Era mais uma tarde qualquer de sábado, 2 horas da tarde, eu estava deitado na minha cama descansando após o almoço, quando alguém bate na minha porta.
- Quem é? - perguntei.
- É a vovozinha - gritou meu irmão, Daniel
- O que tu quer, caralho? To tentando dormir
- Dá pra abrir a porta? Quero conversar contigo e não com a porta.
Levantei só de short e abri a porta pra ele entrar. Ele sentou-se na ponta da minha cama e deu um suspiro.
- Seguinte, tu sabe o Matheus?
- Hum, sei - me limitei a responder isso.
- Ele vai precisar estudar pra uma prova e não vai poder ir pra pelada de hoje e... eu queria saber se tu queria ir comigo pra jogar no lugar dele.
Eu sempre curti jogar uma pelada como hobby, mas meu irmão... ele era diferente. Ele levava futebol a outro nível, era como um vício. Sempre algo acabava dando errado nas peladas de sábado.
- Sem chance de eu ir pra pelada com você, Daniel, principalmente com esses seus amigos da faculdade, tô fora.
- Porra Marcelo, é sério, nosso time vai ficar descompleto se tu não for, e além disso, tu sabe que meus amigos todos gostam de ti, não sei qual é essa tua revolta com eles, pô.
- A minha revolta com eles é que eles são todos uns babacas, principalmente aquele Arthur, ou tu se esqueceu o que ele fez com a Gabi? Iludiu nossa irmã, levou ela pro motel, comeu e depois saiu contando pra todo mundo, até pra ti... Caralho Daniel, ela é nossa irmã, cara, e ele pisou nela como se ela fosse um pedaço de bosta esparramado no meio do chão. Não vou, não vou. Se eu ver esse cara na rua eu quebro a cara dele.
- Mermão, eu não tô nem aí pra Gabi, ela deu pra ele porque quis. Agora fala baixo que nossos pais tão na sala. Mas beleza, se tu não quer ir, tranquilo, mas já que o time tá incompleto eu vou demorar mais pra chegar em casa, porque vou ter que jogar com o cara que vai ficar na barreira, e aí tu não vai ter como usar o carro a noite.
- Filho da puta - falei baixo, cerrando os dentes.
NO FUTEBOL
- Bora, tu vai no meu time - Disse meu irmão.
- Fazer o que, né - levantei do banco e coloquei minha chuteira.
Não sei se nesse dia eles tiraram "impar ou par", mas o meu time começou com a bola. O jogo começou e não demorou muito pro time adversário fazer um gol.
- Porra, Marcos, futebol não é balé não, mermão! Toca essa bola - Meu irmão gritava.
O jogo continuou e Daniel tocou a bola pra mim. Eu parti em direção ao gol, e Arthur começou a vir pra cima de mim. Eu particularmente sempre fui um bom jogador de futebol, então comecei a diblá-lo e eu via que isso o deixava puto. Então era isso que eu ia fazer pra fazer ele ficar bravinho.
Toquei a bola de volta pro meu irmão e notei um olhar furioso do Arthur pra cima de mim. Não demorou muito pro meu time fazer o primeiro gol e empatar o jogo.
- Valeu maninho - meu irmão me deu um tapinha nas costas.
O jogo continuou e o Arthur fazia questão de ficar na minha cola. Eu já tava ficando puto, porque sempre tinham uns dois caras me marcando, então nem dava pra fazer o Arthur de pato. Consegui me desvincular das marcações e corri pra linha de fundo, recebi a bola e fiz outro gol.
- ESSA PORRA NÃO VALEU, O MARCELO TAVA MAIS PRÓXIMO DA LINHA DO QUE A BOLA - Gritou Arthur, que tava vermelho.
- Mermão, isso aqui não é fut profissional não, não sabe pelar não vem pra cá e fica assistindo os jogos na globo - eu me estressei e gritei com Arthur.
O jogo reiniciou mais uma vez e dessa vez a bola era do time adversário. Depois de um tempo, roubei a bola de um dos moleques do time oposto e parti pra fazer mais um gol, mas só senti uma dor enorme na bunda: o filho da puta do Arthur tinha me dado um carrinho. Pior que a dor na bunda que eu tava sentindo, era uma dor enrome que atingia toda as minhas costas.
- Ai, caralho
- Tu tá bem, pô? Caralho - ele falou
Eu tentava levantar pra socar a cara daquele fdp, mas eu não conseguia. A dor era forte pra caralho. Depois disso só vi meu irmão gritando com ele e uns dois outros me pegando no colo e me colocando no carro.
- Pra onde a gente vai? - perguntei pro meu irmão.
