AS AVENTURAS DO SANTO – PARTE QUINZE
Santo teve uma noite maravilhosa com a prostituta intelectual. As carícias dela fizeram com que esquecesse por um bom tempo do suposto assassinato do seu motorista boxeador. No entanto, em conversas nos intervalos da noitada de sexo, ficara sabendo que ela não vira quando o padre Lázaro o trouxe. A jovem disse que chegara ao humilde quitinete após visitar um cliente e encontrara o rapaz já amarrado à cama, sendo vigiado pelo padre, que se dizia amigo de Antônio. Acusara Santo de ser o assassino e explicara que entrara no pequeno apartamento com uma chave cedida pelo motorista em seus últimos minutos de vida. Ela mesma havia dado essa chave para o motorista, pois mantinha um relacionamento amoroso com ele. Como ainda não sabia das fotos de Antônio com um tiro na testa - só vistas depois que Santo pediu que ela pegasse lá no carro - acreditou no padre. Para Santo, havia algo no olhar do suposto padre que o deixara em estado de alerta. Porém, como não havia quase nenhum mantimento no armário, o rapaz resolveu fazer umas compras. Pretendia passar alguns dias sendo hóspede da jovem puta.
Encontrou seu Vectra no estacionamento do condomínio e rumou com ele para o supermercado mais próximo. Tratava-se de um estabelecimento muito requintado, localizado em um bairro de classe média. Era um pouco menos de oito horas da manhã e não havia muitos clientes no local. Pegou um carrinho de compras e se dispôs a colocar alguns produtos necessários nele. Não fizera nenhuma lista de compras, por isso ia escolhendo os itens a esmo, rondando entre as gôndolas do supermercado. Foi então que a viu...
Ela empurrava um carrinho e tinha o olhar tristonho, quase ausente. Mas olhou para ele com um sorriso malicioso nos lábios. A princípio, o jovem achou que ela o estava confundindo com outro, e até olhou em volta para ver se tinha alguém por perto. Mas estavam sozinhos naquele corredor do supermercado. Sorriu também para ela e foi cumprimentado. Ela passou por ele, empurrando o carrinho, e a certa distância voltou-se dando um encantador sorriso. Mas continuou andando e dobrou a esquina do corredor de gôndolas. Porém, levou o tempo suficiente para que o rapaz vislumbrasse sua esguia silhueta contrastante com as largas ancas. Os tornozelos volumosos denotavam pernas grossas, escondidas numa saia de jeans. Santo deu a volta e empurrou seu carrinho na mesma direção que ela. Avistou-a agachada, pegando umas frutas. Pode ver que ela não vestia sutiã, visualizando os biquinhos dos seus seios pela abertura da blusa de tecido fino. Ela pôs a mão sobre o busto, ao percebê-lo próximo. Deu um sorriso acanhado e se dirigiu a um dos caixas, sem olhar mais para o jovem. No entanto, ao perceber que ele a acompanhava com o olhar, fez-lhe um sinal para que se aproximasse...
Santo acercou-se e ela lhe entregou umas chaves, pedindo que ele localizasse uma Cherokee no estacionamento. Ele pegou alguns pacotes e rumou para lá, abismado com o descaramento dela lhe tratar como se fosse um velho conhecido. Percebeu que sua expressão tristonha desaparecera por completo, depois que o viu. Estava enfeitiçado pela beleza dela. Morena, cabelos longos e fartos, seios médios, rosto belíssimo e não devia ter muito mais idade que ele. No máximo, uns três ou quatro anos de diferença. Percebera uma aliança em sua mão esquerda. Mas o que o deixou mais excitado foi o seu perfume, quando se aproximou para pegar as chaves. Nunca houvera sentido um perfume tão feminino. Abria a mala do carro para colocar os pacotes dentro quando ela o abraçou por trás. E atirou-se nos braços dele quando ele se virou.
