Naquele dia a noite Dylan e o pai estavam apreensivos, Greg havia ido fazer exames e ainda não tinha voltado.
Nove da noite o médico aparece.
Dylan: E então?
Médico: Ele está se recompondo para voltar para o quarto, fez alguns exames e já temos a resposta...
Edgar: Sim?
Médico: Seu filho tem um tumor no cérebro!
Dylan fraquejou das pernas e escorou na parede...
Médico: Não se assustem, nada está perdido, não está tão avançado e está em um local acessivel de fácil remoção!
Edgar: Mas ainda assim há perigos...
Médico: Sim, como toda cirurgia!
Edgar: Quando vai ser?
Médico: O quanto antes! Mas antes temos que fazer novos exames para saber se é câncerigeno ou não! Se for a cirurgia deve ser acompanhada por tratamentos paralelos e precisos!
Edgar: Ou meu Deus, Câncer?
Dylan estava pálido e com a mão na cabeça, nada dizia, apenas ouvia...
Médico: Compreenda, pode não ser câncerigeno, há mais chances de ser benígno que malígno, tenha fé!
Saiu...
Dylan cambaleou um pouco e sentou numa cadeira com as mãos na cabeça e os cotovelos apoiados nos joelhos, suas lágrimas desciam silênciosamente...
Seu pai sentou do lado e passou a mão nas suas costas...
Dylan: Isso é tão injusto! Você sabe o quanto eu cuidei dele, zelei, amei desde criança? Com medo que algo acontecesse, algo de ruim que o machucasse...
Edgar: Eu sei.
Dylan: Agora ele está com a pior doença da face da terra e eu não posso fazer nada!
Edgar: Ainda não bateram o martelo, ainda há esperança! Eu também super protegi ele desde pequeno, você, sua mãe e eu. Greg sempre foi mais frágil, sempre soube que não só na personalidade, porque sempre soube que é gay, mas no físico também. Mas temos que ter fé filho, ele vai ficar bem! Este tumor vai ser benígno e ele não vai sofrer nada! Reze, eu vou rezar.
Greg tinha que descansar, depois continuariam os exames mas agora ele havia voltado.
Dylan enxugou as lágrimas e foi vê-lo.
Greg: E aí?
Dylan: Como está?
Greg: Cansado! Foram tantos exames diferentes... Não sei para quê!
Dylan ficou meio sem saber o que falar.
Greg: O médico falou alguma coisa?
Dylan: Mais exames amanhã!
Greg: Não acredito!
Dylan: Pode acreditar, agora dorme e descansa, vou ficar aqui cuidando de você como sempre!
Greg: Vai mesmo?
Dylan: Eu prometi, lembra?
Greg fechou os olhos e foi dormindo com Dylan passando a mão nos seus cabelos loiros...
Greg: Te amo. - Falou baixinho antes de dormir.
Dylan: Eu também.
Greg adormeceu e Dylan ficou chorando com Greg deitado em seu peito e assim foi a noite toda.
No dia seguinte...
Dylan foi acordado com uma mão em seu ombro, era o seu pai.
Edgar: Você dormiu aí, fiquei com pena de te acordar!
Dylan colocou Greg devagar na cama, se esticou inteiro e suspirou olhando para ele.
Edgar: Você contou?
Dylan: Não, prefiro contar só quando ter certeza se é aquela doença ou não... Contar tudo de uma vez logo é mais fácil!
Edgar: Sim! Passei a noite pedindo a Deus...
Dylan: Quando ele dormiu, chorei e peguei no sono! Vou lavar o rosto!
Saiu...
Edgar ficou sozinho com o filho menor, se aproximou e pegou em sua mão, Greg foi acordando gemendo e chamando por Dylan.
Edgar: Ei, sou eu! - Falou calmamente.
Greg abriu os olhos. - Minha cabeça...
Edgar: O que tem?
Greg: Tá doendo! Cadê o Dylan?
Edgar: Saiu agorinha, foi lavar o rosto e comer algo! Vou chamar os médicos ok?
Greg pegou nas temporas e ficou imóvel na cama, olhou para a porta e lá viu um garoto muito parecido com ele.