- Pro hospital, tu não consegue nem levantar, vai que tu fraturou alguma coisa na coluna
- Que mané fraturei nada, me leva pra casa, tenho que sair hoje a noite
- Tu é muito pau no cu, né, tá quase aleijado e tá pensando em sair de casa? Vai se fuder - meu irmão era muito desbocado.
Chegamos no hospital em que tínhamos plano de saúde e fui atendido rapidamente por um médico. Ele pediu pra eu tirar uns raios-x e em seguida tomei um remédio pra dor. Só lembro que saí do hospital de cadeira de rodas e tudo. Aquele dia foi terrível.
Nem sei como que meu irmão me colocou sozinho na cama, só sei que acordei no dia seguinte com uma puta dor nas costas, porém já conseguia andar. Meus pais estavam na sala e chovia muito nesse dia.
- Bom dia - falei
Todos me olharam com um olhar de felicidade e minha mãe logo tratou de vir até mim pra me abraçar.
- Meu filho, eu fiquei tão preocupada... e blá blá blá
- Tá tudo bem, Mãe. Daniel, me dá meu celular, por favor?
- Ixi, alguém pegou teu celular, não peguei na hora da correria
- Isso no momento é o de menos, meu filho, mais tarde vamos ao shopping comprar outro celular pra você. O importante agora é que você está melhor. - Dessa vez meu pai se prontificou.
Depois disso, todos tomamos café e eu fiquei na sala deitado conversando com minha irmã. Após muita conversa, o interfone toca.
- Quem é? - Perguntou minha irmã.
Continuei prestando atenção no noticiário e só ouvia os gritos da minha irmã.
- Tu é muito fdp de aparecer na minha casa depois do que tu fez comigo, né?
Fui até a sala pra saber o que tava acontecendo.
- Que é, Gabi? - Perguntei.
- O idiota do Arthur
- O que diabos ele quer? Diz que o Daniel saiu - falei com desdém.
- O Dani saiu - disse minha irmã.
- Ele disse que quer falar com você e pediu pra você ir lá no carro com ele.
- Não vou sair dessa chuva nem a pau, principalmente pra falar com esse playboy de merda.
- Ele disse que tá com seu celular.
Dei um pulo de alegria, fiquei bom da dor na hora HAHAHAH. Peguei meu moletom, coloquei o capuz e fui em direção ao portão de casa. O carro dele era um vectra do ano, preto, muito lindo. Entrei no carro e ele ficou me olhando por uns segundos.
- Então... - falei
- Tu tá bem, moleque? - ele perguntou.
- Tô, só to com dor nas costas.
- Foi mal, sério, não vou dizer que fiz sem querer porque não foi, mas quero que tu saiba que eu to muito arrependido do que eu fiz, na moral... fiquei com o cu na mão quando falaram que tu saiu do hospital na cadeira de roda - ele realmente parecia arrependido.
- Pois é, cara, mas beleza, já passou. Só me dá meu celular e tá de boa - falei.
Ele tirou o celular do bolso e a tela tava completamente quebrada. Deu até um dó no coração. Eu olhei pra ele e ele logo começou a se explicar.
- Não sei como isso aconteceu, sério, acho que foi na hora que os moleques te pegaram no colo pra te colocar no carro, na hora do desespero alguém deve ter deixado cair..
- Caralho... - eu falei
- Mas tá funcionando de boa a tela, parece que iPhone não para de funcionar mesmo quebrado.
Eu deslizei o dedo pela tela pra desbloquear o telefone e ele estava funcionando perfeitamente.
- Pelo menos o touch não quebrou, depois eu vejo quanto é pra arrumar. Aposto que é mais barato do que comprar um novo. Valeu. - abri a porta e sai do carro. Ele abaixou o vidro e falou comigo.
- Marcelo?
- Hum
- Cara, - ele tirou um papel do bolso -, esse aqui é meu numero de telefone, qualquer coisa, dor que tu sentir, sei lá, me liga, sério, ainda to muito preocupado contigo.
- Beleza - eu olhei pro papel -, eu ligo.
E ai pessoal, tudo bem? Então, essa história é totalmente verídica, aconteceu comigo ano passado e eu tenho um motivo especial pra retratar isso com vocês, mais pra frente vocês vão saber o porquê. Eu queria pedir com todo meu coração que vocês comentassem a respeito do conto, o que vocês acharam, as primeiras impressões, críticas e sugestões; tudo será bem vindo.
Quero ressaltar que não sou nenhum grande escritor, na verdade nunca nem gostei de escrever, então peço perdão desde já pelos errinhos de concordância, pontuação e etc.
Enfim, devo continuar a história ou não? :D