Capítulo 1
Manhã de segunda-feira, nada mais cansativo do que acordar 6 da manhã para ir estudar. O despertador parece gritar no quarto.
Apesar da falta de vontade, Maddie levanta da cama e se espreguiça com calma, logo depois desligando o despertador, o qual gritava por seus alto-falantes um rock: Can You Feel My Heart – BMTH.
Ainda se viam algumas lâminas jogadas no chão de seu quarto com um pouco de sangue. Seu antebraço e pulso intactos, contudo não se dizia o mesmo de seu ombro ou do resto do braço.
Os cortes ainda ardiam, fato percebido pela garota ao colocar sua camiseta de manga comprida preta, a mesma tinha estampada o nome da banda OM&M. Por cima, uma blusa de moletom preta, a estampa era da mesma banda de sua camiseta e, para completar, uma calça preta justa e um all-star preto.
A cada movimento realizado, os cortes eram sentidos e as memórias da noite passada voltavam.
~Noite passada
Passando-se da meia-noite, todos dormiam na casa, com exceção da adolescente de 16 anos, Maddie.
Sentada no chão de seu quarto, chorava como uma criança ao descobrir que os contos de fadas e as histórias contadas são apenas uma ilusão.
O quarto bem amplo, uma suíte, fazendo jus ao tamanho da casa, composto de paredes pretas cobertas de luzes de LED, uma cama de casal, escrivaninha, guarda-roupas, banheiro, televisão e um laptop, tudo da melhor qualidade.
Contudo via-se uma pessoa ali, no canto, iluminada pelas luzes de LED, era ela.
Cabelos negros lisos, olhos azuis e cheios de lágrimas, boca bem desenhada e naturalmente avermelhada. O corpo completava a combinação perfeita do rosto: tudo no tamanho certo. Com cerca de 1,62 m e 50 Kg e corpo definido na academia que começara 2 anos antes.
Ela segurava uma lâmina, na mão direita, a qual estava levemente ensanguentada, e observava os cortes em seu braço esquerdo que ainda sangravam, resultado de cortes de minutos atrás.
~Manhã seguinte
Após se vestir e pegar sua bolsa, a garota desce lentamente as escadas, visivelmente exausta, para comer algo. A fome não se vê presente, então ela apenas senta à mesa por breves minutos até a aparição de seu irmão, Rafael, de 14 anos.
O rapaz chega com aparência de cansaço. Parecido com a irmã fisicamente, contudo tem 1,75 e 60kg, corpo um pouco definido, resultado da academia a qual vai desde os 12 anos junto à irmã.
--Bom dia Maddie- diz abraçando-a calmamente.
--Bom dia Rafa- responde choramingando pela dor causada com o abraço (os cortes pareciam queimar por baixo da roupa)
--Está com cara de quem chorou a noite toda, chata. Vá se maquiar pra melhorar isso aí.
A garota olha o irmão seriamente e sobe para o quarto a caminho do banheiro. Leva um leve susto ao olhar-se no espelho e decide passar apenas um delineador, soltando, em seguida, um “foda-se” em alto e bom som.
--Será que é possível falar mais palavrão nessa casa?- grita ironicamente o pai de seu quarto.
--Olha só quem está em casa, o cara mais chato e inútil da cidade. Por que ainda não saiu para trabalhar e nos deixou em paz?- Maddie responde grosseiramente.
O homem passa pela porta do quarto, dando de cara com ela, e a olha com raiva.
--Estou atrasado. Não esqueça que terá de fazer comida, hoje não volto para casa.
--Como se isso fosse novidade.
O primeiro a sair é o pai, de carro, seguido pelos adolescentes, a pé~The Self-harmer
Continuo?