Pararam várias vezes no caminho para se beijar ardentemente, até que finalmente chegaram a uma luxuosa mansão. Santo percebeu que ninguém veio abrir o portão. Ele mesmo teve que sair do carro e fazer isso. Não havia trocado uma só palavra durante todo o percurso. Nem bem eles entraram na casa, ela já foi se livrando das roupas. Ajudou-o a tirar também suas vestes, quase as rasgando de tanta ansiedade. Atirou-se a ele, enlaçando-o com as pernas. Ele meteu a boca em seus seios enrijecidos e ela procurou se encaixar no pênis dele. Copularam ali mesmo na sala, sem que aparecesse nenhum dos caseiros para incomodar. Depois ela o arrastou para o quarto e ambos se jogaram nus sobre a larga cama.
Nem bem chegaram ao enorme leito redondo do quarto, forrado com uma colcha de um vermelho vivo, ela atirou-se de boca no pênis de Santo. Massageou-o com maestria, enquanto roçava os lábios na glande rubra e tesa. O jovem movimentou-se sobre a cama e acercou-se da vulva cheia de pelinhos loiros. Encostou a boca ali, formando com seus corpos um sessenta e nove. Afastou os pelos com as mãos e lambeu o grelo teso. Ela gemia em voz alta e acompanhava seus movimentos mamando no falo dele. No entanto, o enorme falo do rapaz provocou-lhe um desejo inesperado. Virou-se de costas ansiando aquele membro entre suas nádegas. Como o falo já estava lubrificado pela saliva dela, Santo apontou a glande para seu botão piscante. Ela se abriu para receber seu talo...
Mas logo o jovem percebeu sua virgindade. Cada vez que ele tocava com a glande no seu buraquinho, ela se contraía aterrorizada. Depois disse que nunca havia sido penetrada por ali. Ele disse que seria cuidadoso e carinhoso. Com muita dificuldade, a glande foi adentrando cada centímetro daquele vão até penetrar totalmente. Ela ora gemia, ora gritava de dor e êxtase. Então, ficou de quatro sobre a cama quando sentiu os testículos do rapaz tocar no seu ânus. Puxou-o apertado mais para si e começou ela mesma os movimentos de cópula. Gozou quase que imediatamente. Adorou o primeiro gozo anal e quis sentir outras vezes. Santo teve que se prender para não gozar logo naquele cuzinho quente e apertado. Mas quando ela exalou um cheiro forte do perfume feminino que ele já sentira no supermercado, explodiu num longo e prazeroso orgasmo. Pela primeira vez, sentiu falta do líquido esverdeado que o fazia aguentar muitos rounds sexuais...
Enquanto descansavam ofegantes, Santo visualizou um porta-retratos num móvel de cabeceira. Era uma foto dela com um coroa um tanto gorducho, de sorriso bonachão. Santo teve a impressão de já ter visto aquele rosto em algum lugar. Ela, vendo que ele percebera a foto, atraiu sua atenção com um beijo carinhoso nos lábios e o chamou para tomar banho juntos. Pediu para ele ir enchendo a banheira enquanto ela ia buscar uma garrafa de vinho gelado. Trouxe a garrafa mergulhada em um balde metálico, contendo cubos de gelo, e duas taças de cristal. Sem que Santo perguntasse, disse que o cara da foto era seu marido. Um deputado devasso que passava vários dias sem aparecer em casa às voltas com prostitutas. Esquecia que ela também tinha desejos sexuais. Só estava com ela quando iam a alguma festa política ou social. Nisso, o telefone celular dela toca...
Estavam ambos mergulhados nus na grande banheira da suíte, cada um com uma taça de vinho na mão. Com um gesto bem feminino, ela pegou o aparelho móvel e o levou ao ouvido, atendendo a ligação. Escutou muda por alguns minutos e depois disse que sim, que o rapaz estava à sua frente, mas logo estaria adormecido. Falava isso olhando fixamente para os olhos de Santo. Só então o jovem percebeu que caíra numa armadilha. Amaldiçoou sua ingenuidade. Não percebera o perigo na facilidade que teve em se aproximar dela no supermercado. Era como se ela já o estivesse esperando aparecer lá. Quis se levantar da banheira, mas apenas chapinhou na água. O corpo já não lhe obedecia o comando da mente, embotado pelo narcótico que ela pôs em sua bebida. Logo perdeu os sentidos...
