisturi que estava com Santo. Ela se moveu sorrateiramente na penumbra e se aproximou da cama onde o jovem dormia abraçado à gêmea, líder do grupo de clones. Pegou o estilete num móvel de cabeceira e voltou para perto do assassino.

Ele já a esperava de fecho aberto. O pênis, apesar da pouca luz do ambiente, se destacava fora das calças. Ele a convidou com um sorriso a abocanhá-lo. Entregou-lhe o bisturi e agachou-se entre as pernas dele. Introduziu uma mão dentro da calcinha enquanto a outra manipulava-lhe o pênis. Divertiu-se brincando de lamber o buraquinho da glande intumescida, até que se aproximou o próprio orgasmo causado pelo friccionamento do clitóris. Então aumentou a velocidade dos movimentos, enfiando e retirando o pênis da boca, tocando com a glande bem profundo, quase engasgando. Friccionou mais velozmente o grelo, algumas vezes introduzindo o dedo bem dentro da gruta. Gemeu de prazer enquanto o corpo estremecia num gozo intenso, aumentado ao sentir o padre ejacular bem dentro da sua goela. Então, não sentiu mais nada...

Assim que gozou, o padre assassino degolou-a com a afiadíssima lâmina. Um corte tão rápido e profundo que ela morreu sem perceber. Não se preocupou com o baque do corpo no chão. Ficou resfolegando em êxtase, curtindo o prazer de matar mais uma vez. Depois adormeceu, com o corpo da jovem espirrando sangue aos seus pés...

Santo estava tendo um sonho muito estranho. Possuía duas grandes asas alvíssimas cujas penas ficavam caindo e bailando ao sabor do vento. Depois cada pena se transformava num pequeno pássaro branquíssimo que, junto com outros recém transformados, ficavam voando em torno dele. Esse sonho era recorrente. Passou a tê-lo desde que se mudara para sua nova casa, dada pela Ordem. E o sonho sempre terminava com suas asas em decomposição, fazendo também apodrecer a carne das suas costas. O processo era doloroso e ele sempre acordava agitado, todo suado. Mas desta vez acordou assustado pelos gritos da sua companheira de cama. Ela se encolhia de dor, pedindo que ele a socorresse. Só então Santo percebeu que ela estava com uma barriga enorme, como se estivesse grávida de vários bebês. Para o jovem, isso seria impossível pois quando deitaram juntos ela não tinha tamanha barriga. As irmãs acordaram alarmadas pelos gritos de dor da líder. Acudiram todas, mas nenhuma sabia lidar com aquela situação. Parecia que ainda viviam um pesadelo. Aí santo resolveu pedir ajuda a Antônio. Apesar de já ser madrugada, telefonou para ele.

Antônio saiu da residência de Santo imediatamente após receber o chamado, mas estava bem tranquilo. Já passara por situação parecida algumas vezes, quando tivera que socorrer freiras-prostitutas que pariam no convento. Não podiam ir a hospitais, pois se tornariam um escândalo para a sociedade religiosa. Então, tinham seus filhos escondidas no convento e depois o doavam para o Lar da Grande Mãe. A Ordem se encarregaria de contribuir financeiramente para o sustento das crianças abandonadas. Mas os bebês de sexo feminino normalmente eram criados no convento, de modo a se tornarem noviças prostitutas no futuro. Tereza era uma prova disso. Aliás, Antônio saíra da casa do jovem e não quisera incomodá-la. Achava que a deixara dormindo, sem saber que ela também saíra furtivamente para ir ter com a madre. Mas, quando Antônio chegou no chalé, a líder das gêmeas já havia dado à luz três bebês. Todos do sexo masculino. Só precisou completar os trabalhos de parto, pois a mãe e os bebês pareciam muito bem...

Desde que pariu, a jovem mãe olhava para Santo de maneira diferente. Via duas branquíssimas asas adornando suas costas. Externou o que via, mas todos se entreolharam confusos. Ninguém, além dela, conseguia ver essas asas. Por mais que ela insistisse em querer mostrá-las aos outros, achavam que ela estava delirando por causa do esforço de parir. Depois que a respiração deixou de estar ofegante, ela finalmente explicou o suposto milagre. Disse que era uma espécie de reprodutora de clones. A médica inoculava a substância verde em seu óvulo e ela paria suas irmãs. A gravidez se desenvolvia normalmente em dois dias e os clones atingiam a idade adulta em nove meses. Mas nunca acompanhara esse processo, pois os bebês eram afastados de si assim que os paria. Antes, todos eram do sexo feminino e mais tarde se tornariam clones de Maria Bauer. Era a primeira vez que gerava filhos resultantes de um ato sexual. Estranhamente, Santo acabava de ser pai de trigêmeos. E estava contente por isso. No entanto, alguém do grupo percebeu a ausência da noviça delatora. Ela fora a única que não acudira, ao ouvir os berros da mãe recente. Alguém foi procurá-la e deparou-se com a terrível cena...

