HÁ! HÁ! HÁ! HÁ! – Nunca gargalhei tão gostoso ao acordar! Fiz um cafuné em sua cabeça e ele não se mexeu, foi então que ergui um pouco sua cabeça com as duas mãos. Contemplei o seu rostinho e beijei sua testa.
- Bom dia, Leosinho! Vamos tomar o café-da-manhã?
- Você está falando a minha língua?
- Bem! Eu estou tentando. Como estou me saindo? – Tentei fazer charminho pra ele, mas o Leosinho estava estranhando. Ele franziu as sobrancelhas. Inclinou um pouco o rostinho para o lado.
Abriu a boca como quem fosse dizer algo, mas as palavras não saíram.
Voltou a pensar.
Abriu a boca de novo como se dessa vez fosse dizer algo, mas as palavras tornaram a não sair, e eu apenas o observo, estava me sentindo bem humorado, e ele é lindo, quanto mais tempo ele passar em cima de mim, me fazendo sentir o contato de nossas peles, mais enlouquecido fico porque meu corpo está queimando de desejo por ele e quando se ajeita segurando em meu peito com as duas mãos, o toque de seus dedos sobre a minha pele fazem-me arrepiar todinho.
- Você está falando a minha língua? – Ele finalmente perguntou. De novo.
- Estou!
- Você está falando a minha língua!
- Estou!
- Mas você está falando a minha língua!
- Sim! Estou!
- MAS EU NÃO ENTENDO! VOCÊ ESTÁ FALANDO A MINHA LÍNGUA!
- Estou!
- BIG BOSS! VOCÊ ESTÁ FALANDO A MINHA LINGUA! – O garoto estava ficando perturbado, agitado, excitado. A sombra de um sorriso parecia despontar em seu rosto, mas ainda parecia resistir a isso.
- Sim! Estou falando a sua língua!
- Mas como? Como você consegue me entender agora e antes não? – Ele finalmente conseguiu perguntar o que realmente o incomodava e ai vem a parte que eu já previa. Era a parte em que eu minto. Porque ele não pode saber sobre mim já que a minha estada naquele lugar não deve ser conhecida por ninguém
- É porque os Valiance são assim, muito intelige... – Eu me calei no mesmo instante. Porque dei com a língua nos dentes. Como pude ser tão estúpido? Negligente - O nome da minha casa não deve nunca ser mencionado. Amaldiçoei a mim mesmo e mais ainda esse garoto lindo que teve essa habilidade de me arrancar uma palavra que não vem de seu mundo, parecia ter esticado o braço através das muralhas construídas em meus pensamentos e arrancado lá de dentro uma informação que devia manter-se trancafiada.
- Valiance?... – Ele repetiu.
- Família! – Eu apenas disse.
- Família – Ele repetiu.
- Meu sobrenome de batismo, mas não o uso, e nem você deve usa-lo, porque hoje sou Kevin Turner e Valiance foi nome da minha primeira família e que não gosto de me lembrar.
- Certo! – Ele disse parecendo ter entendido. Mas eu entendo que acidentes acontecem e por isso torno a fortalecer a ideia.
- Não deve usa-lo nunca! Não comigo e nem com ninguém! Sou apenas Kevin Turner.
- Não fuja do assunto! Você está falando a minha língua! Alias, está falando muito bem por sinal.
- É como eu havia dito, sou muito inteligente, na verdade eu virei a noite estudando e aprendendo, mais especificamente, por doze horas, mas ainda tem muitas coisas que eu não entendo. Coisas do vocabulário. Entende?
Leozinho concordou com a cabeça, mas era visível a sua descrença e foi quando compreendi que devia demonstrar mais dificuldade quando for me comunicar com ele.
Sua descrença só não era maior que a sua curiosidade com o que estava acontecendo e por isso, me encarava diretamente esperando que eu dissesse algo mais, sem perceber de como sua posição sobre meu peito se mostrava tão excitante e eu não conseguia desviar meus pensamentos de tudo o que eu queria fazer com ele. A ponto de querer rasgar seu short e morder sua pele com força. Seu lábios eram corados num tom em que só os jovens conseguem manter. Coisa do poder da juventude, todo é corpo é mais fresco nessa época da vida. Mas afinal de contas...
- Fala alguma coisa, você está me deixando desconfortável me olhando desse jeito. – Ele disse, parando o fluxo de meus pensamentos.
- Talvez fosse melhor sair de cima de mim! – Eu disse. Mas percebi a burrada, não queria que ele saísse de cima de mim. Queria ele todinho em cima de mim. Mas Leosinho finalmente se deu conta de sua posição delicada e não foi diferente das outras vezes. Ele começou a corar furiosamente, suas bochechas ficaram muito avermelhadas parecendo uma reação alérgica, mais que isso, parecia um morango. Não me cansava de ver isso acontecer, porque é tão transparente como se sente, que chega doer de tão bonitinho que é.
Ele ia sair, senti a forma como suas mãos pressionaram meu peito, mas não o deixei se levantar. Não havia planejado isso, foi como um reflexo involuntário do meu subconsciente ou dos meus desejos por ele. Meus braços o envolveram e eu o abracei forte. Ele ia dizer algo, mas fiz sua cabeça descansar em meu peito. Leosinho havia se assustado, mas comecei a acalma-lo com um cafuné. Até que finalmente entendeu e parou de lutar e ficou quietinho do jeito que estava.
