Eram umas 7:00 da manhã a hora que eu acordei, o galo já cantava do lado de fora da fazenda. Marcio ainda dormia tranquilamente sem camisa e apenas com uma bermuda na cama, uma coisa que eu amava nele também, era que ele não roncava kkk. Me vesti e fui pra fora contemplar a linda manhã ensolarada naquela fazenda.
O lugar era muito perfeito de manhã, eu me apoiei na cerca de um pasto e fiquei observando as vacas e ovelhas pastarem ao longe, e fiquei pensando na vida, e no meu ano que já estava na metade,
as coisas que eu passei e etc. Não demorou muito e eu senti alguém do meu lado na cerca, eu pensei que fosse o Marcio, mas para a minha triste surpresa era o Alan, o primo esquisito do Marcio.
- Bom dia Carlos! está gostando da fazenda?! - perguntou Alan.
- Muito! aqui é muito lindo! - fingi ser o mais simpático possível, eu não ia com a cara daquele sujeito.
- Que bom! quer conhecer mais a fazenda? eu conheço tudo isso daqui com a palma da minha mão...
- Talvez em outra ocasião, agora se você não se importa, eu preciso ir, talvez o seu avô e o Marcio estejam nos esperando para o café da manhã...- falei tentando me esquivar, mas eu senti a mão forte
do Alan no meu braço.
- Alan, você está me assustando...o que você quer de mim?
Alan sorriu daquele jeito safado me encarando por baixo do seu chapéu de cowboy, e me falou de um jeito mais safado ainda:
- Ahh eu sou tão chato assim?! por favor Carlos, não vá embora tão já..
- Alan eu...- Então sem mais nem menos, ele me pegou pela cintura e me beijou!
Alan me beijava com muita vontade, enfiava a sua língua na minha boca com brutalidade, eu tentava me esquivar, mas o Alan era bem mais forte.
- É isso que viados como você gostam né sua puta? agora sente o meu pau! - falou Alan colocando a minha mão no seu pau, que estava bem duro e me beijava mais uma vez, então sem nem pensar duas vezes, eu mordi a boca do Alan, o que fez ele interromper o beijo.
- Você me mordeu seu viado escroto?! - dizia Alan passando a mão no lábio machucado.
- Por favor Alan, me deixe ir embora..isso ta me assustando!
Ele começou a rir maliciosamente e falou:
- Não até eu sentir meu pau rasgando esse seu cu! agora vem cá..- falou Alan me puxando.
- NÃO! SOCOORROO
- Cala a boca pare de gritar seu vi..- Alan havia sido interrompido por Marcio qur o empurrou na grama e ficou socando o "coitado"
- Ele mandou deixá-lo em paz! - falou Marcio com raiva!
- Sai de cima de mim caralho! - falou Alan.
Os dois continuavam a brigar ali na minha frente, como os dous eram bem fortes, parecia que iam se matar ali mesmo, até me lembrei da briga do Marcio e o Lucas na sala da TV, decidi entrar no meio e interromper a briga!
- Já chega os dois! Marcio, vamos embora daqui, eu não quero arrumar confusão aqui não...
- Tem razão amor, vamos embora e deixar esse bosta ai.
- Isso não vai ficar assim não, eu ainda como esse seu namorado Marcio. - Disse Alan de um jeito debochado.
- Ora seu desgraçado! - Marcio ia até o Alan outra vez, mas eu o segurei e falei:
- Não Marcio, deixa comigo!
Como eu achei tudo aquilo um absurdo, fui até o Alan e dei um forte chute no saco dele, assim o fazendo cair no chão de tanta dor.
- Agora sim amor, vamos embora..- Falei pegando no braço do Marcio e saindo dali. Marcio ria com a situação constrangedora do primo.
Galera, se tem uma coisa que eu odeio, é essa mania que vários homens tem de achar que só porque um cara é gay, ele não passa de um objeto sexual, ridículo isso.
- Nossa, eu não imaginava que o Alan fosse capaz de uma coisa dessas...- dizia o avô do Marcio sentado na cadeira indignado com o que contamos e com as duas mãos na cabeça.
- A vô, o Alan sempre foi assim, eu lembro como ele tratava as mulheres daqui...
- Marcio, por favor me desculpa! Ele quem me beijou a força, eu não queria ...- falei enquanto passava pomada nos arranhões do Marcio por causa da briga com o Alan pela manhã.
Marcio sorriu e falou de um jeito bem meigo e carinhoso:
- Tudo bem Carlinhos, eu já conheço o Alan de outros carnavais, aquele cara não tem jeito mesmo.
- Eu vou ligar para os pais do Alan e contar tudo isso pra eles agora mesmo! - disse o avô do Marcio ainda da cadeira.
- Não precisa não vô! você sabe que aquele lá não tem mais jeito mesmo...
- Você tem razão meu neto! e Carlos, me desculpa pelo Alan, sempre foi terrível desde moleque...
- Tudo bem hehe. Eu não sou de guardar rancor assim não, mas espero que ele não tente mais nada comigo!
Apesar do ocorrido com o Alan, o resto do meu feriado na fazenda do avô do Marcio foi bem divertido. Aprendi a ordenhar, coisa que era mais difícil do que parece, andei á cavalo e desta vez sozinho e sem a ajuda do Marcio, fomos conhecer a cachoeira que tinha ali por perto da fazenda. Foi bem tranquilo, o Alan não nos incomodou mais, a gente até o via com algumas garotas das redondezas ás vezes por lá, mas mesmo assim ele mandava uns olhares nos provocando.
