Confesse Que Me Ama | CAPÍTULO 26 | Oi, Leonardo

Um conto erótico de Xixi Mijurina
Categoria: Homossexual
Contém 1047 palavras
Data: 05/07/2015 01:20:46

Heitor ensaiava a versão da história que contaria a Mangalô enquanto voltava pra casa quando foi surpreendido por Abel:

- Oi, Heitor!

Heitor virou-se e se deparou com a figura alta de Abel na rua vazia e pouco iluminada:

- Quem é você?

Abel, que não estava afim de conversa, partiu pra cima de Heitor esmurrando-o.

- Matar uma bicha com três assassinatos em menos de vinte e quatro horas vai ser um grande favor à humanidade. – disse Abel ajoelhando sobre o corpo de Heitor enquanto o afogava em socos.

Heitor procurou pela sua arma e lembrou que a havia deixado no local do crime. Achou um canivete e golpeou contra Abel fazendo-o cair com o braço machucado.

Heitor fugiu.

- Merda! Desgraçado! Aproveita o pouco tempo que te resta. – gritava Abel com o braço ensanguentado.

***

Heitor chegou na casa de Mangalô ofegante:

- Mangalô, meu senhor! Deu tudo errado!

- Incompetentes! Vocês acham que não sei? Tenho informantes na polícia. Matar uma velha? Vocês querem me foder? - Mangalô que estava de costas para Heitor virou sua cadeira e seu rosto sisudo foi iluminado pela luz da lareira acesa.

- Senhor... - Heitor tentou falar mas foi interrompido.

- Espera! Cadê o Enzo?

- Ele...

- Onde está o Enzo? - Mangalô esbravejou levantando-se da cadeira.

- Ele morreu. O Enzo morreu.

- Como assim? - disse Mangalô com a voz já falha caindo na cadeira novamente. - Como ele morreu?

- O Abel. Ele matou o Doidera, matou o Enzo, tentou acabar comigo também, mas eu fugi. - mentiu Heitor.

- Não pode ser! Não pode ser! Você tem certeza que o Enzo morreu? - Mangalô estava aflito.

- Absoluta, senhor. Foi fatal.

- Me deixa sozinho.

- O senhor tem certeza? Não quer que eu...

- Me deixa sozinho! - repetiu Mangalô seca e pausadamente.

Heitor saiu e Mangalô não conteve uma lágrima. Foi até a uma mesa, encheu um copo com uísque, sentou-se e bebeu. Procurou no celular e achou uma foto sua com Enzo:

- Meu amado, por que eu não te protegi? Por que fui tão imbecil? Você se foi sem nem ao menos me ouvir dizer que o amava. De verdade. Como nunca amei ninguém. Me perdoa por ter te trocado.

Em prantos jogou o copo na parede e caiu de joelhos no chão:

- Abel... Me aguarde!

Do lado de fora Heitor respirava aliviado. Agora Mangalô iria atrás de Abel e ninguém mais saberia do que ele havia feito.

***

Em frente ao espelho Abel tentava sem sucesso dar um nó na gravata.

- Posso ajudar? - Antônio apareceu na porta.

- Entra. - Abel deixou o estranho fazer o nó. - Não sou acostumado a esse tipo de roupa. Sempre que usava era minha avó que arrumava.

- Não precisa falar se isso te deixa triste. - disse Antônio finalizando o nó.

- Eu preciso dizer algo. Preciso agradecer também por tudo o que você tem feito. A organização do velório e tudo mais.

- Por nada. A sua avó era muito querida.

- Era... Essa palavra não dói tanto desde que minha mãe morreu.

Antônio ficara um pouco desconfortável e Abel percebeu:

- Quando vai me dizer quem você é de verdade?

- Eu sou um amigo da família. Vinha visitar a sua avó.

- Não me lembro de nenhum Antônio, mas, mais uma vez, obrigado por tudo.

- De nada. Mais uma vez.

Abel já ia saindo quando parou:

- Vem cá, você sabe se o meu pai vem?

- Não tenho certeza...

- Ok. - Abel saiu.

***

Dona Geovana entrou no quarto de Cauê pela manhã:

- Acorda, filho! Você vai se atrasar pro trabalho.

Percebeu que Cauê não respondia. Chegou perto, tirou seu cobertor e descobriu uma pilha de almofadas com um bilhete:

"DESCULPE, MÃE, PRECISEI VIAJAR. É MUITO IMPORTANTE. NÃO SE PREOCUPE, VOLTAREI LOGO! BEIJOS, CAUÊ."

- Ah, Cauê! - sussurrou dona Geovana furiosa.

***

Cauê dirigia com cuidado pela estrada para não chamar atenção e ser abordado. Havia topado a aventura de contrariar a sua mãe e pegar o carro de Janaína emprestado mesmo sem habilitação não só para ajudá-la, mas também para rever o seu grande amor.

Se foi a atitude mais sensata eu não sei. Mas dizem que, pra quem ama, fazer loucuras é uma obrigação.

***

O velório municipal estava cheio, Dona Carmen era uma figura amada e respeitada. Abel não conseguiu encarar toda aquela gente. Aquela multidão de preto o assustava. Lembrara que, quando criança, ao sentir medo corria para os braços de sua mãe e quando esta se foi corria para os de sua avó. Mas e agora? Quem o ampararia? Sentiu os olhos e o nariz arderem: era vontade de chorar. Correu para uma sala vazia onde soluçava baixinho. Sentiu uma mão em seu ombro e logo foi envolto por um forte abraço:

- Eu sinto muito! – era Janaína. – Você não merecia isso.

- Mereço sim. – disse com a voz embargada. – Foi tudo minha culpa.

- Ei! Olha pra mim. Nada do que você diga ou faça vai mudar o que aconteceu. Eu sei que aceitar é difícil, mas é tudo o que você tem. Eu vou te ajudar a passar por isso. Você vai ver, vai doer cada vez menos com o passar do tempo. Você precisa ser forte.

- Obrigado, Jana, mas existe sim algo que eu posso e vou fazer. Com certeza vai me deixar muito melhor. – disse Abel saindo da sala.

- Abel, o que você vai fazer?

Abel abriu a porta e deu de cara com seu irmão Lélio que também estava com os olhos marejados. Há muito tempo não o via:

- Acho que alguém precisa de um abraço. – disse Lélio.

- Meu pequeno! – Abel o agarrou e o suspendeu. – Como eu senti a sua falta!

- Eu também! – respondeu Lélio.

Abel o colocou no chão e avistou o seu pai:

- Oi, Leonardo. – disse Abel seco.

- Oi, filho! – Leonardo veio em sua direção para lhe abraçar, mas Abel o impediu.

- Não encosta em mim.

- Mas, meu filho! Será que nem numa situação como essa você me dá uma trégua?

- Deveria ter sido você. Você e o seu maldito amante nesse caixão. – todos no velório ficaram em silêncio.

- Você está falando de mim? - disse Antônio.

- O quê? - sussurrou Abel.

- Eu sou o marido do seu pai.

***

Cauê estava a poucos quilômetros da cidade de destino quando avistou uma blitz.

- Droga, Janaína! Eu sabia que isso não ia dar certo.

Encostou o carro e abaixou o vidro. Um policial se aproximou:

- Carteira de habilitação e documento do carro, por favor!

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Assassinatos

Categoria: Homossexual

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Publicado em 23/12/2014 19:52:28" 7 meses depois ele volta para nos encantar =D ebaaaa

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