Oi, pessoal, desculpem a demora, é que eu estava sem tempo esses dias, mas continuarei postando assim que possível. Quero aproveitar para agradecer aos que estão acompanhando e comentando os contos. Muito obrigado! <3
Continuando
(...) Desliguei o celular e comecei a chorar. Luiz, que ouviu meu choro, saiu rapidamente do banheiro e veio me abraçar. Contei sobre a conversa e decidimos que eu iria embora. Não sei o que houve com a minha mãe para ela agir dessa forma, mas de uma coisa eu sabia, nada iria atrapalhar o nosso momento e eu não deixaria que ela se voltasse contra o meu namoro (...)
Voltei para casa e encontrei minha mãe na cozinha, lavando um copo de vidro e o colocando para secar, o que me fez chegar à conclusão de que ela acabava de beber água. Deixei as poucas coisas que tinha levado para a casa de Luiz em cima de uma cadeira e comecei:
- Oi, mãe, já cheguei. Desculpa ter ido dormir fora assim, sem avisar, eu que dei a ideia de dormir na casa do Luiz, já que somos namorados.
- Vocês realmente se consideram namorados?
- É claro que sim. É o que somos agora, ou melhor há um mês.
- Eu ainda tinha esperanças de que você estava confuso, mas pelo que vejo você tem certeza do que gosta.
- Sim, eu tenho, me desculpe se estou causando mal estar em você e no papai.
- Não precisa se desculpar, não de novo... Bem, estou indo deitar, espero que o que aconteceu hoje não se repita. Boa noite!
- Boa noite!
Esperei ela sair devagar da cozinha, peguei minhas coisas e fui para o meu quarto. Liguei para o Luiz e quando ele atendeu, comecei a chorar.
- Bruno, está tudo bem?
Só conseguia chorar.
- Bruno, fala comigo. Como foi a conversa com a sua mãe? O que ela te disse?
Engoli o choro depois de alguns minutos e disse, enquanto Luiz estava em silêncio:
- Ela disse que só agora entende que realmente somos namorados e que eu estou decidido sobre o que gosto.
- Ela disse mesmo isso? Eu achei que ela já tinha aceitado sua orientação sexual.
- Ela fingia que aceitava, mas eu sabia que no fundo ela não queria que fosse verdade.
- Entendo. E sobre o nosso namoro? Não me diga que ela vai nos proibir de nos vermos.
- Não, ela só me pediu que eu não fosse mais dormir na sua casa. Menti para ela dizendo que a ideia de dormir com você foi minha, só para que ela não sinta nenhum tipo de sentimento ruim por você.
- Nossa, amor, que chata essa situação pela qual estamos passando. Mas é só uma fase, logo estaremos tão bem quanto no início do namoro, a diferença é que agora não precisaremos mais nos esconder.
- Espero que realmente seja só uma fase. Agora vou deitar um pouco, quero tentar esquecer as partes ruins de hoje e lembrar só do que realmente valeu a pena. Obrigado pelo dia e pela note maravilhosos que você me proporcionou, te amo.
- Eu que agradeço por esse dia e por todos os outros. Te amo, se cuida.
Desliguei o telefone e chorei mais um pouco até que caí no sono.
As próximas semanas se passaram bem devagar e o clima de tensão dentro de casa estava começando a diminuir, mesmo que minha mãe e meu pai ainda não aceitassem totalmente meu relacionamento com Luiz. Há quase três semanas que meu namorado me visitava em casa, todos os dias, e isso fazia com que aos poucos eles se acostumassem. Sei que não era fácil para nenhum dos dois, mas da mesma forma que eu estava lutando, eles também estavam.
Por volta de meados do mês de setembro, um primo meu, Igor, que morava na Argentina há quatro anos, voltou para a nossa cidade, comprometido e com a data de casamento marcada. Como eu não tinha muito tempo durante a semana, só pude vê-lo dias depois de sua chegada, no final de semana seguinte.
