Como o portão estava aberto, entrei sem chamar por ninguém, cheguei até a porta e então bati, Natália, Lucas e Gustavo estavam ao meu lado, escutei alguém vindo atender a porta, alguns passos e a porta finalmente se abriu, um homem de mais ou menos uns cinquenta anos, cabelos grisalhos leves, nos atendeu com uma cara simpática.
— Posso ajudar? — Sua voz era leve e calma.
— Boa tarde amigo, somos amigos do Thiago, será que poderíamos falar com ele um minuto?? — Perguntei calmamente.
— A meu bom jovem, infelizmente meu filho saiu para se encontrar com uma amiga dele que recentemente chegou a cidade. — Ele respondeu simpaticamente.
— Entendo, mas será que poderíamos falar com o senhor?? — Gustavo agora passou a minha frente.
— Comigo?? — O senhor respondeu sem entender muito bem.
— Sim, acho que o senhor pode nos tirar nossa dúvida, não vai demorar prometo. — Gustavo falava com tamanha simpatia.
— Mas é claro, entrem todos por favor, está congelando ai fora. — Realmente o frio estava de matar, Julho era um dos meses mais frios por aqui.
A casa era extremamente confortável, de um tamanho considerável, muito organizada. Embora tenha tido um lance com o Thiago, nunca havia conhecido a família dele, tão pouco sua casa, porém seu pai estava sendo tão gentil, que eu dúvidava de quaisquer chance de saber quem eu era. Nos sentamos no sofá, com minha péssima mania de observador, olhei em todas as direções, procurando por detalhes, era uma mania, eu simplesmente observava tudo ao meu redor. A sala era perfeitamente bem organizada, com uma excelente decoração, a estante tinha diversos objetos, porém a que mais me chamou atenção foram as fotos, percebi várias de Thiago com uma garota, que provavelmente era sua irmã, devido as semelhanças, era perceptível a felicidade dele nas fotos.
— Então o que queria me perguntar meu bom rapaz? — O senhor sentou numa confortável poltrona, enquanto se dirigia a Gustavo.
— Ah sim, perdão senhor... — Gus fez menção a dizer seu nome.
— Geraldo meu bom rapaz, e vocês seriam??
— Eu sou Gustavo, esses são Higor, Lucas e Natália. — Ele apresentou cada um de nós.
— Só um pouquinho meu rapaz. — Disse Seu Geraldo, Gus fez uma referência, enquanto o senhor levou sua atenção a mim. — Você por acaso seria Higor Gonçalves filho?? — Ele me perguntou com uma pitada de ansiedade.
— Sou eu mesmo senhor. — Fiquei nervoso, então ele sabia de mim.
— Que bom que estão aqui, eu precisava mesmo falar com você rapaz.— Fiquei intrigado, Além de me conhecer, ainda queria falar comigo.
— Comigo?? E o que seria? — Perguntei, Gus, Lucas e Nat observavam tudo sem dar um pio.
— Imagino sobre o mesmo assunto que os trouxe aqui, meu filho. — Minha curiosidade só aumentava, e a julgar pela reação dos meus amigos, eles não estavam diferentes.
— Então o senhor já imagina o que eu estou fazendo aqui, certo? — Ele me olhou sorridente.
— É claro, Higor eu amo meu filho, você não imagina o quanto, desde que a mãe deles se foi, meus filhos se tornaram tudo para mim, mas mesmo amando Thiago mais que tudo, eu sei que meu filho tem pequenos problemas pessoais, tais como seu amor por você. — Então ele sabia da história toda.
— Continue por favor. — Irrompeu Gus rapidamente.
— Ele sempre gostou muito de você, vivia falando sobre vocês, nunca entendi por que ele nunca tentou nos apresentar, até ai ele ainda estava normal. — Pera aí, então o pai dele sabia de mim a bastante tempo, então a história do Thiago já tinha um furo.
— Ainda? — Minha surpresa era evidente.
— Até que ele chegou em casa um dia, estava transtornado, ele disse que te viu na academia com um rapaz, mas tinha certeza que com esse a coisa era diferente, que você estava envolvido, que tinha certeza que tinha perdido você para sempre, daí pra frente as coisas só pioraram. — Caramba, como que o Thiago percebeu isso tão rápido, naquele dia eu tinha acabado de conhecer o Artur, e ele simplesmente acertou, mundo mais doido.
— O que ele fez depois desse dia?? — Lucas perguntou mais curioso que eu.
