Precisava abstrair, peguei meu celular e disquei o número que mais ligava ultimamente.
- Alô - diz a pessoa.
- Oi, Pedro vamos sair mais tarde?
- É claro, meu príncipe. Te pego as 20h?
- Sim, meu bem.
- Okay. Beijão.
- Beijos.
Desliguei o telefone e saí de meu quarto. Fui em direção a cozinha, passei em frente ao quarto dos meus pais, tinha que falar com meu velho. Parei em frente a entrada do quarto de meus pais e quando ia bater na porta, começo a ouvir ruídos... Colo o ouvido e ouço melhor. Se tratava de gemidos, sim, gemidos. Meus pais estavam fazendo sexo... "Eca", "que nojo" muitos podem pensar, mas eu era diferente:
- É... Os velhinhos também fodem... - pensei e comecei a rir, evitando imaginar a situação inusitada.
Segui meu rumo, desci a escadaria e fui até a cozinha. Peguei um copo no armário e quando começava a servir de água, ouvi a porta de um dos quartos abrindo e vi meus pais de robe, descendo as escadas fazendo aquelas brincadeiras típicas pós-sexo de casais de meia-idade quando a pipa do vovô levanta vôo. Quando me viram na cozinha, mamãe parou de rir e quase teve um troço:
- Ralph, você está em casa... - Disse com cara de pânico.
- Sim, mãe - Não contive o riso.
- E você ouvir algo? - Pergunta papai
- Ouvi, pai - Mais uma vez, comecei a rir.
- Aí filho, perdão mesmo, eu e seu pai... - minha mãe estava bastante desconcertada - achávamos que você havia saído.
- Tem problema não gente. - O riso não parava. - Entendo que a barraca só arma uma vez no ano e quando arma, não dá pra dispensar.
Minha mãe desceu do salto e disparou:
- Olha aqui, me respeita, seu moleque, vou te dar uma boas porradas e...
- Calma amor. Ele só estar brincando - Disse meu pai, acalmando a fera.
Não podia parar de rir. Após alguns segundos rindo, bebi minha água e falei:
- Pai, podemos conversar um pouco
- Claro, minha filho. Vamos ao escritório. - Meu pai beijou minha mãe apaixonadamente e me escoltou a sua biblioteca/escritório.
Ao entrarmos na sala, meu pai ia ao seu assento atrás da mesa. Dei uma disparada e cheguei a cadeira executiva primeiro, sem reivindicar o lugar, meu se sentou a minha frente.
- Bom filho, o que tem para me dizer?
- Pai, é o seguinte - Parei um minuto e olhei no braço de meu pai, uma tatuagem. Nunca havia reparado aquilo, vendo meu olhar fixo na tatoo, meu pai me zuou:
- Eu nunca falar que era santa. - disse tapando a tatoo com o robe.
Ri das palavras de papai e tive que me concentrei para recuperar o foco.
- Pai, é o seguinte...
Expliquei para papai a promessa que fiz á Tay. Expliquei toda a situação. Estava com planos de levar Alyne aos EUA, casar-me com ela e assumir a criança, devia isso á Tay. Meu pai ouviu tudo que tinha pra falar e disse:
- Eu vou providenciar. - se levantou, me abraçou e disse - Você ter um belo coração e isso me orgulhar.
Emocionado, abracei papai. Olhei no relógio... Putz, não podia me atrasar.... Sai em disparada, me arrumei e estava pronto pontualmente ás 19h50. Desci e fui esperar Pedro. 20h ele chegou, fomos a um restaurante e depois a sua casa, Pedro e eu estávamos rolando em sua cama, Pedro ia se despindo, quando disse:
- Ei! Espere. O que você sente por mim?
Parecia surpreso com a pergunta...
- Eu... É... Eu... Essa semana que temos feito isso tem sido muito especial pra mim... Ia falar mais tarde, mas... Ralph, quer namorar comigo?
Pedro ficou com o olhar emocionado e me encarou.
- Eu não esperava isso...
- Você quer?
- Pedro, não é questão disso... É que...
- Não. Tudo bem, Ralph. Eu entendo... Você não gosta de mim... Me precipitei, Desculpa. Sou só pra diversão, né?
Pedro levantou da cama e virou as costas... Era de partir o coração...
- Pedro
- Oi - Disse virando para mim, já na porta.
- Eu adoraria namorar contigo... - Seu rosto se iluminou - Mas não posso.
- Porque Ralph? - Perguntou com cara de cachorro sem dono.
- Vou me mudar para os Estados Unidos...
Continua...