Cap.14
Juro a vocês que naquele momento meu coração parou por alguns segundos. Quando ouvi a voz da minha mãe, senti o coração vir na ponta da minha língua e voltar.
- Eu não acredito nisso - ela olhou firme para nós dois, como se quisesse uma explicação.
- Mãe, eu posso explicar ...
- Explicar o quê ? Por acaso vai devolver os 100 reais que eu gasteireais... Eu, não entendi !- de repente meu pai apareceu da cozinha.
- Eu falei que ele era !- eu estava com a maior cara de idiota olhando para eles dois sem entender nada. Começaram a rir como se não houvesse amanhã.
- Porquê vocês estão rindo ?
- Da sua cara - minha mãe falou, limpando uma lágrima - me deve 100 reais da aposta que eu fiz com seu tio.
- Que aposta ?
- Eu achei que você era hetero, me enganei.
- Valeu filho, esses 100 reais terão um ótimo destino
- Pe-perai... Você não tá brava ?
- Brava, por quê eu ficaria brava ?
- Bem... Por eu ser gay..
- Filho, eu desconfio desde que você tinha 12 anos. Já me acostumei com a ideia. E eu também não sou idiota né, já vi você e o Justin no maior amasso aqui fora - ele ficou vermelho igual a pimenta naquele momento - só peço que tenham cuidado, nem todo mundo vai reagir como eu e seu tio - olhei para ele, e ele estava tão atônito quanto eu.
- Quando vocês fizeram essa aposta ?
- Acho que você tava no 7° Ano quando fizemos a aposta. No início era 50, mas eu ainda tinha esperança que você fosse hetero, Porquê vivia grudado naquela menina, a Kelly. Mas já que não é, não é nada ruim. Agora eu vou poder perguntar sua opinião sobre os homens que eu conheço.
- Não enquanto eu estiver por perto - falou Justin, se levantando do sofá e vindo até a minha direção. Sorri alegremente.
- Então não tem problema nenhum mesmo ?
- Não, nenhum filho. Eu tenho plena consciência, depois de diversos anos de estudo e trabalho, que ser gay não é uma escolha. Só quero é que você seja muito feliz e tenha cuidado com a nossa sociedade, pois você já viu diversas vezes o que ela é capaz de fazer. Nossa sociedade é intolerante, ela não aceita.
- Eu sei disso mãe !- dei um forte abraço nela - eu, eu... Eu nem acredito que isso está acontecendo desta forma - cheguei a lagrimar, tamanha a surpresa que foi.
MINUTOS DEPOIS
- Uma aposta !- falei, assim que Fechei a aposta do quarto - eles fizeram uma aposta para ver quem está certo sobre mim !- Justin se jogou na cama.
- Eu não sabia que sua família era tão liberal assim.
- Nem eu, não existem outros gays na família. Eu... Meu Deus - me joguei na cama ainda com o queixo na cama - ela sorriu ao saber. Isso... Nunca passou pela minha cabeça que fosse ser assim.
- Bom pra você né, que quando for a minha vez, é capaz de minha mãe jogar pratos em mim.
- Como você tem tanta certeza ?
- Não se esqueça que um primo meu se assumiu a umas duas semanas. E ela meteu o pau nele com as palavras. Eu... Eu só vou me assumir quando completar 18 anos e puder sair de casa. Eu sei que ela não vai me aceitar - falou ele, de cabeça baixa.
- Oh amor... Não... Não fica assim ! Alguém da sua família vai te aceitar, e esse alguem vai te dar forças para continuar. Alem disso você tem a mim, e eu não deixarei você em nenhum momento, você sabe disso - ele olhou pra mim, sorriu e nos beijamos. Queria relaxar então deixei o beijo me levar. Quando vi estava em cima dele.
- Porquê você tem que ser tão bonitinho assim ?- perguntou, acariciando meu rosto.
- Tudo seu, meu lindo !- ele sorriu, e me virou. Em segundos eu estava sem camisa. Meu corpo nu, a disposição dele. A sua boca passeando por ele, era algo indescritível e incrivelmente relaxante. Pouco a pouco ele foi descendo, e logo acabou achando meu penis. Aquela noite iria longe, eu tinha certeza disso. E ela ficava ainda melhor, estando ao lado dele.
TEMPO DEPOIS
Depois de toda aquela sessão de relaxamento, ele deitou a cabeça dele em meu peito.
- Renato ?
- O quê foi ?
- Ei, e depois do colegial ?
- Como assim ?
- Nos dois meu lindinho - ficou brincando com minha mão - como vai ficar nós dois depois do colegial.
- Do mesmo jeito que ficamos agora - o deitei na cama e fiquei olhando ao seu rosto - eu não quero que isso seja apenas uma paixão de adolescente Justin. Eu quero mais. Eu quero algo estável. Algo que a gente possa levar para a vida adulta. Poxa, nós nos damos tão bem juntos, é super necessário que continuemos levando a nossa relação na maior maravilha.
- E você acha que vai dar certo ?
- Se depender de mim sim, a não ser que você não queira mais.
- Não... Eu quero !- falou, beijando minha boca.
- Acho bom mesmo, porquê eu já não sei mais viver sem você - falei, colocando minha cabeça sobre o peito dele - te amo Justin.
- Eu te amo muito mais Renato
- Você promete que continuaremos juntos, não importa o que aconteça.
- Prometo sim. Você vai ver, mesmo que em algum momento tivermos que ficar um longo período sem nos ver, ainda continuarei amando esse rostinho lindo - ele me arrancou diversos sorrisos com essa.
NO DIA SEGUINTE
Ele dormia sobre o meu peito, tranquilamente, quando ouvimos uma certa confuso.
- Cadê ele ?- ouvia uma voz desconhecida de longe.
- Você não pode entrar aqui assim !
- Eu sei que ele e o seu filho estão juntos. Eu não aceito isso !
Continua
E ai ??? Gostaram ?? Comentem please. Beijos