— Ah meu jovem, meu filho começou a perseguir esse garoto e o outro que imagino ser seu namorado, certo? — Ele me perguntou simpaticamente.
— Sim, é o Artur, meu namorado sim, ele começou a nos seguir?? — Quase gritei nessa última parte, todos ficaram surpresos junto a mim.
— Infelizmente sim, ele enlouqueceu com a idéia de que você tinha outro, a medida que os dias iam passando, minha preocupação só aumentava, mas ai ele chegou pra mim e disse que queria se mudar para outra cidade, aquilo foi uma surpresa para minha pessoa é claro, mas para evitar mais problemas, eu permiti.
— E para que cidade seu filho foi Seu Geraldo?? — Agora quem perguntava era Natália, todos estavam ligados a história pelo jeito.
Porém ele nem precisou responder, Gustavo fez isso por ele, agora em pé, olhando as fotos, e provavelmente vendo pela primeira vez o rosto do Thiago.
— Pra minha cidade. — Completou ele.
— O que? — Perguntei confuso.
— É ele mesmo, agora olhando as fotos, e vendo seu rosto, conheço esse garoto, ele tentou se aproximar da minha família, antes de nos mudarmos para cá. — Continuou Gus.
— É isso mesmo, e ele so voltou para casa, depois que conseguiu o que queria. — Completou Geraldo.
— E o que ele queria?? — Lucas tirou as palavras da minha boca.
— A idéia original dele era contar a família do Artur, sobre vocês, mas acabou dando errado, já que eles já sabiam. — Geraldo continuou.
— Ele achou que se os pais do Artur soubessem, iam separar a gente. — Completei, agora já imaginando a história toda.
— Isso mesmo, como eu disse, ele tem problemas, que pessoa faria isso?? E ainda por cima, quando não conseguiu essa parte, tentou outra coisa, e vendo vocês aqui, imagino que conseguiu. — Terminou ele.
— Quando ele viu que a família do Artur já sabia, foi atrás da ex-namorada dele. — Completei.
— Ele se aproveitou da inocência da Luiza, e agora ta usando ela pra fazer vocês dois brigarem, acho que preciso falar com ela. — Disse Gus.
— Luiza, essa mesmo, eu conheci ela, muito simpática, mas será bem melhor para ela, se afastar do meu filho. — Notei um certa tristeza na voz de Seu Geraldo.
— Eu vou falar com ela. — Disse Gus.
— Eu sinto muito Higor, realmente sinto, o melhor pra você fazer agora, é ficar bem longe dele, eu vou ter que tomar providências necessárias que tenho certeza, nenhum pai gostaria de tomar, mas é preciso.
— Entendo senhor, e obrigado por tudo, nos ajudou muito. — Agradeci.
— Eu só fiz o meu dever, afinal meu filho que provocou toda essa confusão.
Saimos da sua casa, enquanto eu via seu olhar triste, me dava pena imaginar a situação que ele passava, não era fácil admitir que seu próprio filho tinha problemas sérios a tratar. Antes de irmos, Gus veio até mim.
— Acho que está tudo certo agora. — Disse ele.
— É, seu irmão tinha razão, devo um pedido de desculpas a ele. — Falei.
— Pois é, ele vai gostar disso, tenho certeza. — Ele riu.
— É vai gostar sim. — Comecei a rir. — E a Luíza, vai falar com ela? — Continuei.
— Vou sim, ela é uma pessoa maravilhosa Higor, só acreditou na pessoa errada, acontece.
— Verdade, acabou de acontecer comigo. — Imaginei como fui ingênuo.
— Todo mundo erra cunhado, é a vida, agora tenho que ir, até.— Ele foi em direção ao carro.
— Até.
Durante o percurso de volta a minha casa, Lucas dirigia, enquanto eu não falava absolutamente nada, estava ainda perplexo com o que aconteceu, nunca imaginei isso do Thiago, nunca mesmo, e o modo como mentiu para mim, tão convincente, que cheguei a ter pena dele, que raiva sentia de mim mesmo, por ter acredito nele, que ódio, acho que se eu ver ele na minha frente agora, perco a cabeça e faço uma besteira, Nat vendo meu estado, tentou me animar.
— Lucas?? — Ela chamou.
— Fala Gata. — Respondeu ele.
— Tu viu o cunhado do Higor?
— E tem como não ver aquele monumento Nat??
— Impossível né, dava pra ele sem parar. — Comentou ela.
— Só tu?? Aquele gostoso. — Brincou Lucas.
Não me aguentei e fui obrigada a rir.
