O DESEJO

Um conto erótico de Tom Miranda
Categoria: Homossexual
Contém 455 palavras
Data: 04/07/2015 13:40:01

E eis que sua mão invadiu a minha cueca. Fora de grande surpresa, eu confesso. Suas intenções comigo não me estavam claras e seu convite me pareceu apenas mais um pretexto para grandes conversas.

Naquele mesmo dia eu já houvera sentido algo diferente, não tanto ao ponto de ficarmos nus naquele mesmo dia, e ficamos; naquele mesmo dia. O que me foi completamente estranho e novo.

Não esperava que sua mão atingisse minhas intimidades, do mesmo modo que não esperava que minhas mãos completamente autônomas passeassem por aquele corpo maravilhoso enquanto meus lábios provavam do seu gosto.

Na verdade não falemos de um dia, mas de dois. Foram dois dias, pois quando meu pudor se esvaiu já me eram duas da madrugada, e ele sobre mim. Mas como tudo começou?

Naquela mesma manhã quando cheguei na pequena cidade, nós recebemos com um beijo e o desejo viril. Não sei como nem onde: venha ao meu lugar hoje. E meia noite eu estava lá.

Adentrei o local nada receoso, como ele me adentrou. As mãos foram as primeiras a trabalhar. Seus dedos tateavam minhas costas num movimento circular e intrínseco. Meus lábios se abriam e gemidos involuntários eram lançados cautelosamente. Não se queria chamar a atenção naquela noite.

Seus perigosos dedos logo me viraram, e de tato, passamos ao paladar. Seus lábios tinham um gosto surpreendente, nunca houvera provado de um sabor tão bom. Ele me degustou, do mesmo modo que fui de sua boca ao seu abdômen. Tirei sua cueca e provei da fonte. De fato, nada tinha provado de tão bom até ali.

Minha audição está forte, imersa ao silencio, deliciava-se com os gemidos e as batidas de seu coração. Estava acelerado. Sentia o seu cheiro, agora mais próximo, mais forte, anestesiante. A sua marca ele deixava em mim.

Voltamos ao tato, à pele; o calor estava alto. Os corpos colados. Senti a áspera pele de seus dedos tocar-me afundo. Gélidos. Então, algo diferente me tocou. Ele me invadiu. Conectamos-nos. A dor fora forte, o ardor desmedido. Era quase que um braseiro inteiro explorando o que antes fora feito de má forma. Contorcia-me eloquente, suas mãos dominadoras tentavam me devolver o controle. O pulso firme e a tapa forte me elevavam a insanidade motora descarada.

O seu corpo movimentava-se lenta e compassadamente. Eu avistava seu ser, através de seus redondos olhos. Cuidadosos e atentos. Ele entrelaçou meus braços e minha alma, o som do toque dos corpos conduzia-me a entrega total e eu estava entregue aquela grande alma que agora encontrava a minha de maneira interna e única.

Os grilos cantavam, nós gemíamos. Estava exausto, mas chegamos ao ápice juntos. O gosto da satisfação. O repousar dos corpos e o futuro triunfo do amor.

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Comentários

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Magnifico. Acho ate que poderia ser algo a ser desenvolvido em outros capitulos. Pena nao ser valorizado como merece :/

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