Era pra ser só mais uma noite normal de sexta após o trabalho para Dany, mas o filho da mãe do Lype tinha que ligar e fazê-la prometer ir na balada com ele, alegando precisar da companhia dela. E agora lá estava Dany de frente ao guarda-roupas sem saber o que vestir. Não que o problema fossem suas roupas ou seu corpo. Muito pelo contrário. Com as roupas estava tudo certo, e com o corpo, melhor ainda.
Dany era uma linda mulher. Branca, porém, um pouco queimada de sol, cabelos negros levemente ondulados e compridos, olhos azuis, sorriso encantador numa boca perfeitamente desenhada, 1,75 de altura e corpo bem definido (resultado do muay thai, das corridas matinais beira-mar e do vôlei). 25 anos, formada em engenharia civil há dois anos e funcionária de confiança de uma grande empresa de engenharia civil.
Levava uma vida boa e, atualmente, bastante tranqüila, pois batalhou muito para chegar onde estava, apesar de também já ter aprontado muito em sua vida pessoal, principalmente durante sua graduação. Mas... Voltando ao fato de não saber o que vestir...
“Ah, aquele viado tinha que ser tão convincente?!” pensou ela, separando uma calça, blusa e tênis. Não estava com vontade de sair, mas já que teria de fazê-lo, que fosse de forma confortável. Tomou banho, arrumou-se e Lype chegou.
LYPE: - Nossa, amiga! Nem tentando você consegue ficar feia!
DANY: - Ah, palhaço! Você sabe que eu não queria ir!
LYPE: - Tá, ta! Você já me falou isso, mas... Não vou deixar você em casa hoje. E vamos logo que o pessoal ta esperando a gente na pizzaria.
DANY: - VIADO! Você não falou que não tinha mais ninguém pra ir com você?!
LYPE: - Bobinha! Se eu dissesse que tinha, você não iria, baby!
DANY: - Ok, vamos logo antes que eu te jogue da janela do quinto andar!
Os dois desceram e foram para a pizzaria no carro de Dany.
Eles eram amigos desde a barriga de suas mães, que eram amigas e vizinhas. Os dois passaram a vida juntos. Colégio, durante a faculdade moraram juntos. A diferença era que Lype fez graduação em administração. Ambos gays assumidos e não-aceitos por suas famílias, o que tornou a união dos dois mais forte ainda, pois encontraram um no outro a família de que precisavam.