Quando chegou o domingo, e nós nos arrumamos para ir embora, nos despedimos do avô do Marcio que foi bem hospitaleiro e nos pediu que voltássemos sempre, guardamos as malas, entramos no jipe e fomos embora.
- Branquelo, eu adorei ficar essa semana na fazenda do seu avô, ele é um amor, e eu me diverti muito!
Marcio, sorriu e falou:
- Fico feliz que você tenha gostado, amor, eu estou com fome, nós podemos passar em algum lugar e comer alguma coisa antes de ir pra casa?!
- Claro branquelo! eu também estou faminto, mas onde vamos?
- Eu não sei, vamos ver se eu acho algum lugar aqui na estrada...
Não demorou muito e nós avistamos um shopping, decidimos comer por lá mesmo, só estávamos procurando uma vaga para estacionar o jipe, como era um domingo, isso era uma tarefa um pouco difícil. Quando entramos no shopping, decidimos ir comer no McDonald's mesmo, compramos os nossos lanches e fomos nos sentar na praça de alimentação.
Enquanto eu saboreava o meu Big Tasty, observei um casal héterossexual muito fofo se beijando numa mesa perto da nossa.
- Olha que coisa mais romântica esses dois branquelo! não são a coisa mais fofa?!
- Depois eu que sou o brega...- falou Marcio enquanto tomava o seu refrigerente.
- Cala a boca seu azedo! - falei brincando e jogando uma batatinha frita no Marcio. - Eu faria isso com você aqui, se o povo não fosse tão preconceituoso....
Quando eu disse isso, o Marcio me olhou de um jeito bem suspeito e falou.
- Não existe nada que nos impeça de fazer isso...
- O que você quer dizer com isso branquelo? - perguntei franzindo o cenho.
- Foi o que você entendeu...e se nós nos beijássemos aqui? na frente de todos? que se foda esses preconceituosos.
Olhei pra ele com uma cara de surpreso e um sorriso e falei:
- Nossa! quem diria, pra quem tinha medo de que descobrissem que era gay, você evoluiu muito.
- Você mudou isso em mim Carlinhos, me deixou mais corajoso...e outra, pra quem foi flagrado transando com outro cara, isso não é nada..mas e ai? topa?!
- Você ta brincando comigo? eu perder a oportunidade de ser o pesadelo da família tradicional aqui na praça de alimentação? é claro que eu topo!
Então nós nos aproximamos, e demos aquele beijo cinematográfico ali mesmo, na frente de todos. Nós sentiamos alguns olhares para nós, mas nem ligamos. Era incrível como aquele cara me fazia a pessoa mais feliz e mais corajosa do mundo! .
Uns dias se passaram e eu estava resfriado e deitado na minha cama, com uma cara super de acabado, junto com o Abóbora e vendo qualquer coisa na televisão, foi quando o Marcio entrou no quarto com alguma coisa que parecia ser um potinho de plástico.
- Oi Carlinhos, eu fiquei sabendo que você estava doente...
- Oi branquelo, desculpa eu mão ter te avisado, é que eu to tão mal que eu não tenho pique nem para o celular....
- Relaxa amor, eu te daria um beijo, mas você está resfriado...- então o Marcio pegou o potinho dentro da sacola, destampou e me entregou com uma colherzinha. - Toma, eu fiz pra você!
- Eu amo canja de galinha, obrigado Marcio! quer comer comigo?!
- Não! obrigado amor, mas eu já comi..sua mãe anda sumida, o que ela anda fazendo?
- Ah! eu nem te contei né? ela ta saindo com um Rogério, um cara que trabalha como professor que ela conheceu na internet. -falei enquanto comia a canja.
- Sua mãe? olha...
- Pois é! nem eu acredito, mas sabe, acho que ela ta certa! sempre foi apenas eu e ela, mas logo eu vou seguir com minha própria vida e ela não pode ficar sozinha, eu não iria gostar! e o Rogério é um bom moço, creio que vai cuidar bem dela.
- Você tem um grande coração Carlinhos! por isso eu te amo muito...mas deixa eu te perguntar..você pretende ter filhos?
Aquela era uma boa pergunta, mas eu respondi:
- Pretendo sim, mas no futuro! quando eu tiver uma casa e boas condições de vida, eu pretendo adotar sim, e você Marcio?
- Eu também, perguntei porque quem sabe mais pra frente a gente não adota um? haha. Ah se foda se você ta resfriado ou não, eu vou deitar ai com você!
Então Marcio tirou os sapatos e a blusa, e ficou deitado junto comigo, e ficamos conversando e vendo TV, enquanto ele bagunçava os meus cabelos. Aquele cuidado dele por mim, ah como eu amava aquele cara!
É claro que como nenhum relacionamento é perfeito, passamos por algumas provações também, as quais eu vou contar no próximo capítulo!
Continua.
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Olá galera, mesmo estando com tendinite, eu decidi postar mais um capítulo novinho em folha pra vocês! fiquei muito feliz com os coments no capítulo anterior, confesso que fiquei com medo de postar este conto achando que iriam achar clichê e tals, mas se vocês estão gostando pra mim já significa muito!