A pobre moça jazia aos pés do assassino, toda ensanguentada. Ele continuava sentado e algemado ao pesado móvel, o pau continuava de fora das calças, tinha o estilete ainda na mão e um sorriso doentio no rosto. Mas também estava morto. Degolara a si próprio, depois de fazer o mesmo com a jovem noviça. Frustrara, assim, Antônio e Santo de saber qualquer coisa através dele, além de ter calado também a jovem cúmplice. O grupo passou o resto da madrugada confabulando e decidiram chamar a polícia. No entanto, omitiriam quaisquer referências às gêmeas fugitivas do laboratório. Não queriam dar mais um caso a ser investigado. Enterrariam os corpos das irmãs assassinadas pelo padre em algum lugar longe dali, para não levantar suspeitas aos policiais. Apenas a gêmea mãe prestaria depoimento, se fosse requisitada. Quando acabaram de combinar a versão da história a ser contada por todos, Santo recebeu um telefonema. Uma das freiras lhe dava notícias do atentado à bala da madre superiora e dizia que a noviça Tereza estava envolvida. Porém, a jovem parecia num transe profundo...

Santo deixou a mãe e os filhos em uma maternidade, para que fossem assistidos profissionalmente, e rumou com Antônio para a clínica onde estavam internadas a madre superiora e a noviça Tereza. A madre resistia bem ao ferimento no peito, mas parecia em coma. Os médicos ainda faziam uma série de exames e ela estava sedada. Já a noviça, estava desperta mas tinha o olhar distante e permanecia calada. Estava sentada e recostada no espelho da cama e parecia não enxergar ninguém, até que Santo apareceu na porta do quarto onde estava internada. Aí um sorriso iluminou o seu rosto e ela disse que as asas do jovem eram lindas. Os médicos que acompanhavam o rapaz e Antônio se entreolharam surpresos, pois até então ela não reagira a nenhum remédio. No entanto, suas palavras não faziam nenhum sentido, pois ninguém via asas no jovem. Santo abraçou-se a ela e a beijou na testa. Então ela desfaleceu, depois de passar as mãos nas suas costas como a querer acariciar suas supostas asas. Antônio decidiu-se a não dizer ainda que o jovem era seu filho. Deixaria passar essa fase de tantos acontecimentos conflitantes. Tinham tempo. O delegado de homicídios chegou naquele momento, vindo do quarto da madre, e disse que queria o depoimento dos dois, já que a noviça adormecera profundamente sendo assistida pelos médicos. Foram até a sala de espera da clínica particular onde estavam e estiveram conversando por um longo tempo...

EPÍLOGO

A madre superiora desceu do carro, irreconhecível. Havia dado um corte bem moderno nos cabelos, pintara-os de branco total e vestia um conjunto elegantíssimo e de saia curta. Em nada lembrava a religiosa da Ordem das Irmãs de Maria Madalena. Entrou no necrotério apresentando-se como ente querida do padre Lázaro. Usava uma bolsa bem feminina e carregava uma sacola um pouco volumosa. Foi levada pelo funcionário da morgue até o corpo do padre assassino, deitado na pedra onde seria feita a autópsia. Haviam limpado o sangue que saíra da sua garganta, mas era visível o corte profundo nela. Pediu para ficar sozinha a velar o corpo. O funcionário foi cumprir com suas atividades, deixando-a a sós com o cadáver do padre Lázaro. Nem bem ele saiu, a madre retirou da bolsa uma seringa contendo um líquido esverdeado e enfiou-a com um golpe seco no peito do cadáver. Depois sentou-se numa cadeira ao lado do defunto e esperou pacientemente. Esteve ali sentada durante várias horas, até que o funcionário veio avisá-la da troca de turno. Ele iria embora e pediu que ela se retirasse. Ela agradeceu e saiu da sala, sem que ele percebesse que ela deixara a sacola ao lado da mesa onde estava o cadáver. Nela, estavam algumas roupas masculinas bem elegantes, além de uns sapatos que havia acabado de comprar, antes de chegar ao necrotério. Estivera observando o corte na garganta do amado e o ferimento já começava a fechar, mesmo que lentamente. Quando já estava por sair da morgue, viu o funcionário que começava o novo turno chegar com uma garrafa de café cheirosíssimo. Pediu um pouco e ele foi muito gentil oferecendo-lhe a garrafa enquanto ia bater o ponto. Por isso não viu quando ela derramou uma grande quantidade de sonífero dentro do recipiente térmico, depois de se servir de um pouco de café num copo descartável. Agradeceu ao homem e atravessou a rua, entrando no carro em que viera.

Mas não deu partida nele. De onde estava, dava para ver o funcionário lendo jornal com um copo na mão, em seu início de expediente. De repente, o homem caiu pesadamente debruçado sobre a mesa. O forte sonífero fizera efeito rápido. Entrou de novo no necrotério, pegou o jornal de sobre a mesa e caminhou até onde estava o corpo do seu amado. Olhou novamente o corte na garganta e viu que quase já não havia vestígio dele. Sentou-se de novo ao seu lado e começou a ler tranquilamente o jornal. Em breve estaria gozando umas férias ao lado do seu amor, em algum lugar paradisíaco, enquanto pensavam num jeito de continuar com seus planos de dominar todas as formas de religiões e seus templos...

FIM

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Comentários

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Muito bom espero q venham mais historias por ai

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Agora é só começar outra história, ou melhor, nos conte aquela que vc tem pronta, esperando publicar.

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