Capítulo 8
--Deixe-me lhe conhecer então. Conte-me por que tu és tão ruim assim.
Maddie pensava no pedido da garota e parecia escolher o que faria em seguida. Antes que pudesse tomar qualquer decisão, os auto-falantes que estavam distribuídos ao longo de toda a escola faziam um anúncio: as outras aulas do dia seriam canceladas, quem quisesse poderia ir embora.
--Parece que temos bastante tempo para conversar, agora pare de enrolar e me conte logo tudo o que tem a contar.
--Está bem...Há cerca de sete anos meus pais se separaram, quer dizer, isso é o que meu pai disse à imprensa. Na verdade, minha mãe saiu de casa e nos deixou aqui. Depois disso, meu pai ficou muito diferente, parecia nem se importar conosco. Contratou uma babá por dois anos, mas ela e a família morreram então eu quem passou a cuidar do meu irmãoNão ter a presença de meus pais em minha vida foi, aos poucos, me destruindo. Eu não tinha para quem pedir ajuda ou conselhos quando algo acontecia, e nessa época tudo de ruim começou a acontecer. Eu sempre fui diferente sabe? Por conta disso, todos falavam de mim. Foi crescendo uma raiva em mim, contudo eu a mantinha presa dentro de mim. Com 12 anos eu já não aguentava mais e acabei batendo em uma garota. Fui para a direção, chamaram meu pai e acabei em um psicólogo.
--Por que bateu nela?- perguntava Rebecca, curiosa.
--Pois ela disse que eu me parecia com um garoto, aquilo foi a gota d’água para mim.
--Nossa, continue.
--Bom, eu odiava o psicólogo, não queria me abrir com um desconhecido como ele, então eu simplesmente sentava lá e nada falava, até que um dia ele me perguntou por que eu sempre ficava quieta, respondi que eu não queria estar ali e que ele deveria parar de marcar consultas; ele disse ao meu pai que eu estava bem e nunca mais o viNa escola me respeitavam depois da surra que eu dei naquela metida a besta. Ela passou uns cinco dias no hospital por minha causa e ainda voltou com óculos de sol por causa do olho roxo. Com essa minha fama, passei a conseguir tudo o que quisesse, o que incluía quem eu quisesse também. Nessa época me descobri lésbica e, apesar de não me aceitar muito no começo, passei a pegar todas as garotas daqui. Acabei então com Jéssica, o que é outra longa história. Mas, basicamente, machuquei muita gente, o que acabou machucando a mim mesma. Além disso, tenho raiva de meu pai pelo jeito como sempre nos tratou.
--Todos nós cometemos erros, somos humanos Maddie, não se culpe por isso. Você é uma ótima pessoa, tenho certeza disso.
--Valeu...
Rebecca então pegou a mão de Maddie e beijou.
--Por que tem sido tão carinhosa comigo e se importado tanto? Quero dizer, nem me conhece direito, então por que eu? Por que não vai tentar a sorte com alguma garota normal por aqui?
--Vamos deixar isso para depois, sua amiga está vindo em nossa direção, vou sair daqui antes que ela queira me bater.- Rebecca levantou e saiu, deixando as duas à sós.
--Você não presta mesmo, já querendo machucar mais uma Maddie?
--Nossa Beatriz, como você é carinhosa comigo, parece até que suas palavras chegaram me estapeando. Depois vem falar que gosta de mim...
--Mas eu sempre fui assim, só estou sendo direta e dizendo a verdade.
--Sempre foi assim, bem grossa e sem nenhuma educação, não é fofa?
--Por que continua tentando me afastar?
--É por isso que está agindo assim? –perguntava para Beatriz, indignada.
--Só me fala.
--Vá à merda Beatriz.- dizia Maddie já se afastandoFico feliz em saber que estejam gostando da história. Trata-se de uma mistura da realidade e de fatos que vêm a minha mente. Alguns nomes e partes são reais, o que inclui a descrição dos mesmos.
Sintam-se à vontade para perguntar, criticar, elogiar ou fazerem sugestões.
Caso queiram entrar em contato, mandem-me um e-mail:
apollo0214@hotmail.com
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Boa semana!!
~The Self-harmer