— Olhaaaaa. — Respondi.
— A gente olhou, ele é muito gostoso cara, igual ao irmão. — Lucas caiu na gargalhada.
— Realmente o irmão dele é uma tentação, e uma máquina na cama. — Respondi.
— Não precisa humilhar amigo. — Respondeu Nat irônica.
— E tem mais, ele é só meu hahaha. — Completei.
— Isso pisa, humilha "Amigão ". — Disse Lucas.
— Adorei fazer isso. — Todos rimos.
E o clima ficou mais leve, embora eu ainda tinha uma difícil missão pela frente, enfrentar Artur e Victoria, agora sabendo os amigos que eu tinha, tudo estava mais fácil para mim, encarava esses problemas agora rindo.
— Lucas??
— Fala.— Ele me respondeu ainda atento a estrada.
— No dia que o Artur foi buscar você no hospital, o que exatamente vocês conversaram??
— Ele fez uma série de perguntas sobre como era o sexo entre homens, por que era a primeira vez dele nesse mundo e tals. — Ele falou com uma sinceridade invejável.
— Ai meu Deus, sério que ele fez isso??
— Uhum, ele perguntou se dar doia, dai expliquei direitinho e tals.
— Caramba, e eu achando que ele não ia ter essa coragem.
— Ele disse que vocês conversaram sobre isso. — Ele riu.— Relaxa, é totalmente normal.
— Papo doido. — Disse Nat lá do fundo.
— Papo nosso então. — Lucas riu ao comentar e acabei rindo então.
— Esse papo me lembra quando dei o cu pela primeira vez, lembra Higor. — Nat comentou.
— Ah se lembro, foi muito bom Nat, tu manda bem pakas. — Respondi e ela riu.
— Não deixa o Artur saber disso. — Lucas riu.
— E nem de vocês dois. — Nat respondeu.
— Você sabia??? — Eu e Lucas perguntamos ao mesmo tempo.
— Óbvio, eu vivo andando com vocês dois, eu tinha que ser muito burra pra não perceber né. — Ela respondeu.
— Verdade. — Respondi.
— Você aceita bem as coisas Nat. — Lucas disse.
— Eu entendo as coisas, vocês não queriam contar e eu respeito isso, coisa que a Victoria deveria entender também.
— Seria tudo tão mais fácil. — Falei.
Lucas me deixou em casa. Fui tomar um banho, pra ir pra faculdade. A noite de sexta feira seria longa.
Estacionei minha moto e dali pude ver Artur saindo do Carro, ele me viu, mas fingiu que não, entrou direto sem nem olhar para trás, minha raiva aumentou, quem ele pensa que é pra me dar um gelo??? A mas ele iria ver só.
O sinal bateu e fui pra sala, esqueci o resto do mundo e me concentrei na aula, me desliguei de tudo, do Artur, do Thiago e da Victoria, entre outras coisas. Minha concentração era tanta que não ouvia nem o professor ou qualquer outra pessoa falar comigo.
No recreio Artur continuou me ignorando, minha raiva só aumentava, eu não aceitava ser ignorado, mas ele continuava sem se importar, conversava com as garotas, ria alto, tudo pra me provocar, tudo bem que eu até merecia pelas coisas que disse a ele, mas ele não podia fazer isso. Ele não parou, eu estava prestes a dar um soco na cara dele, de tanta raiva.
Voltei pra sala de aula, porém agora eu não conseguia me concentrar na aula, de tanta raiva que eu tava, aquele idiota, quem ele pensa que é pra fazer isso comigo??? Pois agora eu também não vou pedir desculpas, nem morto, posso perder ele, mas não vou correr atrás, ele também errou, ai que raiva.
Já no final da noite, embarquei na minha moto, mas quando fui dar a partida, olhei pro lado e vi Artur conversando com a Rafaela, uma conhecida, considero uma das garotas mais lindas dessa região, e puta que pariu, ela tava dando em cima do meu namorado, isso não vai ficar assim.
Mas ao sair da vaga, tinha alguém atrás de mim, fiquei surpreso ao ver a Victoria parada ali.
— Higor, a gente pode conversar?? — Fiquei meio sem reação.
— Tem certeza que quer conversar comigo?
— Tenho, por que fui uma idiota com vocês dois. — Ela respondeu.
— Não és a única a ser uma idiota nesse momento. — Olhei com raiva pra onde Artur estava, Victoria notou.
— É só provocação, não da bola. — Será que ela tava bem??