Meus pais e eu fomos até a casa de minha tia, Vera, para saber como Igor estava e como era a vida fora do Brasil. Para a nossa alegria, ele estava em casa quando chegamos, e estava preparando o almoço, pois sabia que iríamos estar lá parar fazermos a refeição todos juntos. Minha tia atendeu a porta:
- Maria Alice, Gustavo, Bruno, entrem, que bom que vocês já chegaram.
- Vera, quanto tempo que não nos vemos. - Disse minha mãe.
- Oi, tia, tudo bem? Onde está o Igor? - Disse eu.
- Eu estou bem, sim, querido. Ele está na cozinha, vá até lá enquanto converso um pouco com seus pais. - Respondeu tia Vera.
- Vera, como está? - Ouvi meu pai, Gustavo, perguntando.
Fui até a cozinha e encontrei Igor com outro rapaz que o ajudava com o que parecia ser uma prato feito com frango e algum tipo de creme. Me aproximei e disse:
- Parece que alguém voltou da Argentina como um chefe de cozinha.
- Primo, que surpresa boa. Como está?
- Eu estou bem e você? - Disse eu, dando-lhe um forte abraço.
- Estou ótimo. Deixa eu te apresentar uma pessoa. - Ele se voltou para o rapaz que estava do outro lado da mesa - este é o Léo e eu acho que você já deve saber, ele é o meu noivo.
Olhei para ele e para o rapaz e depois para ele de novo e perguntei surpreso:
- Noivo? É com ele que você vai se casar?
- É sim, sei que é diferente, mas nós somos namorados há mais de dois anos e, bom, já somos independentes.
- Isso é maravilhoso, mesmo que seja realmente diferente. Sempre admirei a sua coragem e agora estou admirando mais ainda. É um prazer, Léo, seja bem-vindo à nossa família.
- Obrigado, estou gostando cada vez mais da família de vocês. - Disse Léo.
- Ah, que bom.
Conversamos por mais um tempo e fiquei sabendo que o Léo era brasileiro, gaúcho, mas morava na Argentina há quase nove anos e foi lá que eles se conheceram. Começaram a namorar e há alguns meses fizeram um pequeno restaurante, onde eles mesmos são os chefes e o lucro, que é uma boa quantia, os ajuda a pagar as despesas de casa, pois eles já moram juntos, mesmo sem terem oficializado um casamento. Contei um pouco sobre meus estudos e minha vida, mas não contei sobre Luiz, preferi esperar mais um pouco, queria apresentá-lo pessoalmente.
O resto do dia foi bem agradável, meus pais se surpreenderam bastante quando souberam o Igor esta prestes a se casar com outro homem, mas logo aceitaram tudo com muito entusiasmo. Parecia ser bem mais fácil quando não era o filho deles. Foi então que percebi que eles não tinham preconceito com outros homossexuais, eles tinham apenas medo do que sociedade falaria sobre eles terem um homossexual dentro de casa.
O casamento de Igor, seria dali há poucas semanas, parecia um bom momento para que eu apresentasse Luiz aos noivos e mostrasse aos meus pais o quanto era normal dois homens se amarem, mesmo que um desses homens fosse filho deles. Contei tudo ao Luiz e o chamei para a festa, já que Igor e Léo haviam me dado essa permissão quando eu contei que gostaria de levar um amigo.
No dia do casamento, antes da cerimônia, conversei com os meus pais e eles me deixaram ir me arrumar na casa do meu namorado, para que fôssemos juntos para a festa. Chegando até a casa de Luiz, entrei sem bater na porta, já que eu já tinha essa liberdade, cumprimentei seus pais, que em adoravam, e fui parar o quarto dele, onde deixei minhas roupas e o esperei sair do banho para que eu entrasse. Saindo do banho ele me abraçou e me deu alguns beijos, depois disse:
- Está pronto para causar a maior polêmica da sua vida?
- Estou sempre pronto para tudo, você sabe.
- Quero ver se está pronto mesmo.
Ele trancou a porta do quarto, tirou a toalha ficando completamente nú e disse:
- Aproveita que esse corpo é só seu.
Não pensei duas vezes e tirei minhas roupas, o agarrei e começamos a nos beijar. Fomos para a cama e ele começou a percorrer todo o meu corpo com a sua língua. Não era a primeira vez que ele fazia aquilo e fazia porque sabia que eu adorava. Desde que transamos pela primeira vez, temos transado algumas vezes, mas escondidos dos meus pais.