- É...é...quer dizer...é estran...quero dizer... – Leusinho tentava falar alguma coisa, mas parecia encabulado. Sentia como seu coração batia ligeiro.
- Desembucha Leosinho!
- Quer dizer...eu só estava tentando dizer... – Ele tentava mesmo, mas as palavras pareciam engasgadas e quando parei o cafuné e fiz menção em retirar a mão de seus cabelos ele protestou dizendo:
- Não para... – Então eu voltei e lhe dar carinho.
- O que estou tentando dizer... – Ele recomeçou, mas ainda pareceu incerto no que ia dizer. – É que é difícil dizer...não quero que entenda errado, mas já sou um homem crescido e é estranho gostar disso. Papai nunca fez esse tipo coisa, nem mesmo um abraço e eu já vi nos filmes que os pais abraçam os filhos. Mas ele não, mesmo a mamãe ela fez isso uma vez e foi bom, mas só uma vez e quando eu era bem pequeno.
Senti-me culpado, não porque estava dando algo a ele que estava apreciando, mas sim porque as minhas intenções eram egoístas. Tudo o que eu queria era senti-lo um pouco mais e ele sequer teve a chance de ter algo tão simples e natural quanto o contato humano de seus próprios pais.
Infernos! Mas que tipo de gente é essa? Mais ainda. Como Leosinho pode crescer e ser um menino tão adorável sobre essas condições?
- Não vou mentir pra você! Mas agora você entende o que eu queria de você!
Leusinho ficou calado por um tempo.
- Sim!...agora eu entendo...mas...
- Mas?
- Você não quer mais. Certo? – Ele perguntou, demonstrando um pouquinho de receio na voz.
- Infernos Leozinho! Claro que eu quero! É o que mais quero no momento. – Leosinho ficou receoso e pude sentir isso pela forma como suas mãos pressionavam meu peito, mas continuei a dizer: - Mas! Dou-lhe a minha palavra, e a palavra de Kevin Turner é uma só. Não vou te pegar a força. Tenha certeza disso.
- Que bom!...porque eu não quero. Podemos ser amigos? Nunca tive um, entende? – Ele perguntou e ficou mais tranquilo. Contudo, continuava um pouco tenso e dado as circunstancias, acredito que fosse pela expectativa da minha resposta.
- Claro! Você pode me considerar seu amigo.
- Que bom! – E ele relaxou de vez. Suas mãos começaram a contornar meu peito e logo, me abraçou também.
Fiquei em fogo, quando ele fez isso!
Mas promessa é dívida.
- Você tem quantos anos?
- Fiz dezoito anos a quatro dias atrás. Essa viagem é tipo, um presente de aniversário. Entende?
- Então meu presente pra você, vai ser te levar aos melhores recantos de cada estado americano por onde passarmos!
- JURA!?! – Leusinho perguntou, num rompante de animação e entusiasmo onde levantou a cabeça e me olhou, exibindo seus olhos, que mesmo sendo negros pareciam brilhar de excitação.
- Sim!
- Que máximo, jura mesmo? Tem que jurar!
- Tá! Tá certo! Eu juro! – Disse, já revirando os olhos, o que é isso? Não fazia isso a anos, parecia que ele estava me arrastando de volta aos meus dezoito anos. Um homem já formado, adulto e experiente, fazendo juramentos bobos.
- Não revire os olhos pra mim mocinho! – Leuzinho disse fingindo estar ofendido. Até que franzi as sobrancelhas de forma inquisitiva, como quem diz. “O que você disse?”, Mas ele só riu em resposta.
- Meu pai sempre disse isso pra mim, e sempre quis dizer isso pra alguém! – Ele riu depois de explicar. Mas ai seu estomago começou a roncar e foi tão alto que pude ouvir muito bem.
- Vamos aniversariante! Tá hora de tomar o café-da-manhã a moda americana.
- Que máximo!
Liberei Leosinho do abraço e ele sentou ao meu lado.
- BIG BOSS!
- O que?
- Você é o máximo!
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CONTINUA...
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gong minji - Obrigado pelo comentário, é sempre bom ler seu entusiasmo. heheheehhe.
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NinhoSilva - Sou formado em turismo Ninho, mas o que acontece é que costumo ler sobre tudo, naturalmente, e quando preciso de material para alguma história, dedico algum tempo para aprender novas coisas. Por isso, não, nunca fiz faculdade ou curso na área de saúde.
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Pluto - Obrigado pelo comentário, sabe que sempre leio seu "nick" nos comentários, sempre faço confusão com "puto"? Quero que entenda que não estou querendo te ofender, apenas acho engraçado, e sempre acabo rindo sozinho aqui no quarto pela confusão que faço.
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elioph - Obrigado pelo comentário e por estar sempre presente, assim como todos vocês. Fico muito feliz em saber que você sempre vou ter um comentário seu e como sempre, nunca falha. Por isso, muito obrigado.
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Ru/Ruanito - Acho que já respondi nesse capítulo, mas ai vai, Leonardo tem 18 anos. - hehehehehe.
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Desde já agradeço a todos vocês por estarem sempre presentes e a quem lê e não comenta, também muito obrigado, sei que eu posso demorar pra escrever putaria, mas é que gosto de justificar os acontecimentos, gosto de seguir uma linha cronológica em que os personagens desenvolvem seus meios para os fins. heheeheheheehe.
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Até a próxima! hehehehee