Capmeu melhor amigo.
- Tem certeza ?
- Absoluta ! Depois a gente fala sobre ele - fiquei intrigado sobre essa ultima citação.
- Mas... Você tem que ligar pro seu pai, ele precisa muito saber que você está bem.
- Diretora, quem é o meu pai ? - ela estava confusa.
- Você não sabe ?
- Ele não lembra diretora - falei agora.
- Ah, esqueci. O nome do seu pai é Júnior, e a sua mae se chama Lisandra.
- Júnior...Lisandra... - ele estava mais confuso que todos nós. Parecia que todas as lembranças estavam voltando de uma vez só e ele estava se sentindo confuso.
- Isso é tão esquisito - ela falou
- Você pode ligar pra um deles e avisar que ele está bem
- Sim, vou já fazer isso - a diretora falou, imediatamente pegando no telefone. Ele estava de olhos fechados.
- Vem, senta !- o puxei para a cadeira e ele sentou. Parecia forçar a memória, em busca das lembranças - o que está sentindo ?
- Diversas coisas estão vindo sobre a minha mente. Muitas lembranças envolvendo esse colégio. Amigos, risadas, mas nada da minha família.
- Quer agua ?
- Fica no fim do corredor - a diretora anunciou.
- Vamos lá - o puxei e ele me acompanhou. Ele foi andando lentamente até o bebedouro - o que você esta lembrando ?
- Conversas com amigos, horas de estudos, risadas, palhaçadas, apenas isso. Lembrei minha idade... Eu tenho 16 anos Marco
- Eu já imaginava - falei, entregando a ele o copo.
- Não fique preocupado. Roberto é apenas um amigo que é apaixonado por mim.
- Como é que é ?
- Eu lembrei. Eu não namoro com ele, nem sinto nada por ele. Mas eu sei que ele gosta de mim, já me falou isso várias vezes.
- Tem certeza, não está delirando ?
- Não... Fique tranquilo - falou ele, me dando um selinho - ele não é nada pra mim - nesse momento escutamos passos na escada. Um homem subia a mesma correndo. E quando viu Bruno, gritou.
- FILHO ! - ele arregalou os olhos, e de repente ficou tonto .
- Pai ! - ele sorriu - pai ! Eu lembro dele Marco ! É incrível ! - novamente ele ergueu o olhar e olhou para o homem. Em poucos minutos eles estavam abraçados. Pareciam estar sentindo muito a falta um do outro.
- Aonde Você estava ? Porquê não avisou ? Eu... Quase morro sem você filho ! - o homem começou a chorar copiosamente, levando Bruno as lágrimas também.
- Eu... Eu não lembrava de você papai.
- Como assim ?
- Eu estava com uma amnesia.
- Mas... Mas porquê ?
- Eu não lembro... Só lembro de ter acordado no meio da rua e andei. Quando achei este homem que é uma alma de Deus e me ajudou. Deixou eu ficar na casa dele todo esse tempo sem cobrar nada - o pai dele se separou do garoto e veio até mim.
- Obrigado... Obrigado por ter cuidado dele... Mas desculpe, quem é você ?
- Me chamo Marco !
- Ah, Marco, muito obrigado mais uma vez. Se você não o tivesse ajudado... Eu... Não sei o que teria feito.
- Não chore senhor, eu apenas cumpri meu papel como homem de ajudar o próximo quando precisa de ajuda - o homem chorava como uma criança
- Creio que dificilmente outra pessoa faria algo assim. Você é um anjo de Deus ! Mas eu tenho que recompensar isso, eu vou te recompensar !
- Não precisa de recompensa nenhuma !
- Eu sou dono de diversas empresas, eu posso te recompensar muito bem.
- Eu não quero ! De coração, faria tudo o que fiz por ele novamente sem pensar - o homem olhou pra mim com olhos marejados. E virou.
- Obrigado mais uma vez. Vamos, filho ?
- Aonde ?
- Pra casa, todos os seus amigos estão lá a sua espera, querendo saber tudo o que aconteceu e muito mais - foi a primeira vez que eu vi realmente que ele ficaria longe de mim. Meu coração apertou somente ao ouvir aquilo.
- Mas... - ele olhou pra mim. E mais uma vez a minha postura de homem maduro tomou conta dos meus sentimentos.
- Vá com o seu pai Bruno. Com certeza eles estão com saudades de você. Depois eu falo com você e levo suas coisas - ele ficou com o olhar em mim.
- Aqui esta ! - falou o homem, me entregando um cartão - qualquer coisa entre em contato com esse número Pra falar com ele e nos visitar. Será muito bem vindo em nossa casa.
- Muito obrigado !
E eles se foram. Bruno não desgrudou o olhar de mim até o seu olhar sair do horizonte.
TEMPO DEPOIS
Em casa, logo depois de ter voltado todo o meu sono havia passado. Entrar em casa e não ver aqueles olhos azuis novamente mais uma vez foi estranhíssimo.
- Ué, cadê ele ?
- Achamos o pai dele e ele foi pra casa - falei, me sentando no sofá. Mamãe percebeu que eu fiquei abalado. Já estava extremamente acostumado com a presença dele ali. Com a sua voz, com o cheiro da sua comida, com o seu corpo andando pela casa. Olhei para o sofá e me lembrei do beijo que ele havia me dado no dia anterior. A idade não importava, eu sabia que estava gostando daquele garoto, mesmo ele sendo um adolescente ainda no ensino médio. A beleza e a personalidade dele haviam tomado conta de mim e eu sentia que precisava dele. E agora, como seria ? Ele não mais estaria em casa pra me receber, pra cantar karaokê, pra jogar video game comigo. Parecia que ele havia levado uma parte de mim naquele momento e isso era o que mais me impressionava. Me levantei e fui até o quarto aonde ele havia ficado. Tudo estava do mesmo jeito que ele havia deixado. A cama arrumada, algumas revistas jogadas, diversos desenhos, todas as roupas que eu havia comprado, sapatos, enfim... Tudo do mesmo jeito que ele havia deixado. Lembrei do perfume. O perfume que ele havia comprado para ele quando havíamos ido no shopping.
"- Eu gostei mais desse - falou, sentindo o cheiro.
- Tudo bem, vamos levar - falei, pegando a mostra dele e sentindo o cheiro - é ótimo ein !
- Não é ?"
Novamente senti aquele cheiro e ele veio a minha cabeça. Parecia sofrencia, mas eu realmente estava sentindo muito a partida dele.
NO DIA SEGUINTE
Estava saindo do plantão do hospital, a umas 22hrs da noite, quando recebi uma mensagem.
- Me pega aqui, por favor, eu não aguento ficar nessa casa ! - mas o que tinha acontecido.
- Aonde você está ?
TEMPO DEPOIS
Parei na frente daquela casa e imediatamente o vi, escorado na parede. Ele parecia chorar. Desci do carro rapidamente e fui até ele.
- Ei ? O que houve ? - quando ele me viu, correu em minha direção e me abraçou.
- Que bom que você veio !
- É lógico que eu viria, mas o que foi ? Porquê você está assim ?
- Minha mãe é um monstro Marco, um monstro ! - nesse momento eu vi aquele rosto na janela. Aquele rosto, que eu preferia que estivesse morto naquele momento. Aquele rosto...
Continua
E ai ?? Gostaram ?? Comentem e votem por favor. Beijos :)