E o choque tomou conta de mim, as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Machado estava na minha cama com Caio eu não podia acreditar.
-Interrompo alguma coisa? Minha voz saiu embargada. Machado deu um pulo da cama e Caio se cobriu com o lençol.
-Di-Diego eu não sabia que você ia voltar hoje. Machado estava muito nervoso.
-Caio pega suas coisas e sai daqui.
-Amigo deixa eu explicar..Não deixei ele terminar de falar, o peguei pelos cabelos e o joguei pra fora do meu apartamento.
-Diego deixa eu te explicar.
-Explicar o que? Vai dizer que não é nada disso que eu estou pensando? Vai em frente, pode falar.
-Desculpa Diego, eu não sei o que deu em mim, eu tava furioso porque você tinha ido viajar e achei que você não fosse voltar.
-Bela maneira de extravasar, mas tudo bem, eu não tenho direito de te exigir nada e nem posso. Por fora eu me fazia de forte mas por dentro, eu estava destruído.
-Por quê você ta falando isso? Sua feição mudou.
-Porque enquanto você estava aqui comendo o Caio, eu dormi com o Carlos, fizemos sexo e com vista por mar ainda.
-É mentira sua, você não fez isso, você não pode ter me traído. Ele ficou furioso, e eu com medo mas não demonstraria.
-Te trair? Acorda, nós nunca tivemos nada sério, você é casado e me usa pra se divertir, eu sou uma maneira de você poder fugir das responsabilidades do seu casamento, e ainda traz uma cara pra minha casa e come ele na minha cama. Você não pode me exigir nada.
-Eu posso sim! Ele gritou - eu que sustento essa porra, eu que te banco, você não passa de uma puta que é sustentada pelo macho. Eu não aguentei e dei um tapa na sua cara.
-Pega as suas coisas e sai da minha casa!
-Eu não vou sair! Ele gritou.
-Se você não sair eu chamo a policia e vai ser ótimo contar pra eles que eu sou seu amante.
-Isso ainda não acabou. E saiu. Eu sentei no chão e desabei, chorei o dia inteiro, a noite retirei os lençóis da cama e os queimei. Não desfiz as malas pois em breve viajaria de novo. Isso mesmo eu voltaria pro Rio, liguei pra minha mãe e disse que no outro dia estaria voltando pra casa, e assim o fiz, na manhã seguinte voltei de mala e cuia pro Rio.
Já faziam três semanas que eu estava de volta no Rio. Minha vida tinha voltado ao normal, Machado me ligava todos os dias mas não atendia. Uma certa manhã eu estava indo pra cozinha tomar café da manhã ao passar pela sala meu pai estava assistindo ao jornal da manhã, e notícia me chamou atenção. Três policiais haviam sido mortos numa troca de tiros com bandidos no bairro da Moca, em São Paulo, e a foto dele estava lá como um dos mortos, ele. Justamente ele.