I – VALENTINA
Valentina, 19 anos, cabelos negros e curtos. Ótimo gosto musical, bastante excitável, de mesmos vícios e, uma qualidade inestimável, era absurdamente louca. Capaz de partilhar dos meus desejos e fantasias mais insanos, especialista no jogo cruel da sedução, modelo de menina capaz de afetar a sanidade de um homem por algumas semanas. Branca, de olhos negros e vistosos e lábios finos, provocante pelo simples respirar, não necessitou mais que um passar de olhos e um sorriso malicioso para tornar-se meu desejo aquela noite. Era uma quarta-feira, um barzinho praticamente vazio, exceto por um senhor de meia idade cochilando à mesa do canto esquerdo e algumas vadias a conversar com um certo advogado. Estava sentada junto ao balcão, blusa preta de braços à mostra, short curto mas discreto, um copo de uísque e uma carteira de cigarros, cara de poucos amigos, aproximei-me confiante.
- “Olá, boa noite!”, disse.
-“Oi…”
- “Uísque numa quarta-feira à noite, novo para mim, posso acompanhá-la?”
Consentiu com a cabeça. Estava claramente um pouco embriagada. virou-se para mim, sorrindo suavemente, arrumou os cabelos sobre a orelha direita e conversamos. Talvez tenha notado minha pouca habilidade, ou apenas quis deixar clara a intenção, insinuava-se. Sentia-me como sendo devorado por ela, seus olhares provocantes, cruzares de pernas, sua boca, a cada gole umedecida, como isca, atraindo sua presa. Ficava como se estivesse hipnotizado enquanto me tocava levemente a mão e brincava com os dedos.
- “Diz, deseja-me?”
Não precisei responder verbalmente, observara a reação natural do meu organismo à sua investida, levou-me pelo braço em direção ao banheiro feminino, vazio na ocasião. Virou-se para trancar a porta quando agarrei-a por trás, deslizando a mão direita entre suas pernas e afagando os seus seios com a esquerda enquanto Valentina sorria ofegante e gemia silenciosamente com uma das mãos voltada para trás apertando o meu. Afastei-me um passo, ela caminhou deliciosamente, retirando o short e sua calcinha úmida, em direção ao espelho onde apoiou as duas mãos inclinando-se levemente, fiquei paralisado até que olhasse para trás sobre o ombro direito e dissesse:
- “Agora, vem!”
Ficamos por pouco mais que 10 minutos antes que chegássemos à conclusão que deveríamos retornar ao bar. Colocava tudo de mim nela, violentamente entre suas pernas, ao que o seu corpo parecia agradecer com pequenas contrações e momentos de umidade acentuada, acompanhadas de alguns palavrões sussurrados. Apertava, batia e acariciava suas nádegas; segurava-a pela cintura e pelos cabelos, enfim diminuía ritmo, beijava-a no rosto, à boca. Estávamos extasiados, sentia-me totalmente à vontade com aquela desconhecida, nunca estivera tão excitado, era incontestável, sim, realmente era o que eu queria. Aquela garota desconhecida me proporcionava uma sensação e uma experiência totalmente inéditas.
- “Vamos, voltar, há tempo que saímos”
Concordei e retornamos.
De volta ao balcão, depois de endireitarmos rapidamente alguns detalhes das roupas, acompanhou-me por mais um copo antes que alegasse estar tarde e precisar voltar à casa. Apanhou sua carteira de cigarros, levantou-se, ofereci-me para pagar sua bebida, aceitou graciosamente e com alguma resistência. Recusou minha proposta de deixá-la.
-“Pois pago o táxi, vamos, vou acompanhá-la até a rua”
- “está bem!”
Paramos o primeiro motorista a passar em frente, despedimo-nos com um beijo discreto, simples tocar de lábios. Afastou-se em direção à porta do carro. Deu-me um cartão, perfumado, de uma tonalidade rosa clara, uma perfumaria. 342…
- “Sou Valentina, Valentina Myrcella, se desejavas saber”, disse.
- “Desculpe-me, Ervin Euler, encantado!”