A manhã de domingo estava extremamente fria, meu celular marcava 14 graus, com sensação térmica de 10. Mesmo com todo esse frio, a última coisa que eu queria era ficar na cama, não aguentava mais ficar pensando, isso só me deixava mais louco, eu vivia pensativo, desde que reli aquela carta eu estava assim, não consegui dormir direito, todas aquelas lembranças do passado estavam voltando, eu tentava não pensar nisso, eu juro que tentava, que tudo que eu queria era esquecer todo aquele pesadelo que vivi no fim do ensino médio, eu ainda era um adolescente, jovem, que não via as coisas como elas realmente eram, eu não conseguia entender o mundo hipócrita e nojento em que eu vivia, eu mudei tanto, me tornei alguém frio e até certo ponto idiota, foi o jeito que eu encontrei para curar a dor, era fazendo ela nas outras pessoas, não me apegando mais, até que conheci o Artur e tudo mudou.
Com ele era diferente, ele reacendeu aquela chama novamente, fez com que eu esquecesse da idéia de que me apaixonar era burrice, eu tinha essa regra de nunca me apaixonar, foi o jeito de parar de doer e evitar que tudo acontecesse novamente, mas aquele garoto de olhos verdes fez o meu mundo girar, ele era diferente dos outros, eu não pude evitar que acontecesse, por mais que eu quisesse, ele me conquistou, e agora éramos felizes, mas a questão era : Até quando?? . E se tudo acontecesse de novo, acho que amo tanto o Artur que dessa vez eu não superaria, meu mundo acabaria, se eu o perdesse.
Meu deus, eu tenho que parar de pensar assim, quem vive de passado é museu, eu não podia ter medo do futuro só por causa das dores do passado, isso era loucura, eu precisava parar de pensar nisso, aquilo já passou, Pedro decidiu seguir a vida dele e eu tive de fazer o mesmo, e se pensar bem, tudo que passei foi até que bom, afinal me trouxe bastante diversão, coisas boas e o Artur é claro. Antes eu era um medroso, não tinha personalidade, qualquer um fazia minha cabeça, me fazia de trouxa e passava por cima de mim, mas hoje sou alguém diferente, hoje tenho uma grande alto estima, falo o que penso, vivo a vida que eu quero, e estou com a pessoa que amo. Na verdade tudo que passei foi uma lição, me fez crescer e evoluir, e hoje sou feliz graças a isso, agora era hora de parar de pensar nisso.
O dia estava nublado, e mal dava de ver a rua de tanta neblina. Fui até a padaria, estava bem agasalhado, e obviamente não era o único, por que o tempo estava congelando. Cheguei lá e fiz o pedido de sempre, uma voz conhecida me comprimentou.
— Higor??? — Me virei e era a Luíza.
— Oi Lu, desculpa, não te vi, como vai? — A comprimentei com um beijo no rosto.
— Bem e você?
— Bem também.
— Eu gostaria de me desculpar ainda por aquele mal entendido, eu juro que não sabia que o Thiago era... — Eu não a deixei terminar.
— Lu, relaxa, ta tudo certo, ele também me enganou, e olha que conheço ele a bastante tempo, então deixa pra lá, já está tudo certo. — Respondi sorridente para ela.
— Fico aliviada de saber disso. — Ela me respondeu com aquele sorriso lindo.
— Já percebeu que a gente só se encontra na padaria ou vindo para cá??
— Verdade né. — Ela respondeu. — É que eu to morando aqui perto.
— Ta morando aqui? — Lembrei que ela e Artur terminaram exatamente por que ela não queria vir morar aqui.
— Sim, por que o espanto?? — Ela riu.
— É que eu pensei que você e o Artur tinham terminado por que você não queria vir para cá.
— Isso foi a desculpa que a gente usou para terminar o namoro na época.
— Desculpa?? — Perguntei
— Sim, a gente não era bem namorados sabe, era mais melhores amigos mesmo.
— Entendo, bom ter você por perto.
— Serio??