Greg falou baixinho. - Marcelo?
Marcelo se aproximou da cama. - Como você está?
Greg: Estava melhor, mas agora a dor está voltando!
Marcelo: Eu sinto muito!
Greg: O quê?
Marcelo: Não te contaram?
Greg: Contaram o quê?
Marcelo: Você tem câncer, um tumor no cérebro!
Greg: O quê?
Marcelo: Sim, deve ser triste não? Os tratamentos são terríveis, você vai perder todo seu cabelo, ficar esquelético... Se Dylan ficar com você ainda, vai ser um milagre!
Greg dizia que não com a cabeça.
Marcelo: Mas você não seria tão egoísta de prendê-lo a alguém tão doente assim! Olha - Pegou em sua mão. - Te desejo tudo de bom, de verdade, você é meu irmão.
Saiu.
Marcelo se sentia vingado, a humilhação que Dylan fez ele passar teve seu troco, e que troco!
Greg chorava, sentia sua respiração curta, aquilo era mentira, só podia ser mentira!
Ele levantou da cama devagar, arrancou o fio do soro de seu braço e começou a andar segurando nas paredes. Sua cabeça piorava gradativamente...
Greg parou um pouco e colocou uma mão na tempora, olhou um lado e outro e lembrou seu pai falando que Dylan iria comer algo, Greg foi até a cantina.
Chegando lá avistou Dylan no balcão, seu pai estava com ele. Greg ia se aproximando e ouviu. - Ele acordou com a cabeça doendo!
Dylan: Falou com os médicos? Acho que tem que medicá-lo!
Edgar: Sim.
Dylan: Vou dar uma pesquisada na net depois sobre tumor no cérebro... Estou me sentindo perdido pai!
Greg levou um susto. Tumor? Então é verdade? Seu choro aumentou.
Edgar abraçou o filho e por cima do ombro de Dylan viu Greg pálido, com a mão na cabeça, chorando e tremendo.
Edgar: O que você está fazendo aqui?
Greg: Então é verdade?
Dylan virou. - Greg, você tem que voltar para o quarto!
Greg: Eu tenho câncer?
Dylan virou para o pai.
Greg soluçou. - Isso só pode ser mentira!
Dylan: Não, olha ainda não sabem se é câncer, o médico disse que há mais chances de não ser!
Greg: MENTIRA! - A dor de cabeça aumentou e ele caiu de joelhos no chão.
Dylan e Edgar correram, Dylan ajoelhou para pegar ele.
Greg: Eu vou morrer...
Olhou nos olhos do irmão. - Não, não vai.
Sua cabeça deu outra dor forte e Greg caiu desmaiado no colo de Dylan.
Dylan pegou Greg no braço desesperado e levou para o quarto novamente, seu pai vinha atrás...
O médico estava saindo do quarto e os viu...
Dylan: Ele saiu sem a gente ver.
O médico pegou Greg, expulsou pai e filho do quarto e ficou resolvendo tudo com as enfermeiras.
Dylan ficou lá fora com o pai, com o coração na mão. - Como ele descobriu que pode ter câncer?
Edgar: Deve ter ouvido a gente falando!
Dylan colocou as mãos atrás da cabeça, na nuca e se esticou todo, fechando os olhos. - Isso só pode ser um pesadelo! Greg está saudável e estamos vivendo nossa vida normalmente e alegremente... Isso tudo não é verdade.
Suas lágrimas desciam sem um minimo esforço molhando todo seu rosto.
Edgar: Vou pedir por ele, tenho fé, ele não tem câncer, esse tumor não é malígno!
Edgar foi para a capela do hospital e Dylan ficou sozinho, sentou na cadeira e escorou a cabeça na parede...
Uma enfermeira se aproximou... - Senhor?
Dylan a olhou soluçando.
Enfermeira: O senhor não está bem, venha, vou te medicar!
Dylan a seguiu, se sentia arrasado, perdido, sua vida estava sem sentido.
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E agora? Será que o tumor do Greg é câncerigeno?
Obrigado pelos comment's.
Beijokas 💋💋