Eu mais uma vez senti a mesma brisa no rosto da vez que em sonho encontrei com minha mãe, e mais uma vez estava no mesmo aeroporto, com as mesmas pessoas vestidas estranhamente, e Bruno, meu tal anjo da guarda me esperava com os braços em posição para eu pegar neles.
Me conduziu mais uma vez até o lugar onde encontrei com a minha mãe da outra vez, e ela estava lá. Desta vez junto com outras duas moças e um rapaz. Todos olhavam para mim.
Até onde minha memória alcançava, eu tinha levado um tiro do meu pai. Gemi com a lembrança de minha derrota. Por que eu não aguentei por mais alguns minutos para saber se eu tinhá ou não acertado a cara daquele animal...
- como assim? Então eu morri? Perguntei encarando minha mãe!
Ela me olhava ternamente.
- Eu fracassei...- suspirei.- Se eu estou aqui, é porque morri. Meu pai conseguiu fugir, e eu morri com o tiro que ele me deu... E Henrique será o culpado? E Cesar?? – me desesperei.
- Ei- minha mãe me abraçou com força- Nada disso, André. Estramos muito orgulhosos de você. Voce nos salvou, a todos nós...
- Então por que eu estou aqui mãe? Por que?
- Porque você precisava de um lugar tranquilo para decidir sua vida, ANDRÉ. Aqui é onde tudo termina e tudo começa. Voce deu a sua vida em troca de tantas outras que podiam continuar morrendo nas mãos daquele monstro. Isso, André, fez com que você tivesse uma opção que poucos tem... Se você quiser parar por aqui, filho, você pode. Vai descansar em paz, você já cumpriu sua missão. Mas se quiser, pode voltar e continuar a viver...
A proposta era muito tentadora. Eu tinha perdido minha mae cedo, e sofri muito na vida... Eu estava cansado, mas a lembrança de César não me saia da cabeça, e eu o amava. Eu não podia deixa-lo assim...
- Ele está movendo os olhos.- ouvi a voz de César e franzi a testa... Até no além eu pensava nele?
Minha mãe se levantou, pegou minhas mãos..
- Vamos André- disse Cesar- Fale comigo, reaja. Por favor amor.
Eu podia ouvir Cesar falando, mas não conseguia vê-lo...Nesse mesmo instante Bruno se coloca ao meu lado, estendendo novamente os braços...
- Mas eu nem respondi- resmunguei.- não disse qual é a minha escolha.
- O seu coração disse- respondeu minha mãe.- Voce tem que voltar e apreciar sua vida. E o amor, agora que você o descobriu.
Abracei minha mae pela ultima vez, agradeci e percebi que os que estavam junto dela também haviam sido vitimas do meu pai... Todos me abraçaram, agradecendo...
Um branco começou a invadir os meus olhos e sentindo o meu corpo amolecer, entreguei-me ao sono que apareceu de forma repentina.
**
Bip, bip, bip.
Meu peito doía, e vozes confusas rodeavam minha mente. Senti falta de ar, e uma espécie de mascara foi colocada no meu rosto. Tentei me levantar, mas não consegui mover um musculo sequer...
- André.- ouvi uma voz desconhecida e alguém tocar no meu braço.- Eu sou o doutor Carlos. Não se assuste, vai ficar tudo bem...
“ Relaxa moço, acabei de voltar do além... nada mais me assusta”, tentei responder, mas não consegui mexer a boca... e foi como se o que colasse meus olhos tivesse sido removido, pois num ímpeto que me permitiu mover as pálpebras, eu abri os olhos.
A agitação da equipe médica foi passando. Eles me examinavam, apalpavam, puxavam daqui e dali. Minutos depois o médico apareceu no campo da minha visão.
- Consegue falar?- perguntou ansioso.
- Sim – respondi com a voz fraca.
- Voce se lembra do seu nome?- ele continuou
- André da Silva Ribeiro.
Ele riu...
- Cesar?- pronunciei
- Certo- disse ele...- até onde me consta esse rapaz está muito nervoso esperando você acordar... Ele ficará muito contente em saber que você acordou e que se lembra dele.
Fui examinado por mais algumas horas, ate que fui transferido para um quarto do Hospital... o que fiz alegremente.
Eu passava os canais da Tv quando ouço baterem à porta.
- Entre- falei ansioso. Abri um sorriso maior que o mundo ao ver César e Henrique entrando no quarto.
Henrique estava com o braço enfaixado e com tala... Provavelmente a bala que tinha o acertado atravessou apenas o seu braço... Menos mal.
Cesar não conteve e começou a chorar, enquanto Henrique estufava o peito orgulhoso por me ter de volta.
Cesar correu para a cama e se jogou em cima de mim. Beijou-me de forma agressiva. Eu gostei muito.
- Bem vindo de volta.- disse carinhoso
Os dois me cumprimentaram e começaram, a meu pedido, a me contar exatamente o que havia acontecido.