— Claro, quer tomar café lá em casa??
— Vou sim.
Compramos as coisas e fomos lá pra casa, era bom conhecer Luiza melhor, ela era muito legal, como Gus havia me dito. Peguei certa simpatia por ela. Me contou sobre como era quando criança, de como o Artur era também, eles se conheciam desde os seis anos, e por isso eram tão amigos. Terminamos o café e arrumamos tudo, sentamos no sofá e começamos a conversar, contei sobre minha infância também, e de como eu era sapeca e vivia aprontando. Conversa vai, conversa vem, já era quase hora do almoço, decidimos ir almoçar ali perto, liguei para Nat, Lucas e Victoria irem junto e eles aceitaram.
Chegamos no restaurante, Natália, Lucas e Victoria já haviam chegado, e estavam sentados em uma mesa para cinco pessoas, fomos até lá, e nos juntamos a eles. O almoço foi maravilhoso, Luiza já se sentia como parte do grupo, conversava e ria conosco sem nenhum tipo de vergonha. Tirei várias fotos e mandei pro Artur pelo Snap e Whatsapp, ele só respondia com carinha de indignação e dizia " Só por que não to ai", mas no final ele já estava rindo e mandava fotos da viagem, estavam em um lugar lindo.
Estava tudo indo maravilhosamente bem, até ele chegar, e é claro estragar tudo.
— E nem me convidaram. — Thiago estava ao nosso lado.
— É muita cara de pal aparecer aqui. — Nat falou indignada.
— Por que?? É um lugar público. — Ele respondeu sarcasticamente.
— É tem razão, é um lugar público, até para idiotas como você. — Respondi sem nem olhar em seu rosto.
— Ainda magoado meu amor?? — Eu não acreditei nas palavras dele.
— Você ta maluco, nunca mais me chama assim. — Falei irritado.
— Ah desculpa, esqueci que só o Artusinho pode te chamar assim. — Ironizou.
— Cala a boca seu doente. — Me levantei com muita raiva, as pessoas ao redor começaram a olhar.
— Esqueci que não posso falar do gostosinho.
— Eu te juro que se você não parar agora, eu arranco suas bolas seu demente, deixa meu primo e meus amigos em paz, se não tu vai se arrepender. — Victoria falou com uma seriedade que até me assustou.
Thiago nada falou, só se virou e foi embora, voltamos a nos sentar, agora mais calmos.
— Me lembra de nunca te deixar brava. — Falei para Victoria.
— Ele me pegou em um péssimo dia. — Ela respondeu.
— Por que? — Perguntou Lucas inocentemente.
— Eu to de Tpm.
— Ahh entendi.
Não demorou muito para o clima voltar ao normal, se o que Thiago queria era atrapalhar nossa felicidade, ele errou feio, por que já estávamos rindo e falando besteira de novo, Lucas como sempre era o pior.
— Vic, se eu chamar o Artur de gostosinho, tu vai arrancar as minhas bolas?? — Lucas só falava besteira.
— Não. — Ela respondeu aos risos.
— Ahh então o Artur é um gostoso. — Ele falou afinado.
— Pena que é só meu né Lucas. — Ironizei.
— Estraga prazeres. — Todos riram.
Acabamos o almoço e fomos para o cinema, assistimos a um bom filme e depois fomos lá pra casa, Começamos a beber vinho, a maioria já havia ido embora, só ficou eu e Luiza, ainda conversando, novamente no sofá , mais conversa e vinho até que tudo ficou escuro e apaguei.
