Ainda no caminho de casa, eu e minha mãe não conversamos durante o caminho, o único barulho que tinha no carro era da rádio. Quando chegamos em casa, esperamos o portão abrir, entramos com o carro, e logo atrás vi que alguém tinha entrado correndo na garagem, era Felipe.
- Lucas, por favor eu te imploro me escutaFelipe eu não quero saber de nada – disse fechando a porta do carro.
- Foi ela que me beijou Lucas, por favor, acredita em mim..
- Vocês não só estavam se beijando, como ela estava somente com o sutiã e calcinha e você estava sem camisa em cima dela. No que você quer que eu acredite?
- Foi tudo armação, por favor, acredita em mim......
Virei-me e entrei em casa. Quando olhei para trás, minha mãe barrou Felipe na porta e disse:
- É melhor você ir embora Felipe, por favor.
Olhei para Felipe e vi que ele estava chorando, ele se virou e foi embora. Me sentei no sofá, meu pai, veio e sentou do meu lado.
- O que foi Lucas?
- Ele e Felipe terminaram – disse minha mãe.
- Oooo meu filho, vem cá – disse meu pai puxando minha cabeça para seu peito e me abraçando – Não fique assim, logo logo isso tudo vai passa tá bom.
- Promete que tudo isso vai passar logo? – perguntei- Certeza absoluta – disse minha mãe sentando do meu lado
- Vamos fazer o seguinte, suba, tome um banho e vamos fazer uma maratona de filmes. O que acha? - Perguntou meu pai
- Tá bom, pode ser – disse sem muita animação – Antes vou ligar para Malu.
- Ok – disse meus pais.
Estava em meu quarto, peguei meu celular e liguei para Malu.
- Oi
- Oi meu bem, o que aconteceu? – disse Malu assim que ouviu minha voz
- Terminei com o Felipe
- Não acredito Lucas, mas por quê?
Fiquei algum tempo contando o acontecido para Malu. Quando terminei ela disse:
- Não fique triste tá, depois vou na sua casa pra gente conversa tá bom
- Ta ok. Vou desligar agora tá.
- Tá bom meu bem, fiquei bem tá..
- Tá bom, beijo
- Beijos.
Fui para o banheiro, tomar um longo banho, e chorei mais e mais durante o banho, quando terminei, me sequei coloquei uma cueca e enrolei a toalha na cintura e fui para o quarto me vestir, logo senti o cheiro de pipoca que estava vindo cozinha. Me vesti e desci para a cozinha.
- Vocês rapazes me ajudem a levar as coisas – disse minha mãe.
Peguei a bacia de pipoca, meu pai o refrigerante, e minha levava umas 10 barras de chocolate. Cheguei no quarto dos meus pais, e já fui em direção a cama deles.
- Quais os filmes vocês escolherão? – perguntei com a voz meio fraca.
- Harry Potter – disseram meus pais ao mesmo tempo.
- Sério? Vocês sempre disseram que os filmes não eram bons
- Bom, a gente nunca assistiu, então decidimos assistir hoje com você – disse minha mãe
Dei um sorriso meio forçado, meus pais sabiam me agradar quando eu estava nesse estado.
Começamos a ver o primeiro filme era umas 13:15 da tarde. Passamos a tarde inteira assistindo Harry Potter, eu estava deitado no meio, minha mãe a minha esquerda e meu pai na minha direita, eu parecia uma criança de 5 anos quando no meio de uma noite chuvosa vai dormir com os pais com medo.
Quando deu umas oito e meia da noite, meus pais decidiram pedir pizza. Eu amo pizza, ainda mais pizza doce. Pedimos 3 pizzas, passou alguns minutos, meu pai desceu para buscar, e pausamos o filme
- Você vai fica bem? – perguntou minha mãe.
- Vou tentar
- Olha Lucas, eu acho que você tem que ouvir o lado da história do Felipe, não o trate como você tratou o Caio.
- Mãe, eu não vou te prometer nada, mas agora eu só quero dar um tempo longe do Felipe, me entende?
- Tá bom então.
Meu pai chegou com as pizzas, eu comi feito criança. Assistimos o resto dos filmes que tinha do Harry Potter, quando olhamos no relógio já era de madrugada.
- Posso dormir aqui com vocês essa noite? – perguntei
- Mas claro, faz tempo que você não dorme mais com a gente – disse minha mãe.
Meu pai desligou a TV, fomos dormir, estava meio frio aquela noite. Dormi feito uma pedra.
NO DIA SEGUINTE.
Era segunda, acordei era oito horas, e tinha um bilhete de meu pai: “Fique em casa, não precisa ir na escola hoje tá. O pai te ama”
Quando me virei, tinha uma bandeja com suco e torradas com mais outro bilhete: “ Coma tudo direitinho tá. A mãe te ama muito tá”. Acordei sem fome alguma, virei para outro lado, e voltei a dormir.
O resto do dia foi normal fiquei em casa amanhã inteira, resolvi ir para meu quarto fiquei o resto do dia e da noite lá.
1 ANO DEPOIS.
De repente, senti uma claridade em meu rosto, quando escutei uma voz
- BOOOORA AAAACORDAAAA – era Carla gritando como sempre
- TÁÁÁÁÁÁ BOOOOOM – gritei de volta.
Me levantei e fui ao jardim, e me sentei em uma mesa que tinha perto da piscina. era Agosto novamente.
- Temos uma surpresa pra você, feche os olhos – disse minha mãe – Agora estenda as mãos.
Logo senti que era um papel. Quando abri meus olhos era um envelope, e quando tirei o que tinha dentro não acreditei. Uma passagem de avião para os Estados Unidos
- Não acredito!!!!!
- Gostou? – disse meu pai
- Claro muito obrigado mesmo.
- E mais, nós vamos com você, alugamos pela internet um apartamento por 1 mês em Nova York.
- Vocês são os melhores pais do mundo sabiam?
Levantei abracei os dois e fui para o quarto. Durante esse tempo que passou, não tive noticias do Felipe, eu estava bem mas não parava de pensar em Felipe.
ALGUNS MESES DEPOIS.
Chegou o grande dia, minha formatura, meus pais estavam felizes e eu também, pois estava saindo do Ensino Médio, e logo em breve engessaria em uma faculdade. Quando cheguei no auditório avistei Felipe de longe, sei que ele não me viu.
Sentei em minha cadeira, e percebi que Felipe sentou atrás de mim. Quanto tempo que eu não o via.
Teve todo aquele processo de formatura. A festa foi boa eu acho, não me lembro muito, acho que tinha bebido até de mais.
Chegou o dia que eu ia para os Estados Unidos. Eu vi Felipe somente no dia da formatura depois do acontecido, mas senti algo dentro de mim que ele ainda me amava, e que ele ainda me queria. Viajei para Nova York, chegamos no hotel, arrumei minhas coisas e passeamos pela cidade.
4 DIAS DEPOIS.
Eu estava amando estar lá, quando eu estava no Central Park, avistei Felipe andando em minha direção, e eu fui andando na direção dele. Ficamos um de frente pro outro. Ele estava do mesmo jeito, não tinha mudado absolutamente nada, eu também não tinha mudado muito.
- Lucas – disse olhando em meus olhos
- Felipe – disse olhando nos olhos dele.
- Vamos conversar? – perguntou
- Vamos – disse
Andamos em direção em um banco que tinha próximo a nós, e sentamos e começamos a conversar.