Despertou sentindo umas tapinhas no rosto. Abriu os olhos, mas sua visão estava turva. Não conseguia visualizar as feições do homem que o chamava pelo nome. Levou alguns minutos para poder distinguir o rosto masculino perto de si. Tratava-se de Antônio, seu motorista boxeador. Santo deu um pulo, quase caindo da banheira onde ainda estava deitado. Depois se abraçou ao motorista, querendo ter certeza de que era mesmo ele. O velho boxeador esperou que ele saísse da banheira e se enxugasse com uma toalha trazida pela bela morena. Ela também lhe trouxe um café amargo, para que ele se livrasse do efeito causado pela bebida "batizada". O jovem não entendia mais nada...
Mas Antônio explicou-lhe tudo direitinho. Disse que o bispo havia sofrido um atentado logo depois que ele tinha ido levar-lhe umas fotos a pedido da madre superiora. Acusaram-no pelo atentado e a polícia estava à sua procura. Ele estava foragido, mas permanecera sempre por perto do rapaz. Fora ele que desacordara Santo no carro e o levara para o quitinete da puta. Deixara-o amarrado à cama para que ele não pudesse ir até o bispo. Tinha certeza de que o aprisionariam para que o rapaz o entregasse. Fora torturado por alguns policiais que tinham ligação com a Igreja Católica Apostólica Romana, mas conseguira escapulir. Depois fizera umas fotos simulando seu assassinato e distribuiu com várias pessoas ligadas à Ordem das Irmãs de Maria Madalena. As fotos eram um código para que todos soubessem que ele estava sendo perseguido por um indivíduo que era conhecido como Assassino da Igreja. De imediato, Santo fez associação do assassino com o padre Lázaro. Mas deixou que o motorista terminasse seu relato.
Antônio não tinha mais muito a dizer. Esclareceu que a morena era esposa de um deputado que pagava para ter orgias com noviças da Ordem e que usava mais assiduamente os préstimos de Tereza, a jovem freira que se apaixonara por Santo. Disse ter recebido um telefonema de Tereza alertando-o sobre um complô para incriminá-lo no assassinato do bispo. Ouvira uma conversa do deputado com alguém. Antônio, depois de incriminado, procurou o deputado em sua mansão. Ele se negou a recebê-lo. Então o motorista procurou a esposa dele, que já fora uma das freiras da Ordem no passado. Antônio sempre era o motorista dela quando, ainda solteira, visitava o político. Ela prontificou-se a ajudá-lo, dispensando todos os criados e prendendo o jovem na mansão para que ele não fosse dar com o bispo, até Antônio chegar. Do resto o jovem já sabia...
Santo contou do padre Lázaro e de como ele havia convencido a jovem prostituta de que ele é que tinha sido o assassino do motorista. Antônio franziu o cenho ao saber dessa notícia. Estavam agora sentados à mesa da cozinha, e o velho boxeador levantou-se de um salto, como se estivesse apressado. Disse rapidamente que havia pedido a Tereza para que ela prendesse o deputado entre as pernas por alguns dias e que decerto Santo poderia ficar à vontade na mansão. Mas que, logo no outro dia, procurasse um hotel e não voltasse à sua casa antes que aquela situação se resolvesse. Depois sacou uma pistola e conferiu se ela estava carregada. Saiu às pressas, beijando as faces da morena e se despedindo de Santo. Pegou emprestado a Cherokee, após descarregar as compras de qualquer jeito no chão. E rumou para a casa de campo do deputado rezando para que ainda desse tempo de salvar a vida da noviça Tereza.
FIM DA DÉCIMA QUINTA PARTE