Acordei com uma baita dor de cabeça, estava tonto, demorei até reconhecer o meu quarto, estava tudo muito escuro, minha visão estava embaraçada, finalmente consegui ligar o Abajur, e tomei um baita susto, Luiza estava nua ao meu lado na cama, levantei o cobertor e eu estava todo gozado, como se tivesse fudido a noite toda, meu coração disparou, meu deus, isso não pode ter acontecido, o que eu fiz caramba, não acredito que isso aconteceu. Meu quarto estava uma bagunça, minhas roupas e as da Luiza estavam jogadas por toda parte, a calcinha dela estava pendurada no meu outro Abajur, o chão estava repleto de garrafas de vinho, e camisinhas, meu deus quantas camisinhas, quantas vezes será que a gente fez?? Caramba como eu fui vacilar desse jeito, eu sabia que eu não iria me controlar, eu e uma garota super gostosa no mesmo lugar, e eu bêbado, sabia que eu não me controlaria.
Isso ia acabar acontecendo uma hora, eu sabia, sabia que não controlaria esse desejo por mulheres, algumas lembranças vinham a minha cabeça. Eu e ela fudendo na cama, ela rebolava no meu pau, e eu estava amando aquilo.
— Fode meu pau sua puta. — Eu podia ouvir minha voz dizendo.
— Come a tua Vagabunda come. — E ela rebolava mais e mais no meu pau.
— Que saudade de comer uma buceta porra, e a tua é tão gostosa, tão apertadinha e rosinha, do meu tipo preferido.
Eu fudia com gosto aquela buceta, de tanta saudade que eu tava disso. Já chega, eu não queria lembrar mais disso, como eu pude fazer isso com o Artur?? Ele nunca vai me perdoar, eu acabei com a minha vida, fui correndo acordar a Luíza.
— Acorda, Acorda, Acorda. — Falei apavorado.
— Nossa, foi a melhor foda da minha vida, nunca ninguém me comeu tão gostoso. — Ela falava, mas nem abria os olhos.
— Como você pode fazer isso comigo?? — Era a voz do Artur chorando atrás de mim.
— Não... Eu... Me escuta, eu posso explicar. — Porém ele só chorava.
— É isso que você faz na vida das pessoas Higor, você só sabe fazer elas sofrerem. — Thiago falava agora ao meu lado.
— Você??? Mas como?
O quarto havia sumido, eu estava agora na faculdade, completamente nu, amarrado, e todos olhavam para mim, eles riam de mim, só Artur no meio chorando, e Thiago ao seu lado, sorrindo Maliciosamente.
— NÃOOOOOOOOO. — Eu berrei.
— Higor, acorda, acorda cara. — Abri os olhos, eu estava novamente na sala, a voz que me acordara era da Luiza.
— O que aconteceu?? — Perguntei ao ver que tudo não passava de um sonho.
— Você apagou, e começou a berrar não e não, fiquei preocupada, com o que você sonhou?
— Não foi sonho, foi pesadelo. — Não quis contar sobre o que foi o sonho, pois podia não ficar um clima muito legal.
— Já passou ta bom?? Eu vou indo que ta tarde, se cuida. — Me despedi dela e tranquei a porta.
Que pesadelo terrível, nunca mais quero passar por isso. Novamente passei a noite em claro, não conseguia dormir, e isso já estava me prejudicando. Levantei logo cedo, com uma cara péssima, liguei para Nat.
— Higor, você ligando a essa hora, aconteceu alguma coisa?? — Ela respondeu preocupada ao telefone.
— Sim Nat, lembra daquela carta que te mostrei a quase dois anos??
— Claro que lembro, o que aconteceu?
— No sábado acabei deixando a caixinha cair e acabei não resistindo ao ler de novo.
— E o que aconteceu?
— Eu não consigo mais dormir direito, eu preciso desabafar contigo. — Falei.
— Claro amigo, podes vir na minha casa??
— Claro.
Me arrumei e fui até a casa da Natália, a pé, por que eu não estava em condições de dirigir, devido ao sono, minha visão estava péssima, conversar com a Natália sempre me acalmava, eu estava levando a carta junto comigo.
________________________________________
Bom pessoal é isso, desculpa a demora e se está curtinho, mas é que tempo é raro né, trabalhar e estudar não é fácil. Espero que gostem, até a próxima. E Danny Fioranzza meu email para contato é sempre aquele no final do capítulo : H.g20@Outlook. Com,abraços.