- Voce levou um tiro que atravessou seu estomago- disse Henrique... – Agradeça a pontaria daquele crápula.
- E como ele está?- perguntei esperando pela pior das respostas.
- Morto!- Cesar disse- Voce não se lembra?
Franzi a testa...
- De que?
- André, você deu um tiro exatamente no meio da testa dele. A sua promessa de estourar a cara dele foi muito bem cumprida. Quase que a policia não o reconheceu quando chegaram ao local.
- Quanto tempo eu estou aqui?
- Tres semanas- respondeu Henrique.- Voce nos deu um susto e tanto.
- Desculpe- falei- Voce está bem? Como tem lidado com tudo o que aconteceu?
Ele sorriu.
- Foi estranho pra todo mundo acreditar que aquele homem tão bondoso que o seu pai aparentava ser poderia ser o assassino mais frio e calculista que já vimos, mas as provas foram claras, e a câmera de segurança da sala da minha casa registrou tudo. Recebi até uma condecoração por ter ajudado a resolver o caso, e o melhor, fui transferido de volta pra minha cidade!!- disse ele feliz.
Suspirei..
-Nem sei como te agradecer Henrique!
- Voce passou três semanas aqui... deve estar louco pra ir embora né?- disse o médico
- Considerando que passei todo esse tempo apagado, ate que estou confortável... mas se quiser me mandar embora, fique a vontade.
Doutor Carlos riu.
-Pode ir André. Seus exames estão todos okay. Só precisa evitar esforços físicos excessivos. Repouso absoluto por uma semana.
Cesar pulou de alegria ao meu lado.. Troquei de roupa enquanto Henrique e Cesar cochichavam algo...
-Pronto?- Cesar perguntou
-Mais do que pronto- respondi.
César me pegou no colo e saímos de fininho pelo hospital, tentando chamar o mínimo de atenção.
- Voce sabe o que acontece quando um homem apaixonado leva seu amor no colo né?
- Não. O que?
- ELE se casa com i homem que está o carregando no colo!
Não contive uma risada.
-é mesmo? Engraçado- Não me lembro de ter sido pedido em casamento...
Cesar começou a descer os últimos degraus até o estacionamento onde Henrique nos esperava no carro...
- Fica comigo pro resto das nossas vidas?- ele perguntou sorrindo
- E os seus pais?- respondi.
- Eles já entenderam que é você quem eu quero!! Fica ou não?
- Sim respondi!
Sorri e o beijei. Ele era um bobão, mas eu o amava mesmo assim. Mesmo quando estive inconsciente meu corpo pedia por ele.
Cesar abriu a porta traseira do carro de Henrique, me colocou dentro e entrou nocarro logo em seguida.
- Prontos pra uma temporada nova de felicidades?- perguntou Henrique...
Respirei fundo, sentindo-me leve pela primeira vez em muitos meses, e sorri.
- É TUDO O QUE EU MAIS QUERO!.
Henrique acelerou e nos levou até a chácara onde havia começado toda a minha história com César.
Nos deixou lá... se despediu.. e seguiu rumo à sua cidade, para seu novo cargo... mas não antes de me dizer...
- Voce merece ser feliz garoto, e esse Cesar é a sua felicidade... Eu até me apaixonei pro você, mas é ele que você ama... e só ele te fará feliz.
Me deu um beijo na testa e seguiu, desaparecendo na estrada de terra.
***
- Vem comigo- disse Cesar levando-me até o quarto de casal da casa...
No quarto haviam pétalas de rosas sobre a cama....
Ele me abraçou, me puxou para si até eu ficar de encontro com seu peito... Me olhava nos olhos... Me beijou...
- Eu te amo André!
- Eu te amo César.
Cesar deslizou suas mãos até a minha bunda, e de forma carinhosa tirou minha roupa e as dele... Deitamos sobre as pétalas de rosas, eu o beijava, descia pelo seu corpo de encontro aos seu pau rijo... Eu o chupei, carinhosamente... Eu o queria dentro de mim...
Arqueei-me encaixando seu pau no meu cuzinho e aos poucos deslizei sobre ele, até que estávamos ligados da forma mais intima possível.
Era um desejo tão poderoso... Ser possuído pelo amor da minha vida...
Fizemos amor loucamente, não apenas uma vez, mas duas. Na verdade um sexo carinhoso, mas quase brutal, onde o desejo de possuir um ao outro era maior do que tudo o que viveram até agora...
Gozamos praticamente juntos, em sincronia, num prazer imensurável, indescritível... e a partir daquele dia nos tornamos um só...
Se esse amor duraria pra sempre, não há como dizer, mas a intensidade com que todas as coisas aconteceram, e como um sentia necessidade do outro, fizera do amor entre André e César... Esse amor pra recordar...
***FIM***
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