— Estranho ouvir isso de você. — Respondi.
— É eu sei, eu fui uma idiota, e só quero pedir desculpas.
— Eu que tenho que pedir desculpas Vic, por não ter contado.
— Não Higor, olha, vocês não queriam contar por medo da minha reação, é a vida de vocês, eu deveria ter entendido isso, me desculpa. — Algo me dizia que tinha dedo da Natália nessa história.
— Te desculpo se você me desculpar. Abri o braço para dar um abraço nela.
— Então desculpados. — Ela me abraçou, lá no fundo, Artur estava sem reação.
— Valeu Vic.
— Que bom que resolvemos isso, agora engole o orgulho besta, e vai atrás do teu Boy, que já tem gente de olho nele.
— Pode deixar, Tchau gata.
— Tchau grandão.
Liguei a moto e parei de frente pro Artur e pra Rafa.
— Te espero em meia hora. — Novamente dei partida na moto.
A noite estava congelando, andar de moto no frio não era muito fácil. Cheguei em casa, e fiquei esperando por ele, que não demorou a chegar.
— Até que veio cedo, já terminou tão rápido com aquela lá. — Ironizei a porta.
— A pode ter certeza que fiz rápido de propósito, por que sabes que sou bom. — O filho da mãe sabia me deixar sem palavras, e a retrucar na mesma moeda.
— Te odeio.
— Me amas, e sabes disso.
— Sei, assim como você sabe que me ama também. — Respondi seco.
— Óbvio que amo, caso contrário não estaria aqui, certo?
— Então entra, a gente tem muito o que conversar.
— Sabe o que é a melhor parte?
— O que? — Perguntei.
— Depois que a gente fazer as pazes e for pra cama, sexo de reconciliação é o melhor hehe.
— Tu não presta né garoto. — Fui obrigada a rir. — Não me faz rir caralho, tenho que ficar bravo pra dificultar as coisas.
— E que tal isso? — Ele me agarrou e me deu um baita beijo.
— Quer deixar a conversa de lado e ir direto pro sexo?? — Perguntei com um baita tesão.
— Amei essa idéia. — Ele me agarrou e me levou para o quarto.
Me jogou na cama e foi tirando a roupa, que saudades daqueles músculos, daqueles olhos, daquelas palavras gostosas no meu ouvido. Tirei a roupa e ele veio, finalmente tirei sua cueca e peguei no seu membro, e ele no meu, a noite estava só começando...
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Então pessoal, capítulo 10 ai pra vocês, espero que gostem, até.
Pequerrucha : Thiago é alguém que sempre se deve tomar cuidado. Obrigado pelos elogios, Amar o Artur não é difícil kkk. Bjs.
irish : Thiago só tem uns parafusos a menos kkk. Bjs.
***Elias Carlos *** : Primeiras impressões enganam né. Abraços.
Danny Fioranzza : Brigadão Danny. Thiago é meio doido, mas é um cara bonito, então ele se sai bem as vezes, mas vai por mim, não vai querer ir atrás dele kkk, bjs.
Lucassh: Eai cara, obrigado, continue acompanhando. Abraços.
Roliv : kkkkkkkk, os de borracha não devem ser tão bons quanto os verdadeiros né kkkk, CSI é viciante. Abraços.
Jeff08: Acho que ele não chega a Psicopata kkkkkkkk, mas é doido, meu cunhado é tipo o Rambo, resolve qualquer problema kkkk. Abraços.
JackZ : Cara, agradeço seus elogios e suas críticas, realmente são erros bobos meu, eu reviso antes de lançar, mas alguns detalhes me passam despercebidos, devido a pressa que escrevo, por causa do tempo limitado, mas vou tentar melhorar, bjs.
Ru/Ruanito: Tenho que deixar a história um pouquinho tensa não concorda?? Abraços.
Esperança : Ansiedade acabou, capítulo no ar haha. Bjs.
LuizMagalhães: Cara, teu comentário me fez rir alto, serio, nunca imaginei isso aqui, mas agradeço o convite, mas vou ficar com meu Grandão de olhos verdes ta, por que amo ele, e com essas descrições pode arrumar coisa bem melhor que eu Vei kkkkkkkk. Abraços.
É isso, #Partiufazertrabalhodafaculdade, até quarta. Abrs
Gente só uma coisa, eu andei lendo uns contos de alguns leitores daqui, e fiquei impressionado com o talento de vocês, alguns realmente me cativaram, e estou digamos viciado haha.
H.g20@Outlook.Com