Nos beijamos mais um pouco e começamos um sexo oral em posição meia nove. Ficamos nessa posição por alguns minutos, até que ele parou, pegou uma camisinha, vestiu e disse:
- Vamos ver se está preparado para tudo.
- Estou sempre preparado, já disse.
Ele me colocou de quatro e começou a penetrar ferozmente. Comecei a gemer alto, mas estava tão bom que eu não conseguia parar, e nem ele. Os movimentos de vai e vem me deixavam louco e, pelo que eu estava percebendo, ele estava mais louco ainda. Não demorou muito para que gozássemos juntos. Ele deitou ao meu lado e disse:
- Quando casarmos eu quero momentos assim todos os dias.
- Quando casarmos?
- É, se casarmos, quem sabe.
Nesse momento ouvimos alguém bater na porta e sua mãe gritando:
- É melhor deixarem isso para mais tarde e se apressarem para a cerimônia.
Nos encaramos por alguns segundos e começamos a rir. Parecia que a minha sogra realmente estava ouvindo tudo. Fui tomar banho e Luiz me acompanhou para se limpar. Nos arrumamos e fomos para o local do casamento. Quando chegamos quase todos os convidados estavam lá, seria uma cerimônia pequena, apenas para os familiares e amigos mais próximos, cerca de cinquenta pessoas no total. Falei rapidamente com os meus pais, que estavam sentados com alguns tios e fui atrás de Igor, até que o encontrei perto do bolo, com Léo e uma amiga deles.
- Igor, tudo bom? Meus parabéns pelo casamento, espero que vocês dois sejam muito felizes, muito mesmo. Sua festa está linda e seu bolo também, inclusive estou com vontade de comer um pedaço agora mesmo.
- Ah, obrigado, Bruno, obrigado mesmo. Quanto ao bolo, apenas no final da festa. Quem sabe o primeiro pedaço não será seu?
Rimos um pouco e eu abracei os noivos e cumprimentei a amiga que estava com eles.
- Bem, deixa eu te apresentar, este é o Luiz, o amigo que eu disse que traria.
Igor e Luiz apertaram as mãos e se cumprimentaram com algumas palavras.
- Na verdade ele não é apenas um amigo, nós somos namorados.
Disse isso e dei um beijo em Luiz.
- Nossa, que ótimo, é muito bom saber que vocês estão juntos, deve ser por isso que você parece melhor ultimamente, lembro que antes de partir você era sozinho e triste, parecia que algo te causava agonia. Você se sentia assim pela homossexualidade?
- Em partes sim, mas isso já passou, o que importa agora é o presente e neste presente eu estou tão feliz quanto vocês.
- Isso é muito bom, primo.
Voltamos para perto de meus pais e esperamos a cerimônia começar. Não houve nada religioso, apenas alguns discursos, votos de casamento e o jantar. Conheci alguns parentes que eu ainda não conhecia e também os pais de Léo. Ao final de tudo, Igor cortou o bolo e o primeiro pedaço foi para a sua mãe, algo que eu já imaginava. Luiz e eu pegamos um pedaço e fomos sentar ao redor de uma mesa afastada, onde pudéssemos ficar mais à vontade conversando, até que a verdadeira festa começou. Igor contratou um DJ para tocar músicas de baladas e animar a festa. Fomos para a pista de dança e começamos e criar passos, tudo estava muito divertido, até que por volta de 1:00 da manhã, Luiz vai ao banheiro para atender o celular e volta dizendo:
- Bruno, era a mãe do Diego no telefone, ela disse que ele sofreu um acidente e quer que eu vá agora ao hospital onde ele está, e se eu não for ele vai se recusar a receber qualquer tratamento.
Olhei sério para ele e quis que o mundo acabasse naquele momento.
Continua...
Bom, espero que vocês, leitores, tenham gostado. Esta foi apenas a primeira parte da história, o comecinho, muitas aventuras ainda virão.
Obrigado pela leitura e não esqueça de comentar suas críticas, sugestões e elogios.
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